Mesmo com crise, livro é prioridade de compra nos EUA

domingo, 31 de janeiro de 2010 0 comentários

Folha On Line, 31.01.2010, 16h37min.

Mesmo durante tempos difíceis para a economia dos Estados Unidos, quando os consumidores tentam cortar despesas dispensáveis, eles não conseguem viver sem livros.

Três quartos dos adultos norte-americanos que participaram de uma pesquisa on-line disseram que sacrificariam férias, jantares, idas ao cinema e até compras nos shoppings, mas não conseguiriam resistir à tentação de comprar um bom livro.

Jantar fora de casa veio numa longínqua segunda posição da lista dos itens dispensáveis, com apenas 11%, seguida por compras, com 7%, viagens, com 4%, e filmes, categoria escolhida por apenas 3% dos participantes.

"A recessão realçou o declínio da ganância, dos prazeres e da entrega às tentações, mas notamos uma volta aos prazeres mais simples da vida", afirmou Michelle Renaud, gerente da Harlequin Enterprises Limited, que realizou a pesquisa.

A sondagem entrevistou 3.000 pessoas e tentou determinar o que seduzia as pessoas a gastarem mais dinheiro, como elas reagiam à tentação e quão longe elas iriam quando tentadas.

O sexo foi a principal tentação de 50% dos homens, enquanto 56% das mulheres responderam que a comida encabeçava a lista. Os gêneros também divergiram no seu enfoque em cometer desvios. Metade dos homens disse que era inofensivo cobiçar alguém que não fosse sua parceira, número que caiu para 33% entre as mulheres.

'Nossa pesquisa também revelou que 20% das mulheres e 43% dos homens tinham tentação de ficar com a parceira de um amigo [ou parceiro da amiga]", informou a empresa.

A economia em dificuldade e o alto desemprego também parecem ter aumentado a competição e as tentações no ambiente de trabalho. Segundo a sondagem, 48% das pessoas admitiram ter dado uma olhadela no holerite do companheiro de trabalho. Já 15% dos homens e 10% das mulheres disseram que sabotaram um colega.

"É muito surpreendente o número de pessoas que admitiram ter feito isso", disse Renaud, acrescentando que esse fato provavelmente ocorre devido ao competitivo mercado de trabalho.

A mesma fatia de homens e 8% das mulheres admitiram que tomaram para si o crédito por um trabalho feito por outra pessoa.

Nota: Apesar de a pesquisa falar das tentações humanas, não é exatamente isso que me chamou mais a atenção nesta pesquisa. Ficou claro o interesse dos entrevistados por leitura, em detrimento de outras atividades, muitas delas supérfluas. Fica aí uma dica interessante para quem realmente quer ter mais conteúdo para discutir ideias, crescer profissionalmente e pessoalmente e ampliar a visão do mundo ao seu redor com um olhar mais crítico. Mas, repito: leitura só ajuda se for de bons livros, não de baboseiras comerciais produzidas somente para vender.

Remédio de emagrecimento mais popular no mundo proibido na Europa

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010 0 comentários

O Globo On Line, 25.01.2010, 11h35min.

A Agência Europeia de Medicamentos proibiu esta semana a venda da sibutramina, atualmente a droga para emagrecer mais usada no Brasil e nos Estados Unidos, de acordo com informações do British Medical Journal (BMJ). Nos EUA, o medicamento teve sua venda restrita em dezembro após uma avaliação da Food and Drug Administration (FDA), que observou que a droga aumenta o risco de infartos e derrames.

Segundo a agência europeia, os riscos da sibutramina superam seus benefícios. Junto com a proibição, foram divulgados dados do estudo "sibutramine cardiovascular outcomes trial (SCOUT)", que mostrou que o risco de infarto do miocárdio aumenta 16% em pessoas que tomam o medicamento. Em artigo publicado no BMJ, os pesquisadores da Agência Europeia de Medicamentos afirmam que "médicos não devem mais prescrever este medicamento, e farmacêuticos não devem tê-lo em estoque. Pacientes que tomam a sibutramina devem consultar um médico e discutir formas alternativas de perder peso".

