Documento do Vaticano sobre crise econômica comentado em detalhes

sexta-feira, 25 de novembro de 2011 0 comentários

Falei hoje na Rádio Novo Tempo (www.novotempo.com/radio) sobre as implicações do documento produzido recentemente pelo Vaticano sobre a crise econômica e global. O documento se chama Nota do Pontifício Conselho Justiça e Paz - Para uma reforma do sistema financeiro e monetário internacional
na perspectiva de uma autoridade pública de competência universal.
Documento original publicado em:


Esse Conselho é um órgão da Cúria Romana responsável por ações de promoção da justiça e da paz presidido atualmente por um bispo de Gana chamado Peter Turkson.

Quero destacar três pontos principais em relação a esse documento:

1. Para o Vaticano, a origem do problema é o liberalismo econômico sem regras e incontrolado que conduz à desigualdade social. Se relacionarmos com outros documentos anteriormente promulgados a respeito de questões morais, é possível entender que, na ótica da Santa Sé, o problema da "bolha econômica" que deu origem à crise que hoje assola os países europeus é fruto da exploração do capital especulativo e, em última instância, do liberalismo econômico desregrado.
Engraçado é que o Vaticano, através de seus bancos, também participa desse tipo de capital especulativo. Quem quiser entender melhor como o Vaticano age administrativa e sob a ótica geopolítica mundial, sugiro a leitura da obra O Poder e a glória, do jornalista inglês David Yallop.
Abaixo, a citação do documento que reforça o que estou dizendo:

"Antes de tudo, um liberalismo económico sem regras e incontrolado. Trata-se de uma ideologia, de uma forma de «apriorismo económico», que pretende tirar da teoria as leis de funcionamento do mercado e as chamadas leis do desenvolvimento capitalista, exasperando alguns dos seus aspectos. Uma ideologia económica que estabeleça a priori as leis de funcionamento do mercado e do desenvolvimento económico, sem se confrontar com a realidade, corre o risco de se tornar um instrumento subordinado aos interesses dos países que gozam efectivamente de uma posição de vantagem económica e financeira".

2.  O Vaticano entende que é preciso estabelecer uma Autoridade Política Mundial. O termo é significativo, porque faz alusão à necessidade de uma espécie de organismo/entidade/instituição que tome para si a responsabilidade de organizar-se acima dos poderes terrenos, governamentais. É fundamental compreender que a solução, conforme o documento, não está em Deus, como se poderia deduzir partindo de uma organização religiosa, mas nessa Autoridade Política Mundial. E não é difícil concluir que, pelas características apresentadas, somente o próprio Vaticano se encaixa nesse perfil. Ou seja, aí nesse ponto legislam em causa própria.

"A constituição de uma Autoridade política mundial deveria ser precedida de uma fase preliminar de concertação, da qual emergirá uma instituição legitimada, capaz de oferecer uma guia eficaz e, ao mesmo tempo, de permitir que cada país expresse e persiga o próprio bem particular. O exercício de uma Autoridade como esta, colocada ao serviço do bem de todos e de cada um, será necessariamente super partes, isto é, acima de qualquer visão parcial e de qualquer bem particular, em vista da realização do bem comum. As suas decisões não deverão ser o resultado do pré-poder dos países mais desenvolvidos sobre os países mais débeis. Ao contrário, deverão ser assumidas no interesse de todos, não só em benefício de alguns grupos, quer eles sejam formados por lobby privadas ou por Governos nacionais".

3. O documento declara, no final, que a autoridade mundial é o único horizonte que pode fazer frente a toda essa dificuldade relacionada à crise econômica global. Ou seja, apesar de a Bíblia declarar que a volta de Cristo Jesus (inclusive bem declarado isso em profecias históricas como as da estátua de Nabucodonosor, com registro em Daniel capítulo 2, o Vaticano assegura que a saída definitiva está nesse modelo de autoridade política mundial.

"Num mundo em vias de rápida globalização, a referência a uma Autoridade mundial torna-se o único horizonte compatível com as novas realidades do nosso tempo e com as necessidades da espécie humana. Mas não se deve esquecer, contudo, que esta passagem, considerando a natureza ferida dos homens, não se realiza sem angústias e sem sofrimentos".

