AVANÇO DO OCEANO AFETARIA 42 MILHÕES NO BRASIL

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007 4 comentários

Terra, 27.02.2007.

Um estudo divulgado na manhã desta terça-feira pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) mostra que cerca de 42 milhões de brasileiros que vivem na zona costeira podem ser afetados com o avanço de até meio metro do Oceano Atlântico durante este século. O diagnóstico foi dado pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e do Instituto Nacional de Pesquisas Climáticas (Inpe), que elaboraram essa parte do estudo.
De acordo com o levantamento, na costa brasileira observou-se a tendência de um aumento do nível do mar de 40 centímetros por século, mas, devido aos fatores globais de aquecimento, esse avanço pode chegar até 50 centímetros. A cidade do Rio de Janeiro é a mais vulnerável à elevação do Atlântico.
Estudos do Inpe também simularam uma enchente na Ilha do Marajó com o nível mais alto do oceano e chegaram a conclusão que, com uma elevação de dois metros, cerca de 28% do território da ilha desapareceria. Se a cheia atingisse seis metros, mais de 36% do local ficaria submerso.
O estudo do MMA foi baseado em dois cenários. Em um deles, as autoridades brasileiras conseguiriam reduzir a emissão de CO2 e o desmatamento, principalmente na Amazônia, quase que completamente. Em outro cenário, haveria o contínuo aumento do aquecimento, do desmatamento e da emissão de gases tóxicos. No cenário mais pessimista, a temperatura média do Brasil pode subir até 4ºC até 2100. Hoje, a temperatura média do Brasil é de 24,9ºC. Já a temperatura na Amazônia poderia subir até 8ºC, aumentando a incidência de doenças como a malária, dengue, febre amarela e encefalite. O estudo do MMA é dividido em oito partes e começou a ser realizado em 2004. O trabalho foi concluído no ano passado e, coincidentemente, divulgado semanas depois do levantamento do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), que revelou um aumento do aquecimento global e das emissões de CO2 no mundo.

Se a Bíblia estiver certa (e na minha opinião está), em menos de cem anos catástrofes naturais terão lugar com maior intensidade, inclusive os maremotos e o avanço do oceano. Se lermos com atenção o capítulo 24 do livro de Mateus e o próprio livro de Apocalipse (no que diz respeito às pragas) perceberemos o que esses cataclismas representam e para o que apontam. Caso os fatos sejam analisados apenas sob o ponto de vista científico, não serão compreendidos em todos os seus efeitos. É fundamental um olhar mais avante, especialmente conforme o prisma espiritual.

DIRETOR DE CINEMA DIZ TER ENCONTRADO TÚMULO DE CRISTO

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007 1 comentários

BBC Brasil, 26.02.2007.

Um documentário a ser exibido nesta segunda-feira nos Estados Unidos afirma ter identificado o túmulo onde foram enterrados Jesus Cristo, sua mãe Maria, e Maria Madalena. Intitulado The Lost Tomb of Jesus (ou O Túmulo Perdido de Jesus, em tradução livre), o documentário foi produzido pelo diretor do filme Titanic, James Cameron, para o canal de TV Discovery.
As supostas revelações do documentário fazem referência a um túmulo encontrado em 1980 no subúrbio de Talpiot, em Jerusalém. Nele, os arqueólogos encontraram dez caixões – ou repositórios de ossos – e três crânios.
Seis deles portavam inscrições que foram traduzidas como Jesus, filho de José; Judá, filho de Jesus; Mariamne (apontado como o verdadeiro nome de Maria Madalena); Maria; José; e Mateus. Mas, à época, o achado não gerou grande interesse, porque os nomes eram comuns há dois mil anos.
Quinze anos depois, a equipe submeteu os resíduos de ossos a testes de DNA, e verificou que não havia parentesco entre os ossos que seriam de Jesus e Maria Madalena, levando-os a concluir que ambos só poderiam estar na mesma tumba se fossem casados.
Embora não questione o episódio bíblico da Ressurreição – já que não havia ossos nos caixões – o filme de US$ 2 milhões (quase R$ 4,5 milhões) põe em questão os pilares do Cristianismo da mesma forma que o livro O Código da Vinci, de Dan Brown. Na trama, a Igreja tenta esconder a revelação de que Jesus e Maria Madalena tiveram um filho.
Para evitar manifestações de católicos, o local onde James Cameron dará uma coletiva de imprensa, nesta segunda-feira, será mantido em segredo até o último momento.
A tumba onde os ossos foram encontrados também permanece sob guarda armada.
Mas o cientista que supervisionou as escavações em 1980, Amos Kloner, disse que os nomes eram coincidência, e qualificou o filme como "bobagem".
"É uma ótima história para um filme, mas é impossível. É bobagem", ele disse, segundo o jornal Jerusalem Post. "Jesus e seus parentes eram uma família da Galiléia, sem laços com Jerusalém. A tumba de Talpiot pertencia a uma família de classe média do primeiro século."

A tentativa, quase sempre, é encontrar algum traço na vida de Jesus Cristo que o descredencie a ser o Filho de Deus. Antes de checar possíveis incoerências em determinadas pesquisas, alguns espertalhões, ávidos por notoriedade e projeção na mídia, apresentam seus filmes e conclusões para chamar a atenção da população em geral e gerar o que garante boas vendas: a polêmica.

MUSEU CONTA A HISTÓRIA DO MUNDO SEGUNDO O CRIACIONISMO

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Diário Catarinense, 25.02.2007.



