CIDADE NORTE-AMERICANA MUDA PREFIXO PARA EVITAR "NÚMERO DEMONÍACO"

domingo, 30 de dezembro de 2007 0 comentários

Site G1, 29.12.2007.

Uma cidade no Estado americano da Louisiana recebeu permissão para mudar seu prefixo de telefone para que seus moradores possam evitar um número que muitos associam com o demônio.Cristãos de Reeves reclamam desde meados da década de 60 de terem recebido o número 666.

A cidade tem menos de 500 habitantes e fica no chamado Cinturão Bíblico, na região sudeste dos Estados Unidos. Em Reeves há três igrejas e seu prefeito, Scott Walker, diz que se trata de "uma comunidade muito religiosa". Nos próximos três meses, os moradores poderão optar pela mudança dos primeiros três números de seu telefone para 749.

Walker disse que a decisão da companhia telefônica CenturyTel se deveu a uma "intervenção divina", embora tenha admitido que os dois senadores da Louisiana ajudaram a pressionar a empresa e a Comissão de Serviços Públicos.

A referência ao número 666 vem do Livro da Revelação da Bíblia. Muitos estudiosos acreditam que ele estaria relacionado um imperador romano da época em que o Livro foi escrito - Nero ou Diocleciano. Ambos são responsáveis pela morte de muitos cristãos.

Para saber mais sobre o Número 666 sugiro a leitura reflexiva do capítulo 13 do livro bíblico de Apocalipse e o livro de C. Mervyn Maxwell chamado "Uma nova era segundo as profecias do Apocalipse", editado pela Casa Publicadora Brasileira (www.cpb.com.br).

ANO-NOVO-VELHO (para pensar)

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Para pensar em um novo ano de maneira diferente. Uma reflexão.
Por Felipe Lemos, editor desse blog.

Pedro vai enterrar o maço de cigarro e tentar sepultar o vício. Paulo retornará ao curso trancado na universidade. Maria fará uma meia dúzia de juras de amor para o noivo com quem pretende se casar e José assistirá aos anuais dizeres das escaladas de telejornais que ecoarão a frase: “previsões para o próximo ano são otimistas”. Todos farão pedidos silenciosos por um ano melhor, menos problemas domésticos, menos impostos, mais dinheiro para o consumo fútil, menos dissabores ao lidar com os vizinhos, amigos e parentes e mais paz, saúde e alegria.

O ano novo surgirá como se fosse totalmente novo, inédito, um começo do zero, a anulação plena de tudo o foi pretérito e a perspectiva de diretrizes e conceitos absolutamente diferentes de tudo o que antes foi pensado. As esperanças se renovarão, muitas delas fundamentadas no improvável, no impossível e no inatingível. Mesmo assim, serão esperanças dignas de alimentar a fome momentânea dos carentes de um futuro, ou seja, Pedro, Paulo, Maria, José, eu e você.

Pedro será tentado a cinicamente se dizer seguro para o ano vindouro, embora se sinta temeroso quanto ao amanhã. Já Maria viajará em mente e sonho rumo aos seus desejos, enquanto Paulo baixará a cabeça e dirá, ainda que para si mesmo, que o negócio é continuar trabalhando com afinco e dedicação como se não houvesse um ano novo.

Depois do brinde da noite de virada, talvez as promessas sejam esquecidas, as lembranças voltem a jazer no passado e somente o presente tenha um significado importante. A Lua que parecia tão cheia na noite de ano-novo será a mesma de qualquer outro dia, os sorrisos de estímulo talvez se tornem choro de fracasso ou decepção e a solidariedade passageira se limitará a alguns dias.

Após o soar dos fogos artificialmente produzidos, quem sabe um esplendoroso e artificial novo ano surgirá diante da face de Pedro, Paulo, Maria, José e tantos outros anônimos ou famosos. O bater das taças cheias de espumantes alcoólicos ou não servirá como sinal para uma nova vida de alguns poucos segundos, limitada a uma brevíssima vontade de realmente ser diferente. E todos os nobres anseios futuros e aparentemente exeqüíveis disposições para o tempo vindouro se dissiparão tal como as incontáveis luzes das avenidas e residências de final de ano.

