Miriam Leitão fala contra criacionismo em coluna

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008 3 comentários

Coluna Panorama Econômico (publicada em vários jornais)
Por Miriam Leitão - negrito acrescentado

Natal secreto
Os americanos não desejam mais Feliz Natal. Não pela crise e pelas profecias terminais dos economistas. Vem de algum tempo essa moda. Eles trocaram o específico Merry Christmas pelo genérico Happy Holidays. A idéia, disse um nova-iorquino, é que “Feliz Natal” seria uma agressão a quem não é cristão. Nas lojas, nas propagandas e entre as pessoas, o Feliz Natal está em baixa.
Gosto do que o politicamente correto tem de melhor: o respeito ao outro e a submissão das maiorias aos direitos, sentimentos e perspectivas das minorias. Mas daí a pôr o Natal na clandestinidade já é puro exagero nascido em Nova York. A cidade acredita não ser mais de maioria cristã. Hoje, os cristãos seriam, me explicou o nova-iorquino, “majoritariamente minoritários”. Nova York tem grandes comunidades judaicas, muçulmanas, budistas, religiões tão diversas quanto é diversa a sua população, formada por ondas de migrantes, que vão, em segunda e terceira geração, virando americanos.
Nas propagandas da televisão e dos jornais, ao fim de cada compra, na despedida de um encontro, o correto agora é desejar que a pessoa tenha “Feriados felizes”. Confesso que sou do tempo de que sem um caloroso Feliz Natal o Natal não era o mesmo. Feriados podem ocorrer em qualquer época do ano; este é especial. A propaganda tenta recriar aquele clima de amor ao próximo, carinho entre as pessoas, que sempre esteve ligado ao espírito natalino, mas fica esquisito quando, ao fim do anúncio, as pessoas se desejam apenas uma boa temporada de feriados. Pode-se dizer que ele seria o equivalente ao nosso simpático “Boas Festas”. Só é se não for uma forma de contornar a palavra Natal.
No domingo, dia 21, véspera da festa judaica das luzes, o “New York Times” trazia explícitos anúncios de “Happy Chanukah” das lojas Sacks, Bloomingdale’s, Macy’s e Brooks Brothers. Várias. Não se tem notícia de que algum não judeu tenha se ofendido com o desejo de que todos passem bem no dia que, para os judeus, é a lembrança da luta eterna contra o arbítrio, das luzes da fé que não se apagam, da força da reconstrução. Por que os cristãos deveriam esconder o Natal, tempo de amar o próximo, de ver o outro e suas aflições, de distribuir carinhos entre as pessoas, como se isso fosse ofensivo?
Um dos maiores avanços da civilização ocidental foi a separação entre Igreja e Estado. O trabalho ainda está inconcluso, tanto que o Brasil teve batalhas judiciais, este ano, para liberar as pesquisas científicas com células-tronco embrionárias ou interromper a gravidez de fetos sem cérebro, porque os religiosos eram contrários. Idéias como o ensino do criacionismo em escolas rondam os países. Esquisitices como imprimir profissões de fé nas cédulas de dinheiro persistem.
Os Estados precisam ser laicos, mas é um exagero, quase cômico, esconder a palavra Natal para provar tolerância às diferenças religiosas. Um pastor presbiteriano me contou que era capelão numa cidade do interior dos Estados Unidos quando, um dia, terminou uma oração pública falando “em nome de Jesus”. Foi perguntado pela imprensa — que o criticou fortemente — por que dissera aquilo. “Eu respondi: ora, porque eu sou um cristão.”
O nova-iorquino com quem conversei sobre esse fenômeno é católico. Disse que sempre fala “Happy Holidays” para não ferir suscetibilidades de algum grupo religioso a que, por acaso, pertença o seu interlocutor. Contou, ainda, que outro dia, ao fim de uma conversa, ele deu seu comportado “Happy Holidays” e ouviu do interlocutor um Feliz Natal. “Foi um alívio”, confessou. E os dois se confraternizaram.
O que há de bonito nos novos tempos não é esconder a própria convicção, mas respeitar a do outro. Quando deu seu apoio a Barack Obama, o general Colin Powell disse, na entrevista em que revelou seu apoio, que Obama tinha sido acusado de muçulmano. “Ele é cristão, mas a pergunta é: e se ele fosse muçulmano? Uma criança americana de 7 anos não pode sonhar em ser presidente dos Estados Unidos?” Ele disse isso para contar a história de um jovem soldado americano, muçulmano, morto no Iraque. Na formatura deste ano da Universidade de Miami, este pedaço da entrevista foi lembrado no discurso da professora Judith Rodin. Ela contou que a entrevista foi ouvida por um professor muçulmano, amigo dela, com seu filho de sete anos ao lado. No dia seguinte, o menino decidiu se candidatar a presidente da sua classe. Ganhou a eleição.
Judith Rodin, uma cientista de impressionante currículo acadêmico, ex-presidente da Fundação Rockefeller e ex-integrante do Conselho de Ciência e Tecnologia do governo Clinton, exortou os estudantes, com essa história, a aceitar a diversidade do século XXI. Nos rostos, nos nomes e nas cores dos formandos era possível constatar como essa sociedade é hoje incrivelmente diversa.
A diversidade é ninguém abrir mão da própria identidade. Refletir antes de falar para não ofender o outro, não impor o pensamento dominante como único padrão possível, incentivar os valores da convivência entre desiguais, tudo isso é bom, universalmente bom. E é dessa aceitação do outro, da união de todos, que se faz o verdadeiro espírito do Natal. Feliz Natal!

Nota: Eu concordo com Miriam Leitão no que diz respeito à necessidade de respeito mútuo por parte da crença de cada pessoa. Ou seja, se eu sou cristão posso demonstrar minha fé e isso é efetivamente o que se chama de liberdade religiosa. Mas discordo dela, obviamente, quando dá a entender que o ensino criacionista, por exemplo, é uma ameaça à divisão entre Igreja e Estado. O ensino criacionista faz parte do processo de liberdade religiosa, pois possibilita que os estudantes aprendam, também, uma abordagem diferente da que habitualmente se convencionou como a única digna de aceitação cientificamente e ideologicamente.

Novas regras ortográficas começam a valer agora em Janeiro

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Site G1, 26.12.2008.

As novas regras ortográficas passam a valer no dia 1º de janeiro de 2009. Para você se acostumar com as mudanças, o G1 elaborou um guia rápido com as principais alterações na escrita, como o desaparecimento do trema, a queda de acentos e os novos padrões para uso do hífen. A idéia é que você imprima, cole em sua agenda, no caderno, ou deixe ao lado do computador.
De acordo com o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até 2012 valem as duas formas de escrever: a antiga e a nova. No Ano Novo começa o chamado “período de transição”. Portugal, que também aprovou o acordo ortográfico adotará as novas regras até 2014.
O guia rápido traz as mudanças que já estão definidas. Ainda há exceções - por exemplo, no uso do hífen - que deverão ser discutidas entre as Academias de Letras dos países que falam a língua portuguesa. Espera-se que a Academia Brasileira de Letras organize um vocabulário até fevereiro de 2009. Vale lembrar que o que muda é a grafia. Ou seja, nada de pronunciar “lin-gui-ça”. A fala continua a mesma, mesmo sem os dois pontinhos em cima do “u”.

Veja as principais mudanças na ortografia:

G1

Nota: O material do G1 ficou muito bem explicado e didático. Vale a pena ler. Para nós, leitores e escritores, é questão de adaptação. Pensando sob o aspecto global, é um passo dado em direção à unificação de idiomas. Será que estamos assistindo a um gradual esforço para levar todos a uma linguagem somente ou pelo menos eliminar as diferenças existentes?

Movimento de ateus declarados continuam se promovendo pelo mundo

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008 2 comentários

Jornal de Notícia (Portugal) - 24.12.2008.

"Deus provavelmente não existe, de modo que deixe de se preocupar e goze a vida". O inusitado slogan vai decorar 30 autocarros de Londres, no Reino Unido, durante todo o mês de Janeiro próximo.
Conscientes de que na era da imagem até as guerras de religião podem ser travadas em cartazes publicitários, os ateus britânicos apelaram ao lema para tentar convencer as pessoas de que Deus é uma invenção. Por iniciativa da British Humanist Association (BHA) e do seu presidente, o professor Richard Dawkins - reconhecido teórico da evolução, catedrático na Universidade de Oxford e autor de vários livros de divulgação científica, como "A Desilusão de Deus" (Casa das Letras) -, numa iniciativa sem precedentes mas que reflecte o aparente regresso do ateísmo militante, tão vigoroso na época das Luzes (século XVIII), ao Ocidente.
Em Portugal, país de tradições católicas tão antigas que o mito fundador do país atribui à inspiração divina a vitória de D. Afonso Henriques sobre um exército muçulmano muito maior do que o seu nos campos de Ourique, em 1139, o ateísmo é ainda pouco visível. Não obstante, foi já constituída, em Maio, a primeira Associação Ateísta Portuguesa (AAP), que não enjeita adoptar "uma campanha semelhante à de Dawkins", segundo Carlos Esperança, presidente daquela organização.
Todavia, mais do que a campanha londrina - que poderá estender-se a outros países europeus e até aos EUA -, interessa questionar a que se deve esse fulgor de recusa do divino. Porquê agora? E quais os seus objectivos? E estará de facto a religião em declínio no Mundo Ocidental, ou assume novas configurações? A quatro dias do Natal, essa festa maior da Cristandade que celebra o parto da criança que seria Deus tornado homem, é o tempo ideal para reflectir sobre as razões que movem os novos assassinos Dele. E das demais divindades.
É possível não acreditar no divino?
O problema de fundo assinalado por Carlos Esperança é, pelo contrário, o maior êxito da BHA: propondo-se angariar os 8064 dólares necessários a um mês de anúncios em 30 autocarros, levou só duas horas para amealhá-los, numa campanha que, iniciada a 21 de Outubro, chegou a Dezembro com mais de 190 mil dólares.
“Os doadores sentem que não têm voz, que o Governo e a sociedade prestam demasiada atenção à religião e aos seus líderes, enquanto ignoram os que não são religiosos”, diz Hanne Stinson, directora da BHA, para justificar a surpreendente adesão.
A iniciativa soma-se a outras manifestações de um ateísmo mais activo na Europa, como a proliferação de ensaios contra a religião e o aumento dos pedidos de apostasía em Espanha e Itália, por exemplo – em Portugal não há dados. Inclusivamente nos EUA, cujas notas de dólar trazem o lema “in God we trust”, nos últimos anos as associações de não-crentes observaram um crescimento sustentado. E a Secular Coalition for America conseguiu, até, contratar um lóbista no Congresso, Lori Lipman Brown, visando contrariar a influência da religião na arena política. Radical, Dawkins chega a dizer, no seu “best-seller” (1,5 milhões de exemplares vendidos) que “a situação actual dos ateus nos EUA é comparável à que enfrentavam os homossexuais há 50 anos”. Só que, ao contrário dos grupos religiosos, sustenta, o problema dos ateus é que não estão organizados.
Mas começam a ficar. Para o teólogo Anselmo Borges, que acabou de publicar uma colectânea de artigos (”Janela do (In)finito”, Campo das Letras) onde debate também o ateísmo, a nova investida dos ateus e respectivo ensejo organizativo “deve-se ao materialismo e o hedonismo actuais”. Sugere, porém, que “as principais motivações estão, por um lado, no avanço da Ciência, designadamente da genética e das neurociências, que já fornecem muitas respostas sobre o Homem”, e, por outro lado, “no Mal do Mundo”, isto é, “face à violência e à guerra que são geradas em nome de Deus, as pessoas tendem a advogar que seria melhor que esse Deus não existisse. Essa é, aliás, a tese central de Dawkins”, assinala.
No entanto, a militância renovada dos ateus, reflectida na abundância de obras que defendem o ateísmo – por autores tão ilustres como Christopher Hitchens (”Deus não é Grande”, Dom Quixote), Sam Harris (“O Fim da fé”, Tinta-da-China), Michael Onfray (”Tratado de Ateologia”) e John Dupré (”Darwin’s Legacy”) –, não parece ser tanto uma reacção ao terrorismo integrista islâmico, mas antes um ataque às igrejas do Ocidente. A campanha de Dawkins nos autocarros será uma resposta, diz a BHA, “às operações agressivas de grupos cristãos fundamentalistas, que usam os espaços promocionais dos transportes públicos para proselitismo”.
Em Portugal, os objectivos globais da AAP são os mesmos: além de uma “aceitação social do ateísmo”, pretende “erradicar a influência da religião, designadamente da Igreja Católica, sobre o Estado, e o regresso à ética republicana, que é urgente”, diz Esperança, assinalando que no último estudo sobre a matéria em Portugal, de 2002, “cerca de 400 mil pessoas declararam-se ateias ou não-crentes, e não chocaria que hoje fossem cerca do dobro”. Aqui ao lado, Espanha será o caso de maior radicalismo. Após 40 anos de franquismo com apoio da Igreja Católica, a reacção anticlerical dos jovens é muito mais virulenta, e as solicitações de apostasía multiplicaram-se: no primeiro semestre deste ano foram 529, superando o total de 2007 (287) e de 2006 (47).
As estatísticas parecem contrariar, porém, a ideia de que o ateísmo militante estará a crescer na Europa: só um quarto da população é que se declara “não religiosa” e apenas 5% se afirma ateu convicto. De resto, ser ateu é muito mais do que a recusa do Estado confessional ou a indiferença, quiçá o abandono, da prática religiosa: para o teólogo alemão Hans Küng, “o autêntico ateísmo nega todo o tipo de Deus e todo o divino, tanto entendidos em sentido mitológico como concebidos de forma teológica ou filosófica”. Neste sentido, o próprio ateísmo, enquanto experiência espiritual, estará a perder terreno. “A maioria dos não-crentes diz-se, na realidade, agnóstica, pois o ateísmo implica uma profunda convicção sobre uma questão: a não existência de Deus. E a verdade é que todos duvidam”, realça o filósofo francês Michel Eltchannoff.
Essa natureza dubitativa em torno do divino poderá explicar, até, o ressurgimento contemporâneo das superstições, seitas e ocultismos. Em França, país de Descartes e dos Enciclopedistas, as artes divinatórias geram um volume de negócios de 4200 milhões de dólares anuais, isto é, cerca de 15 milhões de consultas por ano, repartidas entre uns 100 mil “profissionais” da bola de cristal, mais os livros de profecias, astrologia e ciências ocultas… Em Portugal, embora falte estatística, a proliferação de anúncios de videntes e quejandos é suficiente para perceber que o negócio prospera, autorizando a tese de que vivemos num Mundo onde o irracional é a norma e grande parte da Humanidade crê em Deus, ainda que cada qual o defina a seu modo.
Aliás, neste contexto torna-se pertinente a pergunta sugerida por Anselmo Borges: “Porque é que a campanha publicitária dos autocarros londrinos declara que Deus ‘provavelmente’ não existe? Porque não dizer logo que ‘Deus não existe’, se há essa certeza?”. Segundo a BHA, porque o “provavelmente” evita ferir susceptibilidades e violar as leis britânicas da publicidade. Mas a melhor explicação talvez radique, afinal, na advertência formulada na Grécia pelo matemático Euclides, 300 anos antes de Cristo: “O que é afirmado sem provas pode ser refutado sem provas”.

