Igrejas fecham as portas na Holanda

domingo, 22 de maio de 2011 1 comentários

Site Rede Histórica, 21.05.2011.

De longe é possível ver a torre da Vredekerk, em Bussum. Construída em 1914, esta igreja protestante fica no centro da cidade, não muito longe da principal estação de trem. No entanto, é somente na entrada que se percebe que apesar da torre, das grandes portas de madeira e da localização central, o prédio não funciona mais como uma igreja. No lugar do quadro de avisos e da água benta, um painel com interfone e as caixas de correio dos 18 apartamentos que agora ocupam o edifício.
Ouça o restante da reportagem -http://download.radionetherlands.nl/rnw/smac/cms/por_igrejas_20110421_44_1kHz.mp3

Nota: Essa reportagem é sintomática. Demonstra uma realidade que se expande a mais países e que evidencia o desinteresse de parte da população, nesse caso em relação a igrejas católicas ou protestantes. Há igrejas que se transformaram, veja a incoerência, em boates, como diz a própria reportagem em áudio. A grande pergunta que líderes cristãos devem se fazer não é o que será feito com os prédios ou o custo para se manter uma sede. Mais do que um patrimônio histórico e cultural dos países, as igrejas deveriam ser comunidades de refúgio espiritual e adoração verdadeira a Deus em respeito a Ele e Seus princípios. A grande indagação deveria ser direcionada ao porquê de algumas igrejas estarem completamente esvaziadas e por que os fiéis não mais congregam ali. A questão é espiritual e não comercial. Falta oração, estudo sério e consistente da Bíblia Sagrada e principalmente amor às pessoas em muitas denominações. É a respeito disso que muitos líderes deveriam estar dialogando.

Pais preferem filhos longe da TV aberta

sexta-feira, 20 de maio de 2011 0 comentários

Meio & Mensagem, 20.05.2011.

Superprotegidas pelos pais que, diante dos altos índices de violência e da periculosidade das ruas, acreditam que o melhor lugar para manter seus pequenos é dentro de casa – as crianças desta década apresentam hábitos de vida e de consumo totalmente diferente dos seus pais e das pessoas de gerações anteriores. E um deles é a adoção dos canais da TV por assinatura como sua principal janela para o mundo e fonte de entretenimento.

Essas são algumas conclusões trazidas pela pesquisa “Crianças de Ontem, Pais de hoje”, realizada pela Discovery Networks para o canal infantil Discovery Kids. Realizada com 1450 pais de diversas cidades brasileiras (assinantes do canal), o estudo procurou fazer um comparativo entre a criação dos pais com a atual geração.

De maneira geral, os índices mostram que a preocupação dos pais com a segurança e educação dos filhos vem fazendo com que os pequenos concentrem grande parte de suas atividades entre as paredes de casa. Dessa maneira, o consumo de TV e internet banda larga é cada vez maior, enquanto os antigos hábitos comuns na infância – como brincar na rua, dormir na casa de amigos ou andar de transporte público – estão virando coisa do passado.

Enquanto 89% dos adultos entrevistados garante que brincar na rua era uma de seus principais atividades, somente 14% das crianças de hoje desfrutam desse tipo de diversão. “A liberdade das crianças está muito restrita. Os pais querem proteger os filhos dos perigos e, praticamente, os acompanham em tudo”, analisa Marcela Doria, gerente de pesquisa do Discovery Networks.

Na prática, essa geração superprotegida acaba desconhecendo atividades simples, como ir à escola a pé (somente 8% fazem isso, enquanto para 77% dos pais, caminhar ao colégio era um hábito comum), andar de ônibus sozinhas (apenas 1% dos pais pesquisados já permitiram que seu filho pegue um transporte público desacompanhado) e dormir na casa de amigos (enquanto 41% dos adultos costumava fazer isso, antigamente, somente 16% ainda conserva esse hábito).

