Pastores recorrem até o diabo em guerra do "mercado" da fé

domingo, 25 de março de 2012 1 comentários

Veja, 25.03.2012.
Originalmente publicado em http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/o-diabo-entra-na-briga-entre-edir-macedo-e-valdemiro


Os hoje arqui-inimigos Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, e Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, convocaram o demônio para ajudá-los na batalha que travam pela alma e generosidade dos fiéis. Recentemente, em seu programa de TV, Macedo “interrogou” o diabo, que, supostamente encarnado em uma devota, “confessou” ter se instalado na igreja rival e ser o responsável pelas propaladas curas operadas por Valdemiro. As entrevistas com o demônio para difamar a concorrência passaram a ser recorrentes na programação da Rede Record. O chefe da Mundial, por sua vez, rebateu as acusações com outras de igual fineza: em seu programa no Canal 21, ele afirmou que o “câncer” de Macedo é obra do demônio. Na tréplica, Macedo levou sua médica à TV para atestar que não sofre da doença e ainda exibiu no programa Domingo Espetacular, da Rede Record, uma reportagem sobre a compra, por Valdemiro, de três fazendas avaliadas em 50 milhões de reais.
O acirramento da guerra dos pastores se dá num momento em que a Universal, de Macedo, perde fiéis e receita aos borbotões para a Mundial, de Valdemiro. Estima-se que, em catorze anos, o segundo tenha conquistado mais de 20% de seguidores do primeiro. Durante muito tempo, Valdemiro foi membro da cúpula da Universal. Preterido por Macedo na indicação para um posto de maior visibilidade na organização, ele rompeu com o chefe e fundou a sua própria igreja. Habilidoso, deu um passo atrás e resgatou o modelo primitivo que deu origem ao fenômeno da Universal: a luta contra Lúcifer e a promessa de curas e milagres de toda ordem — pilares que Macedo mais tarde substituiu pela “teologia da prosperidade”. Ao adotar essa estratégia, Valdemiro passou a atender um nicho de fiéis que Macedo havia negligenciado com o amadurecimento do seu negócio, o público de menor poder aquisitivo e alta credulidade. Seus seguidores passam horas de pé em filas para poder tocar o seu corpo ou recolher um pouco de seu suor em toalhas ou pedaços de pano que são distribuídos na igreja. Valdemiro fomenta a crença de que sua transpiração tem o condão de realizar milagres.
Com os cofres recheados, Valdemiro passou a assediar os membros da Universal. Oferecendo salários e comissões mais altos que os pagos por Edir Macedo, ele atraiu prepostos do rival na Argentina, Inglaterra e em países africanos. Para profissionalizar seus negócios, canibalizou executivos da Record e do Banco Renner, controlado pela Igreja Universal. A riqueza que Valdemiro Santiago ostenta Macedo contabiliza como prejuízo. O estrangulamento de suas contas pela concorrência chegou a afetar as operações da Record e a atrasar salários na TV, como ocorreu no ano passado. O quadro de deterioração das finanças de Macedo se tornou ainda mais calamitoso com a penhora pela Justiça da sede da emissora no Rio de Janeiro para garantia do pagamento de dívidas da Universal do Reino de Deus. 