Em menos de três meses, será inaugurado nos EUA um museu que promete se transformar na Disneylândia bíblica dos fundamentalistas cristãos. Localizado na região metropolitana de Cincinnati, no coração do chamado "cinturão da Bíblia", entre os Estados de Kentucky, Ohio e Indiana, o Museu da Criação será o primeiro dedicado à origem da humanidade na versão "biblicamente correta". Adão e Eva, tiranossauros, pterodáctilos e a Arca de Noé coexistem no museu, que custou US$ 27 milhões (em doações de fiéis) e levou três anos para ser construído. - O museu é um passeio pela história da humanidade: provamos que a teoria da evolução está errada e que a ciência confirma a Bíblia - diz Mark Looy, porta-voz do museu. O museu foi idealizado pela Answers in Genesis (Respostas no Gênese), companhia multimídia que se dedica a disseminar idéias criacionistas. Os seguidores do criacionismo não acreditam na teoria da evolução de Darwin, que defende a seleção das espécies, e negam que o mundo tenha sido originado pelo Big Bang. Para eles, o mundo foi criado ipsis litteris da maneira descrita pela Bíblia: a partir do sopro de Deus, em seis dias, há menos de 10 mil anos. - Não somos ativistas, não vamos aos tribunais exigir que ensinem criacionismo nas escolas, mas acreditamos que o museu, além de nossos DVDs, livros e programas de rádio, vão mudar a cabeça das pessoas aos poucos - explica Looy. O programa de rádio do fundador da Answers in Genesis, Ken Ham, é veiculado por 820 estações nos EUA. O australiano Ham é autor do best-seller A Mentira: Evolução. Outras formas de evangelização da empresa são bolsas de US$ 50 mil para estudantes que fazem pesquisas contrariando a teoria da evolução, com temas como "a determinação das idades dos fósseis com carbono 14 é questionável", além de cruzeiros "cristãos" para o Alasca. As atrações do museu são sofisticadas - foram projetadas pelo designer Patrick Marsh, que criou as atrações Tubarão e King Kong do Universal Studios, na Flórida. Um dos pontos altos será a Arca de Noé interativa: "Ande pela arca antes e depois do dilúvio, e veja a exatidão histórica do dilúvio e da vida dentro da arca". Antes de entrar, os visitantes assistem a um filme sobre o dilúvio, com direito a vento e borrifos de água. No quadro sobre Adão e Eva, o primeiro casal será acompanhado por dinossauros animados - ainda que, na história geológica, o Homo sapiens nunca tenha convivido com os grandes répteis. O museu terá também planetário, manuscritos raros da Bíblia e uma atração com as diferenças entre os paleontólogos criacionistas, que acreditam que a Terra tem apenas 10 mil anos e não 4,5 bilhões, e os tradicionais. Na loja do museu, estarão à venda gravatas com trechos da Bíblia estampados, camisetas anti-Darwin e uma série de DVDs "educativos", como Fuga da Escuridão - Entenda como evangelizar aqueles que caíram na armadilha do Islã.

BALADAS CRISTÃS: BOA INFLUÊNCIA?

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007 17 comentários

Felipe Lemos, jornalista e mantenedor desse blog.

Uma reportagem, dessa semana, da revista IstoÉ, chamou a atenção pelo título “Balada cristã”. É uma tendência comportamental de jovens religiosos que agora, em vez de sair à noite para festas regadas a bebidas alcoólicas e drogas, praticam o que está sendo chamado de balada cristã. Os locais, conhecidos também como Cristotecas, abrem suas portas perto da meia-noite em uma sexta-feira, por exemplo, e ali jovens ouvem rock, pop, reggae e até axé com alguns dizeres cristãos segundo a reportagem. Alguns encontros em São Paulo já registraram a presença de mais de três mil pessoas.
Sabe que essa é uma questão até controvertida. Muitas denominações religiosas caminham hoje na tentativa de realizar a popularização de suas crenças. Ou seja, usam-se vários meios para tornar a religião mais próxima das pessoas, principalmente dos jovens. Não somente evangélicos, mas certos grupos católicos passaram a adotar práticas diferentes das usuais para atrair um público diferente a eventos considerados religiosos.
É engraçado que, se a Bíblia diz que o poder de Deus pode atrair a todos os que assim quiserem, por que tantos atrativos humanos para as pessoas? Será que transformando uma cerimônia religiosa em uma balada de casa noturna os jovens terão percepção clara da importância da religião? São questões que me vêm à mente e que mereceriam a reflexão de muitos líderes religiosos ditos modernos.
É óbvio que a religião fria, impessoal e ritualística não demonstra o entusiasmo que lemos nos evangelhos ou mesmo na vida dos primeiros apóstolos cristãos. Mas simplesmente divertir o povo em nome de Deus parece ser uma saída radical também. Até quando muitos desses jovens se satisfarão em passar a noite em uma, abre aspas, festa de igreja e não retornarão às baladas tradicionais? Afinal, são muitíssimo parecidas. A essência, no final das contas, é a mesma: diversão. Só que uma é sem álcool e drogas. Mas será que os jovens precisam apenas de diversão ou de Deus? Coisas para se pensar....

Reportagem completa somente na edição impressa da revista IstoÉ da semana de 21.02.2007.

CATOLICISMO ESBARRA EM EVANGÉLICOS NA REGIÃO AMAZÔNICA

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007 0 comentários

Folha On Line, 21.02.2007.