Nota: Estas campanhas ateístas, inclusive na mídia, demonstram, na minha opinião dois aspectos. O primeiro, de que os ateístas estão, de certa forma, amedrontados ou preocupados com a crescente busca das pessoas por algo maior do que elas. Essa necessidade de se voltar a Deus é um comportamento que incomoda os ateus convictos ou declarados. Outro aspecto é o desejo intenso de promoção pessoal e de divulgação dos seus ideais em busca de adeptos, seguidores, enfim, esse ateísmo midiático acaba funcionando como uma religião também. É necessário respeitar o ponto de vista deles, porém o que esse tipo de movimento procura realçar é a dúvida, a incerteza. Isso me faz pensar no relato bíblico do Éden quando Adão e Eva foram colocados diante da opção de duvidar de Deus. O inimigo de Deus, através da serpente, tentou o casal edênico não a descrer em Deus, mas a duvidar por um pouco do que Ele havia dito. A mesma dúvida é oferecida a todos hoje. Cabe às pessoas decidir se aceita ou não essa argumentação.

30% Dos docentes ingleses são a favor do criacionismo

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Jornal O Estado de S.Paulo, 24.12.2008.
Original do jornal The Guardian (Inglaterra)


Mais de um quarto dos professores de ciências das escolas públicas da Grã-Bretanha acredita que o criacionismo deveria ser ensinado com a Teoria da Evolução nas escolas, de acordo com uma pesquisa realizada com profissionais do ensino fundamental e médio do país. Foram ouvidos 923 docentes e outros 65% discordaram da inclusão das explicações religiosas para a origem do Universo no currículo escolar.Os 29% que se disseram a favor concordaram com a frase apresentada pela pesquisa: "O criacionismo deveria ser ensinado nas aulas de ciências com as teorias do Big Bang e da Evolução ." A maioria dos professores (73%), no entanto, respondeu que o tema poderia ser debatido em sala de aula ao se falar sobre evolução e Big Bang.
Alguns cientistas ingleses ficaram surpresos com o resultado da pesquisa porque consideraram alto demais o número de professores dispostos a incluir explicações religiosas no currículo. O mais conhecido biólogo evolucionista da Grã-Bretanha e um secularista de destaque, Richard Dawkins, classificou o resultado como uma "vergonha nacional". Os professores que defendem o ensino do criacionismo também se posicionaram contra a orientação do governo quanto ao assunto, cujo texto diz que "o criacionismo e a criação inteligente não fazem parte do currículo dos programas nacionais para o ensino de ciências e não devem ser ensinados como forma de ciência."
A pesquisa também indica um forte apoio às opiniões do ex-diretor de educação da Royal Society, Michael Reiss. Ele renunciou ao cargo em setembro por causa da polêmica causada pelas suas opiniões a favor do criacionismo nas escolas. Reiss comentou a pesquisa e disse que as aulas de ciências nas escolas oferecem "uma fantástica oportunidade" para que os estudantes de todas as idades sejam apresentados ao pensamento científico sobre as origens do universo e da evolução da vida. "Alguns estudantes apresentam crenças criacionistas. A tarefa daqueles que ensinam ciências é, portanto, ensinar a ciência garantindo que tais estudantes sejam tratados com respeito." Reiss diz que o criacionismo não deveria ser tratado como equívoco, mas como visão de mundo. "O simples fato de uma determinada coisa não ter fundamento científico não me parece ser razão suficiente para justificar a exclusão do tema de uma aula de ciências." No Brasil, recentemente, o Colégio Mackenzie e outros de religião batista causaram polêmica ao incluir o criacionismo em aulas do ensino fundamental. O Ministério da Educação (MEC) se posicionou contra a decisão.

Nota: O momento é de um recrudescimento na discussão do criacionismo como teoria a ser levada em conta nos currículos escolares. Fico feliz que esse debate venha à tona, pois o ensino da criação de Deus, que infelizmente não é defendido por algumas igrejas que se autodeclaram cristãs, tem diversos aspectos que se harmonizam perfeitamente com a ciência. Inclusive, em breve, estará no ar um site com cursos on-line sobre o criacionismo. É a escola criacionista que deverá mostrar, ainda mais, de forma detalhada, o que pensam os criacionistas, sua linha de raciocínio, algo que, por enquanto, está sendo possível somente em alguns poucos meios de comunicação.

6° ENCONTRO NACIONAL DE CRIACIONISMO

domingo, 21 de dezembro de 2008 0 comentários

Infelizmente não poderei estar presente, mas gostaria de indicar a sexta edição do Encontro de Criacionismo do Unasp, em São Paulo. Vale a pena pelos temas e palestrantes que participarão.
Saiba tudo sobre o evento em www.unasp-sp.edu.br/criacionismo.

Bispos franceses preocupados com o desaparecimento do domingo como dia do Senhor

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Agência Zenit, 17.12.2008.


O domingo em risco na vida atual» é o título do documento que os bispos franceses divulgaram na segunda-feira passada, 15 de dezembro, por ocasião do projeto de lei francês sobre o trabalho no domingo.

O documento foi elaborado pelo Conselho para as questões familiares e sociais da Conferência dos bispos da França.

Os bispos aduzem razões tanto sociais como antropológicas para argumentar sobre a importância do dia de descanso semanal na cultura ocidental e para o bem-estar das famílias.

Por um lado, afirmam, é necessário «um tempo para descansar, viver em família, ter uma vida social e desfrutar de diversas atividades culturais e esportivas, etc.», escapando das constrições impostas pelo trabalho durante o resto da semana.

Com relação às razões sociais que aconselham não eliminar o dia de descanso semanal, os prelados advertem que a economia e o trabalho «não podem ter a última palavra na vida social», e recordam que quando se regulou pela última vez esta questão, em 1906, afirmava-se que o domingo supõe «uma experiência social que é importante respeitar».

Os defensores da consideração do domingo como dia de trabalho, precisam os bispos, são sobretudo as grandes superfícies comerciais, que pretendem assim «dinamizar a economia», mas, advertem, esta medida está «distante de ser eficaz», porque o problema «tem mais a ver com o poder aquisitivo real dos consumidores», acrescentam.

Também, para os trabalhadores, as vantagens salariais do trabalho extraordinário desapareceram, «a menos que se recorra a empregos a tempo parcial que continuem reforçando as situações de estado precário de muitas famílias».

Finalmente, advertem, apagar o caráter particular do domingo «é um caminho fácil que, com o pretexto do liberalismo, retira do homem uma indicação objetiva, inscrita no tempo, de sua dimensão espiritual».

«A abertura das lojas no domingo voltaria a banalizar este dia e a fazer as leis do comércio passarem por cima da dimensão amistosa, familiar e espiritual da existência. Isso acentuaria a atomização da sociedade francesa», sublinha o Conselho para as questões familiares e sociais da Conferência dos bispos da França.

O domingo para os cristãos

Para os cristãos, o domingo é o dia do descanso e também da libertação do mal mediante a ressurreição de Cristo. «A assembléia dominical celebra com antecipação o ‘banquete celeste’ e a esperança da volta do Senhor. A missa do domingo expressa ao mesmo tempo o sentido e a finalidade da vida dos cristãos», explica o documento.

Desde os primeiros séculos, o significado do domingo como dia da Eucaristia «precedeu a instauração do domingo como dia de descanso semanal», a qual «permitiu enriquecer a celebração do dia do Senhor» como «dia dedicado à família e à contemplação espiritual».

Atualmente, diante do desespero do desaparecimento do descanso dominical, advertem os bispos, «os cristãos, guardando o domingo, fazem um chamado profético: o homem não vive só de pão».

A Igreja, ao defender o domingo, não só «manifesta sua vontade de que os cristãos vivam esse dia em condições favoráveis», mas também «deseja prestar um serviço a toda a sociedade, para que possa encontrar um caminho que permita tornar a vida humana cada vez mais humana».

O documento pode ser lido em: www.elise.catholique.fr.

Nota: O descanso sabático, tal como descrito em Gênesis, confirmado em Êxodo e aludido em boa parte da Bíblia, inclusive nos evangelhos e no livro de Atos dos Apóstolos, foi deixado por Deus para a humanidade há muito tempo. Os que já descobriram a essência desse descanso estão gozando das bênçãos do Senhor.