A má fase não terminou aí. Em setembro, o Ministério Público denunciou Edir Macedo pelos crimes de estelionato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Os procuradores o acusam de lavar no exterior o dízimo recebido pelos fiéis para depois despejá-lo nas contas da Record. Ao lançar suspeitas sobre a forma como Valdemiro adquiriu suas fazendas, Macedo quer mostrar que o ex-discípulo também dá suas trombadas com a lei. Valdemiro já esteve enroscado em outras diabruras. Em 2003, o chefão da Mundial foi condenado a pagar cestas básicas por porte ilegal de armas. Ele foi flagrado em uma blitz com uma escopeta, duas carabinas e munição. Em 2010, três de seus pastores foram presos em Mato Grosso do Sul transportando sete fuzis M-15. Em depoimento à polícia, o motorista afirmou que o destino das armas era a cidade de Niterói, no Rio de Janeiro.
A crise desencadeada pela Mundial do Poder de Deus obrigou Macedo a redesenhar a administração de seu negócio. Uma das providências foi baixar as exigências para a abertura de novos templos. Antes, para abrir uma franquia, o pastor tinha de comprovar um potencial de arrecadação mínimo de 150 000 reais mensais, a ser atingido em seis meses. Agora, esse piso caiu para 50 000 reais. A comissão a que cada pastor tinha direito sobre o total arrecadado além da meta era originalmente de 10%. Macedo agora a dobrou. O que ele não abre mão é da eficiência. Os pastores que não cumprem as metas dentro do prazo contratado são transferidos ou perdem o comando da franquia. Essa mudança, que aponta para uma capilarização da Universal, faz parte da estratégia de Macedo de substituir o modelo de construção de megatemplos pela pulverização de igrejas menores no país, de manutenção mais barata e mais próximas da casa dos fiéis. Com isso, ele espera baixar os seus custos de operação e evitar que outras ovelhas se desgarrem. Pastores e assessores próximos dos dois líderes afirmam que estes são apenas os primeiros movimentos de uma guerra sem previsão de fim.
Nota: Essa guerra mercadológica, que mistura religião com comércio de fiéis, é absurda porque é antibíblica. Folheie com sinceridade os evangelhos de Jesus Cristo e não encontrará esse tipo de direcionamento de Seu ministério que é evocado por líderes de diversos segmentos protestantes e pentecostais na atualidade. O que se leva em conta aí não parece ser a salvação espiritual das pessoas e nem a importância que elas têm para Deus, mas o quanto elas valem na balança financeira. Embora evidentemente as duas igrejas ajudem as pessoas, podemos nos perguntar com qual objetivo especificamente isso é feito. Seria porventura com o objetivo de que elas sejam fieis arrecadadoras depois, ou seja, multiplicadoras do conceito de mercantilização da fé para dar prosseguimento ao trabalho de crescimento puramente financeiro dessas organizações? Isso pode não ser ilegal, mas é imoral e antibíblico. Ou seja, há aí uma nítida contradição entre o que a Bíblia ensina e a maneira como se administram determinadas instituições religiosas. 
Quem sai ganhando com essa guerra? Os membros por poderem transitar de uma igreja para a outra e ganhar em qualidade? Não necessariamente. Se uma e outra são iguais em essência administrativa, qual a diferença real entre elas? Algum ponto doutrinário? Provavelmente não. 
Quem sai ganhando não é a comunidade religiosa, mas aqueles que se beneficiam economicamente do troca-troca de membros. A antiga desculpa dos custos de televisão estão começando a não "colar" mais, visto o patrimônio que alguns líderes têm produzido com toda essa arrecadação. Muito lamentável essa situação!

