Hoje, sexta, no site do IBGE.
Nota: Em uma lida mais cuidadosa dos dados, fica claro que a hegemonia religiosa tradicional católica cada vez é menor no Brasil. Ao mesmo tempo, abre espaço para uma maior pulverização religiosa com crescimento evangélico especialmente o pentecostal. É um ponto positivo, como mencionou o professor de comunicação Nilson Lage em seu twitter hoje, para os que defendem o estado laico. Isso significa dizer que estatisticamente cada vez se justifica menos o controle das decisões que envolvem a questão da religiosidade por parte de uma determinada religião em detrimento de outras. Os números demonstram que o equilíbrio entre católicos, evangélicos e praticantes de outras religiões é mais evidente.
Não tenho dados aqui para dizer agora, mas minha leitura dessa divulgação do censo do IBGE é a de que o número dos que se pronunciam ou se apresentam sem religião é bem mais expressiva do que se pensa. Somavam, em 2010, em torno de 15 milhões, evidentemente um número bem menor do que todos os evangélicos e católicos juntos. Mas é um dado que deveria fazer pensar até mesmo como os religiosos lidam com os não religiosos ou que se dizem sem religião e vice-versa. Criticar religiões, adotar uma postura preconceituosa e desrespeitosa é uma prática destituída de qualquer sentido prático, já que as estatísticas apontam para um país de muitas crenças distintas e com grupos bem identificados. Vale a máxima bíblica, nas palavras de Jesus Cristo, de "nos amarmos uns aos outros" e "não julgarmos para não sermos julgados".
Os resultados do Censo Demográfico 2010 mostram o crescimento da diversidade dos grupos religiosos no Brasil. A proporção de católicos seguiu a tendência de redução observada nas duas décadas anteriores, embora tenha permanecido majoritária. Em paralelo, consolidou-se o crescimento da população evangélica, que passou de 15,4% em 2000 para 22,2% em 2010. Dos que se declararam evangélicos, 60,0% eram de origem pentecostal, 18,5%, evangélicos de missão e 21,8 %, evangélicos não determinados. A pesquisa indica também o aumento do total de espíritas, dos que se declararam sem religião, ainda que em ritmo inferior ao da década anterior, e do conjunto pertencente às outras religiosidades.Os dados de cor, sexo, faixa etária e grau de instruçãorevelam que os católicos romanos e o grupo dos sem religião são os que apresentaram percentagens mais elevadas de pessoas do sexo masculino. Os espíritas apresentaram os mais elevados indicadores de educação e de rendimentos.
As mudanças, no entanto, não se restringem à composição religiosa da população brasileira. O Censo 2010 também registrou modificações nas características gerais da população, como, por exemplo, a aceleração do processo de envelhecimento populacional, a redução na taxa de fecundidade e a reestruturação da pirâmide etária. A investigação sobre cor ou raça revelou que mais da metade da população declarou-se parda ou preta, sendo que em 21 estados este percentual ficou acima da média nacional (50,7%). As maiores proporções estavam no Pará (76,8%), Bahia (76,3%) e Maranhão (76,2%). Apenas em Santa Catarina (84,0%), Rio Grande do Sul (83,2%), Paraná (70,3%) e São Paulo (63,9%) mais da metade da população havia se declarado branca em 2010.
Além disso, quase 46 milhões de brasileiros, cerca de 24% da população, declarou possuir pelo menos uma das deficiências investigadas (mental, motora, visual e auditiva), a maioria, mulheres. Entre os idosos, aproximadamente 68% declararam possuir alguma das deficiências. Pretos e amarelos foram os grupos em que se verificaram maiores proporções de deficientes (27,1% para ambos). Em todos os grupos de cor ou raça, havia mais mulheres com deficiência, especialmente entre os pretos (23,5% dos homens e 30,9% das mulheres, uma diferença de 7,4 pontos percentuais). Em 2010, o Censo registrou, ainda, que as desigualdades permanecem em relação aos deficientes, que têm taxas de escolarização menores que a população sem nenhuma das deficiências investigadas. O mesmo ocorreu em relação à ocupação e ao rendimento. Todos esses números referem-se à soma dos três graus de severidade das deficiências investigados (alguma dificuldade, grande dificuldade, não consegue de modo algum).
Pesquisa completa em ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Caracteristicas_Gerais_Religiao_Deficiencia/caracteristicas_religiao_deficiencia.pdf
Não tenho dados aqui para dizer agora, mas minha leitura dessa divulgação do censo do IBGE é a de que o número dos que se pronunciam ou se apresentam sem religião é bem mais expressiva do que se pensa. Somavam, em 2010, em torno de 15 milhões, evidentemente um número bem menor do que todos os evangélicos e católicos juntos. Mas é um dado que deveria fazer pensar até mesmo como os religiosos lidam com os não religiosos ou que se dizem sem religião e vice-versa. Criticar religiões, adotar uma postura preconceituosa e desrespeitosa é uma prática destituída de qualquer sentido prático, já que as estatísticas apontam para um país de muitas crenças distintas e com grupos bem identificados. Vale a máxima bíblica, nas palavras de Jesus Cristo, de "nos amarmos uns aos outros" e "não julgarmos para não sermos julgados".