Fui
chamado à atenção, por influência de reportagem na Revista IstoÉ, a dados da
pesquisa Telefónica Global Millennial Survey feita no início desse ano em 27
países e que envolveu 12.171 entrevistados com idade entre 18 e 30 anos. Os dados são bastante significativos para se
ter uma ideia do que pensa esse grupo chamado tecnicamente de Geração Milênio.
Eu, pelo que entendi, sou da geração anterior, a Geração X. Então mais
interessado estou em entender estatisticamente qual a cabeça desse grupo. E
qualquer empreendedor deveria estar interessado nisso também.
Por
questões profissionais, fui logo ver o que a pesquisa revelava no quesito
religiosidade. E os dados ali apontados são bem interessantes, embora seja
necessário frisar que a pesquisa não foi desenvolvida para avaliar
comportamento religioso, mas seu foco foi em tecnologia.
Pelo
menos 76% dos que responderam à pesquisa disseram que estão abertos a outras
crenças religiosas diferentes das suas. 37% falaram que estão muito abertos e
39% um pouco abertos. Apenas 10%
afirmaram que não estão nem um pouco abertos para abraçar ou aceitar crenças
que diferem das suas. Curioso é constatar que o maior percentual de jovens que
estariam dispostos a assumir novas crenças religiosas (46%) se deu no grupo
entrevistado da América Latina.
Paralelo
a isso, globalmente 51% disseram que são menos devotos ou religiosos do que
seus pais. Novamente a América Latina apresentou o índice mais expressivo nesse
aspecto (55% afirmaram que estão menos ligados à religião ou religiosidade do
que seus pais eram ou são).
Logicamente
a pesquisa detectou outros comportamentos. 76% disseram que possuem um
smartphone, em média esse grupo de pesquisados passa seis horas por dia
conectado à Internet, 64% consomem entretenimento midiático por meio da
Internet deixando TV, revistas e jornais bem para trás, 42% apontam o
conhecimento de tecnologia como fundamental para o sucesso profissional, entre
outros dados.
Essas
estatísticas me fazem refletir sobre a importância de as igrejas entenderem um
pouco mais o perfil dos jovens em todo mundo e considerarem isso em suas
estratégias de trabalho e aproximação para ajudar. Na Bíblia, Jesus nunca
afirmou que havia grupos ou classes de pessoas que não poderiam ser alcançados
pela mensagem de salvação tal como Ele ensinou.
Talvez
o acesso a esse público esteja difícil até por se compreender pouco como pensam
os representantes da geração dos totalmente conectados que não falam tanto em
igrejas, mas apreciam espiritualidade e não têm medo de abraçar crenças
religiosas que não são as que tradicionalmente sua família abraçou.
Essa
Geração Milênio, no entanto, valoriza muito a educação e o conhecimento
tecnológico, portanto é cética quanto ao que não provém dessas fontes. Na minha
opinião, precisam, não apenas do ensino de leis, normas e condutas
comportamentais, mas da experiência profunda e transformada do relacionamento
com Cristo.
Concordo
que educação, tecnologia e empreendedorismo são ferramentas importantes para um
jovem no mundo atual. Mas sem espiritualidade alicerçada na Bíblia Sagrada, ou
seja, sem uma base cristã sólida, esses outros conceitos serão de pouca importância
a longo prazo (mais precisamente, na eternidade).