Papa diz que diálogo inter-religioso é prioridade para união européia

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008 1 comentários

Site da Rádio Vaticano, 09.12.2008 - grifo acrescentado

Foi publicada esta terça feira a mensagem de Bento XVI enviada ao presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, e ao presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, Arcebispo Gianfranco Ravasi, por ocasião do Dia de Estudos do passado dia 3 de Dezembro sobre o tema "Culturas e religiões em diálogo". Na sua mensagem o Santo Padre afirma que "o diálogo intercultural e inter-religioso é uma prioridade para a União Europeia e que a diversidade deve ser acolhida como um factor positivo e enriquecedor". O pontífice reitera que a "Europa de hoje é fruto de dois milénios de civilização, e as suas raízes estão arraigadas tanto no antigo património greco-romano quanto no fecundo terreno do Cristianismo, que se revelou capaz de criar novos patrimónios culturais"."O novo humanismo, originado da mensagem evangélica, exalta todos os elementos dignos da pessoa humana e a sua vocação ao transcendente, purificando-os dos resíduos que ofuscam o rosto autentico do homem, criado à imagem e semelhança de Deus" afirma o Papa.
O pontífice sublinha ainda, que a "Europa exerceu e ainda exerce uma influência cultural no mundo inteiro e deve sentir-se particularmente responsável não só pelo seu futuro, mas também pelo futuro da humanidade"."Apesar de alguns europeus tentarem ignorar as raízes cristãs da Europa, elas permanecem vivas e devem traçar o caminho e alimentar a esperança de milhões de pessoas que compartilham os mesmos valores". Bento XVI diz ainda que, para um diálogo autêntico, deve-se evitar o relativismo e o sincretismo, e ser animados por um sincero respeito pelos outros e por um generoso espírito de reconciliação e de fraternidade.
O Papa encoraja aqueles que se dedicam à construção de uma Europa acolhedora, solidária e cada vez mais fiel às suas raízes, e convida os europeus a protegerem a herança cultural e espiritual que fazem parte da sua história. O Santo Padre conclui a sua mensagem, afirmando que a Igreja deve dialogar com o mundo e que os fiéis devem estar sempre prontos para promover iniciativas de diálogo intercultural e inter-religioso, a fim de incentivar a colaboração sobre temas relativos à tutela dos direitos humanos e da família, o bem comum, a defesa da vida, a construção da paz e o desenvolvimento.

Nota: O papa diz que a prioridade para o diálogo inter-cultural e inter-religioso é da União Européia, mas a verdade é que se trata de uma prioridade para o próprio Vaticano. Fica nítida a intenção de Ratzinger de estreitar laços com os europeus em cima de uma base não bíblica, mas política. Em seus discursos, o papa não fala para os europeus se aproximarem mais de Deus, mas sim, para se voltarem mais ao Vaticano e buscar um diálogo unificado. Eu pergunto: unificado em torno de que exatamente? Dos ensinamentos de Cristo tais como estão nos evangelhos? Ou se trata de uma unificação meramente política com vistas a ter um domínio maior na geografia mundial?

BRASIL É UM DOS PRIMEIROS EM RANKING DE SUBORNO

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Do site da BBC Brasil, 09.12.2008.

O Brasil ocupa uma das primeiras posições em um ranking de percepção de suborno transnacional elaborado pela ONG Transparência Internacional (TI).
O estudo, intitulado Bribe Payers Index (“Índice de Pagadores de Suborno”, em tradução livre), foi elaborado a partir de entrevistas com 2.742 empresários de 26 países e analisou a propensão ao pagamento de suborno de empresas dos 22 maiores países exportadores.
Durante as entrevistas, questionou-se sobre a freqüência com que as empresas desses 22 países participam de operações que envolvem subornos nos países de origem dos entrevistados.
A partir daí, foi criado um ranking que lista, nas primeiras posições, os países cujas empresas têm menores índices de corrupção e, em último, os países cujas companhias mais praticam subornos. O Brasil aparece em 17° lugar, empatado com a Itália - na listagem inversa, com os países que mais pagam propina no topo, o Brasil ocupa a 5ª posição.
Brics
Os outros três países que formam com o Brasil o chamado grupo dos Bric (Rússia, Índia e China) tiveram classificações piores no ranking, sendo que a Rússia aparece como o país cujas empresas mais se envolvem em casos de pagamentos de propina no exterior.
Já a Bélgica e o Canadá ficaram empatados em primeiro lugar, o que indica que suas empresas se envolvem menos em casos de corrupção, segundo os entrevistados.
“O índice traz evidências de que companhias dos maiores países exportadores ainda se utilizam de suborno para fazer negócios em países estrangeiros”, diz a presidente da Transparência Internacional, Huguette Labelle.
“A desigualdade e a injustiça que a corrupção causa tornam vital que os governos redobrem seus esforços para reforçar as leis contra o suborno por parte de companhias estrangeiras. Do mesmo modo, todos os grandes países exportadores devem se comprometer com as medidas da Convenção Anti-Corrupção da OCDE”, completa.
Tipos de corrupção
O relatório também mostra quais os diferentes tipos de subornos utilizados por empresas dos 22 maiores exportadores do mundo.
Segundo pouco mais de 20% dos entrevistados, o tipo de corrupção mais praticado por empresas brasileiras no exterior é o suborno a autoridades públicas menos graduadas, que é definido pela ONG como aquele utilizado para “apressar as coisas”.
Já cerca de 50% dos entrevistados afirmaram que as empresas russas, além do suborno a autoridades menos graduadas, costumam também corromper partidos políticos e altas autoridades.
As empresas mexicanas, por outro lado, foram apontadas por 38% dos empresários ouvidos como aquelas que mais utilizam relações pessoais e familiares para conseguir contratos públicos.
O estudo ainda traz a opinião de empresários sobre quais empresas estrangeiras se envolvem em mais casos de corrupção em seus países.
Os empresários da Europa e Estados Unidos que responderam à pesquisa, por exemplo, consideram que a China e a Itália são países cujas empresas costumam se envolver mais em corrupção na região. Já as companhias suíças e belgas são vistas como as mais honestas.
As empresas chinesas também são vistas nos países da América Latina que participaram da pesquisa (Argentina, Brasil, Chile e México), como as que mais pagam suborno nesta região. As empresas alemãs foram consideradas as mais idôneas.

Como diz a Bíblia, especialmente em Tiago 5:2, "as vossas riquezas estão corruptas e as vossas roupagens, comidas de traça". O texto completo do capítulo 5 do livro desse apóstolo dá um panorama geral dos seres humanos preocupados apenas com o dinheiro e como Deus encara esse tipo de situação. O registro bíblica avalia, naquele caso também, o quão inútei é se apegar aos bens materiais como a prioridade da vida e agir, inclusive, de maneira desonesta para obtê-los. Vale totalmente para os nossos dias e vem ao encontro do que trata a reportagem acima. Vale a pena refletir a respeito.

Colunista da Veja defende ensino de criacionismo nas escolas

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Do blog do jornalista Reinaldo Azevedo, que também tem coluna na Revista Veja.

DARWIN E DEUS
A questão do ensino do criacionismo pegou fogo, não é? Dona Reinalda postou os comentários. Disse-me ao telefone que teve de cortar muita coisa, “gente puxando a faca de um lado e de outro”. Pois é. Nas minhas andanças, tenho dito que esse negócio de a gente se pôr no lugar do outro para debater é bobagem mesmo. Reivindique a diferença. Temos de argumentar estando no nosso lugar. Mas o confronto precisa ter regras, tenho afirmado também.
Nos comentários que eu mesmo mediei, noto que alguns que falam em nome da ciência, da razão, do laicismo, do agnosticismo e até do ateísmo pretendem que Deus tem de estar ausente da escola já que, dizem, é uma realidade que não pode ser comprovada. É nessa hora que enrosco com essa turma. Querem ver Deus? Só admitem Deus se ele falar na Sarça Ardente, mas, desta feita, cara a cara com o vivente? Está posto que não sou Santo Tomás. Não vou eu aqui expor provas da existência de Deus, muito menos provas novas. Hoje em dia, esse debate é inútil.
O que acho evidência de obscurantismo e, perdoem-me, um pouco tolo também é querer negar a importância, então, cultural de Deus. De todos os argumentos, o que menos pára em pé é o que sustenta que as religiões já mataram muito. É mesmo? Só elas? E o cientificismo? Estará assim com os ombros tão leves? Por aí, estamos numa guerra sem vencedores.

Já disse: nessa questão do ensino, nego-me a entrar no mérito religioso. A questão que debato desde sempre é outra: democracia e tolerância. Podem as escolas religiosas sustentar um ponto de vista religioso sobre a origem das espécies? Eu acho que podem. E recomendo – parece que assim tem sido feito – que busquem informar o aluno sobre a amplitude do debate. E os pais têm de estar cientes das escolhas que estão sendo feitas.Aí diz um leitor: “Ah, mas então elas teriam de falar sobre todas as religiões”. Não, meu caro. Essa “religião” é outra: o ecumenismo. Vale como princípio de paz entre os povos.
Mas as posições propriamente religiosas são, muitas vezes, inconciliáveis. Compreendo também outra restrição: “Que falem de criacionismo na aula de religião, não na de biologia”. Prefiro assim: que, na aula de biologia, se faça a melhor exposição possível da teoria darwinista e também da concepção criacionista. Aliás, acredito que, NO QUE CONCERNE À FORMAÇÃO INTELECTUAL DOS ALUNOS, isso poderia ser feito tanto nas escolas laicas como nas religiosas. Conviver com as diferenças é difícil? Ô se é! Afinal, qual é o ponto ou a exigência? “Olhem, nós estamos aqui, numa escola católica (presbiteriana, batista, judaica, islâmica...), mas estamos convictos de que essa gente só diz bobagem”.
Não é possível. Ademais, as escolas não-religiosas estão aí, ao alcance de todos.O estado brasileiro é laico? É. A maioria dos estados democráticos exibe essa condição – democracia que, não custa lembrar, o cristianismo ajudou a construir. Mas deixo agora esse aspecto de lado.
Que não haja uma orientação religiosa oficial, parece-me positivo, o que não quer dizer que os valores das, vá lá, religiões não pudessem ser abordados na sua dimensão histórica, cultural, moral e ética. Ademais, expostas as concepções sobre a origem das espécies, suponho que um professor de biologia tenha mais o que fazer, não? Duvido que, numa escola confessional, depois de explicar a meiose, ele emende: “Gente, é assim porque Deus quer”.Há, sim, muito de intolerância nessa conversa toda.
Mas, dado o que tenho visto, ela parte bem menos dos religiosos. Um das minhas filhas estuda numa escola que pertence a uma ordem católica. E vou ficar muito bravo se os professores lhe sonegarem as verdades de Darwin e as da nossa religião.Sim, sei: é bem mais fácil ser tolerante com os que concordam com a gente...
Interessante o ponto de vista do jornalista Reinaldo Azevedo, famoso por suas críticas ácidas em todos os níveis. Mas o que ele disse os criacionistas equilibrados concordam: o que se espera em educação é o direito de estabelecimentos de ensino de apresentarem, tanto a teoria evolucionista, quanto a criacionista.

Visão da tragédia de Santa Catarina

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008 0 comentários

Muito bom esse texto por causa da singular visão de quem presenciou a tragédia.

Por Fábio Corrêa, de Blumenau.