Resultados do evangelismo A Grande Esperança

quarta-feira, 23 de novembro de 2011 1 comentários

Não posso deixar de mencionar hoje uma história interessante sobre os resultados do evangelismo A Grande Esperança, ao vivo diariamente, até dia 26, pela TV, web e rádio. Leia comentário feito pelo jornalista Michelson Borges, em seu blog.

Os três amigos Edson, Wilson e Luiz
Wilson Fonseca terminou o curso de Teologia no ano de 1990 (no mesmo ano, o então Instituto Adventista de Ensino [hoje Unasp] publicou um livro dele, intitulado Daniel nos Escritos de Ellen G. White). Sua primeira igreja como pastor foi a do Parque Aliança, em Ribeirão Pires, SP. Lá ele conheceu o ancião (líder da igreja) Luiz Gonzaga de Oliveira, seu braço direito na época. Em 1992, Wilson foi transferido para São Vicente e, desde então, Luiz nunca mais o viu.

Edson Honorato serviu o Exército juntamente com Wilson. Ambos deram baixa do 2º Batalhão de Infantaria (2ª Companhia) em 1981. Em 1986, eles se reencontraram na Casa Publicadora Brasileira, onde Edson trabalhava. Na ocasião, Wilson estava cursando o primeiro ano de Teologia. Aquela foi a última vez que os dois ex-colegas de caserna se viram.

Sábado passado, dia 19, dois anciãos da Igreja Adventista de Nova Tatuí, Álvaro Cândido e João Carlos Pereira, estavam almoçando e planejavam visitar um irmão na fé. Foi quando ficaram sabendo da história de um ex-pastor adventista que havia se mudado para Tatuí fazia alguns meses. Conseguiram o endereço dele, mas não o encontraram em casa. No local, receberam a informação de que Wilson havia trabalhado numa fecularia próxima dali. Foram até lá, mas ninguém conhecia o homem. Quando voltavam para o carro, João Carlos reconheceu a dona do estabelecimento e resolveu perguntar pelo Wilson. Álvaro e João ficaram, então, sabendo que, na verdade, Wilson trabalhava com o irmão da dona da fecularia, proprietário de uma fábrica de carrocerias.

De posse do endereço da fábrica, os dois anciãos foram até lá e encontraram Wilson embaixo de um caminhão, fazendo reparos na carroceria. João o cumprimentou, deu-lhe um exemplar do livro A Grande Esperança, de Ellen G. White, e o convidou para assistir à primeira noite de pregações da semana evangelística dirigida pelo pastor Luís Gonçalves, via satélite, diretamente de Belo Horizonte, MG. Poucas horas depois, pontualmente às 19h30, lá estava Wilson (que não perdeu uma noite até agora).

Mas tem mais (e os detalhes revelam Deus agindo nos bastidores para salvar esse filho querido): anteontem pela manhã, o Álvaro comentou os detalhes dessa história comigo e sugeri que ele fizesse uma busca no cadastro de assinantes da Casa Publicadora Brasileira, para obter mais detalhes. Quando ele comentou isso lá no SAC, a atendente Rosana se manifestou: “Wilson Fonseca foi meu pastor e eu morei com a filha dele, a Rúbia Shalheb Fonseca, no internato adventista!” Logo em seguida, Rosana avisou o pai, guarda interno da CPB, que se chama Luiz Gonzaga de Oliveira. O primeiro reencontro estava sendo preparado.

Quando Edson Honorato ficou sabendo pela esposa que um ex-pastor chamado Wilson estava assistindo à série A Grande Esperança na Igreja de Nova Tatuí, pensou: “Será o Fonseca, meu colega de batalhão?” E o segundo reencontro também estava prestes a ocorrer.

Hoje à noite, poucas horas atrás, pudemos assistir a três reencontros carregados de emoção e lágrimas: do Wilson com Jesus e dele com os dois amigos a quem não via fazia muitos anos. Depois de 17 anos afastado da igreja, Wilson atendeu ao apelo do pastor Luís Gonçalves e pediu para ser batizado. Foi um culto realmente emocionante.

No fim da reunião, à porta da igreja, Wilson me disse: “Não tenho explicação para tudo o que está acontecendo nesta semana. Quero voltar e ser batizado.”

Amém!