Uma mostra dos obstáculos que a Igreja Católica terá para "lançar um chamado à conversão" aos "povos" da Amazônia --um dos objetivos da Campanha da Fraternidade deste ano-- é encontrada na região de Autazes (112 km de Manaus).Nessa cidade cinco vezes maior do que São Paulo, margeada por afluentes do rio Madeira, aldeias indígenas da etnia mura visitadas pela Folha recebem mais apoio religioso de outras denominações do que da Igreja Católica.O avanço do catolicismo ali esbarra na falta de recursos materiais e humanos --a Funai (Fundação Nacional do Índio) estima que haja de 6.000 a 13 mil índios na região. Para alcançar as 78 comunidades ribeirinhas da área, por exemplo, o único representante da Igreja Católica na região, o padre diocesano Jésus Lopes, 33, depende da boa vontade de índios e moradores, que cedem barcos para seu deslocamento."Dependemos de barcos de linha [transporte coletivo] ou que a comunidade se mobilize e nos busque. Quando isso não ocorre, eles [índios] ficam à mercê de falsas promessas. Infelizmente, assim é o rosto do Amazonas", disse o pároco.
Na última sexta-feira, a Folha visitou três aldeias da região, em um percurso de 90 km por estradas de terra batida. Na aldeia Sampaio, a 36 km da sede de Autazes, encontrou seis templos religiosos --um a cada 200 metros. São duas capelas católicas e dois templos de outras denominações --Batista, Adventista e as pentecostais Assembléia de Deus e Evangelho Quadrangular.Na aldeia de 130 famílias, que vivem, principalmente, da mandioca, os grupos não-católicos têm trabalhos de evangelização de jovens e dão apoio financeiro para formar pastores.A Igreja Católica foi a primeira a chegar na aldeia, em 1967. Perdeu terreno a partir de 1980, com a entrada da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que converteu a maior parte dos índios e diz ter 44 membros efetivos na aldeia.Um deles é o tuxaua (chefe político) geral da povoação, Antônio de Matos, 64. "No tempo em que era católico eu me aborrecia, nada era bom. Depois que passei a ser adventista, conheci muitas coisas que eu fazia errado, como beber, fumar e andar armado. A Bíblia é o caminho para endireitar a vida da gente."Na aldeia Josefa, de 60 famílias, predominam a Assembléia de Deus e a Adventista do Sétimo Dia. Minoria, os índios católicos não praticam a religião.O tuxaua geral, Salatiel de Souza, 20, é da Assembléia de Deus. Disse que vai organizar um plebiscito se a Igreja Católica resolver abrir um templo na aldeia. "Os católicos daqui são poucos e não praticam. Se a Igreja Católica quiser abrir um templo aqui, é a população que vai decidir."Na aldeia Ferro Quente, não há igrejas. As 12 famílias são quase todas católicas, mas têm que percorrer 45 km até Autazes se quiserem ir à missa.CampanhaO padre Jésus disse esperar que a Campanha da Fraternidade ajude o catolicismo a recuperar terreno na Amazônia. "Precisamos de pessoas que venham para o Amazonas com verdadeiro espírito missionário, porque aqui tem muito o que fazer", afirmou.

AUDITORIA REVELA PROBLEMAS NAS ESTATÍSTICAS DE TERRORISMO DOS EUA

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Felipe Lemos, jornalista, pesquisador e mantenedor deste blog.


Quase todas as estatísticas relacionadas com o terrorismo distribuídas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, desde os atentados de 11 de setembro de 2001 até o início de 2005 são inexatas, segundo auditoria do órgão divulgada ontem. A consultoria mostrou que os dados foram exagerados em alguns casos e minimizados em outros. Só dois grupos dos 26 relatórios divulgados entre 2001 e 2005 são "exatos". As estatísticas de promotores federais dos EUA também incluíram violações das leis de imigração, fraudes matrimoniais e tráfico de drogas. As relacionadas com o terrorismo continham números de suspeitos acusados e condenados, assim como ameaças a certas cidades americanas.
Bem, eis um claro indicativo de que pode existir corrupção nas estatísticas do governo estadunidense, ou norte-americano, sobre o terrorismo. E o que isso significa na prática? Que dados importantes provavelmente estão sendo alterados para justificar um aumento dos recursos para uso militar em países considerados amigos do terror. Isso legitima, de certa forma, a atuação bélica dos Estados Unidos que obtém aprovação fácil do congresso. Obtinha até esse relatório ser divulgado...
Imaginar que nenhuma segunda intenção há por trás dessa manipulação de dados é, no mínimo, ser muito inocente. É óbvio que os Estados Unidos buscam autoridade para serem os líderes contra o terror no planeta. Isso abre caminho para que os norte-americanos se sintam à vontade para espionar, infiltrar-se em outros países e interferir nas questões militares e de segurança de nações que, em tese, sejam ameaçadoras da paz. É a tentativa artificial de se promover paz por meio de guerras e métodos criminosos como tortura, julgamentos fraudulentos, entre outros artifícios. E quem garante que essa pretensa luta contra o terrorismo não envolverá argumentos religiosos e morais na base da imposição? E será que, para isso, uma aliança com o Vaticano (representando a maior agremiação religiosa do mundo) não seria uma boa idéia em breve? Indagações sobre planos ousados dos norte-americanos para se consolidarem como os xerifes do mundo. Pelo jeito, xerifes à base de estatísticas mentirosas....

VATICANO DESMENTE REUNIFICAÇÃO COM ANGLICANOS

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Da ACI Digital, 20.02.2007.