Nota: Mais um motivo para não se envolver com "miraculosas" maneiras de perder peso que comprovadamente podem ser prejudiciais à saúde, ao templo do Espírito Santo como diz a Bíblia. Melhor recorrer aos meios preventivos como alimentação saudável, exercícios, repouso, etc.

Britânicos querem transformar heavy metal em religião oficial

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010 0 comentários

Portal G1, 22.01.2010, 18h50min.

A revista "Metal Hammer" lançou nesta semana na internet uma campanha para que o heavy metal seja oficialmente reconhecido como uma religião no Reino Unido. A ideia é que, no censo de 2011, os fãs do gênero escrevam a palavra "heavy metal" no campo em que devem informar a sua opção religiosa.

"Você é um defensor da fé? Você faz chifrinhos com mais frequência do que junta as mãos? Então você vai querer fazer parte da campanha Metal Britannia, da 'Metal Hammer', para fazer com que os poderosos saibam disso", diz o comunicado oficial da revista, que cita um verso de uma música de Ozzy Osbourne para endossar o movimento: "O rock'n'roll é a minha religião e a minha lei".

A campanha, com cerca de 4.700 seguidores no Facebook até agora, tem inclusive o seu próprio "embaixador mundial da paz metaleira", o vocalista da banda Saxon, Biff Byford.

"O metal foi criado aqui, portanto deve estar nos genes do Reino Unido, eu creio", diz Byford. "No começo dos anos 80 havia um enorme número de grandes bandas e éramos todos parte do mesmo clube, seja qual fosse o nome que nos chamássemos, fosse heavy rock, rock'n'roll ou heavy metal, não fazia diferença. Tinha esse grande culto de mais de um milhão de pessoas no Reino Unido e agora está acontecendo tudo de novo! Conseguir o reconhecimento do heavy metal como um religião é um grande ato de rebeldia, não?", sugere.

Os fiéis metaleiros aproveitam para lembrar que no último censo, realizado em 2001, mais de 400 mil britânicos informaram "jedi" como a sua religião graças a uma campanha massiva realizada na internet pelos fãs da série "Star wars". No balanço final, jedi acabou sendo oficializada como a quarta religião mais popular do Reino Unido, atrás apenas do cristianismo, do islamismo e do hinduísmo.

Nota: Realmente, a maneira como muitas pessoas se relacionam com a música acaba se tornando efetivamente uma religião, pois determinados estilos musicais e tudo o que se associa a eles se transformam finalmente em objetos de culto como os próprios "metaleiros" dizem na reportagem acima.
O sentido lato da palavra religião, no entanto, tem a ver com religação com Deus ou com algum tipo de divindade. Não compreendo muito bem a que tipo de religação os adeptos do heavy metal se referem, mas é preciso analisar bem qual é a motivação desta nova ideia/modismo. A música heavy metal sempre esteve associada, seja na Europa ou nos Estados Unidos, à rebeldia, sexo livre, abuso de álcool e drogas, violência e desrespeito às leis e à família. Certamente não são princípios que norteiam uma religião, por exemplo, fundamentada na Bíblia Sagrada.
Acredito ser improvável o avanço de mais este oportunismo de promoção do heavy metal, mas me preocupa seriamente a intenção de se equiparar à religião um estilo de música que tem ajudado a degradar a mente de jovens em todo o mundo ao longo dos anos e praticamente não contribui com causas verdadeiramente importantes para o bem-estar da humanidade.

Soldados britânicos no Afeganistão receberão fuzis com mensagens bíblicas

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010 1 comentários

UOL Notícias, 21.01.2010, 7h52min. Indicação do internauta Rogério Ferraz.

Os soldados britânicos no Afeganistão receberão fuzis com uma mira telescópica que terá referências bíblicas, uma decisão que os críticos temem que seja aproveitada pelos talibãs.

O ministério da Defesa (MoD) assinalou que fez um pedido de 400 visores à empresa americana Trijicon, acrescentando que não sabia do significado das inscriçoes.

O partido opositor Liberal Democrata criticou a medida, enfatizando que os rebeldes que lutam contra as Otan e as forças dos Estados Unidos no Afeganistão poderão fazer uso disso.