Mesmo assim, serão vontades e disposições que preencherão, ainda que por um curtíssimo espaço de tempo, as vidas de Pedro, Paulo, Maria, José, eu e você. Farão até bem, mas fariam muito mais se fossem sólidos, sinceros e racionais. São, contudo, emocionais, resultado mais do que queremos, do que efetivamente daquilo que somos. Enfim, podemos escolher se queremos viver esse Ano-Novo-Velho.

Um pouquinho de história: Isaac Newton (nascido 24.12.1642)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007 3 comentários


Pesquisa do blog Realidade em Foco.


Isaac Newton nasceu no dia do Natal de 1642 em Woolsthorpe, Inglaterra, mesmo ano da morte de Galileu Galilei (na verdade, pelo calendário atual já era 4 de janeiro de 1643 - Curiosamente, Isaac Newton nasceu menos de um ano apôs a morte de Galileu (que, por sua vez, nascera três dias antes da morte de Michelangelo, um dos maiores artistas do Renascimento). Teve saúde extremamente frágil nos primeiros meses de vida e cedo perdeu o pai, sendo criado pelos avós quando a mãe casou-se novamente. Consta que não se destacava muito nos estudos antes da adolescência e que adorava ficar inventando e construindo pequenos objetos, desde pipas até relógio solares e de água.
Um tio que trabalhava na Universidade de Cambridge percebeu suas tendências e conseguiu levá-lo para estudar nessa universidade. Durante os anos em que lá permaneceu, Newton não foi considerado excepcionalmente brilhante, mas, mesmo assim, desenvolveu um recurso matemático que ainda hoje leva seu nome: o binômio de Newton. (Com esse recurso, pode-se obter rapidamente as potências da soma de dois termos.)

Na época em que se formou, uma epidemia de peste assolava Londres, o que o fez retirar-se para a fazenda da mãe. Foi ali que fez sua observação mais famosa: viu uma maça cair de uma árvore. Esse fenômeno corriqueiro o levou a pensar que haveria uma força puxando a fruta para a Terra e que essa mesma força poderia também estar puxando a Lua, impedindo-a de escapar de sua órbita, espaço afora. (Só bem mais tarde, levando em conta os estudos de Galileu e Kepler, além de suas próprias experiências e cálculos, Newton formularia essa idéia no seguinte princípio: "A velocidade da queda é proporcional à força da gravidade, e inversamente proporcional ao quadrado da distância até o centro da Terra".)
Essa teria sido a primeira vez em que se cogitava que uma mesma lei física (a atração dos corpos) pudesse se aplicar tanto a objetos terrestres quanto a corpos celestes. Até então, seguindo o raciocínio de Aristóteles, achava-se que esses dois mundos - Terra e céu - tivessem naturezas completamente diferentes, sendo cada um regido por um conjunto específico de leis. "Se enxerguei além dos outros, é por que estava no ombro de gigantes".


As experiências de Newton com a luz também possibilitaram descobertas surpreendentes. A mais conhecida delas foi conseguida quando deixou um pequeno feixe de luz do Sol penetrar numa sala escura e atravessar um prisma de vidro. Verificou que o feixe se abria ao sair do prisma, revelando ser constituído de luzes de diferentes cores, dispostas na mesma ordem em que aprecem no arco-íris. Para que essas cores não fossem acrescentadas pelo próprio vidro, Newton fez o feixe colorido passar por um segundo prisma. Como resultado, as cores voltaram a se juntar, provando que sua reunião formava outro feixe de luz branca, igual ao inicial.
O fenômeno da refração luminosa ocorria, de fato, sempre que a luz atravessava prismas ou lentes (de modo menos pronunciado), o que limitava a eficiência dos telescópios. Newton projetou então um telescópio refletor, no qual a concentração da luz, em vez de ser feita com uma lente, era obtida pela reflexão num espelho parabólico. Esse princípio é utilizado até hoje na maioria dos telescópios.
Disputas
Já conhecido por suas experiências ópticas, Newton retornou a Cambridge, onde se tornaria professor catedrático de Matemática ( um posto altíssimo), com apenas 27 anos. Mais tarde, foi eleito membro da Royal Society. Nesta sociedade de estudos científicos, passou a enfrentar a freqüente inimizade de Robert Hooke. Esse relacionamento belicoso era piorado pela extrema suscetibilidade de Newton às críticas. A maior contenda entre os dois (dentre as muitas ocorridas ao longo dos anos) dizia respeito à natureza da luz: Newton acreditava ser ela composta por partículas; já para Hooke, a luz era feita de ondas, tal como o som, (Essa disputa prosseguiria até muito depois da morte de ambos. Podemos hoje considerar, à luz dos conhecimentos mais avançados, que essa partida resultou, por assim dizer, num empate com dois vendedores: a luz tem uma natureza simultaneamente ondulatória e corpuscular.) Outra disputa, desta vez internacional, envolveu Newton e o matemático alemão Gottfried Wilhelm Leibniz. Ambos criaram, independentemente - e, para complicar as coisas, quase ao mesmo tempo - o cálculo infinitesimal, com base nos estudos feitos pelo francês Pierre de Fermat.