22 de Novembro de 2008 era para ser um sabado normal, nao fosse o excesso de chuvas que caia em volume nunca visto durante os 3 ultimos meses e a realizacao da Caravana da Esperança em Blumenau pelo Pr. Neumuel Stina que pregava enquanto a chuva caia fortemente nos pátios na Vila Germânica em Blumenau. Choveu o dia todo e a noite toda. Quando amanheceu o dia 23, fui acordado por minha esposa que me mostrou o rio que corre atrás do nosso prédio. Ele estava cheio e quase chegava no quintal do condomínio: 8,5 metros, enchente em Blumenau. Tiramos o carro da garagem e levamos a um morro próximo. Fui à padaria e fiquei assustado. Não havia luz, nem pão. Uma fila enorme. Um desastre eminente?
Corri para a igreja e me juntei a dois diáconos para juntos salvarmos os moveis e utensílios das parte de baixo da igreja. A água cobria a calcada enquanto uma canoa era levada pela correnteza. Às 11h00 um amigo chegou machucado com suspeita de fratura em ambos os pés, um motoqueiro o levou ao hospital. Na igreja nosso almoço foi 3 pacotes de bolacha recheada que pegamos do mutirão do Natal. Pouco tempo depois o telefone toca e uma voz assustada dizia que iria abandonar o prédio, pois todas as casas em frente dele estavam caindo, que horror, O rio já estava em 10 metros. Saímos da igreja de caiaque e atravessei a Alameda com água pela cintura. Quando entrei na Hermann Huscher presenciei uma cena que nunca tinha visto na vida. As casas pareciam de papelão e os morros derretiam como sorvete sob o sol de primavera. Pessoas gritavam,outras choravam. Minha esposa saia entre a lama abraçada e chorando com uma amiga. O Vizinho trazia minha filha no colo assustada sem entender o que estava acontecendo. Um primo nos deu abrigo, comida e cama. Começava uma semana que marcaria a vida de todos nós.
Tinha 10 anos quando ocorreram as terríveis enchentes de 83 e 84, não me lembro de muita coisa, mas desta vez nos estávamos completamente envolvidos. Desde a menina de 3 anos que morreu soterrada na Rua Araranguá no primeiro dia da enchente, até a família de 4 pessoas que foi soterrada nesta sexta feira no já famoso morro do Baú. Tudo isso mexeu conosco. Vizinhos perderam as casas, amigos e irmãos perderam tudo, uma vida, um sonho,
No rosto dos blumenauenses um misto de angustia, medo, dor, perdas, mas principalmente solidariedade. A Tragédia uniu a todos, seja no prédio, na rua ou na igreja. Não importava a cor da pele, a posição social, a religião. Todos arregaçaram as mangas e se puseram a trabalhar para minorar a dor dos flagelados: Seja socorrendo um vizinho, limpando casas, fazendo comida, levado mantimentos, ou orando. Todos irmanados com uma força colossal e com uma esperança titânica. Vamos Recomeçar, vamos construir tudo de novo.
No meio da semana A ADRA e sua valorosa equipe começava a trabalhar, o primeiro caminhão abarrotado de mantimentos chegava de Florianópolis, de todos os cantos de Blumenau, os irmãos vinham buscar comida, água e roupa para seus vizinhos, parentes e amigos. Nunca vi tanto desprendimento e caridade. Ontem mais dois caminhões , um de pessoas que nem conhecemos la de Bom Retiro e Alfredo Wagner. É o Brasil unido por Santa Catarina.
Na Semana da Caravana da Esperança, o que mais se fala é de Esperança, Esperança , Esperança. Onde está a Esperança? Quem sabe a resposta esteja na calamidade, nos desbarrancamentos, no morro! Foi isso que se viu neste final de semana trágico: No bairro Garcia houve uma grande desbarrancamento num morro, a lama correu e as arvores caíram, mas as que ficaram formaram algo que nos chama a atenção: Uma cruz.
Uma cruz? Sim uma cruz. Elevo os meus olhos para os montes. De onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor que fez os céus e a terra. No ano do Impacto Esperança A Cruz está lá como um lembrete para os blumenauenses e para o mundo de que na Cruz há Esperança.
Esperança para reconstruir tudo de novo, esperança de dias melhores, de dias de sol. Esperança de um novo amanhã, não aqui, mas na Pátria além.
29 de Novembro de 2008, mais um sábado chegou, era para ser diferente, mas aqui estamos nesse teatro com nossos lideres que vieram para nos trazer uma palavra de conforto, de amor, de fé e principalmente esperança.

BISPOS QUEREM MAIORES PROTEÇÕES PARA DESCANSO DOMINICAL

segunda-feira, 24 de novembro de 2008 0 comentários

Agência Ecclesia (portuguesa)

As migrações, política externa europeia, alterações climáticas, a Directiva do tempo de trabalho e as relações da União Europeia com África estiveram no centro do encontro que os representantes das Igrejas e a Comissão dos Bispos das Conferências Episcopais da União Europeia mantiveram com a presidência francesa da UE. O secretário de Estado francês dos assuntos europeus, Jean-Pierre Jouyet, recebeu as Igrejas europeias, num encontro com uma tradição já estabelecida.
Os participantes do encontro centram a discussão em questões institucionais, nomeadamente, o futuro da UE e o Tratado de Lisboa, para além da crise financeira. Os representantes da Igreja manifestaram o seu desejo de ver o Domingo, enquanto dia de descanso, melhor protegido pelas legislações nacionais e no futuro, pela Directiva do tempo de trabalho, actualmente em discussão no Parlamento europeu.
Os bispos consideraram que na sociedade e na economia, a eficiência tornou-se o critério dominante. “O descanso ao Domingo permite que o indivíduo seja o centro da sociedade e chama a atenção para o facto de ele ser livre e não um escravo do trabalho”.
Com vista à reunião do Conselho Europeu para a Justiça e Assuntos Internos, agendada para 27 de Novembro, a delegação representante da Igreja levantou diversas questões relacionadas com o acolhimento aos refugiados e as políticas europeias de retorno da UE. A delegação sublinhou a necessidade de uma política comum da UE sobre as migrações e sobre o asilo, que proteja os direitos humanos dos refugiados e migrantes, e que tenha presente a integração enquanto um processo de duas visas, que envolve tanto os imigrantes como as comunidades de acolhimento.
A Comece e os representantes das Igrejas expressaram à presidência francesa a sua “profunda preocupação” acerca dos direitos das minorias espalhados pelo mundo, em especial das minorias cristãs sujeitas a perseguições. Os bispos pediram aos estados membros da UE e às instituições da UE que favoreçam o respeito pela liberdade religiosa, um direito fundamental e base fundamental para a política externa.
Os representantes das Igrejas apontaram ainda a dramática situação dos cristãos no Iraque cuja extinção iria significar uma “grande injustiça”. Isto implicaria que o diálogo entre culturas não é mais possível e que as particularidades étnicas e religiosas prevalecem sobre o direitos humanos.
O encontro incidiu ainda sobre questões mais globais, nomeadamente sobre alterações climáticas e as relações UE-África. Os representantes apontaram o contributo específico das Igrejas e dos cristãos através de exemplos locais e das reflexões desenvolvidas.

Essa reportagem clarifica que o domingo é um dia baseado no homem, enquanto o sábado bíblico é um dia de adoração a Deus, portanto a base é outra diferente. A pressão dos bispos, junto à presidência francesa da União Européia, é interessante na medida em que há movimentação quanto à jornada de trabalho na Europa. Mais um passo em direção ao fortalecimento do domingo como dia para descanso em contradição com o preceito bíblico da guarda do sábado.

PAPA TENTA EXPLICAR QUESTÃO DE FÉ E OBRAS

quinta-feira, 20 de novembro de 2008 0 comentários

Agência Zenit, 20.11.2008.

Bento XVI dedicou a catequese desta quarta-feira, dentro do ciclo sobre São Paulo, a explicar o que o apóstolo entendia por justificação, uma das controvérsias teológicas que mais dividiu os cristãos desde a Reforma.
O Papa explica que precisamente Lutero se apoiava na Carta aos Romanos para afirmar que a sola fide justificava os homens perante Deus, sem necessidade das obras da Lei.
A chave da controversa está, afirma Bento XVI, em compreender o que São Paulo entendia por Lei, que não deve ser entendida simplesmente como «lei moral», mas que se arraiga no conceito de justificação no povo judeu.
«Para São Paulo, como para todos os seus contemporâneos, a palavra Lei significava a Torá em sua totalidade», a qual implicava para um fariseu como Saulo «um conjunto de comportamentos que iam desde o núcleo ético até as observâncias rituais e culturais que determinavam substancialmente a identidade do homem justo».
Esta observância rigorosa se havia radicalizado entre os judeus piedosos como uma forma de proteção frente à cultura helenística, a qual, explica o bispo de Roma, «era uma ameaçava à identidade de Israel, que estava politicamente obrigado a entrar nesta identidade comum da cultura helenística com a conseguinte perda de sua própria identidade, perdendo assim também a preciosa herança da fé de seus pais, a fé no único Deus e nas promessas de Deus».
A observância da Lei, especialmente nesta época tardia, funcionava «como muro de diferenciação, um escudo de defesa que protegia a preciosa herança da fé; este muro consistia precisamente nas observâncias e prescrições judaicas. Paulo, que havia aprendido estas observâncias precisamente em sua função defensiva do dom de Deus, da herança da fé em um único Deus, via esta identidade ameaçada pela liberdade dos cristãos: por isso os perseguia».
Neste sentido, adquire novamente relevância o momento central da vida do apóstolo, sobre a qual o pontífice volta continuamente em sua catequese: o encontro com Cristo no caminho de Damasco, quando Paulo «entendeu que, com a ressurreição de Cristo, a situação havia mudado radicalmente».
«A iluminação de Damasco mudou radicalmente sua existência: começou a considerar todos os seus méritos, conquistas de uma carreira religiosa integríssima, como ‘lixo’ frente à sublimidade do conhecimento de Jesus Cristo.»
«Com Cristo, o Deus de Israel, o único Deus verdadeiro se convertia no Deus de todos os povos. O muro – assim diz a Carta aos Efésios – entre Israel e os pagãos já não era necessário: é Cristo quem nos protege contra o politeísmo e todos os seus desvios; é Cristo quem nos une com e no único Deus; é Cristo quem garante nossa verdadeira identidade na diversidade das culturas, é Ele o que nos torna justos», acrescenta.
Portanto, continua o Papa, a controvérsia já não está entre a fé e as obras, pois «ser justo quer dizer simplesmente estar com Cristo e em Cristo. A fé é olhar para Cristo, confiar-se a Cristo, unir-se a Cristo, conformar-se com Cristo, com a sua vida. E a forma, a vida de Cristo, é o amor; portanto, crer é conformar-se com Cristo e entrar em seu amor».
Neste sentido, acrescentou, «a expressão solo fide de Lutero é certa se não se opõe à fé, à caridade, ao amor», e por isso São Paulo, quando fala de justificação, «fala da fé que age por meio da caridade».

Se Paulo não está falando da lei moral em suas cartas, então por que, por exemplo, em Romanos 7:7 e 8, está registrado que "Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: não cobiçarás".
O papa coloca o amor e a fé como incompatíveis com a observância da Lei de Deus (mandamentos), quando, na verdade, o próprio Jesus faz essa ligação. Em João 14:15, Cristo é enfático ao declarar que "se me amais, guardareis meus mandamentos". E quais são esses mandamentos? Os mesmos referidos por Paulo e demais apóstolos em suas cartas. Os mesmos mandamentos dados a Moisés no Monte Sinai.
Evidentemente que a salvação é pela fé, ou seja, através do relacionamento com o Deus que nos concedeu a graça, mas isso implica uma transformação de vida. E essa tranformação de vida se traduz, na prática, nas obras, ou seja, na guarda dos mandamentos.

JAPONESES JÁ PODEM FAZER PSICOTERPIA PELO CELULAR

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Terra, 20.11.2008.


Um professor japonês lançou o que ele diz ser o primeiro serviço de psicoterapia por telefone celular no mundo. A iniciativa reflete uma preocupação com o crescente índice de casos de depressão registrados no país.
O serviço interativo oferece sessões de terapia cognitiva que identificam o nível de depressão de uma pessoa por meio de perguntas sobre seus hábitos alimentares e de sono, mudanças de peso e bem-estar emocional, afirma a AFP.
"Acho que isso pode ser útil para pessoas que estão passando por dificuldades ou que se sentem tristes, como uma forma de prevenção diária à depressão," disse à AFP o professor Yutaka Ohno, da Universidade de Keio.
"Para aqueles que já fazem algum tratamento, o serviço pode funcionar como um complemento¿, acrescentou o professor, pioneiro da terapia cognitiva - desenvolvida pelo psiquiatra norte-americano Aaron Beck nos anos 60 - no Japão.
O serviço explica os sintomas da doença, mas alerta que não é um substituto do tratamento convencional, recomendando que o usuário procure um médico caso apresente sinais de uma depressão mais severa.
Também estão incluídas dicas de relaxamento, solução de problemas e aumento da auto-confiança.
A psicoterapia ainda é algo relativamente novo para os japoneses, que costuma chamar a depressão eufemisticamente de "gripe do coração".
Segundo a AFP, cerca de 900 mil pessoas no país fazem tratamento para depressão, mas estima-se que o número de pessoas sofrendo deste transtorno seja bem maior. O Japão também tem um dos índices de suicídio mais altos do mundo - somente em 2007 foram registrados mais de 30 mil.