"Isso será para alguns de nossos inimigos uma prova para convencer seus seguidores de que estamos mergulhados numa guerra religiosa entre o cristianismo e o Islã", afirmou o porta-voz do partido.

Os visores ópticos de combate exibem a sigla JN8:12, em referência ao capítulo 8, versículo 12, do livro de João.

Esta passagem da Bíblia, na versão do Rei James, diz: "Então Jesus lhes falou outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo: quem me segue, não andará nas trevas, e sim terá a luz da vida".

O ministério da Defesa esclareceu que a Trijicon foi escolhida por oferecer miras ópticas de melhor rendimento. Por sua parte, a Trijicon declarou que coloca referências das Escrituras em seus produtos há mais de duas décadas. O Reino Unido tem atualmente cerca de 10.000 soldados no Afeganistão.

Nota: Não creio que a referência a Jesus como a luz do mundo tenha qualquer relação com visores óticos para guerrear à noite. Não dá para coadunar a guerra, motivada seja por qual razão, com a mensagem de iluminação espiritual que Jesus deixou nos evangelhos bíblicos. É o tipo de atitude que só distorce o verdadeiro papel da Bíblia e da própria religiosidade. Infelizmente, ao que parece, a julgar pela história, estamos diante de conflitos muito menos ligados a questões religiosas ou de interpretação dos livros sagrados e, sim, muito mais influenciados pelo desejo de conquista de territórios estratégicos, riquezas do solo e poderio para novas e insanas guerras.

Vaticano manobra para conciliar interesses com judeus

domingo, 17 de janeiro de 2010 0 comentários

Agência Zenit, 17.01.2010, 11h14min

O Papa Bento XVI ressaltou o que une católicos e judeus neste domingo no Vaticano, horas antes de uma visita à sinagoga de Roma, que tem provocado polêmica após a decisão do Sumo Pontífice de avanças com a controversa beatificação de Pio XII.

"Apesar dos problemas e das dificuldades, se respira um ambiente de grande respeito e diálogo entre os fiéis das duas religiões", disse o Papa alemão da sacada de seu quarto no Vaticano.

Bento XVI ressaltou "as relações maduras" e "o esforço comum de valorizar o que nos une: a fé em um Deus único, primeiramente, mas também a proteção da vida e da família, a aspiração à justiça social e à paz".

Ele repetiu que a visita à sinagoga de Roma tem como objetivo marcar "uma nova etapa no caminho da concórdia e da amizade entre católicos e judeus".

A decisão de Bento XVI, em 19 de dezembro, de dar o status de "venerável" a Pio XII, acusado de ter mantido silêncio diante do genocídio dos judeus, esteve a ponto de comprometer a visita, anunciada em 13 de outobro.

A visita será acompanhada pela imprensa do mundo inteiro, com a presença de 500 jornalistas.

Nota: Historicamente, o Vaticano tem conseguido ser hábil politicamente para que seus interesses prevaleçam em todas as áreas. Resta saber, agora, qual será a manobra para conciliar uma aproximação ecumênica consistente com os judeus e a beatificação de um papa historicamente comprometido com a omissão diante do holocausto alemão.
Em um bom livro chamado "Em nome de Deus", o autor, o jornalista católico David Yallop, faz menções, também, à fortíssima ligação entre os EUA, o Vaticano e a causa em favor do estado de Israel à época do papado de João Paulo II. Ou seja, vem de mais tempo este interesse em granjear o favor dos judeus ou dos simpáticos à causa judaica no mundo. Resta saber como harmonizar posições contraditórias do passado com desejos políticos do presente.

Vampiros e zumbis representam 17% dos livros vendidos nos EUA

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010 0 comentários

Folha On Line, 14.01.2010, 17 horas.

Pelo menos 17% dos livros vendidos nos EUA no ano passado falavam sobre vampiros ou morto-vivos como zumbis e criaturas paranormais. O levantamento foi feito pelo jornal norte-americano "USA Today", que elaborou uma lista das cem obras mais vendidas no país.