ORDENAÇÃO DE SACERDOTES HOMOSSEXUAIS DIVIDE IGREJA EPISCOPAL

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Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação, 12.12.2007.

A decisão da Diocese de São Joaquim, na Califórnia, de romper com a Igreja Episcopal estadunidense revelou a crise enfrentada por essa denominação como resultado dos desacordos doutrinais sobre o papel dos homossexuais na Igreja.
Segundo informou a Imprensa Associada na convenção anual realizada neste final de semana, clérigos e membros da diocese aprovaram eliminar todas as referências à igreja nacional da constituição da diocese. A votação foi de 173 a favor e 22 contra.
Em outra votação, a diocese aceitou o convite de unir-se à Província Anglicana do Cone Sul, constituída por dioceses na Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Chile e Peru.
No início da semana o bispo de São Joaquim, reverendo John-David Schofield, tinha recebido uma carta da bispa presidente da Igreja Episcopal, reverenda Katharine Jefferts Schori, pedindo a abandonar a trajetória separatista.
Schofield respondeu à missiva afirmando que a Igreja Episcopal, “ao negar a verdade bíblica e afastar-se da fé e da constituição histórica, alienou-se da grande maioria da cristandade, e mais especificamente, da Comunhão Anglicana”.
Em 2003, a Igreja Episcopal estadunidense aprovou a eleição e consagração de um sacerdote homossexual, Gene Robinson, como bispo de New Hampshire. A decisão provocou fortes críticas internas e uma divisível contenda no seio da Comunhão Anglicana. Outras duas dioceses - de Fort Worth, Texas, e Pittsburgh -, também estão encaminhando processos de secessão.
A Igreja Episcopal é constituída por 110 dioceses, e possui membresia estimada em 2.5 milhões de fiéis, atendidos por 7 mil paróquias e missões em todo o país.
Em outubro, razões similares levaram a histórica Igreja de Cristo de Savannah, na Geórgia, a separar-se da denominação nacional e se afiliar à Igreja de Uganda, sob a supervisão do bispo John Guernsey. Esta igreja, fundada em 1733, é a mais antiga do estado da Geórgia.
No final de 2006, oito paróquias episcopais da Virgínia anunciaram que a grande maioria de seus membros tinha votado a favor do rompimento de vínculos com a Igreja Episcopal em razão da ordenação de mulheres e homossexuais.
Entre as paróquias que dissolveram seus vínculos com a igreja nacional se encontravam duas das mais antigas e ricas do país: a Igreja Truro, em Fairfax, e a Igreja The Falls, no povoado de mesmo nome. Esta última contou entre seus membros com o líder da guerra da independência e primeiro presidente do país, George Washington.
Ao todo já somam 55 as paróquias que se separaram da igreja nacional nos últimos anos e algumas se têm filiado diretamente com províncias anglicanas de ultramar.

RELIGIÃO DOS CANDIDATOS DOMINA CORRIDA À PRESIDÊNCIA NOS EUA

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Folha de São Paulo, 17.12.2007.