Publicação original em http://www.criacionismo.com.br/2011/11/grande-esperanca-alcanca-ex-pastor.html

Igreja evangélica nos EUA cultua deusa pagã Ísis

segunda-feira, 7 de novembro de 2011 0 comentários

Notícias Gospel, 07.11.2011.
Original em http://www.wnd.com/?pageId=360365


Uma igreja luterana da Califórnia está sendo duramente criticada depois de organizar uma conferência que irá apresentar “meditações dirigidas”, uma prática associada à Nova Era . O maior problema para os cristãos é saber que isso será dirigido por uma “sacerdotisa” da deusa da fertilidade egípcia Ísis.
A Conferência Anual de Fé e Feminismo será realizada pela quinta vez entre os dias 11 e 13 de novembro. A responsável pelo evento, Igreja Luterana Ebenézer, da cidade de São Francisco, carrega um curioso apelido: herchurch [igreja dela]. O motivo é que ela expressa a identidade feminina de deus, a deusa-mãe.
Loreon Vigne, autointitulada alta-sacerdotisa do Oásis de Isis, um templo pagão fundado por ela 1978 na cidade de Geyserville, Califórnia.
Em entrevista recente, Vigne explica sua fé assim: “Para mim, Isis é a Mãe Natureza, que abrange tudo com suas asas. É uma deusa alada, que abrange todos os outros deuses, de todas as culturas do mundo”.
Falando sobre sua participação num evento realizado em uma igreja cristã, ela ressalta: “A meditação dirigida é aquele momento em que todos os participantes fecham os olhos e você os conduz em uma jornada espiritual. Já levei pessoas a rever suas vidas passadas no Egito, cultura que dominava todos os segredos. Seu principal conceito era conheça a si mesmo, seu coração, sua alma e seu propósito divino”. Ela defende um sistema de crenças baseado no conceito egípcio de equilíbrio, formado por 42 leis ou 42 ideais. “É como se fossem os 10 Mandamentos, mas com um conceito mais positivo. “Não matarás”, por exemplo, é substituído por “Considere todas as vidas como sagradas”.
Vigne planeja levar outras sacerdotisas à conferência para ajudá-la a fazer as invocações, cânticos e meditações. Segundo o site do Oásis de Ísis, além de louvar a antiga deusa pagã, a equipe também faz massagens terapêuticas, leituras de tarô e astrologia.
Vigne explica que hoje há milhares de seguidores de Isis em todo o mundo. “Acredito que as pessoas se cansem dessas igrejas normais, que estabelecem um tipo de religião organizada. Eu sempre brinco que a minha religião é desorganizada”.
Contudo, o evento da igreja luterana não agradou a muitos membros da denominação. O pastor Dan Skogen, de Marion, Iowa, é um dos mais indignados com essa invocação de divindades pagãs em um templo cristão.
“Não se pode inventar esse tipo de coisa!”, protestou ele, que se descreve como um luterano cansado de ver a “constante zombaria contra a Palavra de Deus” por parte da Igreja Evangélica Luterana da América (ELCA), que hoje reúne perto de 4,2 milhões de membros, em 10 mil igrejas.
Skogen não aceita o fato de que a liderança da ELCA “aceita e promove a falsa ideia de que a salvação é assegurada a essas pessoas que não têm fé em Cristo. É aceitável que eles tragam adoradores de Isis para uma conferência. É um grande afastamento do ensinamento da igreja cristã. Deus deixou claro em Êxodo 20:3: ‘Não terás outros deuses diante de mim’. Mesmo assim, essa igreja traz seguidores de outros deuses para falar e ensinar do púlpito!”
Outra palestrante do evento é Megan Rohrer, primeira pastora luterana assumidamente transgênero. “Acredito que o mundo está muito mais interessado na conexão entre as religiões do que na exclusividade”, afirma Rohrer. “Não é algo assim tão incomum. O cristianismo foi fundado durante um período que viu o nascimento de muitas coisas”.
Embora admita que seja normal a preocupação de alguns com essa mistura de paganismo e cristianismo, ela afirma: “Os cristãos que reclamam disso provavelmente não sabem o que é o paganismo. Qualquer coisa que seja diferente do que sua igreja ensine é contra os caminhos de Deus. Isso é algo muito limitado”, acrescenta.
Não é a primeira vez que essa igreja luterana de São Francisco, é criticada por divulgar ensinamentos que contrariam a teologia cristã.
No site da igreja é possível ler: “Somos uma comunidade diversificada, alicerçada na tradição cristã, com o propósito de recriar a imagem do divino como mulher. Nossas orações e nossa liturgia feminista remontam à tradição de invocar nomes como Mãe, Shaddai, Sophia, Ventre, Geradora, Aquela Que É. Isso só é possível por nossa uma visão renovada da natureza do Evangelho, guiados pela elevada sabedoria de Jesus”.
A pastora Rohrer afirma que sua igreja está “criando uma economia caridosa para um mundo onde a identidade de todos possa ser sustentada em sua integridade, oferecendo espaços de atuação para todos os seres humanos”.