A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou oficialmente hoje uma nota assinada pelo Arcebispo católico John Bathersby e pelo bispo anglicano David Beetge, ambos os co-presidentes da Comissão Internacional Anglicano-Católica para a Unidade e Missão (IARCCUM), desmentindo as especulações publicadas na segunda-feira pelo jornal londrino "The Times", que apresentavam como iminente a unificação de católicos e anglicanos sob a autoridade do Papa.
"The Times" ofereceu uma interpretação infundada do documento "Crescer juntos na unidade e missão", redigido pela IARCCUM e que ainda não foi publicado.
A nota explicativa assinala que "por desgraça, informou-se prematuramente de seu conteúdo, em um modo que interpreta mal suas intenções e dá uma visão sensacionalista de sua conclusão".
"A primeira parte do documento –segue a nota-, que aborda matérias doutrinais, é uma tentativa de sintetizar o trabalho da ARCIC (a comissão internacional anglicano católica) nos últimos 35 anos. Identifica o nível do acordo alcançado pela ARCIC, mas também é muito clara na hora de definir os setores atuais de desacordo e em expor questões que ainda terá que confrontar no diálogo. Estas questões e âmbitos de desacordo se confrontam em quadros intercalados no texto".
"É um documento de honradez absoluta que avalia o estado das relações entre anglicanos e católicos neste momento", segue o texto.
"O artigo de "The Times" -prossegue a elucidação- especula sobre a resposta da Igreja Católica a um possível cisma dentro da Comunhão Anglicana. Terei que apontar que o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos destacou o valor que a Comunhão Anglicana siga sendo uma comunhão, enraizada na fé apostólica, como indica nesta declaração de 2004".
A comunhão anglicana se encontra atualmente em crise como resultado da decisão do ramo norte-americano de ordenar um bispo homossexual militante. "The Teme" especulava que o Vaticano aproveitaria a divisão para atrair à unificação aos setores anglicanos opostos a este passo.
Na prática numerosos episcopalianos -membros da comunhão anglicana- nos Estados Unidos estão solicitando sua admissão à Igreja católica; mas não existe nenhum "plano maciço" combinado por ambas as partes, como sugeria "The Times".

GAROTO DE 12 ANOS MATA AVÓ A FACADAS

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007 2 comentários

Agência Estado, 15.02.2007.

Em meio ao caloroso debate sobre a redução da maioridade penal no País, um crime chocante foi praticado por um garoto de apenas doze anos. D.C.S matou a própria avó a facadas em Japeri,na Baixada Fluminense, na madrugada desta sexta-feira, 15. Ele confessou o assassinato e disse que havia cheirado solvente antes de atacá-la. O menino foi detido.
Segundo o juiz Guaraci Vianna, da Vara da Infância e Juventude, o assassinato de parentes por menores de idade já não é fato raro. "No ano passado, foram seis ou sete casos", contou. O juiz informou que este tipo de ocorrência normalmente tem ligação com drogas.
"É a mola propulsora destes crimes. Ou o menor age sob efeito de drogas, ou objetiva comprar drogas, ou trabalha para o tráfico", explicou. Em janeiro de 2003, dois adolescentes foram presos por terem matado suas avós - um na capital e outro em Volta Redonda, no Sul Fluminense. Ambos tinham 16 anos e eram viciados em cocaína.
D. matou a avó dentro da casa dela, no centro de Japeri. Ele contou aos policiais que o detiveram que havia passado a tarde numa lan house, jogando. Também havia cheirado thinner. À noite, foi para a casa da avó, Ilsa Pereira da Silva, de 66 anos. D. não revelou por que a matou.
De acordo com o delegado Henrique Faro, da delegacia de Japeri, o garoto disse apenas que tentou primeiro sufocá-la com um travesseiro. Em seguida, pegou uma faca na cozinha e desferiu-lhe golpes na barriga. A faca quebrou e ele voltou à cozinha, para pegar mais uma faca, com a qual cortou-lhe o pescoço.
Depois de constatar a morte da avó, D. ainda arrastou o corpo para fora da casa. Foi quando vizinhos o avistaram e chamaram a polícia. Agora, seu destino depende de apreciação judicial. O delegado explicou que, por já ter doze anos completos, D. não é mais considerado criança pela Justiça - é adolescente infrator -, de modo que poderá ser encaminhado para uma instituição, para cumprimento de medida sócio-educativa.

As palavras bíblicas "e o amor se esfriará de quase todos", descritas por Jesus, fazem sentido plenamente diante de notícias como essa. E alguns ainda defendem a legalização das drogas como uma saída para evitar o tráfico e o uso indiscriminado. Certamente a raiz do problema está nos indivíduos e nas suas relações familiares. O assassinato é apenas a exposição das conseqüências de problemas anteriores, os quais certamente foram negligenciados pelos envolvidos. Milhares de famílias vivem esse drama, algumas ainda em silêncio. Outras fingindo que não sabem de nada. É mais duro, porém é mais seguro enfrentar a realidade das drogas em casa e da necessidade de diálogo franco e amoroso. E com Deus, o que é muito importante!

SOLTANDO O VERBO

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007 2 comentários


Felipe Lemos, mantenedor desse blog.