Há alguns dias, além da cópia do diário nacional "USA Today", os jornalistas do mundo inteiro estacionados no hotel Fort Des Moines, na capital de Iowa, encontraram um papel nas portas de seus quartos.Apócrifo, trazia comentários negativos sobre o mormonismo travestidos de informações, como "você sabia que a maioria dos americanos declarou em pesquisa que não aceitaria que a Casa Branca fosse ocupada pelo seguidor de uma seita?".Era um ataque direto à religião de um dos principais pré-candidatos republicanos às eleições presidenciais de 2008, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, até um mês o favorito em Iowa e agora em segundo lugar, atrás do também ex-governador Mike Huckabee, do Arkasas.Antes, telefonemas contrários à fé deste, ex-pastor batista, haviam sido disparados para os eleitores locais e foram interrompidos após um dos que receberam a ligação denunciou o ato para as autoridades.Nenhum dos dois lados assumiu a autoria das provocações, mas elas servem como ilustração de um tema que pode definir a corrida de 2008: a religião dos pré-candidatos. Num país em que mais da metade da população se declara protestante (52%), segundo o "The World Factbook" da CIA, a variedade de fés dos pré-candidatos com chances reais de ocupar a Casa Branca assusta muitos.E deveria. Segundo pesquisa recente do Pew Research Center, 25% dos eleitores republicanos ouvidos disseram que não votariam num mórmon.O número é reforçado quando o alvo são os eleitores de Iowa, que ganham importância no início do ano porque o Estado é o primeiro a escolher candidatos, em 3 de janeiro. Dos ouvidos pela Princeton Survey Research Associates International, 46% disseram que a religião do candidato é importante ou muito importante.O partido da situação é o grupo mais diverso. Além de um mórmom (Romney), há um católico (o ex-prefeito Rudolph Giuliani, o primeiro colocado nacionalmente), um anglicano (o senador John McCain) e outro batista (o ex-ator e ex-senador Fred Thompson).A importância da questão levou Romney a fazer, há duas semanas, um discurso na linha do que fez o então candidato JFK em setembro de 1960, no Texas, em que o democrata (e até hoje o único presidente católico dos EUA) dizia acreditar que "a separação entre igreja e Estado deva ser absoluta".OposiçãoEntre os democratas, a situação é um pouco mais tranqüila. Tanto os senadores Hillary Clinton e Barack Obama quanto o ex-senador John Edwards, os três primeiros colocados nas pesquisas, são da maioria protestante, embora de diferentes denominações. Ainda assim, a campanha do senador de Illinois tem um funcionário que apenas desmente e-mails apócrifos que continuam sendo enviados dizendo que Obama, na verdade, é "cria muçulmana".Seus adversários se aproveitam da desinformação do público aliada ao temor pós-11 de Setembro. Barack Hussein Obama, já chamado de "Barack Osama" em discurso por Romney -"sem querer", desculparia-se o republicano-, é filho e afilhado de muçulmanos, mas já disse publicamente que é convertido por Cristo e freqüenta uma igreja protestante."Pesquisa após pesquisa mostra que a maioria dos americanos quer alguém religioso no comando da Casa Branca", diz John Green, diretor do Pew Research Center. A questão agora é saber de qual religião.

Os norte-americanos querem um religioso no comando de seu país, mas espero que a preocupação desse novo governante não seja em impor crenças, mas em dirigir a nação de acordo com os ditames bíblicos (já que será provavelmente um religioso cristão) e promover a liberdade religiosa. Só que, ao que tudo tem indicado profeticamente, de acordo com a própria Bíblia, liberdade é o que menos assistiremos dos próximos governantes estadudinenses, mesmo os ditos adeptos de religiões protestantes.

PICARETAGENS EVANGÉLICAS

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Felipe Lemos, editor desse blog. Comentário apresentado nesta semana na Rádio Novo Tempo (www.novotempo.org.br/radio) no quadro Realidade em Foco dentro do programa Conexão NT.