Mídia

Segundo outros dados do estudo, 93% dos pais preferem que as crianças assistam TV por assinatura do que a programação da TV aberta e quatro entre dez pais controlam (ou, no mínimo, opinam) sobre o que os filhos irão sintonizar na telinha. De acordo com a Discovery, esse comportamento deve-se ao fato de os adultos acreditarem que os canais infantis da TV paga são mais educativos e condizentes com as crianças do que a programação aberta.

A pesquisa também mostrou que 57% das crianças têm TV em seus quartos e que 19% delas – mesmo antes de completar dez anos – já têm o seu próprio telefone celular. Além disso, 83% dos pais afirmam que os filhos são acompanhantes assíduos deles nas compras em supermercados e lojas e que, muitas vezes, são os pequenos que decidem o que será colocado no carrinho.

 Nota: O grande problema não é a existência de conteúdo de baixíssima qualidade nos meios de comunicação, mas o fato de muitos pais não exercerem seu papel de orientação quanto ao que os filhos devem saber a respeito dos programas de TV e mesmo Internet. Um dos grandes males do nosso século é a incapacidade das pessoas de exercerem consciência crítica diante do que veem, ouvem e eventualmente leem (digo eventualmente, porque a leitura cai a cada ano que passa especialmente em países como o Brasil e outros que não incentivam de fato a educação). Os tempos são muito difíceis para as crianças e adolescentes, pois as brincadeiras infanto-juvenis mudaram radicalmente e o problema não está apenas na TV aberta, mas na TV paga com programas que incentivam sexo livre, apresentam os mortos como participantes da vida aqui nesse mundo ainda, entre outros conceitos para os quais a Bíblia não dá amparo. Por esse motivo, o culto doméstico e os princípios bíblicos, no caso das famílias cristãs, deve ser prioridade. O controle remoto é apenas um instrumento nesta história toda, mas o mais importante é que jovens, crianças e adolescentes saibam escolher e por que escolher determinados filmes, sites, blogs, assuntos nas redes sociais. E isso passa pela conscientização junto com os pais e com consumo do que ainda tem de boa qualidade nos meios de comunicação (o que não é muito mesmo, a menor parte).

Garoto diz ter visto Jesus em viagem espiritual e seu relato se torna best-seller

domingo, 8 de maio de 2011 5 comentários

Revista IstoÉ, 06.05.2011.

Ele tem cabelo castanho e tem cabelo no rosto. E os olhos dele… Ah, papai, os olhos dele são tão bonitos!” Foi assim, de um jeito tipicamente infantil, que o garoto americano Colton Burpo descreveu Jesus Cristo após encontrá-lo durante uma suposta viagem espiritual. Colton tinha apenas 4 anos de idade e viveu essa experiência ao fazer uma cirurgia para a retirada de um apêndice rompido. Ele afirma ter visitado o Céu, conhecido o filho de Deus e também sua irmãzinha. Tudo isso em apenas três minutos. Aí é que está o detalhe que levou muita gente a acreditar no garoto, hoje com 12 anos: essa irmã não chegou a nascer porque sua mãe sofreu um aborto espontâneo e Colton era muito pequeno para ter consciência do fato. Impressionado com as descrições do menino, o seu pai, Todd Burpo, que é um pastor protestante, decidiu contar tudo o que ouviu dele no livro “O Céu é de Verdade – O Impressionante Relato do Menino que Foi ao Céu e Voltou para Contar” (Thomas Nelson Brasil), feito em coautoria com a escritora Lynn Vincent, hoje no topo da prestigiada lista de best-sellers de não ficção do jornal “The New York Times”. Nos EUA foram vendidos mais de três milhões de exemplares. No Brasil, a primeira tiragem foi de 20 mil livros e uma segunda já está sendo preparada.
Colton e seu pai: três minutos no paraíso
Supõe-se que um dos trunfos do livro seja a maneira ingênua como Colton descreve Jesus e suas experiências no Paraíso, típica de uma criança à qual falta o pleno domínio do vocabulário. “Ei, papai, você sabia que Jesus tem marcadores?”, pergunta o menino, sem saber explicar de outra maneira as marcas da crucificação nas mãos e nos pés de Cristo. E continua: “Ele tem um cavalo. Sim, um cavalo da cor do arco-íris. Eu fiz carinho nele. Tem muitas cores lá.” No passeio de alguns minutos no Céu, o menino também teria conhecido um bisavô já falecido. Por informações como essa, os pais acreditaram em cada palavra. E, pelo visto, muitos leitores também.
A surpresa com o sucesso desse relato só não é maior porque o filão de livros sobre a possibilidade de vida em outra dimensão já demonstra vigor há algum tempo. Outra criança que teria passado por uma experiência de quase morte e recordado de tudo o que viveu em outro plano foi o americano Alex Malarkey, de 6 anos. Ele se tornou tema de documentário feito para a tevê nos EUA, baseado no livro “The Boy Who Came Back From Heaven” (O Menino que Voltou do Céu, ainda sem tradução no Brasil), sobre o que aconteceu com ele. Em Hollywood, o interesse por essas narrativas gerou recentemente o ótimo drama “Além da Vida”, de Clint Eastwood, filão que já provou a sua força no Brasil com a recente safra de filmes centrados no líder espiritual Chico Xavier. Apenas o longa “Nosso Lar”, inspirado na obra homônima do médium, superou os três milhões de espectadores.