Sempre às vésperas do Carnaval, o Ministério da Saúde dá sua, vamos dizer assim, “contribuição” para tentar reduzir possíveis casos de contaminação por AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis através da distribuição de camisinhas. Esse ano, não foi diferente. Mais de 10 milhões devem ser entregues às pessoas que vão passar pelo menos quatro dias como se não houvesse limites.
Pois bem. A novidade, que já foi amplamente noticiada, é a tal da máquina de distribuição de camisinhas que deverá ser colocada em alguns colégios públicos. Máquina para orientar? Não, nada disso! Máquina para tapear o problema da falta de educação sexual eficaz nos lares e nas escolas. Perguntaram aos estudantes o que eles pensavam a respeito da idéia. É claro que aprovaram, pois é mais fácil pegar uma camisinha como se pega uma lata de refrigerante a escutar orientações seguras dos pais em casa ou do professor em sala de aula.
Definitivamente pais e educadores agora têm ajuda de uma máquina para se eximir das responsabilidades de orientar crianças, adolescentes e jovens. Para que explicar aos alunos as conseqüências da sexualidade sem compromisso se tem um equipamento que oferece o produto que permite teoricamente sexo sem riscos? Com os adultos, já sabemos que uma conscientização não existe mais. Ao menos, no entanto, pensava que o governo se preocupava um pouco mais com os seus adolescentes e jovens. Não há legítima preocupação alguma. O negócio é fazer funcionar um equipamento que dê a falsa sensação de que está tudo resolvido. Camisinha na mão de jovens sem parâmetros, sem exemplos em casa, sem noção do que é a sexualidade e sem limites. É como um carro para um motorista que não sabe dirigir....

CATARINENSE DIFUNDE A BÍBLIA PARA MAIS DE 3 MIL PESSOAS PELA INTERNET

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007 4 comentários

Bom Retiro, 11.02.2007.

Um sargento da Polícia Militar, da cidade de Bom Retiro (Serra Catarinense), resolveu utilizar a Internet para difundir a Bíblia Sagrada. Amilton Alves Pereira troca a farda e o policiamento da cidade, nas horas de folga, pela roupa comum e por um computador de onde dispara entre 50 a 100 estudos bíblicos semanais. Com a ajuda de quatro pessoas, ele difunde os ensinamentos bíblicos e afirma possuir mais de 3 mil estudantes cadastrados atualmente. Para Amilton, suas maiores ferramentas são a oração, a vontade de ajudar o semelhante e a disponibilidade para responder aos questionamentos e dúvidas dos alunos-internautas.

O trabalho é desenvolvido desde 2000 pelo catarinense que espera contar com o apoio de outras pessoas que realizam o mesmo tipo de trabalho no Brasil. "Minha idéia é formar uma rede para apoiar pessoas interessadas em conhecer mais sobre a Bíblia em todo o território nacional", afirma. A notícia completa você poderá ler, em breve, aqui neste blog.

Quem quiser cooperar, pode entrar em contato com Amilton pelo e-mail amiltonbr@gmail.com. O MSN dele é rock.of.ages@hotmail.com.

PORTUGAL APROVA DESCRIMINAÇÃO DO ABORTO

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Folha de São Paulo, 12.02.2007.

Em um referendo marcado pela abstenção de mais da metade dos eleitores, os portugueses que foram às urnas ontem decidiram a favor da descriminação do aborto no país. A opção obteve mais de 59% dos votos, o equivalente a 2,2 milhões. Como a abstenção foi de 56% -o voto era facultativo-, o resultado não tem valor jurídico. Era preciso que mais da metade dos 8,9 milhões de eleitores tivessem votado para que a implementação do resultado do referendo fosse obrigatória.Seu impacto político, no entanto, deve levar à aprovação da nova lei, que libera o aborto até a décima semana de gravidez, em estabelecimentos de saúde.A grande diferença de votos a favor da descriminação (59,25% contra 40,75%, considerando o total de votos) levou o governo português a reafirmar que seguirá a vontade da maioria dos votantes, independentemente do índice de abstenção.
"O povo falou, e de forma clara", disse o premiê José Sócrates. "Batemo-nos pela mudança da lei, mas sempre com o compromisso de o fazer através de uma consulta popular."Sócrates assegurou que "a vontade do povo português" será respeitada e que o aborto "deixará de ser um crime".Pela legislação portuguesa em vigor atualmente, uma das mais rígidas da Europa, o aborto -salvo em casos especiais, como estupro ou risco à vida da mãe- é crime punível com até três anos de detenção para a mãe e até oito anos para quem realiza o aborto.A mudança da legislação precisa agora ser aprovada pela Assembléia da República e, depois, promulgada pelo presidente Cavaco Silva."Os portugueses afirmaram de forma livre e democrática suas convicções", afirmou Marques Mendes, presidente do Partido Social-Democrata (PSD), o mesmo do presidente Cavaco Silva."A maioria votou sim, e, apesar do referendo não ser juridicamente vinculativo [de adoção obrigatória], a vontade da maioria deve ser respeitada."
Um total de 3.851.613 votantes foi às urnas para responder, segundo a cédula, se concordavam "com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado".Deste total, 2.238.053 escolheram o "sim" (58,11%) e 1.539.078 (39,96%) optaram pelo "não". Os votos em branco foram 48.185 (1,25%) e os nulos, 26.297 (0,68%).Foi a segunda vez que Portugal teve um referendo sobre a despenalização do aborto -na primeira, em 1998, o "não" venceu por pequena margem, com 50,9%. Na ocasião, as abstenções somaram 68,1%.Os derrotados partidários do "não" ficaram divididos sobre uma contestação imediata à eventual aprovação da lei que descrimina o aborto.A ex-deputada do PSD Isilda Pegado, presidente da Federação Portuguesa pela Vida, afirmou que os eleitores que se abstiveram "também manifestaram a sua opinião" e que, por isso, a lei não deveria ser modificada para permitir o aborto.Já o presidente do conservador Partido Popular, José Ribeiro e Castro, afirmou que seu grupo estava triste, mas sereno."Nosso sentimento é de mágoa, por vermos vencer uma linha de indiferença perante à vida humana", afirmou. "Mas também estamos serenos, por termos deixado clara nossa posição e termos agido com equilíbrio."