Frente evangélica quer discutir lutas pela TV

quarta-feira, 21 de março de 2012 1 comentários

GNotícias, 20.03.2012.
Originalmente publicada em http://noticias.gospelmais.com.br/frente-parlamentar-evangelica-debatera-projeto-proibe-transmissao-lutas-tv-32254.html


O Projeto de Lei 5534/2009, que veda a transmissão de lutas marciais pelas emissoras de televisão, será debatido em Audiência Pública. A discussão sobre o assunto contará com representantes das emissoras de TV, educadores, representantes da universidades e do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor, além dos presidentes da Frente Parlamentar Evangélica e Frente Parlamentar Católica. Anderson Silva, lutador profissional de MMA também foi convidado a comparecer à audiência.
A audiência foi requerida pelo deputado Sibá Machado, visando ampliar a discussão sobre o projeto, que está em análise na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática. O escopo do projeto seria a resguardar crianças, adolescentes e adultos do contato com cenas de violência explícita, também levando em consideração a ofensa aos direitos humanos.
De acordo com o requerimento, “as sociedades têm obrigação de educar seus cidadãos, as crianças e adolescentes de modo especial, para a solidariedade, para o espírito coletivo, para a paz. A educação não é atribuição exclusiva da escola estrito senso. Um conjunto de instituições é que acabam por configurar a educação – e, sem dúvida, a televisão, por seu enorme poder, é parte do esforço educacional, até por atribuição constitucional.”.
O texto argumenta sobre a influência nociva das lutas sobre telespectadores, à sociedade e aos próprios lutadores, e ainda faz duras cíticas ao estilo de luta MMA (artes marciais mistas), e ao Ultimate Fighting Championship – UFC, que é a organização responsável pelas lutas. Descreve casos onde um lutador morreu e outro ficou tetraplégico por causa das lutas, e afirma: “ Campeonatos de MMA e UFC, não são apropriados para seres humanos”.
Nota: Com toda a sinceridade, apesar de a intenção dessa frente parlamentar parecer ser a das melhores, esse é o tipo de discussão de caráter quase inócuo e que não terá grandes resultados práticos. Eliminar esse tipo de programa da TV aberta, levando em conta que já é transmitido em horário avançado, não resolve um problema que está dentro de muitas famílias evangélicas ou não. O problema a que me refiro é a falta de critérios que pessoas, que se dizem cristãs, possuem em relação ao que consomem. 
E faltam critérios não porque a Bíblia não contenha orientação suficiente a respeito. Deus, o inspirador, em Sua Palavra deixa recados diretos para os leitores a respeito do que é próprio e o que não é para aqueles que Nele confiam e O seguem. A ausência de parâmetros sobre o que ver na TV, sobre que música ouvir ou como se portar nas redes sociais da web se dá porque muitos simplesmente não consideram o que é revelado. E transmitem esse conceito aos filhos que, por sua vez, continuam a reproduzir esse comportamento. 
Falta crivo para cristãos que, daqui a pouco, vão necessitar de leis proibindo a existência de aparelhos de TV ou de equipamentos que permitem se ouvir música em formato digital. Essas leis podem ser moralmente interessantes, mas não resolvem o problema que está dentro de cada pessoa e que se chama pecado (transgressão da lei divina - cf I João 3:4). E pecado, biblicamente falando, é algo com o qual o ser humano convive e lida por meio da íntima relação constante com Deus. 
Algo para ser motivo de uma mais profunda reflexão...

Arqueólogo vê com cautela desenhos cristãos em Jerusalém

terça-feira, 6 de março de 2012 0 comentários


Revista IstoÉ, dessa semana


Para quem estuda as origens do cristianismo, qualquer registro produzido durante ou próximo da passagem de Jesus Cristo pela Terra vale ouro. Além de raros, esses documentos, muitas vezes feitos por quem conviveu com o messias, têm importância histórica sem igual. Nesse sentido, fica fácil entender o rebuliço causado pelo anúncio, na semana passada, da descoberta do que seriam os primeiros desenhos e escritos cristãos, datados do ano 70 d.C. Encontrados por uma equipe de estudiosos da religião em uma catacumba debaixo de um condomínio de prédios de Jerusalém, os achados surpreenderam a todos. “Até a gente teve dificuldade em acreditar que havia feito essa descoberta”, diz Simcha Jacobovici, coordenador da empreitada, documentarista e professor na Universidade Huntington, nos Estados Unidos. “Mas as evidências que estavam diante de nós eram fortes demais.”

Dois objetos são o centro das atenções do achado – um ossuário gravado com um desenho que seria de um peixe, símbolo que imperou como representação gráfica do cristianismo em seu início, e uma pedra com inscrições na língua grega que poderiam ser traduzidas como “Divino Javé, ascenda”. Segundo a equipe de Jacobovici, a imagem do peixe seria a mais reveladora, já que ela seria uma referência à história de Jonas, tida como uma alegoria da ressurreição de Cristo, um dos pilares do cristianismo. Dado como morto ao ser engolido por uma baleia, Jonas surgiu vivo três dias depois, como Jesus emergiu de seu sepulcro.