A depressão é um mal mundial que obviamente tem, em muitos casos, origem fisiológica e está ligado à questão psíquica, portanto precisa ser tratado como tal. Mas a vida vazia, o chamado vazio existencial, é um problema de conotação espiritual que pede uma saída nesse sentido. A rotina urbana das famílias é certamente mais forte do que em outros tempos, o que pode explicar uma verdadeira "epidemia" de problemas associados à depressão no planeta. A religiosidade, como descrita na Bíblia, é um remédio eficaz. Cristo é a saída.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008 0 comentários

Folha de S.Paulo, 06.11.2008.

O eixo dos EUA mudou. A pior crise econômica em décadas, aliada a uma nova coalizão de eleitores inflada pela maior mudança demográfica na história recente, elegeu anteontem o democrata Barack Obama o 44º presidente do país, o primeiro negro a alcançar o cargo. Com isso, abalou uma era de hegemonia conservadora consolidada a partir da eleição do republicano Ronald Reagan, em 1980.Progressista pragmático, o presidente eleito de 47 anos tem o registro de votação mais à esquerda do Senado, mas foi forjado na política tradicional de Chicago. Sua eleição quebra a regra não escrita de que um democrata só é eleito presidente se tiver sido governador e for sulista. Primeiro presidente do norte liberal desde John F. Kennedy, apresenta-se como conciliador e promete um governo de centro, um meio termo entre o que fez no Congresso e o que pregou na campanha.Em seu discurso de vitória, Obama retomou o tema da colaboração entre os partidos ao citar a fala de 2004 que o lançou no cenário político nacional. "Vamos resistir à tentação de voltar aos mesmos partidarismo, pequenez e imaturidade que envenenaram nossa política por tanto tempo", disse o presidente eleito anteontem."Os presidentes fazem campanha em preto e branco, mas geralmente governam em cinza", resume Richard Haass, presidente do influente Council on Foreign Relations. "Obama deve juntar moderados e liberais (progressistas) numa coalizão renovada de governo de mudança", define Mark Penn, estrategista político da fracassada campanha de Hillary Clinton.Ele herda de George W. Bush um país à beira de recessão profunda, um mercado financeiro mundial que espera por uma reforma e duas guerras em andamento, do Iraque e do Afeganistão, que drenam recursos e abalaram a imagem do país no mundo. Terá de lidar com a ascensão econômica da China e o renascimento da Rússia como potência internacional.Seu desafio é comparado por historiadores com o que esperava o democrata Franklin Delano Roosevelt em 1932, ao ser eleito no meio da Grande Depressão com uma plataforma de rigidez orçamentária que ele transformaria depois no New Deal (novo acordo). Anteontem, ao comentar a expectativa internacional sobre seu mandato, Obama falou de uma New Dawn (nova aurora)."Para os que estão assistindo hoje à noite de além de nossas costas (...), nossas histórias são diferentes, mas nosso destino é compartilhado, e uma nova aurora de liderança americana está ao alcance", discursou ele.Se começa com a simpatia de grande parte do mundo, domesticamente ele terá a seu favor um Congresso em que seu partido comandará a Câmara e o Senado. Terá ainda uma expressiva votação no Colégio Eleitoral e o amparo da maioria absoluta do voto popular, um feito atingido por um democrata pela última vez em 1976, com Jimmy Carter."Estamos entrando numa nova era, em que as mudanças transcendem a política", disse Simon Rosenberg, da ONG jovem New Democratic Network. "Há a emergência de uma nova agenda de governo que é em essência do século 21, e Obama venceu com essa coalizão do século 21", disse.Para o senador democrata Charles Schummer, "é uma eleição de movimento tectônico, que acontece uma vez a cada geração e redefinem a relação das pessoas com o governo".

As palavras do recém-eleito presidente norte-americano Barack Obama chamam a atenção pelo termo "nova auror", que pode ser muito bem sinônimo para Nova Era ou algo do gênero. O que se presume disso é que certamente Obama fala de uma nova etapa na administração dos EUA com lógicas conseqüências para o restante do mundo. A frase da ONG jovem é emblemática, pois afirma que "as mudanças vão transcender a política". Podemos concluir que envolverão outras áreas como a religião, a liberdade de expressão, enfim, é muito provável que venham significativas mudanças por aí. É a tentativa de líderes políticos colocarem fim aos conflitos e problemas mundiais através das ações governamentais. O problema é que essa tentativa será frustrada, pois não está amparada em Deus e na Sua Palavra. Talvez muita coisa seja feita em nome de Deus, mas, como Cristo disse, em Mateus 7:22, "nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus , mas aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus".

UMA NOVA REFORMA PROTESTANTE EM NOSSOS DIAS

sexta-feira, 31 de outubro de 2008 2 comentários

No quadro Realidade em Foco, que apresento três vezes por semana na Rádio Novo Tempo (segunda, quartas e sextas às 12h15min), abordei sobre a necessidade de haver uma reforma protestante em nossos dias. Não que precise surgir um novo Lutero condenando a venda de indulgências, mas é fundamental um retorno à Bíblia tal como ela descreve a verdade. Abaixo, você pode ouvir meu comentário a respeito disso na íntegra:

http://www.novotempo.org.br/radio/interno.asp?PMA_Codigo=103&NomeDoPrograma=Realidade%20em%20Foco

"ESTUDO" DIZ QUE CONSUMO LEVE DE ÁLCOOL PODE AJUDAR BEBÊ

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BBC Brasil, 31.10.2008.

Os pesquisadores do University College de Londres classificaram como consumo "leve" no máximo duas unidades de bebida por semana durante toda a gravidez. Consumo "moderado" foi classificado como três e seis unidades por semana, e "pesado", como sete ou mais.

Na Grã-Bretanha, uma unidade de álcool corresponde a um copo pequeno de vinho (125 mil) ou um copo grande de cerveja.

Entre as pesquisadas, 63% das mães não consumiram nenhum álcool durante a gravidez, 29% eram consumidoras leves, 6% eram moderadas e 2% foram classificadas no consumo pesado.

O estudo analisou 12,5 mil crianças de três anos de idade e descobriu que filhos de mães com consumo leve de bebida alcoólica tinham menos risco de desenvolver alguns problemas de comportamento.

Comportamento e compreensão

Os pesquisadores analisaram o comportamento e compreensão dos filhos destas mulheres quando estes atingiram os três anos de idade.

O estudo, publicado pela revista International Journal of Epidemiology, descobriu que meninos filhos de mulheres que tiveram consumo leve de bebidas tinham 40% menos chances de apresentarem problemas de comportamento e 30% tinham menos chances de serem hiperativos do que aqueles cujas mães não tinham consumido álcool nenhum.

Eles também pontuaram mais em testes de vocabulário e de identificação de cores, formas, letras e números.

Meninas filhas de mulheres que tiveram consumo leve de bebidas apresentaram chances 30% menores de desenvolver problemas emocionais do que as filhas das abstêmias, apesar de os pesquisadores afirmarem que isto pode ser devido à própria família da criança e à sua posição social.

"As razões por trás destas descobertas podem ser, em parte, devido ao fato de mulheres com consumo leve de bebidas tenderem a ter uma posição social melhor que as abstêmias e não ao fato de que álcool em quantidades pequenas possa trazer benefícios - como à saúde do coração, por exemplo", afirmou Yvonne Kelly, epidemiologista que liderou a pesquisa.

"Mas, também pode ser devido ao fato de mulheres com consumo leve de bebida terem uma tendência a serem mais relaxadas com elas mesmas e isto contribui a um melhor resultado em termos comportamental e cognitivo nos filhos."

"As descobertas de nosso estudo levantam questões quanto à política de recomendar abstinência completa durante a gravidez e sugere que mais pesquisas são necessárias", acrescentou.

Governo

O governo britânico recomenda que mulheres grávidas ou as que estão tentando engravidar devem evitar bebidas alcoólicas.

Mas, se estas mulheres quiserem beber, não devem consumir mais do que uma ou duas unidades de álcool uma ou duas vezes por semana.

A relação entre consumo pesado e regular de bebidas alcoólicas durante a gravidez e problemas de saúde para os filhos já foi estabelecida. Nos casos mais graves, pode causar o aborto ou dano permanente ao desenvolvimento do feto.

"Tememos que as descobertas deste estudo possam levar mulheres a uma falsa sensação de segurança e dar a elas o sinal verde, afirmar que não há problemas em beber durante a gravidez", disse Vivienne Nathanson, chefe de ciência e ética da Associação Médica Britânica.

"O chamado consumo 'pesado' e 'moderado' de bebida pode prejudicar o bebê. Consumo muito leve pode ou não prejudicar. A associação acredita que o conselho mais simples e seguro é não consumir álcool durante a gravidez", acrescentou.

Essa notícia é justamente daquela classe de informações "plantadas" com algum interesse escuso por trás (leia-se provavelmente financeiro). Como a própria reportagem diz, a ajuda aos bebês tem muito mais relação com o tipo de comportamento das mães do que propriamente com o consumo de álcool das gestantes. Ou seja, em última instância é questionável se o álcool é o elemento determinante para o resultado na vida dos bebês. Portanto, o enfoque da reportagem ou está errado ou erroneamente conduzido. Alerta para uma leitura crítica. Fico com o ideal bíblico da mãe de Sansão que foi orientada por Deus a se abster de bebidas alcoólicas, pois o filho seria um líder de Deus, conforme está relatado no livro de Juízes.

ASSEMBLÉIA DOS BISPOS CATÓLICOS SINALIZA PARA ECUMENISMO

domingo, 26 de outubro de 2008 0 comentários

Site da Rádio Vaticano, 25.10.2008.

Cidade do Vaticano, 25 out (RV) - Bento XVI aprovou, na manhã deste sábado, a publicação da lista final de propostas da XII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos _ as propositiones _ que foram votadas durante a última congregação geral da assembléia sinodal, realizada esta manhã.

O texto a ser publicado será uma versão em italiano, uma vez que a língua oficial do Sínodo _ o latim _ tem caráter reservado. As proposições serão analisadas por Bento XVI que, com base nelas, elaborará sua exortação pós-sinodal.

Apresentadas na 21ª congregação geral do Sínodo, as proposições destinam-se a todos os católicos.

As proposições dirigem uma palavra particular aos estudiosos do texto bíblico: os exegetas, que "devem ter em conta, como teólogos, que a Palavra tem uma dimensão ulterior que não pode ser esgotada com a mera pesquisa filológica, histórico-crítica, mas que exige outro itinerário, outra abordagem, que está no espírito de Deus".

Os padres sinodais fazem votos de que "os fiéis cresçam na consciência da Palavra de Deus e da sua força salvífica", e também que a Igreja fortaleça sua vocação missionária. Em termos de liturgia, se abre estrada à elaboração de um "diretório homilético", e se pede que as Sagradas Escrituras ocupem um lugar visível nas Igrejas. Além disso, se deseja que o papel dos leitores seja estudado e aprofundado, também com base nas novas técnicas da comunicação e no uso de instalações sonoras adequadas.

O papel da mulher na família e na catequese, assim como na promoção do conhecimento da Bíblia, recebe menção especial. O ecumenismo tem seu lugar de destaque, assim como, nesse contexto, a importância do diálogo com os judeus "a partir da plataforma do Antigo Testamento" e com os muçulmanos, "centrado no elemento comum do único Deus".

Quanto ao papel da mulher, a inovação é de um crescente reconhecimento de seu imprescindível papel na transmissão da fé, e de seu lugar na Igreja.

Em situações de conflitos étnicos e de tensões inter-religiosas, as proposições pedem o empenho dos católicos na construção de "pontes de diálogo para construir uma sociedade mais harmoniosa". O texto dedica particular atenção aos pobres, marginais e deficientes, para que "a inculturação da Bíblia toque todos os povos da terra".