BLOCO CARNAVALESCO IRONIZA NOME DE CRISTO

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Folha de São Paulo, 12.02.2007.

Como se milhares de pessoas pudessem manter um segredo, um dos mais tradicionais blocos de Carnaval da zona sul do Rio, o Suvaco do Cristo, desfilou ontem pela manhã, pela primeira vez em 21 anos de existência, em horário que manteve em sigilo para evitar o excesso de participantes.Cerca de 10 mil pessoas, segundo a PM, foram às ruas do bairro do Jardim Botânico para o desfile do enredo "O Brasil foi pro Espaço".Mas poucos sabiam cantar o samba. "Todo mundo esqueceu, já estão todos velhos", ironizou o compositor Jards Macalé, 63, fantasiado de "Mamãe, eu quero".A porta-bandeira do Suvaco de Cristo, Cynthia Hawlett, advogada e apresentadora de TV, grávida de oito meses do ator Eduardo Moscovis, foi acompanhada pelo médico Sergio D'Agostini, que monitorava a saturação do oxigênio e a freqüência cardíaca por meio de aparelhos."Se passar de 150 batimentos por minuto, a porta-bandeira pára", explicava o médico."Esta era a idéia original do bloco: a família suvaquense se divertindo. Mas o sucesso é mais difícil de administrar do que o fracasso", afirmou João Aveleira, 53, médico-pediatra e presidente do bloco, lembrando o caos ocorrido no ano passado, quando a Polícia Militar estimou em 50 mil o número de foliões. O Suvaco de Cristo -assim mesmo, com u- em sua origem chegou a provocar queixas da Igreja Católica no Rio, por causa de seu nome, referência à localização geográfica da rua onde nasceu, bem embaixo de um dos braços da estátua do Cristo Redentor.
Muitas crianças estavam presentes, e até bebês, como Irene Buarque de Holanda Diaz, de apenas um ano, filha dos atores Silvia Buarque e Chico Diaz. Chico, que levou a neta de Chico Buarque, achou melhor deixá-la na pracinha com a babá "devido ao nível etílico"."Parecia antigamente. Há muitos anos que o Suvaco não estava tão lindo, bem família", afirmou Paula Nazareth, 40, integrante da Velha Guarda.Depois de três horas e meia, o bloco encerrou o desfile às 13h30 na praça Santos Dumont, na Gávea, debaixo de chuva.

Veja tenta explicar cientificamente a fé

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007 0 comentários


Revista Veja, edição de 07.02.2007.