Mas as sugestões espetaculares da equipe de Jacobovici, que trabalhou com a ajuda de um braço mecânico para chegar às catacumbas, não convencem a todos. A comunidade arqueológica, em especial, tem se mostrado bastante cética. “Ninguém garante que o desenho seja de um peixe, muito menos que esse peixe represente a história de Jonas”, afirma Rodrigo Pereira da Silva, arqueólogo e doutor em teologia bíblica. “Há dúvidas também quanto à tradução do que dizem as inscrições.” O histórico de Jacobovici e sua equipe também não ajuda. Em 2007, o professor anunciou, com alarde, a descoberta do suposto ossuário de Jesus, o que foi prontamente rebatido por arqueólogos e logo identificado como uma ação de marketing para o lançamento de um livro e um documentário no mesmo ano. Curiosamente, um livro e um documentário estão previstos para acompanhar essa nova descoberta. “Para chegar às conclusões a que eles chegaram, esse material ainda precisa ser muito estudado”, resume Silva.


Nota: Conheço o Dr. Rodrigo Silva, especialista em arqueologia, que foi um dos entrevistados pela revista IstoÉ e considero importante essa cautela apresentada por ele. Já houve vários "achados" que chamaram a atenção muito mais pela exposição na mídia do que pela consistência propriamente dita. A especulação de novidades e evidências arqueológicas em torno de Jesus Cristo e dos relatos principalmente dos evangelhos tem, muitas vezes, um fundo comercial ou de promoção pessoal. Já ocorreram no passado anúncios que se mostraram completamente inverídicos quando submetidos ao crivo rigoroso da pesquisa minuciosa. Não tenho condições técnicas de afirmar que é o caso desse anúncio, mas a cautela é necessária. 
Há muita revelação da arqueologia bíblica que já dá bom embasamento a quem deseja ler e pesquisar sobre o tema. Claro que novidades devidamente checadas e confirmadas sempre são bem-vindas. Por outro lado, é muito interessante que os interessados em conhecer acerca de evidências de Jesus e Seus ensinos não deixem de ler a Bíblia Sagrada mesmo, fonte preservada ao longo dos séculos com os ensinamentos de Jesus e Sua influência.

Lei Geral da Copa: quando o dinheiro fala mais alto que o bem-estar

domingo, 4 de março de 2012 0 comentários

Portal da Copa, 29.02.2012.

A votação dos dez destaques do projeto de Lei Geral da Copa (PL 2330 de 2011) foi remarcada para a terça-feira (6.03) da próxima semana. O adiamento ocorreu em função da votação, no Plenário da Câmara dos Deputados, de duas medidas provisórias (MPs 547/11 e 548/11) e da conclusão da análise do projeto que regulamenta a previdência complementar dos servidores públicos (PL 1992/07). Os parlamentares aprovaram na terça-feira o texto-base da Lei Geral, apresentado pelo relator da matéria, deputado Vicente Cândido (PT-SP), mas haviam deixado requerimentos apresentados para serem apreciados hoje.

De acordo com o relator, a estimativa é que os destaques sejam votados na próxima terça e que o projeto seja apreciado pelo plenário na quarta-feira. Assim, na opinião de Vicente Cândido, haveria boas chances de o projeto chegar ao Senado, onde também precisa ser aprovado pelo plenário, na próxima semana.

Dentre os requerimentos, há três propostas de retirada dos artigos do Projeto de Lei que permitem a venda de bebidas alcóolicas nos estádios durante a Copa do Mundo de 2014. Outros pontos pendentes tratam da concessão de vistos, da venda de ingressos, do marketing de emboscada por intrusão, do acesso aos locais de evento, da captação e retransmissão de som e imagem, da utilização indevida dos símbolos oficiais e da multa em caso de desistência da compra de ingressos.

Cândido acredita que o debate com os demais parlamentares no Plenário da Câmara será caloroso e que emendas devem ser apresentadas. “É sempre quente o debate. Imaginando que a gente derrote o destaque sobre bebidas alcóolicas aqui, ele vai aparecer no plenário em forma de emenda e pode também aparecer emenda fazendo o contraponto, instituindo de forma permanente a venda de bebidas alcóolicas no Estatuto do Torcedor. Sendo um debate de alto nível, o Congresso é legítimo para deliberar sobre isso.”