Atores Robert Pattinson (à dir.), Kristen Stewart e Taylor Lautner, da saga Crepúsculo no cinema

O ranking foi liderado pela série de Stephenie Meyer, autora de "Crepúsculo", "Lua Nova", "Eclipse" e "Amanhecer". Em seguida, aparecem os livros de Charlaine Harris, que inspiraram "True Blood", série de TV criada pelo canal HBO. C. Cast, autora da série "House of Night" junto com sua filha, também é lembrada na lista.

"Orgulho e Preconceito e Zumbis", que modifica a obra de Jane Austen, também está presente no ranking. O texto foi adaptado pelo norte-americano Seth Grahame-Smith.

O "USA Today" mostra que vampiros, zumbis e criaturas paranormais ganharam espaço nas livrarias em 2009. No ano anterior (2008), eles representavam só 14% dos títulos. Em 2007, a participação era bastante pequena, só de 2%.

A tendência é de que os sugadores de sangue sigam, em 2010, nesse mesmo caminho. "Eclipse" ganha adaptação cinematográfica em junho, despertando o interesse de quem ainda não foi "mordido" por esse febre literária.

Motivos

Especialistas tentam entender essa mania mundial de vampiros.

"O vampiro é o novo James Dean", diz Julie Plec, autora e produtora executiva de "The Vampire Diaries" (Diário do Vampiro), futura série de TV americana baseada nos populares romances de L.J. Smith, sobre garotas colegiais e hommes fatales. "Há algo tão silencioso e sensual nesses jovens predadores eróticos", disse.

Os vampiros fazem parte de uma tradição antiga que remonta a Nosferatu e pelo menos ao Drácula de Bram Stoker. Anne Rice atualizou o gênero, introduzindo o vampiro aristocrático Lestat. Mas os mortos-vivos estão retornando como uma vingança, em parte porque "personificam ansiedades do mundo real", disse Michael Dylan Foster, professor-assistente no departamento de folclore da Universidade de Indiana em Bloomington.

"Especialmente nesta época de maior vigilância, no pós-11 de Setembro, representações como 'Crepúsculo' refletem uma espécie de mentalidade de teoria da conspiração, um temor de que haja alguma coisa secreta e perigosa acontecendo em nossa comunidade, embaixo de nossos narizes."

E o que mantém os vampiros atraentes? Sua combinação de boa aparência imortal e sexualidade decadente. Figuras de glamour vampiresco fazem poses sedutoras em diversas publicações recentes de moda. Retratadas como criaturas andróginas, elas exibem olhares mortíferos, acentuados por sua palidez cadavérica.

A atração do vampiro "tem tudo a ver com a excitação de imaginar os monstros que poderíamos ser se nos permitíssemos", sugeriu Rick Owens, um precursor da moda cujas coleções de tom gótico às vezes evocam os mortos-vivos.

"Somos todos fascinados pela corrupção -quanto mais glamourosa, melhor", e, ele acrescentou, com a ideia de "devorar, consumir, possuir alguém que desejamos".

Esse tipo de glamour predador é personificado por Catherine Deneuve em "Fome de Viver". Nesse clássico cult da morbidez de 1983, dirigido por Tony Scott, Deneuve faz o papel de Miriam, uma chupadora de sangue sedutora que usa ternos de ombros marcados e é casada com um pálido David Bowie e atraída por Susan Sarandon, meio andrógina, uma especialista em sono e longevidade.

O controle dos impulsos é um tema que repercute especialmente na atual era de conflitos e recessão. "Os períodos de guerra, crise e turbulência econômica dão origem à produção de vampiros e à ficção fantástica", disse Thomas Garza, presidente do departamento de estudos eslavos e eurasianos da Universidade do Texas em Austin e especialista na lenda dos vampiros.

"Com a recessão e a guerra, o conflito parece se voltar para dentro, enquanto questionamos nossa situação fiscal, política e moral. Fomos excessivos demais? Precisamos ser mais contidos? Parece que estamos novamente questionando esses valores fundamentais", disse.

