UOL, 25.08.2010, às 15h35min.
A falta de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis (DST) é comum entre profissionais do sexo. “Alguns clientes acham que podem pedir qualquer coisa só porque estão pagando. Eu também vejo colegas que aceitam tudo por causa dinheiro”, diz Harry Patrycio Lins, profissional do sexo há quatro anos. Morador de Belém (PA), Lins afirma que, para ele, o uso da camisinha é indispensável, mas a maioria dos colegas de trabalho não pensa assim.
A preocupação de Harry com as DST aumentou quando, há um ano, o irmão de 27 anos descobriu que tinha contraído o vírus da aids. “Quando você vê com os outros, percebe o problema, mas quanto acontece com alguém da sua família, alguém próximo, tudo desaba. Eu me miro na experiência dele para não passar pelo mesmo”, declara.
No caso de Anderson Soares, 25 anos, a preocupação só veio depois do diagnóstico positivo para gonorreia por duas vezes, depois dos 18 anos. “Agora eu sempre uso camisinha e faço o teste de HIV de seis em seis meses”, garante o trabalhador, que mora em Natal (RN).
Harry e Anderson fazem parte do grupo de 25 profissionais do sexo que estão reunidos em Brasília para discutir o direito à saúde e prevenção de DST entre a categoria. “Vir aqui é o melhor jeito de lutar pelos nossos direitos. O pessoal das ONGs [organizações não governamentais] não sabe o que acontece na rua. A gente fala para eles, mas eles não vivem isso na pele, todo dia”, explica Anderson, que trabalha na área há mais de dez anos.
O Encontro de Trabalhadores Sexuais Masculinos (Entrasex), que vai até sexta-feira (27), conta com a participação de representantes do governo e de movimentos sociais LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais).
Segundo diretor-adjunto do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa, o evento tem o objetivo de determinar os problemas que o grupo enfrenta e, com ele, desenvolver estratégias para incluí-lo nas políticas de direitos humanos.
“Essa parte da população [profissionais do sexo] é muito encoberta, invisível. Nós precisamos ouvi-la também. E no caso do homem é muito importante porque geralmente ele não procura serviço de saúde, só quando tem alguma infecção”, esclarece Barbosa.
Nota: A sociedade caminha definitivamente para uma acomodação moral de tal forma que as pessoas consideram habitual e corriqueiro serem "trabalhadoras sexuais". É a isto que se resume a sexualidade mesmo? A um trabalho em troca de dinheiro? Muitos podem pensar que é uma trajetória esperada e até moderna, mas eu questiono se a quebra da família, do casamento e da sexualidade convencional é saudável e pode ser encarada como normal, aceitável e tranquila. Uma coisa é respeitar as pessoas e ter consciência de que se trata de uma realidade da qual não se pode fugir. Outra coisa, bem distinta, é aceitar esta condição como a ideal ou até quase torná-la padrão para todos. Os "profissionais do sexo" querem seus direitos. Consideram, então, que sua vida não poderá ser nunca mais diferente do que é e que só lhes resta tentar moldar as leis e o mundo ao redor a sua realidade.
Há um trecho bíblico bastante interessante, registrado em Eclesiastes 7:29, onde diz, na versão de Almeida Revista e Atualizada, que "Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcia".Não sei sinceramente qual a palavra original e que aqui, em português, foi traduzida por astúcia, mas me parece bem adequado o texto. O homem não foi criado em desvio aberto contra a vontade divina. Envolveu-se, no entanto, com a dita astúcia. E me parece que esta astúcia está se tornando o único caminho, o caminho correto ou o mais adequado. Será mesmo?
A falta de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis (DST) é comum entre profissionais do sexo. “Alguns clientes acham que podem pedir qualquer coisa só porque estão pagando. Eu também vejo colegas que aceitam tudo por causa dinheiro”, diz Harry Patrycio Lins, profissional do sexo há quatro anos. Morador de Belém (PA), Lins afirma que, para ele, o uso da camisinha é indispensável, mas a maioria dos colegas de trabalho não pensa assim.
A preocupação de Harry com as DST aumentou quando, há um ano, o irmão de 27 anos descobriu que tinha contraído o vírus da aids. “Quando você vê com os outros, percebe o problema, mas quanto acontece com alguém da sua família, alguém próximo, tudo desaba. Eu me miro na experiência dele para não passar pelo mesmo”, declara.
No caso de Anderson Soares, 25 anos, a preocupação só veio depois do diagnóstico positivo para gonorreia por duas vezes, depois dos 18 anos. “Agora eu sempre uso camisinha e faço o teste de HIV de seis em seis meses”, garante o trabalhador, que mora em Natal (RN).
Harry e Anderson fazem parte do grupo de 25 profissionais do sexo que estão reunidos em Brasília para discutir o direito à saúde e prevenção de DST entre a categoria. “Vir aqui é o melhor jeito de lutar pelos nossos direitos. O pessoal das ONGs [organizações não governamentais] não sabe o que acontece na rua. A gente fala para eles, mas eles não vivem isso na pele, todo dia”, explica Anderson, que trabalha na área há mais de dez anos.
O Encontro de Trabalhadores Sexuais Masculinos (Entrasex), que vai até sexta-feira (27), conta com a participação de representantes do governo e de movimentos sociais LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais).
Segundo diretor-adjunto do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa, o evento tem o objetivo de determinar os problemas que o grupo enfrenta e, com ele, desenvolver estratégias para incluí-lo nas políticas de direitos humanos.
“Essa parte da população [profissionais do sexo] é muito encoberta, invisível. Nós precisamos ouvi-la também. E no caso do homem é muito importante porque geralmente ele não procura serviço de saúde, só quando tem alguma infecção”, esclarece Barbosa.
Nota: A sociedade caminha definitivamente para uma acomodação moral de tal forma que as pessoas consideram habitual e corriqueiro serem "trabalhadoras sexuais". É a isto que se resume a sexualidade mesmo? A um trabalho em troca de dinheiro? Muitos podem pensar que é uma trajetória esperada e até moderna, mas eu questiono se a quebra da família, do casamento e da sexualidade convencional é saudável e pode ser encarada como normal, aceitável e tranquila. Uma coisa é respeitar as pessoas e ter consciência de que se trata de uma realidade da qual não se pode fugir. Outra coisa, bem distinta, é aceitar esta condição como a ideal ou até quase torná-la padrão para todos. Os "profissionais do sexo" querem seus direitos. Consideram, então, que sua vida não poderá ser nunca mais diferente do que é e que só lhes resta tentar moldar as leis e o mundo ao redor a sua realidade.
Há um trecho bíblico bastante interessante, registrado em Eclesiastes 7:29, onde diz, na versão de Almeida Revista e Atualizada, que "Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcia".Não sei sinceramente qual a palavra original e que aqui, em português, foi traduzida por astúcia, mas me parece bem adequado o texto. O homem não foi criado em desvio aberto contra a vontade divina. Envolveu-se, no entanto, com a dita astúcia. E me parece que esta astúcia está se tornando o único caminho, o caminho correto ou o mais adequado. Será mesmo?