Destaques
Os pontos pendentes tratam da venda e consumo de bebidas alcóolicas, da concessão de vistos, da venda de ingressos, do marketing de emboscada por intrusão, do acesso aos locais de evento, da captação e retransmissão de som e imagem, da utilização indevida dos símbolos oficiais e da multa em caso de desistência da compra de ingressos.

Sobre a venda de ingressos, Cândido se mostrou tranquilo para a aprovação do texto como apresentado na última versão do relatório. “Não vejo grande polêmica. Já debatemos bastante e há um acordo da maioria. Vale o que está escrito no texto até agora, garantindo meia entrada para os idosos nacionalmente e o acordo com a juventude para o beneficiamento do pessoal de baixa renda. Isso está superado”, acredita.

Em relação à manutenção do artigo que trata da responsabilidade civil da União como foi enviado pelo Executivo ao Congresso, Cândido esclareceu que a Advocacia Geral da União dará à FIFA a interpretação do governo sobre o texto que foi enviado. “Quem vai falar sobre esse item é a AGU, até porque quem assumiu essa garantia foi o ministro na época. É ele que vai tratar essa questão dentro do governo. Esse é o entedimento do governo com a FIFA. Resolvendo as expectativas da entidade, estará resolvido também o texto aqui no Congresso Nacional”, diz.

A Comissão Especial que aprecia o projeto de Lei Geral da Copa foi criada para dar celeridade à aprovação do texto enviado pelo Executivo. Com ela, não é preciso que a proposta passe por várias comissões, como a de Constituição e Justiça e de Defesa dos Direitos do Consumidor. A instalação ocorreu em 11 de outubro de 2011, quando foram eleitos o presidente e o relator, Renan Filho e Vicente Cândido, respectivamente.

Desde então, segundo histórico na página de acompanhamento da comissão, houve 10 sessões, incluindo audiências públicas em São Paulo, Manaus, Salvador e Porto Alegre. Órgãos de defesa do consumidor, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o presidente do Comitê Organizador Local da Copa, Ricardo Teixeira, e o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, também foram ouvidos.

Principais pontos do texto

Bebidas
A permissão da venda e consumo de bebidas alcoólicas nos estádios está prevista no substitutivo. Ela deverá ocorrer em copos de plástico, sendo vedado o uso de qualquer outro tipo de embalagem. Para outras áreas de hospitalidades e fan fests, não há restrição. “A venda e o consumo de bebidas, em especial as alcóolicas, nos Locais Oficiais de Competição, são admitidos desde que o produto esteja acondicionado ou seja consumido em material plástico, vedado o uso de qualquer outro tipo de embalagem”, afirmou Cândido, na justificativa do relatório.

Meia-entrada e grupo 4
Serão separados 300 mil ingressos para uma categoria especial, popular, chamada Categoria 4. Os tíquetes, que serão vendidos a cerca de R$ 50, atenderão a grupos como idosos, estudantes e participantes de programa federal de transferência de renda.
O autor resguarda o direito estabelecido pela Lei nº 10.741, de 1 de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso). Assim, pessoas com mais de 60 anos poderão adquirir entradas para todas as outras três categorias pela metade do preço.

O texto ainda especifica que a Copa das Confederações, evento-teste de 2013, terá 50 mil ingressos na Categoria 4. Segundo o relator, no caso das entradas mais baratas para indígenas ou pessoas que aderirem à campanha “Por um mundo sem armas, sem drogas, sem violência, com trabalho decente”, ainda será necessário um acordo entre o poder público e a FIFA.

Excetuando-se o Estatuto do Idoso, o relator enfatiza que disposições constantes da legislação federal, estadual e municipal que garantirem descontos ou gratuidades em ingressos ou outros tipos de entradas para atividades esportivas, artísticas, culturais e de lazer não se aplicarão à Copa das Confederações e do Mundo.

Responsabilidade civil
O relator mantém o texto original, enviado pelo governo federal ao Congresso, conforme consta no artigo 22 da última versão do substitutivo: “A União responderá pelos danos que causar, por ação ou omissão, à FIFA, seus respectivos representantes legais, empregados ou consultores, na forma do art. 37, § 6º, da Constituição”.