As proposições foram apresentadas numa coletiva de imprensa realizada no final desta manhã, na Sala de Imprensa da Santa Sé, presidida pelo diretor da Sala de Imprensa, Pe. Federico Lombardi, por um dos membros da Comissão para a Informação do Sínodo, Dom Filippo Santoro, bispo de Petrópolis, pelo secretário especial do Sínodo, Dom Laurent Monsengwo Pasinya, presidente da Conferência Episcopal da República Democrática do Congo, e pelo relator-geral da assembléia sinodal, cardeal-arcebispo de Québec, Marc Ouellet, que comentou, emocionado, a essência desta experiência eclesial:

Cardeal Marc Ouellet:- "A inovação deste Sínodo é justamente a redescoberta da Bíblia como livro de todos, e não apenas dos especialistas. É um livro de oração. Antes de tudo livro de oração, de meditação, de renovação interior, daí a missão, a comunicação. Nós fizemos a experiência dos discípulos de Emaús: corações ardentes. Algo novo nos foi dado. Estou certo de que amanhã, depois da celebração eucarística conclusiva, o espírito de Pentecostes estará com todos, e a Palavra será comunicação, compartilha, anúncio ao mundo através de todos os diálogos possíveis, com todos, sobre este coração que foi tocado pela Palavra, e que agora quer somente comunicá-la."

Como já é uma tendência, esse evento reunindo os bispos também teve importantes decisões relativas ao ecumenismo, ou seja, aproximação do Vaticano com muçulmanos e judeus. Mas é importante observar que, apesar do cardeal Marc Ouellet, relator-geral da assembléia sinodal, falar em redescoberta da Bíblia, a união com islâmicos e judeus não se dará nesse plano e sim no aspecto político como se consegue perceber. É mais uma forte sinalização para a união das religiões não em torno da Bíblia, mas em torno de interesses financeiros e políticos (poder).

PROJETO QUE PROÍBE PROVAS AOS SÁBADOS SERÁ DISCUTIDO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA

domingo, 19 de outubro de 2008 0 comentários

Da Agência de Notícias do Senado Federal, 17.10.2008.

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) realiza audiência pública, na próxima quarta-feira (22), para discutir projeto de lei do Senado (PLS 261/04), de autoria da ex-senadora e atual governadora do Acre, Ana Júlia Carepa, que proíbe a realização, aos sábados, de provas de concursos públicos, disciplinas curriculares e exames vestibulares promovidos pela administração pública direta e indireta, autárquica e funcional.

O projeto tem por objetivo respeitar os adventistas do sétimo dia e os seguidores de outras religiões que, de acordo com seus preceitos religiosos, dedicam os sábados exclusivamente às atividades religiosas. Também visa diminuir as demandas do Poder Judiciário com mandados de segurança impetrados para garantir a realização de provas em horários alternativos ao período compreendido entre as 18h de sexta-feira até as 18h de sábado.

A audiência pública contará com a participação do presidente da Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, Amaro Henrique Pessoa Lins; do diretor-executivo da Confederação Israelita do Brasil, Luiz Sérgio Steinecke; do assessor jurídico da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação, Daniel Avelino; do presidente da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil, José Marioni; e do assessor jurídico da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Alcides Coimbra.

Caros internautas. Depois de uma longa ausência, voltei a postar aqui no blog Realidade em Foco. Estive muito atarefado na mudança de atividades profissionais, mas agora voltaremos a atualizar o site constantemente. Obrigado a todos que estão postando comentários. Tentarei responder com a maior brevidade possível. Essa notícia acima é muito interessante porque vai no sentido exato da liberdade religiosa.

MÉDICOS E HOSPITAIS ADOTAM A ESPIRITUALIDADE E A ESPERANÇA EM TRATAMENTOS

segunda-feira, 25 de agosto de 2008 1 comentários

Revista IstoÉ, Semana de 25.08.2008.

A partir de informações como essas, os cientistas resolveram identificar o que levava a esse impacto. Chegaram basicamente a duas razões. Uma é de natureza comportamental. Em geral, quem é otimista, tem esperança e cultiva alguma fé costuma ter hábitos mais saudáveis. Além disso, essas pessoas seguem melhor o tratamento. “Uma postura positiva leva a gestos positivos. Os pacientes se cuidam mais, alimentam-se bem, fazem direito a fisioterapia, mesmo que ela seja dolorosa”, explica a clínica geral carioca Cláudia Coutinho.

Há uma revolução em curso na medicina que mudará para sempre a forma de tratar o paciente. Médicos e instituições hospitalares do mundo todo começam a incluir nas suas rotinas de maneira sistemática e definitiva a prática de estimular nos pacientes o fortalecimento da esperança, do otimismo, do bom humor e da espiritualidade. O objetivo é simples: despertar ou fortificar nos indivíduos condições emocionais positivas, já abalizadas pela ciência como recursos eficazes no combate a doenças. Esses elementos funcionariam, na verdade, como remédios para a alma – mas com repercussões benéficas para o corpo. No Brasil, a nova postura faz parte do cotidiano de instituições do porte do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo, da Rede Sarah Kubitschek e do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro, três referências nacionais na área de reabilitação física. Nos Estados Unidos, o conceito integra a filosofia de trabalho, entre outros centros, do Instituto Nacional do Câncer, um dos mais importantes pólos de pesquisa sobre a enfermidade do planeta, e da renomada Clínica Mayo, conhecida por estudos de grande repercussão e tratamentos de primeira linha.

A adoção desta postura teve origem primeiro na constatação empírica de que atitudes mais positivas traziam benefício aos pacientes. Isso começou a ser observado principalmente em centros de tratamento de doenças graves como câncer e males que exigem do indivíduo uma força monumental. No dia-a-dia, os médicos percebiam que os doentes apoiados em algum tipo de fé e que mantinham a esperança na recuperação de fato apresentavam melhores prognósticos. A partir daí, pesquisadores ligados principalmente a essas instituições iniciaram estudos sobre o tema.

Hoje há dezenas deles. Um exemplo é um trabalho publicado na edição deste mês da revista científica BMC Câncer sugerindo que o otimismo é um fator de proteção contra o câncer de mama. “Verificamos que mulheres expostas a eventos negativos têm mais risco de contrair a doença do que aquelas que apresentam maiores sentimentos de felicidade e positivismo”, explicou Ronit Peled, da Universidade de Neguev, de Israel, autor da pesquisa. Na última edição do Annals of Family Medicine – publicação de várias sociedades científicas voltadas ao estudo de medicina da família – há outra mostra do que vem sendo obtido. Uma pesquisa divulgada na revista revelou que homens otimistas em relação à própria saúde de alguma forma ficaram mais protegidos de doenças cardiovasculares. Os cientistas acompanharam 2,8 mil voluntários durante 15 anos. Eles constataram que a incidência de morte por infarto ou acidente vascular cerebral foi três vezes menor entre aqueles que no início estavam mais confiantes em manter uma boa condição física. Provas dos efeitos da adoção da espiritualidade na melhora da saúde também começaram a surgir. Nos estudos sobre o tema, a prática aparece associada à redução da ansiedade, da depressão e à diminuição da dor, entre outras repercussões.

A outra explicação tem fundamento biológico. Está provado que a manutenção de um estado de espírito mais seguro e esperançoso desencadeia no organismo uma cadeia de reações que só trazem o bem. “Se o paciente é otimista, encara um problema de saúde como um desafio a ser vencido. Nesse caso, as alterações ocorridas no corpo poderão ser usadas a seu favor”, explica o pesquisador Ricardo Monezi, do Instituto de Medicina Comportamental da Universidade Federal de São Paulo. O bom humor, por exemplo, é capaz de promover o aumento da produção de hormônios que fortalecem o sistema de defesa, fundamental quando o corpo precisa lutar contra inimigos. Além disso, o riso provoca relaxamento de vários grupos musculares, melhora as funções cardíacas e respiratórias e aumenta a oxigenação dos tecidos.

Confirmação científica do que o autor dos provérbios bíblicos já dizia com propriedade há milhares de anos. Em Provérbios 17:22, está escrito que "o coração alegre serve de bom remédio, mas o espírito abatido virá a secar os ossos". É importante lembrar que essa confiança tem de estar fundamentada em Deus e não simplesmente em si mesmo apenas. O apóstolo Paulo registrou com absoluta sabedoria divina que "tudo posso Naquele que me fortalece" (Filipenses 4:13).

REPRESENTANTE DO VATICANO NA ONU DEIXA CLARO: CRISTÃOS PRECISAM SE UNIR CONTRA PROBLEMAS INTERNACIONAIS

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Rádio Vaticano, 23.08.2008.

Nestes dias, a Rússia comunicou formalmente às cúpulas da NATO a suspensão de todas as actividades de cooperação militar com a Aliança Atlântica. Esta tomada de posição de Moscovo vem na sequência do conflito com a Geórgia e teve lugar logo depois da assinatura do acordo entre Varsóvia e Washington para a instalação em território polaco dum escudo espacial.
Sempre mais tensas as relações entre a Rússia e o Ocidente, com o Conselho da Europa que definiu “inaceitáveis” as violações da Rússia em território georgiano. Pela sua parte, a Secretário de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, reafirmou que os Estados Unidos não consideram a Rússia como inimigo e que “não nos encontramos perante uma nova Guerra Fria. Sobre esta complexa situação internacional, a Rádio Vaticano entrevistou o arcebispo D. Silvano Tomasi, Observador Permanente da Santa Sé junto da ONU, em Genebra, o qual sublinhou nomeadamente que “o sistema multilateral se encontra numa espécie de crise, e isso em prejuízo dos países mais pobres.”

“Este distanciamento da parte da Rússia em relação à NATO é um dos sinais desta dificuldade. Outro sinal foi, há quatro semanas atrás, o malogro da chamada “Ronda de Doha para o Desenvolvimento”. São sinais de que existe uma certa inquietação e uma dificuldade em trabalhar conjuntamente no campo internacional. Neste momento, devemos fazer mesmo um salto de qualidade – sermos propositivos, especialmente nós, cristãos, para reforçar esta unidade da família humana, que se deve exprimir também através das organizações e das estruturas que fazem um passo mais – de solidariedade – a favor dos mais carecidos”.

- Mons. Tomasi, será talvez excessivo falar de retorno à Guerra Fria, Em todo o caso cresce a preocupação por uma nova corrida aos armamentos. Que passos dar para sair desta crise?


“O receio é devido à ineficácia e à falta de resultados nas discussões havidas nos últimos anos no que diz respeito ao desarmamento, sobretudo ao desarmamento nuclear. Isso mostra que existem reticências em querer enfrentar de modo decidido a questão fundamental do desarmamento atómico…… Existe um preço que acabará por ser pago se se continua por este caminho. A falta de comunicação, de intercâmbio… Se esta globalização que penetra um pouco por toda a parte se limita de novo ao nacionalismo e ao proteccionismo, corre-se o risco de novos problemas para a família humana.

- Que papel pode desempenhar a Santa Sé?

“A nossa inspiração cristã leva-nos a ver a família humana como unida, como una. Não nos refugiamos numa abstracção intelectual, mas devemos enfrentar as situações concretas e transmitir esta nossa mensagem de unidade, de solidariedade com responsabilidade. E é por este caminho, com paciência, apresentando argumentos de interesse comum – que não é só uma questão ética, mas também uma questão de interesse – que podemos contribuir com algo de muito precioso e desbloquear de alguma maneira – pelo menos tentar fazê-lo – a situação de tensão que se foi criando nas últimas semanas”.

- No próximo ano celebram-se os 20 anos da queda do Muro de Berlim. Que votos faz, a propósito desta ocorrência, que agora assume um significado particular?

“O Muro de Berlim era uma tentativa de dividir e isolar as populações. Na história os Muros nunca ajudaram nada e o mesmo se diga neste momento. Existem muros construídos entre palestinianos e israelitas, entre americanos e mexicanos… São o oposto à perspectiva de solidariedade e de comunhão, de participação, que nasce do facto de sermos todos filhos de Deus”.

Significativas demais as palavras do monsenhor D. Silvana Tomasi, que é o representante da Santa Sé junto à Organização das Nações Unidas. Ele conclama os cristãos a se unirem para que as desigualdades sociais acabem e, é claro, ponham fim a guerras como a que recentemente o mundo assistiu entre Rússia e Geórgia.
Parece tão belo esse cenário, porém algumas questões nos convidam à reflexão:
- União dos cristãos em torno de doutrinas bíblicas ou do Vaticano, que hoje lidera o processo de ecumenismo e diálogo entre as religiões?
- Que práticas efetivas ONU e Vaticano adotam para evitar desigualdade social ou guerras pelo mundo? Afinal de contas, quem intervém nas guerras são os EUA sempre com interesses financeiros. Que medidas toma o Vaticano para distribuir a riqueza de maneira equilibrada no mundo? Divide suas riquezas com as nações mais pobres, por exemplo?