Nota: Realmente, como diz a reportagem, este assunto não é novidade e tem sido explorado comercialmente há muitos anos pela indústria da literatura esotérica. O anseio humano de saber como é o Céu onde Deus habita pode ser saciado com a leitura de trechos da Bíblia como os capítulos 21 e 22 do livro de Apocalipse, entre outros, que dão uma ideia do conceito de céu segundo a revelação principal do cristianismo. Como registrou o apóstolo Paulo, em I Coríntios 2:9: "mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam". O Céu prometido na Bíblia certamente será muito mais interessante e atraente do que se imagina.
As especulações alimentam uma indústria de livros de todo o tipo de autores e abordagens e possuem um nítido fundo espírita ou espiritualista. Essa linha de pensamento fundamentada na aparente inocente descrição do garoto não foge muito dos documentos de autores espíritas sempre presentes na lista dos best-sellers brasileiros. É basicamente a mesma: alguém fora do seu corpo, em outra dimensão, vai ao céu ou a algum pretenso lugar de paz, tranquilidade em busca de respostas ou de pessoas a quem ama. Volta para relatar o que viu, ouviu e sentiu e isso se torna fato inquestionável e evidência de vida além da morte ou fora do corpo. 
É um conceito que difere do que a Bíblia Sagrada ensina ao dizer que não sabemos exatamente como será o Céu e nem temos acesso ao que lá ocorre hoje. Claro que temos acesso a Jesus Cristo por meio da oração e eventualmente visões. Lógico que eu não posso afirmar que o menino não viu a Jesus, etc, como dizem, mas este relato me parece bastante sensacionalista. Qual é o objetivo deste tipo de publicação? Mostrar que precisamos viver realmente os ensinamentos de Jesus Cristo na prática, incluindo os mandamentos, ou reforçar a tese de que há vida fora do nosso corpo, de uma alma e um corpo distintos como pregou o dualismo grego há centenas de anos? São indagações que podem e merecem ser feitas ao lermos algo a respeito de um livro como esse. 
Essas experiências, como a do livro do garoto de 12 anos, mostram-se surpreendentes e até convincentes para muitos, mas qual o grau de confiabilidade que elas possuem se submetidas ao que a Bíblia Sagrada declara em seu contexto?

Sociedade Criacionista questiona pesquisa mundial sobre crença em Deus

terça-feira, 3 de maio de 2011 0 comentários

Do Portal Adventista, 02.05.2011.