Nota: Este é o tipo de levantamento que me preocupa. Sou um notório defensor da leitura, ainda mais em um país como o Brasil em que a média de livros lidos pelas pessoas não chega a 2 por ano. O problema é o conteúdo do que se lê. A literatura ficcional não é uma nenhuma novidade e sempre encantou gerações ao longo dos séculos. Só que o teor voltado a vampiros, zumbis, paranormalidade, mortos-vivos sem contextualização ou mal contextualizado historicamente é algo perigoso.

Até que ponto crianças e adolescentes entendem profundamente do que se tratam histórias de zumbis e vampiros? A superficial leitura de livros do gênero sensacionalista não é certeza de compreensão de mundo. Seria uma forma de simplificar a explicação da imortalidade da alma e da eternidade em torno de seres meio humanos e meio não-humanos? Se é, é importante que os jovens leiam, também, livros que procuram explicar a origem de crenças como a imortalidade da alma de autores diversos e não apenas de prováveis oportunistas do mundo literário que veem nestas "obras" chances de alavancar suas vendas.

Entre as razões apontadas por um dos entrevistados para o interesse por este tipo de "literatura" está o desejo do ser humano de se deparar com mistérios e coisas não explicadas racionalmente. Mas será que neste tipo de leitura há respostas para isso ou mais indagações que só levam a mente a divagar em torno de ilusões criadas para consumo rápido e garantido? Engraçado ver que muitos rejeitam a Bíblia por considerarem um livro alegórico e não literal, mas dão amplo crédito para os devaneios escritos por aproveitadores de plantão ávidos por vender suas narrativas "fantasmagóricas", sensuais e historicamente infundadas muitas vezes.

Se vale uma busca pelo espiritual, sugiro a leitura, também, dos incríveis textos bíblicos que informam e formam seres humanos há milhares de anos. Palavras que dão sentido à vida e possuem muito mais coerência arqueológica e histórico-cronológica do que muita obra dita "científica" que se produz por aí.

Sobrevivência na África

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010 1 comentários

Jornalista Fabiana Bertotti, que recentemente produziu vídeos no continente africano para o Serviço Voluntário Adventista - Conheça mais sobre este projeto em http://blog.portaladventista.org/missionariosvoluntarios/

Não consigo entender algumas coisas aqui, por mais que me expliquem. As pessoas aceitam ser servas das outras que consideram superiores e simplesmente não lutam por algo mais. É incrível. A cabeça é diferente, é mais que cultura. Existem enormes campos verdes, terras férteis e não se vê plantações de comida. Somente o chá dos estrangeiros. É possível plantar soja, feijão e o que mais precisarem, mas não o fazem.

O Malawi é lindo, gente, lindo mesmo! E as pessoas são miseráveis, sem precisar ser. Uma coisa me chamou a atenção num vilarejo: uma casa com a placa para recarregar celular. Não existe energia elétrica fácil por ali, mas uma galera tem celular. Eita globalização. Só que não têm onde carregar e pagam um local onde podem obter energia. No mercado, bem bonito por sinal, quase tudo vem da África do Sul, país vizinho, pois não há indústrias significativas no Malawi e de alimentos então, no way! A educação é precária, mas algumas pessoas fazem uma diferença aterradora.

Conheci um paciente do hospital, senhor Gerald Campbell que me deixou fascinada. Há 13 anos ele vive no país e há 12 montou um grande orfanato, usando uma base militar abandonada. Conseguiu algum apoio do governo, pediu doações e prosseguiu. Lá ele cuida atualmente de 115 jovens de 4 a 20 anos que recebem comida, educação técnica, ensino de inglês e muito carinho. Cada criança, com educação e tudo, custa cerca de 70 dólares por mês e ele vai atrás do dinheiro. Era um executivo de marketing do All Mart e largou tudo nos EUA para fazer isto aqui. Hoje seus "filhos" são técnicos, professores, conheci um mestre em educação e outras tantas profissões. O lugar é feio e pobre, mas é o oásis para quem perdeu a família para a Aids. A bondade do senhor Campbell torna aquela pobreza linda. Quando perguntei por que ele tinha largado tudo no seu país para viver ali, daquela forma, por gente que nem conhecida era ele calmamente e com um largo sorriso respondeu: primeiro, porque sou cristão e Cristo me pediu para amar e ajudar ao meu semelhante, está na Bíblia, pode olhar. Depois porque eu posso ajudar de alguma forma então deque valerá minha vida aqui se não tiver feito o bem para alguém e tiver vivido só pra mim? Minha dor pelo soco no estômago que ele acabara de me dar não permitiu outra pergunta sequer.

