O atentado contra o papa João Paulo 2º cometido na Praça São Pedro, em Roma, no dia 13 de maio de 1981 pelo turco Ali Agca, teria sido ordenado de dentro do Vaticano, com a colaboração de expoentes da máfia --é o que afirma a tese do escritor búlgaro Assen Marcevski.
Em entrevista exclusiva à agência de notícias búlgara Blitz, Marcevski antecipa algumas revelações que irá fazer em seu livro sobre o atentado. A obra deve ser lançada no segundo semestre do ano.
Marcevski foi intérprete do processo contra o búlgaro Serghey Antonov, acusado por Agca de ser um dos mentores do ataque. Em 1986 Antonov, que morreu no ano passado em Sófia, foi considerado pela justiça italiana inocente por falta de provas.
Segundo o escritor, João Paulo 2º pretendia "colocar ordem na casa", canalizar a influência de grupos maçons no Vaticano e, principalmente, a do monsenhor Paul Casimir Marcinkus, diretor do Instituto para as Obras Religiosas (IOR), o banco da Santa Sé, que lavava o dinheiro da máfia ítalo-americana proveniente da venda de drogas.
As intenções de Karol Wojtyla, as mesmas de seu antecessor João Paulo 1º, que morrera de forma inesperada um mês após assumir o Pontificado, fizeram com que determinados círculos do Vaticano, junto à máfia, organizassem o atentado.
Já a escolha por Ali Agca para cometer o crime se deu após ele ter manifestado publicamente sua intenção de assassinar o então papa por razões religiosas.
O atentado contra João Paulo 2º foi cometido durante a audiência geral do Vaticano realizada numa quarta-feira. Wojtyla teve ferimentos no estômago, na mão esquerda e no cotovelo. Desde então, ele sofreu diversos problemas de saúde.
Em 1992, teve um tumor no intestino; um ano depois, deslocou o ombro ao cair de uma escada. Em 1994, após uma nova queda, teve que colocar uma prótese no fêmur. Embora não reconhecido oficialmente pelo Vaticano, o papa sofria também do mal de Parkinson, o que agravou ainda mais seu estado, até sua morte em abril de 2005.
Nota: Particularmente, não creio nessa tese. Segundo o jornalista David Yallop, que escreveu um bom livro investigativo chamado "O poder e a glória", João Paulo II não estava promovendo qualquer mudança de rumo ao contrário do seu antecessor, João Paulo I (assassinado??), que ficou apenas 33 dias no pontificado após ter dado a entender que empreenderia mudanças significativas na administração do Vaticano. Não tem muita lógica pensar que o Vaticano iria querer acabar com João Paulo II se o mesmo continua dando as mãos à maçonaria e Paulo Marcinkus, diretor do banco, mantem-se firme e forte no poder. Essa tese, na minha ótica, é inconsistente e contradiz os atos do papado. Mas quero continuar acompanhando a linha de raciocínio desse escritor para saber se novas informações sobre as ligações sinistras do papado com máfias continua firme.