Em maior ou menor escala, em todas as sociedades modernas atuais as crenças estão mais vivas do que nunca. Mas isso não é um paradoxo, um contrafluxo na corrente racional vitoriosa do conhecimento humano? Não se convencionou que crença e ciência não combinam, são como óleo e água? Os dogmas milenares que orientam a fé de cristãos, judeus, muçulmanos ou budistas são todos muito respeitáveis, mas em pleno século XXI não são apenas anacronismos deslocados do mundo da razão e da tecnologia? Não. A novidade é que não existe paradoxo. Existe, sim, o reconhecimento dos limites dos dois campos da percepção humana dos fenômenos naturais.
Não passa um mês sem que saiam dos laboratórios explicações cabais sobre o que se pensava ser algo sobrenatural. O túnel de luz que as pessoas que estiveram em coma contam ter visto parecia misterioso e insondável. Esse túnel seria uma entrada entreaberta para a eternidade, que se deixava examinar de esguelha por alguém que estava prestes a abandonar o mundo material. Como se verá na pág. 82, essa e outras experiências sensoriais que se têm à beira da morte são todas reações mensuráveis e previsíveis do cérebro humano. Essa revelação torna os mistérios da vida e da morte menos espantosos? Não. Nada. Hoje soa arrogante e tola a reação dos orgulhosos astrofísicos nos anos 80, quando os satélites mandavam para a Terra sinais que confirmavam a teoria do Big Bang, a súbita explosão original que deu origem à matéria, à energia e às leis que regem a interação entre ambas: "Agora que a física já explicou como surgiu o universo, não há mais lugar para Deus". Tem chumbo trocado: quem pode imaginar uma reação mais tosca e pedestre do que dizer que a Lua perdeu o romantismo para os namorados depois que os astronautas americanos colocaram suas botas por lá?
Claro que o núcleo duro da melhor ciência despreza a noção de Deus. Da mesma maneira, os metafísicos de todos os sabores e cores não enxergam utilidade alguma no método científico. O cenário atual que emana do córtex cerebral da humanidade – pelo menos da sua porção que se manifesta conectada na internet – é o de que, apesar dos avanços cada vez mais espetaculares da ciência, permanecem intactas as emoções humanas, as sensações de tremor diante do infinitamente pequeno ou do infinitamente grande. Por mais que se explique com crescente precisão como funciona o mundo natural, persiste para a maioria das pessoas a crença de que existe algo mais poderoso ainda.
Há nessa persistência, por ironia, uma explicação científica, estudada a fundo pelos cientistas. A fé, assim como as religiões criadas sobre ela, persiste por ser um componente primordial da evolução humana. Em algum momento durante a última era do gelo, que terminou 12 000 anos atrás, o homem desenvolveu o pensamento simbólico. Interessou-se em saber que tipo de força existia por trás dos fenômenos naturais. Começou a enterrar os mortos e a enfeitar seus túmulos com flores. No papel de única espécie capaz de antecipar a própria morte, o ser humano precisou vislumbrar entidades maiores e mais poderosas do que ele para conseguir suportar essa certeza. Muitos biólogos evolucionistas acreditam que as religiões – e tudo o que elas envolvem como instituições organizadas – surgiram como uma superadaptação do homem ao meio ambiente e prosperaram por conferir vantagens a seus praticantes. A crença no sobrenatural ajudou a convivência do grupo e, portanto, seria a gênese da civilização. O biólogo americano David Sloan Wilson, da Universidade Binghamton, autor do livro A Catedral de Darwin: Evolução, Religião e a Natureza da Sociedade, avalia que o impulso religioso se desenvolveu cedo na história dos hominídeos porque ele ajudava a criar grupos mais coesos, em que florescia o sentimento de fraternidade e solidariedade. "A crença foi uma arma poderosa na luta contra adversários menos unidos e menos organizados", disse Wilson a VEJA (a entrevista completa está na pág. 85).
A mais impressionante indicação de que a necessidade de cultuar um Deus está estampada na evolução humana encontra-se numa pesquisa realizada pelo biólogo molecular americano Dean Hamer, chefe do setor de estrutura genética do National Cancer Institute, e publicada em seu livro The God Gene: How Faith is Hardwired into Our Genes (O Gene de Deus: Como a Fé Está Embutida em Nossos Genes). Hamer afirma ter localizado no ser humano o gene responsável pela espiritualidade. Esse gene também teria a função de produzir os neurotransmissores que regulam o temperamento e o ânimo das pessoas. Segundo o livro do biólogo, os sentimentos profundos de espiritualidade seriam resultado de uma descarga de elementos químicos cerebrais controlados por nosso DNA.
A concepção de que a espiritualidade está gravada no genoma humano encontra eco numa das mais antigas religiões, o budismo. Seus adeptos acreditam que todo ser humano herda uma semente espiritual da pessoa que ela foi na encarnação anterior. Essa semente se combinaria a outras duas, herdadas dos pais, para formar suas características físicas e espirituais. Estudos anteriores ao de Hamer também conduzem à noção de que a espiritualidade está entranhada nos genes. No fim dos anos 70, numa pesquisa que se tornou célebre, cientistas da Universidade de Minnesota estudaram 53 pares de gêmeos univitelinos, ou seja, gerados no mesmo óvulo e com DNA idêntico, e 31 pares de gêmeos bivitelinos, gerados em óvulos diferentes. Todos os gêmeos haviam sido separados após o nascimento e criados a distância. Como se esperava, os gêmeos com DNA idêntico, mesmo privados da convivência mútua, apresentavam traços de personalidade, comportamento e hábitos muito semelhantes. Os gêmeos idênticos eram duas vezes mais propensos a cultivar a espiritualidade no mesmo grau de seu irmão do que os gêmeos bivitelinos. Já quando se analisava a tendência a praticar uma religião, os gêmeos idênticos apresentavam significativas diferenças entre si – sinal de que o hábito de rezar e freqüentar igrejas ou templos é adquirido culturalmente.
O fato de a espiritualidade acompanhar o homem em sua evolução é, provavelmente, o motivo pelo qual o conceito de Deus surge em todas as sociedades humanas desde tempos imemoriais, mesmo entre as mais isoladas. Já o divórcio entre a fé religiosa e a ciência, que hoje se encontra na ordem do dia, é um fenômeno recente. Até o fim do século XVIII, a Igreja Católica, assim como se confundia com o Estado, legitimando o poder monárquico com a bênção do poder divino, andava de braços dados com a ciência. O cisma ideológico entre fé e ciência começou no iluminismo, movimento surgido na França que pregava o uso da razão para explicar o mundo e o universo, desafiava o papel da religião na sociedade e propunha uma nova ordem social, na qual os interesses humanos estivessem no centro das decisões. Só no século XIX, quando o inglês Charles Darwin deixou o mundo atônito com sua teoria da evolução das espécies, que negava a criação bíblica, as divergências entre o mundo da ciência e o da religião assumiram contornos de guerra cultural.