Destruições naturais ou provocadas?

terça-feira, 12 de janeiro de 2010 0 comentários

Por Felipe Lemos, mantenedor deste blog.

A crise ambiental está na pauta mundial nos últimos anos. Não apenas por causa do propagado aquecimento global que seria ou será, dependendo da ótica científica, fator de destruição gradativa e progressiva do planeta em que vivemos. Mas a ocorrência de diversas situações de desequilíbrio climático, em média e grandes proporções, em diferentes pontos do globo tem preocupado as autoridades. No final de ano, grandes nevascas assolaram os países localizados no Hemisfério Norte como os Estados Unidos, Canadá e várias nações europeias, enquanto no Brasil, por exemplo, as chuvas intensas são responsáveis por destruições permanentes. Tenho lido que especialistas em meteorologia concordam que tem chovido, além do normal, em vários estados brasileiros, e os resultados são vistos: enchentes em São Paulo, Minas Gerais, fortes ventanias em Santa Catarina e Rio Grande do Sul e agora deslizamentos graves no Rio de Janeiro. O saldo tem sido o de vários mortos, muitos feridos e um grande número de pessoas desabrigadas ou desalojadas. Em 2009, foram registrados 245 desastres naturais, abaixo da cifra mais alta da década, de 434 ocorrências em 2005, conforme informou a Estratégia Internacional para a Redução de Desastres da Organização das Nações Unidas. Dos 245 desastres, 224 estavam relacionados com o clima e causaram cerca de 7.000 das 8.900 mortes, segundo dados preliminares.

Mas qual a relação desse panorama desanimador e a vida de um cristão? Os cristãos têm compromisso com a preservação deste planeta de alguma maneira e poderiam estar sendo, também, omissos nesse papel? Estima-se que, na capital paulista, pelo menos 70% dos alagamentos aconteça por entupimento de bueiros com lixo. O mesmo deve ocorrer em outras cidades.

Curioso é perceber o direcionamento bíblico para o conceito de que o ser humano é responsável pela administração do que foi criado por Deus. Inclusive por seu próprio organismo. Comecemos pelo período imediatamente após o ato criador. Após criar o homem, é dito que Deus, no versículo 28 do primeiro capítulo de Gênesis, deu a seguinte recomendação a Adão e Eva: “...dominai sobre os peixes do mar, sobre todas as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra” (Almeida, Edição Contemporânea). A palavra dominar indica um controle e um gerenciamento em relação à natureza. E gerenciar implica não destruir, nem esgotar os recursos naturais disponíveis e muito menos retirar sem repor. É, em última instância, a tarefa de cuidar. Semelhante orientação foi dada, após a ocorrência do Dilúvio bíblico, para Noé e sua família. No capítulo 9 de Gênesis, há a afirmação de que tudo o que foi criado seria entregue em suas mãos.

Em outros trechos, sobretudo no Antigo Testamento, quando há uma explícita apresentação de normas e recomendações úteis ao povo de Israel em sua trajetória rumo às terras de Canaã, é possível reconhecer a preocupação divina com o meio ambiente. São menções quanto ao descanso da terra (Levítico 25), às queimadas (Êxodo 22:6), à proteção geral de animais (Êxodo 21:33,34), ao cuidado com árvores frutíferas em determinadas situações (Deuteronômio 20:19,20) e mesmo assinalada repreensão contra a crueldade praticada contra animais (Provérbios 12:10).