Ontem, assistindo ao programa Fantástico, da TV Globo, deparei-me com uma reportagem sobre algo inusitado, mas infelizmente um tanto comum às vezes nos meios religiosos. Um pedreiro que vive na cidade de Serra Grande, na Grande Vitória, Espírito Santo, diz que a Bíblia permite casos extraconjugais. De acordo com o líder religioso, chamado Justino de Oliveira, "eu gostaria de ter alguém que mostrasse biblicamente onde foi proibido um homem ter mais de uma mulher”. O pedreiro, que é casado, afirmou que se viu envolvido com uma das mulheres que freqüenta seus cultos, também casada. Segundo ele, a Bíblia justifica seus atos em Oséias, capítulo 3. "Esse profeta, um homem como nós, diz assim: Deus mandou tomar uma mulher e adulterar". Porém, o trecho fala em "Receba essa mulher que foi adúltera". Na opinião do pastor da Igreja Batista de Vitória, entrevistado por Fantástico, Francisco Mecenas, a interpretação de Oliveira é equivocada.
Bem, é óbvio que o tal pastor de Vitória está equivocado. Ele não soube ler corretamente o texto ou não quis. Enfim, o mais grave é que essa atitude vem de uma pessoa que coordena uma congregação religiosa (bem pequena, é verdade), mas esse é o tipo de influência nociva criada nos tempos atuais. Há muitos ditos pastores que estão espalhados em micro igrejas por aí fazendo interpretações das mais diversas da Bíblia, misturadas aos seus próprios pensamentos, e inventam normas, regras e preceitos que só têm um objetivo: dominar emocionalmente e psicologicamente os fiéis, os membros. Com isso, conseguem o que desejam que, muitas vezes, é dinheiro e status. Ou seja, isso não tem nada a ver com a fé bíblica. E muito menos com algo bom para a sociedade.
Estou falando em uma rádio cristã, por isso me sinto à vontade para dizer que infelizmente existe muita picaretagem nos meios ditos evangélicos hoje. Homens e mulheres, com interesses muito mais pessoais do que coletivos, estão se autoproclamando líderes religiosos sem qualquer formação teológica, muito menos formação cristã, e levando multidões a agir contra o bom senso e contra a lógica. E, inclusive, contra a própria Bíblia. Isso é condenável, não há outra palavra para descrever. E muitas pessoas, em busca de uma satisfação momentânea para seus problemas, como que anestesiadas atrás de uma última saída para suas dificuldades, aderem a isso e compactuam com essas religiosidades de fundo de quintal. O tal pastor lá de Vitória já havia influenciado a mulher e o próprio marido dela de que o adultério era plausível biblicamente. Nesse âmbito espiritual, más intenções podem ser altamente prejudiciais às pessoas. E malandros estão se aproveitando disso, lamentavelmente. Temos de alertar a população quanto a isso!

ENSINO DA EVOLUÇÃO TERMINA EM DEMISSÃO NOS EUA

terça-feira, 4 de dezembro de 2007 0 comentários

Portal Terra, 04.12.2007. (original The New York Times)
Sugestão da jornalista Evelise Morais.