Áreas de restrição comercial
Segundo o texto, a União colaborará com estados, DF e municípios para assegurar à FIFA e às pessoas por ela indicadas autorização para divulgar suas marcas, distribuir, vender, dar publicidade ou realizar propaganda de produtos e serviços nos locais oficiais de competição, nas suas imediações e principais vias de acesso. O limite dessas áreas será definido caso a caso. E, de acordo com o projeto, a delimitação dessas áreas não prejudicará as atividades dos estabelecimentos regularmente em funcionamento.

Vistos de entrada
O projeto prevê a concessão de vistos de entrada no Brasil para os membros da delegação da FIFA, representantes de imprensa e espectadores que tenham ingressos ou confirmação da aquisição de ingressos para jogos da Copa do Mundo.

Feriados em dias de jogos
Fica mantido no texto, ainda, a possibilidade de a União declarar feriados nacionais nos dias em que houver jogos da Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo. Estados e municípios também poderão declarar feriados os dias de partidas em suas cidades-sede.

Férias escolares
Em 2014, os Sistemas de Ensino deverão ajustar os calendários escolares de forma que as férias escolares decorrentes do encerramento das atividades letivas do primeiro semestre do ano, nos estabelecimentos de ensino das redes pública e privada, abranjam o período
entre a abertura e o encerramento da Copa do Mundo FIFA 2014 de Futebol.

Prêmio para ex-campeões
Vicente Cândido manteve, ainda, a concessão de um prêmio de R$ 100 mil em dinheiro para jogadores, titulares ou reservas, das seleções brasileiras masculinas campeãs das Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1970. Também está previsto um auxílio especial mensal no valor do teto pago pela Previdência Social para jogadores sem recursos ou com recursos limitados.

Nota: Esse projeto de lei comprova o interesse de uma nação única e exclusivamente por dinheiro e nada mais em detrimento da liberdade, do respeito às leis locais e da saúde pública. Quem vai ganhar dinheiro com todos esses pontos certamente os interessados diretos sabem. Mas quem vai  perder é a sociedade de modo geral. 
Sobre os pontos mais falados e que foram citados acima, sem dúvida alguma o maior absurdo é a autorização de venda de bebidas alcoólicas em estádios de futebol. Esse item só interessa ao Governo Federal, estaduais e às companhias fabricantes de bebidas alcoólicas, bem como a toda a cadeia comercial formada em torno disso. Do que adiantam pesquisas científicas e avaliações do Ministério da Saúde sobre os riscos do álcool se na hora de se aprovar leis que possam impedir a proliferação do pernicioso hábito nada ocorre. O interesse financeiro sobrepuja o interesse do bem-estar da população. Na Bíblia, há exemplos claros de governantes que preferiram agradar aos interesses de terceiros e se beneficiar disso em detrimento do que deveriam fazer para proporcionar maior qualidade de vida à população. O antigo rei de Israel, Acabe, por exemplo, preferiu agradar à família de sua esposa pagã e permitiu o culto idólatra acompanhado de sacrifícios humanos (à época) em detrimento da orientação divina que preservava a vida. 
A questão dos feriados e férias escolares não me impressiona, pois isso já ocorre de maneira prática sem necessidade de legislação específica. Mas aí é possível entender o porquê da educação brasileira não merecer qualquer voto de confiança se comparada com a de outros países. Não é apenas por causa da falta de investimentos. Outro motivo é o desinteresse em se estimular a juventude a estudar e a se preparar para ter um trabalho digno. Não seria obviamente diferente em relação ao período da Copa. Para que trabalhar e estudar? Parece melhor ficar horas vendo jogos ao vivo (para aqueles que conseguirem comprar ingressos de alto custo com antecedência) ou pela TV mesmo. 
Essa Lei Geral da Copa só evidencia que uma nação que coloca os interesses financeiros antes do bem-estar da população, que é o ideal de Deus, vai colher os frutos dessa e de outras decisões.




 
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