A base de todo esse cuidado de Deus com respeito à natureza parece estar em Salmos 24:1. Diz a versão bíblica que “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e todos os que nele habitam” (Almeida, Edição Contemporânea). O princípio é o mesmo que observado com referência ao cuidado com o corpo, a mente, com os recursos financeiros e com o tempo. Deus é o legítimo proprietário de tudo, portanto deu a oportunidade ao ser humano de fazer a administração de tudo o que há. A boa administração, logicamente, resulta em bons resultados e, o contrário, da mesma forma.

Parece que, independente do que as pesquisas têm demonstrado, a administração dos recursos naturais tem se mostrado, de modo geral, a pior possível. O lixo produzido por uma vida absurdamente consumista e descartável da maioria das pessoas não encontra mais vazão e polui todos os mananciais de água possíveis, inclusive os mais profundos. A emissão de gases poluentes é uma realidade em uma sociedade na qual os indivíduos consomem, cada vez mais, máquinas movidas a fontes combustíveis. A falta de reposição equilibrada do que é velozmente sugado da terra (árvores, água, nutrientes, etc) se transformou em um hábito irresponsável em grandes dimensões.

Há movimentos para redução disso, mas são ínfimas as mudanças significativas. Mesmo assim, os cristãos, de acordo com a Bíblia, não têm o direito de cruzar os braços diante disso. Pode haver a impressão de que, por estarem com foco em uma nova terra, de vida eterna e erradicação completa do pecado e suas consequências, os cristãos estariam livres de cuidar do meio ambiente. Tal pensamento não se coaduna com a Bíblia, já que o pedido de Deus é que, enquanto habitam a terra, os humanos convivam da maneira mais ambientalmente harmoniosa com os demais seres. No livro de Apocalipse, no trecho que apresenta as características do período descrito como sétima trombeta, e que muitos estudiosos creem ser o tempo final e o imediato retorno de Cristo a este mundo, uma advertência solene chama a atenção. No capítulo 11 e versículo 18 é dito que “iraram-se as nações, então veio a tua ira, e o tempo de serem julgados os mortos, e o tempo de dares recompensa aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos, e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra”. (Almeida, Edição Contemporânea). Os que perseguem os verdadeiros adoradores de Deus e, por conseguinte, deram sua enorme parcela de contribuição para a destruição do mundo natural, receberão a retribuição final ao que buscaram.

A Bíblia não se omite em relação ao meio ambiente. Pelo contrário, declara que os que se consideram cristãos possuem uma responsabilidade ainda hoje no planeta em que habitam É verdade que aspiram a uma terra eterna, sem desmatamentos, poluição, consumismo desequilibrado e desordem do ecossistema, mas sem se esquecer da realidade em que vivem.

Mundo tem menor nº de democracias desde 1995, diz relatório

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Portal Terra, 12.01.2010, 14h18min.

As liberdades civis ao redor do mundo perderam terreno pelo quarto ano consecutivo em 2009, com o Iraque apresentando melhoras, o Afeganistão retrocedendo e a China agindo como se estivesse sob o cerco de seus próprios cidadãos, afirmou a Freedom House nesta terça-feira.

Barein, Jordânia, Cazaquistão, Quirguistão e Iêmen passaram para a categoria dos países "não livres", elevando o total para 47 em comparação com os 42 de 2008. O número de democracias eleitorais caiu de 119 para 116, o menor desde 1995.

Oitenta e nove países foram designados "livres" e 58 "parcialmente livres" no relatório divulgado pela organização de defesa da democracia e dos direitos humanos, com sede nos Estados Unidos. A deterioração ao longo dos quatro anos marca o mais longo declínio desde que a Freedom House começou a fazer sua pesquisa anual, em 1972.

O Iêmen, o país mais pobre do mundo árabe, observou a deterioração dos direitos políticos em face da piora rápida da segurança e da "marginalização maior do Parlamento e de outras instituições políticas", diz o relatório.

O documento citou também a "paranoia crescente, até mesmo na maior e mais obstinada" potência autoritária do mundo. "Nenhum país consegue competir nesse quesito com a China, que - apesar da economia forte e do poderio militar - se comporta como se estivesse sob o cerco dos seus próprios cidadãos", afirmou o relatório.