Depois de 27 anos como professora de ciências e de nove anos como diretora de ciências na Agência de Educação do Texas, Christine Castillo Comer disse que não acreditava que tivesse de se manter "neutra" quanto ao ensino da teoria da evolução. "Não é apenas uma boa idéia; é a lei", disse Christine, mencionando o currículo de ciências do Estado.
Mas ela terminou por perder o emprego, depois de encaminhar a algumas pessoas uma mensagem de email sobre uma palestra quanto à evolução e o chamado criacionismo - "um assunto sobre o qual a agência deve permanecer neutra", de acordo com a carta de demissão que ela recebeu no mês passado, acusando-a de diversos casos de "insubordinação" e "delitos de conduta" e de se opor ao criacionismo, a doutrina de acordo com a qual a vida surgiu de um "criador inteligente".
A decisão, que causou incômodo aos profissionais de ciências desde que foi divulgada, na semana passada, é um prelúdio para a batalha esperada no começo do ano que vem quanto à reforma dos padrões estaduais de educação científica, entre os quais o ensino da teoria da evolução. Debbie Ratcliffe, porta-voz da agência estadual de educação, em Austin, disse que Christine "se demitiu. Ela não foi demitida".
"Nosso trabalho", disse Radcliffe, "é impor as leis e regulamentados aprovados pelo Legislativo e pelo conselho de educação estadual, e não defender nossas opiniões e crenças pessoais".
Christine contestou essa descrição do caso, em diversas entrevistas, seus primeiros comentários mais extensos sobre a situação. Ela reconheceu ter encaminhado a um fórum científico local um email do Centro Nacional de Educação Científica sobre uma palestra, em Austin, de Barbara Forrest, professora de filosofia na Universidade do Sudeste da Louisiana, sobre "o cavalo de tróia do criacionismo". Forrest serviu como testemunha especializada em um caso judicial decidido em 2005, que terminou com a proibição do ensino da teoria da criação inteligente nas escolas de Dover, Pensilvânia.
"Não sei de que maneira se pode afirmar que assumi uma posição ao encaminhar um convite para uma palestra, da mesma forma que encaminharia um aviso sobre aquecimento global ou pesquisas de células-tronco", ela afirma. "Eu envio toda espécie de mensagem e nunca fui acusada de endossar o conteúdo que elas portam".
Mas Christine declarou que, como profissional do ensino de ciências, ela "defende a boa ciência", e, no que tange ao ensino da teoria da evolução, "não creio que seja preciso muito esforço de imaginação para saber minha posição".
Christine disse que os funcionários do departamento estadual de educação parecem incertos, recentemente, quanto ao currículo obrigatório quanto à evolução. Seu trabalho sempre envolveu responder a dúvidas sobre o ensino da teoria da evolução, disse a educadora, que acrescenta sempre ter respondido que o conselho estadual de educação apóia o ensino da teoria da evolução nas escolas texanas.
Mas alguns meses atrás, em resposta a uma carta, Christine disse que foi instruída a remover sua formulação habitual quanto ao apoio do conselho ao ensino da evolução, e a citar textualmente, em lugar disso, a linguagem exata dos padrões escolares de biologia, tais como formulados para o teste geral de conhecimento educacional do Estado.
O padrão afirma que "o estudante conhece a teoria da evolução biológica", e deve "identificar provas de mudança em espécies usando fósseis, seqüências de DNA, similaridades anatômicas e fisiológicas, e embriologia", bem como "ilustrar resultados da seleção natural na especiação, diversidade, filogenia, adaptação, comportamento e extinção".
Os padrões adotados em 1998 devem passar por revisão decenal e possível reformulação no ano que vem, depois que o conselho estadual de educação, um órgão eletivo formado por 15 pessoas, começar sua sessão anual, em fevereiro. A possível reforma terá implicações sérias para o setor de livros didáticos que movimenta bilhões de dólares anuais nos Estados Unidos. O presidente do conselho, Don McLeroy, dentista e professor de religião em uma escola dominical em College Station, já fez palestras defendendo a teoria da criação inteligente.
Ratcliffe, a porta-voz da agência de educação, disse que McLeroy não esteve envolvido na demissão de Christine. Christine afirma que, pouco mais de uma hora depois de encaminhar a terceiros o e-mail enviado sobre a palestra de Forrester, ela foi chamada à sala de Lizzette Reynolds, comissária assistente de política educacional, que havia visto a mensagem e a considerava como "delito passível de demissão". Christine diz que não faz idéia de como Reynolds, que trabalhou no setor federal de educação e foi assessora de George W. Bush quando este foi governador do Texas, recebeu tão rápido a mensagem, e se lembra de ter pensando "o que é isso, a polícia do pensamento?"
Pressionada, diz Christine, ela enviou uma retratação, pedindo que os destinatários desconsiderassem sua mensagem anterior. Mas Christine, divorciada, mãe de uma filha e filho adultos e responsável pelo sustento de um pai adoecido, teve de deixar o emprego, que lhe rendia US$ 60 mil ao ano. Ela apresentou sua demissão em 7 de novembro. Nem Christine nem a agência haviam comentado o caso antes que o jornal Austin American - Statesman obtivesse uma cópia dos documentos, na semana passada.
Christine disse que Tom Shindell, diretor de desenvolvimento organizacional, a havia informado que devia se demitir ou seria demitida por uma série de apresentação não autorizadas em reuniões profissionais, e outras transgressões. Christine conta que perguntou: "Tom, estou sendo demitida por causa da teoria da evolução?".

Esse debate entre criacionismo e evolucionismo, que é mais acirrado nos EUA, mostra a intolerância dos dois lados. Não podemos aceitar radicalismo e imposição de idéias nem de um lado, nem de outro. A discussão salutar está em se buscar espaço igual para os dois pontos de vista sem ofensas e que todos os debates permaneçam no plano do respeito mútuo. Sou contra arrogâncias, inclusive do lado criacionista. Penso que quem tem argumentos e fé não precisa pressionar outros a aceitarem determinado ponto de vista. O diálogo é muito melhor.

 
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