Nota: Essa ação de sincretismo religioso, promovida por essas congregações luteranas, pode até chocar alguns em uma primeira leitura, mas estão dentro de um contexto que já se desenvolve há mais tempo. Não é tão recente a conversação de igrejas cristãs tradicionais com outros credos e, além dessa conversação, a fusão de pensamentos a caminho de uma adoração única.
Biblicamente, é possível perceber que Deus sempre orientou Seu povo (inicialmente Israel em termos políticos e depois Israel espiritual que envolve todo aquele que aceita a salvação através de Jesus Cristo) a não estabelecer um sincretismo com outras crenças, especialmente politeístas. O motivo é lógico e simples: Deus é único e merecedor exclusivo da adoração por parte dos seres que Ele criou.
A idolatria, tão condenada na Bíblia e especificada na síntese dos dez mandamentos escritos pelo dedo do próprio Deus, recrudesce gradualmente e deve comprometer a verdadeira adoração da qual falam, entre outros livros, o próprio Apocalipse (a revelação dos tempos finais dada através de visões ao profeta João). E não fico admirado de ver que, mesmo entre igrejas consideradas de orientação cristã, essa distorção comece a se tornar mais visível e concreta. O objetivo final não é o de se manter naquilo que a Bíblia já determinou há milhares de anos e que sempre norteou a caminhada do povo de Deus. A intenção com ações como essa é a de criar um culto popular capaz de agradar aos gostos e vontades das pessoas e não necessariamente apresentar a elas princípios imutáveis preconizados pelo próprio Deus e que não se alteram justamente porque o caráter de Deus não se altera.
A busca por popularidade e fama no segmento religioso é o que caracteriza esse sincretismo religioso descompromissado com a lei divina e aliado do secularismo idólatra, pagão e desvirtuador do próprio conceito de Deus. Caminho aberto para que outras conexões do gênero se consolidem e desfigurem o cristianismo a ponto de não ser mais possível encontrar a Cristo e Seus ensinos em determinadas igrejas.

Cinismo, ceticismo ou falta de Deus? Reflexão sobre artigo de Cristóvão Buarque

domingo, 6 de novembro de 2011 0 comentários

Artigo de Cristóvão Buarque no jornal O Globo, 05.11.2011 publicado originalmente sob o título "Cinismo ou ceticismo".