A Bíblia diz, em I Tessalonicenses 5:2 e 3, que "quando vos disserem paz e segurança, então de repente sobrevirá a ruína". Ora, o discurso é exatamente esse: paz e segurança para o mundo, ainda que artificialmente. Mera retórica da ONU, Vaticano e do Conselho Mundial das Igrejas.
Jesus afirmou, claramente, que "nem todo o que me diz, Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do meu Pai...". O registro está no evangelho de Mateus, capítulo 7.
Sugiro a leitura do livro Preparação da igreja para a crise final, do pastor Fernando Chaij, que expõe textos bíblicos e da escritora Ellen White sobre a relação do Vaticano com movimentos de união das igrejas com o objetivo de distorcer a Palavra de Deus e não promovê-la.

AMBEV lança choppe sem álcool neste mês

segunda-feira, 18 de agosto de 2008 2 comentários

Portal Exame, 18.08.2008.

A AmBev sempre se esforçou para incentivar o consumo responsável de bebidas alcoólicas. A empresa já doou mais de 60 mil bafômetros para governos estaduais e municipais e patrocinou a elaboração de um guia que ensina pais a falar sobre o uso de álcool com seus filhos. Desde 2001, há programas de conscientização dos clientes sobre os riscos da bebida em todos os eventos patrocinados por suas marcas e as peças publicitárias da cervejaria costumam incluir mensagens mais enfáticas que o protocolar slogan “Se beber, não dirija”, exigido pelo governo. A empresa teria, então, ficado satisfeita porque finalmente o governo decidiu coibir a mistura de álcool e direção, com a Lei Seca e uma fiscalização bastante rigorosa?

Pela lógica do prêmio Nobel de Economia Milton Friedman (1912-2006), a resposta seria não. Um dos economistas mais influentes dos Estados Unidos no século passado, Friedman disse, há quase quatro décadas, que “a responsabilidade social das companhias é a de aumentar seus lucros”. E, no mercado, poucos acham que a AmBev não sentirá o baque da Lei Seca. O banco Credit Suisse estima queda de até 6% nos volumes de cerveja vendidos pela AmBev e aposta que ela será mais prejudicada que suas concorrentes porque tem maior presença em bares e restaurantes. Os números divulgados pela Nielsen nesta semana indicam que essa é mesmo a tendência. De junho para julho, a participação de mercado da AmBev caiu 0,7 ponto percentual, para 66,7%, - enquanto Schincariol, Petrópolis e Femsa avançaram.

Ao contrário dos donos de bares e restaurantes, não passa pela cabeça dos executivos da AmBev bombardear a nova legislação ou entrar com uma ação de direta inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal para tentar derrubar a Lei Seca. A reação da empresa começará a ganhar corpo nos próximos dias, quando será a lançado o primeiro chope totalmente sem álcool do Brasil. Com a marca Liber e pesados investimentos em marketing, o chope inicialmente estará presente em bares e restaurantes de São Paulo e Rio de Janeiro. As equipes de vendas da AmBev já rastrearam os estabelecimentos ideais para começar a oferecer o produto e seus funcionários têm recebido treinamento para tirar o chope sem álcool da forma adequada.

O chope será produzido em Jacareí, a 75 km de São Paulo, na mesma fábrica onde a cerveja Liber já é produzida em lata ou garrafa long neck. A marca é a única totalmente sem álcool do país. Suas concorrentes passam por um processo de fermentação bastante rápido, mas suficiente para que sobrem pequenas quantidades de álcool que podem ser percebidas pelo bafômetro com a ingestão da bebida em grandes quantidades. Já a Liber é produzida como qualquer outra cerveja pilsen, mas o álcool é totalmente retirado ao final do processo. A tecnologia para a “dealcoolização” foi importada da Interbrew após a fusão da cerveja belga com a AmBev.

Apesar de processo exclusivo de produção, desde o lançamento em 2004 a Liber nunca pôde ser considerada um sucesso de vendas. Todas as cervejas com baixíssimo teor alcoólico juntas possuem cerca de 0,75% do mercado brasileiro. As marcas da AmBev – Liber e Kronenbier– possuem juntas cerca de 60% desse minifúndio. Até agora a maior parte do público consumidor da Liber a escolhia por motivos religiosos, de saúde ou em locais onde o consumo já era proibido – como estádios de futebol de alguns estados. Executivos da AmBev acreditam, no entanto, que a Liber pode ir muito mais longe com a Lei Seca e se tornar uma boa opção para as pessoas que vão ao bar com amigos, não querem se sentir deslocados mas também não podem beber porque vão dirigir para casa.

Até agora, os resultados foram animadores. As vendas da Liber cresceram 66% em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado e incentivaram a AmBev a fazer um marketing mais agressivo do produto. A empresa comprou placas de propaganda em estádios de futebol e vinhetas publicitárias durante as transmissões de seis rodadas do Campeonato Brasileiro nos canais Globo e SporTV. A empresa não revela o investimento nem as metas de vendas da Liber. O gerente de marketing da marca Sergio Eleutério, afirma, porém, que cervejas sem álcool já respondem por 6% das vendas em países como a Espanha – onde a Lei Seca é respeitada. Outros países também possuem um extenso portfólio de bebidas sem álcool, como cervejas de trigo, de diversos sabores e de outras cores. O sucesso da Liber vai determinar a continuidade dos investimentos da AmBev nesse filão. Há alguns meses, quase ninguém acreditava que a Lei Seca pudesse ser levada tão a sério por governos e cidadãos. Resta saber agora se a nova legislação também será suficiente para romper o hábito brasileiro de não-consumo de cervejas sem álcool.

Podem me chamar de incrédulo, mas desconfio sempre da completa ausência de álcool nessas bebidas. Virou um nicho de mercado com algum crescimento e as empresas se valem de um apelo marqueteiro forte para dizer aos consumidores que não há teor alcoólico em seus produtos. Eu abro o olho e prefiro não beber. Fico com a passagem bíblica, registrada em I Tessalonicenses 5:22, onde diz "abstende-vos de toda a forma de mal".

HÁBITO DE CORRER RETARDA O ENVELHECIMENTO

terça-feira, 12 de agosto de 2008 0 comentários

Agência France Press, 11.08.2008.

Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Stanford, na Califórnia (EUA), mostrou que as pessoas com mais de 50 anos que correm regularmente envelhecem mais devagar e reduzem em 50% o risco de morrer em relação a pessoas sendetárias. A pesquisa foi publicada no Journal of Internal Medicine.

Desde 1984, os cientistas acompanharam 538 pessoas com idades acima de 50 anos, parte delas corria várias vezes por semana e o outro grupo não fazia exercícios. "Ficamos surpresos porque os benefícios do exercício se revelaram mais importantes do que prevíamos", disse o médico James Fries, principal autor do trabalho.

Dezenove anos após o início do estudo, 34% do grupo dos sedentários haviam morrido, contra apenas 15% do grupo que realizava exercícios regularmente. Os pesquisadores usaram estatísticas nacionais de mortalidade para determinar os índices de óbitos dos dois grupos.

A pesquisa também mostrou que os corredores seguem tendo melhor saúde do que os sedentários até depois dos 90 anos. Essa diferença ocorre, provavelmente, pelo índice de massa corporal menor dos que realizam exercícios e também pelos hábitos de vida mais saudáveis em geral.

Realmente, hoje sou entusiasta, mais do que nunca, das caminhadas e das corridas como formas saudáveis de se levar a vida. O benefício é grande realmente. Não me surpreende esse tipo de pesquisa, ainda mais levando em conta que, conforme a própria Bíblia, um estilo de vida saudável tem relação entre físico, emocional e espiritual. Não é à toa que o apóstolo Paulo deixou registrado, na segunda carta aos coríntios, que "ou acaso não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo?". É por aí mesmo. Camihada e corrida é sinônimo de saúde.

Livro conta como fabricantes de medicamentos criam doenças e patrocinam pesquisas para vender mais

terça-feira, 29 de julho de 2008 0 comentários

Revista Exame, Segunda quinzena de julho de 2008.

O suíço Daniel Vasella, presidente da Novartis, é um dos expoentes da indústria farmacêutica mundial. Médico de formação, ele decidiu abandonar o consultório em 1988, aos 35 anos de idade, para trabalhar na área de vendas da fabricante de medicamentos americana Sandoz. Vasella fez, então, uma carreira rápida e bem-sucedida e, em 1996, assumiu o comando da Novartis, empresa resultante da fusão da Sandoz com a Ciba-Geigy e uma das cinco maiores do mundo no setor. Anos atrás, durante uma entrevista, Vasella foi perguntado sobre como sua empresa conseguia criar os medicamentos de sucesso exigidos pelos investidores. Sua resposta foi tão direta quanto surpreendente. “Você cria um desejo”, afirmou ele, como se estivesse falando de um produto de consumo como qualquer outro.
Quem fez a pergunta a Vasella foi a jornalista Melody Petersen, ex-repórter do The New York Times, especializada na cobertura da indústria farmacêutica. Depois de vários anos nesse privilegiado posto de observação, Melody decidiu revelar os meandros do bilionário mercado de saúde. O resultado está no recém-lançado Our Daily Meds — How the Pharmaceutical Companies Transformed Themselves into Slick Marketing Machines and Hooked the Nation on Prescription Drugs (numa tradução livre, “Os remédios nossos de cada dia: como as empresas farmacêuticas se transformaram em máquinas de marketing escorregadias e viciaram a nação em drogas prescritas”). Para Melody, os tempos quase românticos em que a indústria farmacêutica era movida por cientistas e médicos interessados em pesquisar a cura de doenças graves ficaram inexoravelmente para trás. Agora, o setor — fundamental para o bem-estar e para a longevidade — é dominado por marqueteiros. “Vender remédios, e não inventá-los, tornou-se a obsessão”, diz ela.
As empresas parecem estar triunfando nessa nova missão. Em 2005, os americanos gastaram 250 bilhões de dólares em remédios vendidos sob prescrição médica — mais do que consumiram com fast food ou gasolina, por exemplo. Se comparado a outros países, esse volume é ainda mais impressionante. Os Estados Unidos gastam mais com remédios que Japão, Alemanha, França, Itália, Espanha, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, México, Brasil e Argentina — juntos. Em 2006, um americano tomou, em média, 12 remédios prescritos por médicos — em 1994, a média foi oito. Entre a população idosa, o índice chega a 30 drogas anualmente. Graças a essa epidemia, entre 1995 e 2002, a indústria farmacêutica foi o setor mais lucrativo da economia americana. Em 2004, segundo dados da revista Fortune, a cada dólar vendido pelas farmacêuticas, 16 centavos se transformavam em lucro — ante a média de 5 centavos dos outros setores.
A prevenção na saúde, baseada em alimentação equilbrada, repouso, ar puro, água e confiança plena em Deus, é desconsiderada por muitos profissionais. Talvez o motivo resida no fato de que a indústria farmacêutica precisa vender e, através de médicos, ela consegue isso. Tomar remédios é necessário em várias ocasiões, mas o uso desenfreado é um problema sério e podem ter certeza de que é uma realidade não apenas nos EUA, mas no Brasil. A prevenção é barata e realmente precisa ser levada mais em consideração pelas pessoas.

BRASIL POSSUI JUVENTUDE RELIGIOSA, MAS NÃO PRATICANTE

segunda-feira, 28 de julho de 2008 2 comentários

Revista IstoÉ, semana de 30 de julho de 2008.

O Brasil possui a terceira população jovem mais religiosa do mundo, segundo estudo da consultoria alemã Bertelsmann Stiftung: pelo menos 95% dos brasileiros entre 18 e 29 anos declararam que seguem uma religião. Esse índice coloca o País entre os mais religiosos do planeta – estamos apenas atrás da Nigéria e da Guatemala. Marrocos e Indonésia (países muçulmanos) têm os mesmos índices do Brasil (predominantemente católico). Os jovens brasileiros também estão entre os que mais rezam: 74% declararam fazê-lo diversas vezes ao dia, embora um terço deles tenha admitido que não vive totalmente de acordo com os preceitos da religião.