Desde a semana passada, tem repercutido no mundo pesquisa divulgada pela empresa Ipsos para a agência de notícias Reuters. A pesquisa ouviu 18.829 adultos e concluiu que 51% dos entrevistados "definitivamente acreditam em uma 'entidade divina' comparados com os 18% que não acreditam e 17% que não tem certeza". O país onde mais se acredita na existência de Deus ou de um ser supremo é a Indonésia, com 93% dos entrevistados. A Turquia vem em segundo, com 91% dos entrevistados e o Brasil é o terceiro, com 84% dos pesquisados.
Criação X evolução - Ainda de acordo com o levantamento, entre os entrevistados no mundo todo, 28% se definiram como criacionistas, acreditam que os seres humanos foram criados por uma força espiritual como o Deus em que acreditam e não acreditam que a origem do homem viesse da evolução de outras espécies como os macacos. Nesta categoria, o Brasil está em quinto lugar, com 47% dos entrevistados, à frente dos Estados Unidos (40%). Em primeiro lugar está a Arábia Saudita, com 75%, seguida pela Turquia, com 60%, Indonésia em terceiro (57%) e África do Sul em quarto lugar, com 56%.
Por outro lado, 41% dos entrevistados no universo pesquisado pela Ipsos se consideram evolucionistas, acreditam que os seres humanos são fruto de um lento processo de evolução a partir de espécies menos evoluídas como macacos. Entre os evolucionistas, a Suécia está em primeiro lugar, com 68% dos entrevistados. A Alemanha vem em segundo, com 65%, seguida pela China, com 64%, e a Bélgica em quarto lugar, com 61% dos pesquisados.
Para o presidente da Sociedade Criacionista Brasileira (SCB), doutor Ruy Vieira, “lendo a notícia fico impressionado sobre como podem ser tratados os dados obtidos a partir de uma enquete que ouviu menos de 20 mil pessoas, para tirar conclusões sobre assuntos complexos que envolvem um ‘universo’ (estatístico) de cerca de 7 bilhões de pessoas que povoam o planeta hoje. Essa amostra corresponde a menos de um décimo de milésimo de 1% da população mundial”, comenta.
Conforme Vieira, com relação ao assunto criação x evolução, o Brasil foi apresentado como ocupando o 5º lugar, apesar de ocupar o 3º com relação à crença em Deus, o que por si só, na sua avaliação, desqualifica a coerência dos dados (ou das próprias questões feitas), pois para o presidente da SCB fica evidente que o Deus da enquete não coincide com o Deus Criador da revelação bíblica. “Esse tipo de metodologia (ou de falta dela) nos remete à falácia da propaganda enganosa referente ao grau de identidade de 99% entre o genoma dos chimpanzés e o dos seres humanos”. Um artigo interessante sobre este assunto pode ser lido gratuitamente no boletim Ciência das Origens, nº 13, disponível gratuitamente no site da Sociedade Criacionista Brasileira, especificamente o artigo “São os Chimpanzés 99,4% idênticos aos seres humanos?


Nota: Realmente é complicado, através desta pesquisa, criar uma relação direta entre crença e a discussão entre criação e evolução, até porque muitos dos entrevistados talvez nem saibam exatamente o que significam estes dois conceitos. Se a pesquisa pedisse aos entrevistados que definissem o que é criação e o que é evolução, por exemplo, certamente as respostas seriam evasivas e distantes dos que os estudiosos entendem destas duas maneiras de se explicar a origem do universo e da vida. Faltam profissionais capacitados em escolas públicas e privadas para ensinar sobre criacionismo e evolucionismo. As tentativas até agora são inócuas  neste sentido e os dois posicionamentos não são bem entendidos e consequentemente a mídia não dá um espaço equilibrado entre as duas visões e nem no meio acadêmico isso ocorre.

 
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