Diversos repórteres descreveram a rebelião em Canudos. Mas foi Euclides da Cunha quem ficou na história, porque no lugar de apenas descrever as aparências entre o que parecia um Conselheiro insensato e Generais sensatos, mostrou o que havia por baixo das aparências: a disputa entre Cidade e Campo, Império e República, Moderno e Arcaico.
Cem anos depois, estamos repetindo a mesma forma superficial de fazer reportagens sem descrições mais profundas da sociologia da corrupção. As notícias giram em torno de denúncia dos fatos visíveis: vídeos, contratos, fotos e propinas. Ainda não surgiu o Euclides da Cunha da corrupção. Estamos vendo e descrevendo o superficial.
Por trás dos fatos de políticos roubando dinheiro público, está a realidade de uma sociedade acostumada a desprezar o que é público. A indignação contra a corrupção é um bom sinal de que o interesse público começa a nascer, mesmo assim muito discretamente, porque as causas mais profundas não são denunciadas. Como Canudos, há uma barreira protegendo a percepção das causas mais profundas.
Depois de séculos em que até o trabalhador era propriedade privada e de décadas de uma democracia servindo aos interesses de minorias, o interesse privado ainda prevalece sobre o público. Fica explicado - não justificado, obviamente - porque tantos se sentem no direito de vandalizar os bens públicos, como se destruir bens públicos não fosse uma forma de corrupção. Fica explicada também a aceitação de expressões como “isto não é roubo”, ou “rouba, mas faz”, ou "mas, e daí, se todos roubam", ou a mais moderna e cínica “rouba, mas é um dos nossos”, ou ainda "rouba, mas não é para si, é para a campanha".
Até há pouco tempo, pelo menos existiam partidos e militantes que repudiavam essas afirmações. A democracia cooptou-os, absorveu-os e os fez tolerantes, criando uma geração de céticos e cínicos, porque a realidade da primazia do privado é mais forte do que as idéias, os sonhos e a vontade dos que querem defender o público. Isso faz com que os jovens que há poucos meses estavam sendo pisoteados pelas patas de cavalos da polícia, ao manifestarem-se contra a corrupção, não compareçam e até repudiem as recentes manifestações pela ética. Pode ser por ingenuidade ou por convicção de que os fins justificam os meios, ou pode ser por cinismo até porque as ações não mostram fins diferentes do ponto de vista dos interesses do público e do longo prazo.
Esse desprezo pelo interesse público induz e permite uma tolerância com o roubo dos recursos públicos a ponto de, eufemisticamente, chamá-lo de corrupção, no lugar de roubo. A sociedade aceita como natural o uso do dinheiro público para obras desnecessárias ou que beneficiam apenas uma minoria. Felizmente, cobrar propina na construção de prédio público já começa a provocar indignação, mas fazer obra faraônica ou estádios ao lado de casas sem esgoto não escandaliza. A primazia do privado sobre o público, do indivíduo sobre a Nação, leva à "corrupção pelo vandalismo", à "corrupção nas prioridades" e à "corrupção do imediatismo", provoc ando o consumo de recursos que pertencem também às gerações futuras, como acontecerá com os royalties do petróleo, como se isto não fosse também uma corrupção.
É por isso que, nas palavras do professor Kurt Weyland, citado pelo jornalista Rudolfo Lago, no site Congresso em Foco: “O Brasil tem uma democracia estável, mas de baixa qualidade”. Porque a política não está comprometida com a causa pública. Felizmente, enquanto não surge um Euclides da Cunha, temos repórteres atuantes, desvendando segredos e descrevendo a realidade apenas nas aparências. Como os repórteres que foram a Canudos, os de hoje talvez tenham interesses e visão das minorias privilegiadas, viciadas no interesse particular da renda e do consumo privado, que impedem a visão das causas da corrupção que vão muito além do comportamento dos p olíticos imorais. A corrupção está na estrutura social, na qual o Estado pertence e existe para poucos.
Euclides da Cunha, além da genialidade literária, possuía uma habilidade sociológica que não dá para exigir de todos nós, nem dos nossos leitores que, provavelmente, não gostariam de tomar conhecimento de toda a verdade.
Mas dá para exigir que os militantes não sejam cínicos no presente, para que não sejam todos céticos quanto ao futuro.

Nota: Relevante a reflexão apresentada por Cristóvão Buarque, apesar de o mesmo ser um político e, como integrante da classe política, co-responsável por parte do que ele mesmo critica. Mas tudo bem. Quero me ater mais ao conteúdo e não ao autor em questão.
Entendo que um dos grandes problemas do Brasil (e de outros países também) não é apenas a baixa qualidade da sua democracia.
É o fato de se usar a democracia para justificar a corrupção. Explico: em nome de um governo "do povo"ou "para o povo" ou ainda "com o povo", atendem-se interesses de grupos específicos sempre que os mesmos exercem uma pressão financeira sobre os representantes da área legislativa, judiciária e executiva. Só que isso não é necessariamente governar em prol do povo. É governar para os poucos que pressionam financeiramente e não têm qualquer compromisso ou comprometimento com o bem-estar da grande maioria.
Faltam aos governantes em todas as instâncias a preocupação com a qualidade de vida da maioria das pessoas. E esses governantes são muito parecidos com as pessoas que neles votam ou depositam algum tipo de confiança para que liderem o País, os estados e as cidades. Um reflete, de certa forma, o comportamento do outro. E mais do que comportamento, o próprio caráter.
E quando falamos de índole ou caráter, embora haja diferenças técnicas entre os dois conceitos, estamos falando de conceitos de não são efeito, mas a causa. O cinismo e/ou ceticismo apontado por Buarque em seu artigo é consequência direta da inexistência de um caráter caracterizado pelo interesse verdadeiro pelo bem-estar dos outros. Isso ajudaria, inclusive, a se desenvolver uma percepção concreta do que é interesse público. É mais do que oferecer benefícios às pessoas, mas levá-las a compreender suas responsabilidades como integrantes de um todo que precisa ser preservado.
Falta mesmo é a presença de Deus na vida de administradores públicos e privados, bem como de todos nós (o povo que vota). Creio, segundo a Bíblia, que Deus é quem pode influenciar em nosso caráter de maneira que tenhamos aspirações, desejos, sonhos e pensamentos dirigidos realmente à coletividade e não apenas a nossos interesses egoístas.
Não que necessariamente Deus esteja distante ou tenha saído enquanto deixou o mundo girar sozinho com suas corrupções. Possivelmente nós é que tenhamos O alijado de nossa vida para cuidarmos de nossos próprios interesses ou daqueles a quem devemos favores, sobretudo financeiros.