Essa é a realidade social brasileira e mundial: muito se fala sobre religião, muitos dizem viver uma fé, mas poucos são os que efetivamente praticam aquilo que afirmam viver. Na minha opinião, esse é um dos grandes problemas das religiões. Fico pensando se, na época de Jesus, os doze discípulos e posteriormente outros que se uniram à fé apostólica fossem cristão não-praticantes o que seria do cristianismo hoje. Certamente não existiria. Uma religião sem prática é morta em si mesma, destituída de sentido, restrita a formalismos e ritualismos. Essa questão de não viver totalmente os preceitos da religião é subjetiva, mas demonstra que o que se busca efetivamente é uma religião livre de qualquer comprometimento. Bem diferente do que Cristo ensinou aqui, ao falar em abnegação, renúncia ao mundo e ao que é terreno.

Pesquisa revela o que os jovens pensam

segunda-feira, 21 de julho de 2008 2 comentários


Revista IstoÉ, Semana de 21.07.2008.

EDUCAÇÃO 37% consideram a escolaridade essencial para um bom emprego
SEXO 33% dos garotos dormem com a namorada em casa. Apenas 8,5% delas podem fazer o mesmo

A juventude sempre foi vista como uma breve transição para a idade adulta. A ordem era trabalhar cedo, casar logo e constituir família. Os anos 60 romperam com este padrão. Rebeldes, os jovens daquela década lutaram por várias causas, como liberdade política, sexual e igualdade entre os sexos, e criaram um ideal de juventude até hoje cultuado. Vinte anos depois, o espírito de rebeldia mantinha-se vivo, mas as causas eram mais difusas. Hoje, a ditadura é uma lembrança e o conflito de gerações quase desapareceu. O jovem está preocupado em deslanchar na carreira (sem muito stress), valoriza o suporte familiar e sua atuação política é menos partidária e mais social, como a defesa do meio ambiente.
O que passa pela cabeça desta geração foi mapeado por um estudo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A pesquisa, inédita, com dez mil brasileiros de 15 a 29 anos, resultou no livro Juventudes: outros olhares sobre a diversidade, da coleção Educação para Todos, do Ministério da Educação. É a primeira tese de fôlego no País sobre esta faixa etária, que corresponde a 51 milhões de pessoas e só começou a ser estudada há dez anos. O trabalho traz dados surpreendentes – para os mais velhos – sobre a geração que comandará o Brasil daqui a 20 anos.

Para eles, a aparência é fundamental. Quase 27% dos entrevistados disseram que a maneira de vestir os define. Futilidade? Nada disso. A roupa é uma mensagem. “É uma forma de o jovem marcar seu território e anunciar qual é sua personalidade”, afirma a socióloga Miriam Abramovay, organizadora da obra e pesquisadora da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana.
A estagiária de relações públicas Fernanda Araújo, 23 anos, diz sem medo que é consumista. Com o primeiro salário do estágio, gastou R$ 600 num sapato. Mas Fernanda trabalha desde os 15 anos, ajuda a pagar a faculdade e é voluntária de uma entidade. O modo como se veste faz parte de seu objetivo de crescer profissionalmente. “Me dedico ao trabalho, sou prática e sei resolver problemas. Minhas roupas expressam essas qualidades”, acredita. Fernanda está satisfeita com os rumos da própria vida, assim como 75% dos participantes do estudo.
“Mesmo com violência, educação deficiente e um mercado de trabalho disputado, o jovem acredita que as dificuldades serão superadas”, diz Miriam. “É uma juventude forte, que mantém a esperança. São características fundamentais que fazem a sociedade evoluir.” Ao contrário de gerações passadas, eles encontram confiança e segurança em casa e têm na família sua maior fonte de alegria. É a ela que o estudante carioca Frederico Lacerda, 21 anos, dedica o tempo livre após o estágio, a faculdade, a namorada e os esportes. Ele janta todos os dias com a mãe, a avó e os irmãos. Quando o pai, gerentegeral de um hotel em Angra dos Reis (RJ), está no Rio, os filhos até cancelam compromissos. “Eu e meus irmãos fazemos questão disso. O ambiente em nossa casa é tão bom que amigos e namoradas gostam de freqüentá- la.”
Reportagem completa em www.istoe.com.br
Alguns resultados não surpreendem, porque refletem aquilo que vemos na prática. Pelo menos 33,3% dos garotos afirma que dorme com a namorada, ou seja, certamente pratica sexo com ela sem qualquer comprometimento advindo do casamento. Isso é um retrato real de nossa sociedade que se distancia rapidamente dos ideais bíblicos. O casamento, como instituição criada por Deus (não pelo homem), deixa velozmente de ter importância na sociedade a começar pelos hábitos dos jovens.
Outro dado curioso é que, para a maior parte dos entrevistados, o que melhor define um jovem é a moda e a aparência. Isso deveria preocupar a sociedade bastante. Significa dizer que os próprios jovens estão afirmando, com todas as letras, que convicção de atitudes, ideologia, responsabilidade, compromisso ficam para trás quando se procura uma auto-definição. Claro que temos uma carga histórica envolvida nisso, mas a estrutura familiar infelizmente está mudando mesmo. Na minha opinião, para pior, porque se um jovem se considera muito mais fruto do que ele aparenta do que o que ele efetivamente é, então alguma coisa bem errada existe.

ESTUDO LIGA DESCRENÇA RELIGIOSA A QI ALTO

sexta-feira, 27 de junho de 2008 3 comentários


BBC Brasil, 25.06.2008.

Um artigo de pesquisadores europeus, que será publicado na revista acadêmica Intelligence em setembro, defende a tese de que pessoas com QI (Quociente de Inteligência) mais alto são menos propensas a ter crenças religiosas.

O texto é assinado por Richard Lynn, professor de psicologia da Universidade do Ulster, na Irlanda do Norte, em parceria com Helmuth Nyborg, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, e John Harvey, sem afiliação universitária.

Lynn é autor de outras pesquisas polêmicas, entre elas uma sugerindo que os homens são mais inteligentes do que as mulheres.

A conclusão é baseada na compilação de pesquisas anteriores que mostram uma relação entre QIs altos e baixa religiosidade e em dois estudos originais.

Em um desses estudos, os autores compararam a média de QI com religiosidade entre países.

No outro estudo, eles cruzaram os resultados de jovens americanos em um teste alternativo de habilidade intelectual (fator g) com o grau de religiosidade deles.

Na pesquisa entre países, os pesquisadores analisaram média de QI com o de religiosidade em 137 países. Os dados foram coletados em levantamentos anteriores.

Os autores concluíram que em apenas 23 dos 137 países a porcentagem da população que não acredita em Deus passa dos 20% e que esses países são, na maioria, os que apresentam índices de QI altos.

Exceções

Os pesquisadores dividiram os países em dois grupos.

No primeiro grupo, foram colocados os países cujas médias de QI são mais baixos, variando de 64 a 86 pontos. Nesse grupo, uma média de apenas 1,95% da população não acredita em Deus.

No segundo grupo, onde a média de QI era de 87 a 108, uma média de 16,99% da população não acredita em Deus.

Os autores argumentam que há algumas exceções para a conclusão de que QI alto equivale a altas taxas de ateísmo.

Eles citam, por exemplo, os casos de Cuba (QI de 85 e cerca de 40% de descrentes) e Vietnã (QI de 94 e taxa de ateísmo de 81%), onde há uma porcentagem de pessoas que não acreditam em Deus maior do que a de países com QI médio semelhante.

Uma possível explicação estaria, segundo os autores, no fato de que "esses países são comunistas nos quais houve uma forte propaganda ateísta contra a crença religiosa".

Outra exceção seriam os Estados Unidos, onde a média de QI é considerada alta (98), mas apenas 10,5% dizem não acreditar em Deus, uma taxa bem mais baixa do que a registrada no noroeste e na região central da Europa – onde há altos índices médios de QI e de ateísmo.

Lynn diz que uma explicação para o quadro verificado nos Estados Unidos pode estar no fato de que "há um grande influxo de imigrantes de países católicos, como México, o que ajuda a manter índices altos de religiosidade".

Mas ele reconhece que mesmo grupos que emigraram para os Estados Unidos há muito tempo tendem a ter crenças religiosas fortes e diz que, simplesmente, não consegue explicar a realidade americana.

Generalização

Os autores argumentam que essa relação entre QI e descrença religiosa vem sendo demonstrada em várias pesquisas na Europa e nos Estados Unidos desde a primeira metade do século passado.

Eles citam, também, uma pesquisa de 1998 que mostrou que apenas 7% dos integrantes da Academia Nacional Americana de Ciências acreditavam em Deus, comparados com 90% da população em geral.

Lynn admitiu à BBC Brasil que os resultados apontam para uma "generalização" e que há pessoas com QI alto que têm crenças religiosas fortes.

Segundo ele, há vários fatores, como influência familiar ou pressão social, que influenciam a religiosidade das pessoas.

"Nós temos que diferenciar a situação hoje com outros períodos da história. As pessoas tendem a adotar uma atitude de acordo com a sociedade em que vivem. Hoje em dia, na Grã-Bretanha e em outros países europeus, não há tanta pressão da sociedade para que você acredite em Deus", afirma.

Uma das hipóteses que o estudo levanta para tentar explicar a correlação entre QI e religiosidade é a teoria de que pessoas mais inteligentes são mais propensas a questionar dogmas religiosos "irracionais".

Dúvidas

O professor de psicologia da London School of Economics, Andy Wells, porém, levanta questões sobre a tese.

"A conclusão do professor Lynn é de que um QI alto leva à falta de religiosidade, mas eu acredito que é muito difícil ter certeza disso", afirma.

De acordo com Wells, vários estudos já demonstraram que pessoas com níveis de QI altos tendem a ter níveis de educação mais altos.

"E quanto mais educação as pessoas têm, é mais provável que elas tenham acesso a teorias alternativas de criação do mundo, por exemplo", afirma Wells.

O jornal de psicologia Intelligence, publicado na Grã-Bretanha, traz pesquisas originais, estudos teóricos e críticas de estudos que "contribuam para o entendimento da inteligência". Acadêmicos de universidades de vários países fazem parte da diretoria editorial.

Além de não ser totalmente conclusiva e merecer, inclusive, questionamentos científicos, a pesquisa do professor de psicologia da Irlanda do Norte reflete a realidade de um mundo cético. O que importa, para os racionalistas da nossa época, é conhecimento secular que propicia uma suposta liberdade de negar tudo e criticar toda e qualquer crença sobrenatural. Ou seja, você só é livre para pensar se for descrente. Se tiver um alto nível de ceticismo, então terá maiores chances de encontrar as respostas para os seus dilemas e dúvidas sobre a própria existência.
O interessante é que esse ceticismo é marcado, principalmente, por duas questões:
1) A imagem que se tem hoje de religião é grandemente influenciada pela história da igreja predominante ao longo dos séculos, portanto quando se fala em religião logo se associa à Igreja Católica Medieval e seu modo de agir que realmente é questionável e causa mais ojeriza do que apreciação pelos pensadores. Só que essa não é a religião descrita pela Bíblia.
2) Acredita-se que a religiosidade e a espiritualidade não sejam necessários à vida humana, quando, na verdade, já se mostrou, até cientificamente de certa forma, a importância de atitudes totalmente não explicáveis sob o ponto de vista físico como a oração e a fé. Eu não consigo imaginar que uma pessoa é mais inteligente do que outra ou tem uma capacidade maior de raciocínio, lógica, entre outras aptidões, porque é descrente no que se refere à religiosidade.

Isso não faz sentido, já que, se você ler algum dos episódios envolvendo Jesus Cristo, perceberá a inteligência em seu nível máximo na maneira de lidar com as pessoas e de resolver situações. E, pelo que consta, Jesus Cristo era extremamente crente no poder divino e na Sua missão. Amplamente digna de ser posta em dúvida ess conclusão do professor de psicologia da Irlanda do Norte.

 
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