A influência crescente da economia chinesa no exterior ajudou os países repressores, possibilitando a esses governos investimentos sem as condições impostas pelo Ocidente, disse o principal pesquisador do relatório.

"Desde que a China consiga obter minerais estratégicos ou algum tipo de ganho econômico, ela investirá nesses países", disse Arch Puddington, diretor de pesquisas da Freedom House.

"Isso é um problema, principalmente na África. Alguns desses países autoritários têm uma opção - eles não têm de executar as reformas que os Estados Unidos ou a Europa podem exigir", acrescentou.

Embora a Ásia tenha sido citada como uma região de melhorias modestas, o relatório indicou uma liberdade reduzida no Afeganistão, onde uma "votação presidencial profundamente fraudada exacerbou uma situação de segurança já instável e expôs a prevalência da corrupção dentro do governo".

O Iraque, por outro lado, apresentou avanços, enquanto o restante do Oriente Médio e a região do norte da África "sofreram uma série de reveses".

"Os parâmetros dos direitos políticos no Iraque melhoraram à luz das eleições regionais, que no geral foram consideradas justas e competitivas, e em razão da maior autonomia do governo à medida em que se colocou em prática a retirada gradual das tropas norte-americanas", afirmou o relatório.

Nota: Este tipo de relatório é significativo, uma vez que a democracia política tem relação muito próxima com a concessão de liberdades e direitos humanos. E liberdades, diga-se de passagem, incluem as de cunho religioso. Esta queda no número de democracias é particularmente preocupante para quem defende a liberdade de pensamento, expressão ou credo. A falta de democracia nas nações cria um ambiente propício para que instituições e poderes políticos e econômicos dominadores, às vezes até mesmo em nome de uma paz e união mundiais, perpetuem, ao contrário, a intolerância religiosa para com aqueles que não se submeterem aos seus interesses.
Pode haver um pensamento da seguinte orientação: se as democracias são escassas no mundo e se propaga uma pacificação artificial a qualquer custo, os poderes dominadores (sejam religiosos ou políticos) podem se sentir à vontade para impor suas vontades e intenções. E intolerância religiosa é algo que não está tão desaparecido. Vide casos recentes de perseguições na Índia a cristãos, constantes problemas em diversos países africanos. Além disso, a separação entre Igreja e Estado, cláusula pétrea em países como Estados Unidos e Brasil, começa a ser questionada através de medidas indiretas e progressivas.

Casamento gay aprovado por parlamentares portugueses

domingo, 10 de janeiro de 2010 0 comentários

DN Portugal, 08.01.2010.

O Parlamento acabou de aprovar a proposta do Governo que legaliza os casamentos homossexuais. O diploma ainda terá que passar por debate e votação na especialidade, mas terá aprovação garantida também aí. Mas as bancadas partiram-se nas várias votações.

Os projectos dos Verdes e Bloco de Esquerda que admitiam a adopção gay foram, por outro lado, reprovados, assim como a que pedia um referendo sobre a matéria (proposto por mais de 90 mil cidadãos) ou o do PSD que sugeria apenas uma nova união civil - não designada por casamento.

A proposta do Governo foi viabilizada com os votos de todas as bancadas da esquerda e com a oposição do PSD e CDS. Mas houve deputados que usaram da liberdade de voto: sete deputados do PSD abstiveram-se;no PS, duas deputadas rejeitaram o casamento gay proposto pelo seu partido.

Para José Sócrates, o debate de hoje marca "um dia muito histórico para a Assembleia da República". "Damos um passo da maior importância no sentido de combater a discriminação e a injustiça que existia na sociedade portuguesa", disse, afirmando a sua satisfação por liderar o Partido Socialista "no sentido de fazer aquilo que um humanista deve fazer", ou seja, "combater as injustiças dos outros como se fossem injustiças contra nós, combater as normas legais que impedem a igualdade como se nos atingisse a nós próprios". "É um momento histórico para a Assembleia da República e estou muito satisfeito por ter participado", destacou o primeiro-ministro.

Nota: aberto mais um precedente para formalização de outros tipos de famílias fora do plano original preconizado na Bíblia Sagrada entre homem e mulher.

 
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