Líder religioso no Oriente Médio convoca missionários

quarta-feira, 2 de novembro de 2011 2 comentários

Portal Adventista, 1º.11.2011;

Um chamado à missão deu a tônica da mensagem apresentada, na manhã desta terça-feira (1º), em Brasília, durante a Comissão Diretiva Plenária da Divisão Sul-Americana, pelo pastor Homer Trecartin, recém-nomeado como presidente da uma união responsável pela administração adventista no Oriente Médio. A Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia (AG) decidiu estabelecer uma região que pudesse atender com uma estratégia diferenciada 21 países com uma população de 500 milhões de pessoas onde há apenas dois mil adventistas (proporção de 1 adventista para cada 250 mil habitantes).
Trecartin relembrou a experiência missionária de Paulo, Silas e Lucas e do pioneiro adventista sul-americano Jorge Riffel e destacou que todos eles não tiveram medo de enfrentar desafios e perigos para levar avante a mensagem a quem precisa em diferentes lugares e culturas. “Há muita gente hoje que nos diz que é perigoso e até ilegal ir para onde estamos indo. Mas precisamos fazer o trabalho de Deus”, comentou o líder.
O plano da AG é que na região do Oriente Médio sejam estabelecidos inicialmente 25 centros de influência em vários países estratégicos. Até o final de 2013, a meta é mais ambiciosa e prevê a criação de 100 centros de influência. Conforme o pastor Trecartin, esses centros poderão ser lugares de saúde, escolas de inglês, programas de alfabetização, apoio a estudos, restaurantes e até casas.
O conceito de centros de influência é interessante, porque a ideia não é apenas criar meios de envolvimento religioso, mas social. Uma das metas parece ser a de criar uma visão diferenciada do cristianismo de modo a quebrar preconceitos, principalmente em relação aos muçulmanos. “No Egito, por exemplo, há policiais posicionados na frente de igrejas cristãs. Fazem isso para proteção, mas, também, para assegurar que os muçulmanos não entrem em um templo cristão”, explicou.
No final do sermão, Trecartin fez um apelo aos líderes sul-americanos para que ajudem a reforçar a ideia de enviar mais missionários às regiões principalmente da chamada Janela 10/40, onde o cristianismo é quase inexpressivo frente a outras crenças religiosas. “Orem mais, no entanto façam ainda mais por nós no Oriente Médio”, suplicou o líder.

Nota: A Bíblia comenta, nos evangelhos, sobretudo em Mateus, que o fim do mundo não virá antes sem uma extensa e abrangente pregação do evangelho da salvação a todas as pessoas. Muito se discute acerca de como isso se dará, mas algo é certo: o evangelho tal como revelado pela Bíblia Sagrada deverá se tornar conhecido a milhares de pessoas, inclusive de outras crenças. Esse tipo de trabalho, explanado pelo pastor Trecartin, é muito interessante e inteligente.
Uma das maiores necessidades hoje não é apenas de o cristianismo apresentar doutrinas e ensinamentos teológicos, porém mostrar simpatia para com as pessoas de todas as orientações religiosas. E esses centros de influência no Oriente Médio certamente serão criados nesse contexto e nesse sentido. Importante constatar isso em tempos de cumprimento profético.

 
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