Hoje se vive um equilíbrio precário entre ciência e fé. Nos Estados Unidos, apenas 3% dos cientistas mais respeitados, aqueles que pertencem aos quadros da National Academy of Sciences, acreditam em Deus. Biólogos, como o inglês Richard Dawkins, e filósofos, como o americano Daniel Dennett, escrevem livros e artigos tentando desqualificar a religião como um mal que anestesia as sociedades e as priva das virtudes da razão. Os religiosos contra-atacam ao insistir, por exemplo, que as escolas públicas americanas deixem de ensinar as teorias de Darwin e as substituam pelos ensinamentos da Bíblia. Há também personagens ilustres que tentam contemporizar, como o biólogo americano Francis Collins, que se declara cristão, diz que ciência e religião não se misturam e que se podem cultivar ambas.
É possível que a ciência e a religião nunca se reconciliem totalmente. Afinal, o mote da primeira é a dúvida, e a razão de ser da segunda, a fé. Esta resiste na natureza humana mesmo quando a ciência prova que os fenômenos sobrenaturais na verdade são uma combinação entre reações químicas e elétricas. O melhor exemplo, no Brasil, da resistência da fé é o crescimento exponencial dos rebanhos de evangélicos pentecostais e de católicos carismáticos. Ambos acreditam nas manifestações diretas de Deus, em forma de milagres, por exemplo. Recentemente, o Vaticano reconheceu o segundo dos dois milagres necessários para que frei Galvão (1739-1822), frade franciscano que nasceu em Guaratinguetá, no interior de São Paulo, seja aceito como santo, o que deve acontecer em maio, na visita do papa Bento XVI ao Brasil. A professora de química paulista Sandra Grossi de Almeida, católica e devota de Nossa Senhora, já havia perdido três bebês por causa de uma má-formação no útero, um problema congênito. Quando ficou grávida pela quarta vez uma amiga a aconselhou a fazer os rituais de frei Galvão, que consistem em tomar cápsulas de papel com uma reza escrita e fazer novenas. "Também tomava remédios receitados pelo médico. Uma coisa é você ter fé, e outra é ser ignorante e não seguir o que o médico fala", diz Sandra. "A fé e a ciência têm de caminhar juntas. Sem fé, eu não teria conseguido ter o Enzo, meu filho", ela completa.
O Brasil é terreno fértil também para as manifestações acessórias da espiritualidade, como superstições, manias, crença em amuletos, na astrologia e no feng shui. Esse é o território do artista que adiciona uma letra ao nome, do torcedor de futebol que veste uma camisa especial para assistir ao jogo de seu time e dos jovens que usam no pescoço pingentes em forma de pimenta – última moda entre os adolescentes. Como as crenças religiosas, essas manifestações não têm comprovação empírica de que funcionem. Dependem puramente da fé que se deposita nelas. O sociólogo Antônio Flávio Pierucci, da Universidade de São Paulo, autor do livro A Magia, tem uma explicação para a devoção às superstições e às manias no dias de hoje. Diz ele: "A mente humana se sente desconfortável com o acaso, ela busca explicações para todas as coisas. Daí nasceram os conceitos de sorte e de azar. Se o acaso ocorre a nosso favor, temos sorte; se ele acontece contra nós, o classificamos de azar".
A ciência já identificou um gene da espiritualidade e conseguiu mapear os circuitos neurais responsáveis pelas emoções ligadas à fé. A evolução gravou em nosso genoma a necessidade da devoção e isso ajudou a espécie a sobreviver à Idade do Gelo. Como se sabe isso? As pesquisas arqueológicas e antropológicas mostram que diversos tipos de ancestrais humanos conviviam antes da Idade do Gelo, há cerca de 30.000 anos. Quando as geleiras cederam, apenas um tipo predominava, os Cro-Magnon. Eles organizavam-se em famílias, puniam o incesto, enterravam seus mortos, enfeitavam os túmulos, pintavam as paredes das cavernas por deleite estético e espiritual...! Os religiosos enxergam nesse salto evolutivo a interferência direta de Deus nos destinos da humanidade. Os cientistas dizem que a brutal aceleração da competição por recursos escassos e a luta pela sobrevivência em condições climáticas adversas selecionaram os hominídeos de tal forma que restaram apenas aqueles que desenvolveram a capacidade de acreditar. Em quê? Acreditar que aqueles tempos duros iriam passar. Acreditar que uma força superior iria trazer de volta as temperaturas amenas.
A descoberta de um gene da espiritualidade ou os exames de imagem capazes de mostrar os circuitos neurais envolvidos nas emoções suscitadas pelas orações não encerram a busca pelas raízes da fé, uma saga que mobiliza os teólogos desde o início da civilização. Por mais atuante que seja esse gene, ele é certamente apenas um tijolo de uma catedral maior: a vida espiritual humana.
Embora o título dessa reportagem, manchete da última edição de Veja, seja "A força da fé", tudo o que a reportagem faz é diminuir a importância da fé. O jornalista que assina a reportagem tenta provar que a fé, cada vez mais, pode ser explicada cientificamente e que os fenômenos sobrenaturais são provados quimicamente e fisicamente por experimentos de laboratório e teorias de estudiosos. Na opinião do autor da reporagem, as crenças humanas são derivadas de um processo evolutivo em que o homem se vale da fé para interagir com o seu ambiente e não ser derrotado pelos desafios ao longo dos anos.Biblicamente, fé, conforme o livro de Efésios 2:8-10, é algo que Deus colocou no ser humano ao criá-lo e que se desenvolve através do permanente relacionamento entre filho e Pai divino. Fé, de acordo com os livros bíblicos de Hebreus e Tiago, é a convicção do que não se vê, mas está asociado a fazer a vontade de Deus. Não é meramente uma declaração de crença em um ser superior. E sim uma atitude constante de adoração a esse Deus em que se crê como salvador e senhor.Infelizmente reportagens como essa transformam a fé em algo banal que serve para amenizar, apenas, as desgraças vividas pelas pessoas. É muito mais do que um lenitivo e sim a razão da existência humana. Conforme a Bíblia, "sem fé é impossível agradar a Deus" (Hebreus 11:6), o que significa um relacionamento maior com o Senhor e não apenas um pensamento positivo ou uma religiosidade momentânea e aparente.
A reportagem, na íntegra, está no link abaixo:
http://veja.abril.com.br/070207/p_078.shtml

ESTEVAM E SÔNIA HERNANDES ALEGAM INOCÊNCIA

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Veja On Line, 06.02.2007.

Os fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Estevam e Sônia Hernandes, declararam inocência na primeira audiência no Tribunal Federal de Miami, realizada nesta terça-feira. Estevam e Sonia foram presos no dia 8 de janeiro no aeroporto de Miami, quando tentavam entrar no país com 56.500 dólares, tendo declarado apenas 10.000 dólares. O dinheiro estava escondido em fundos falsos de malas, numa Bíblia e num porta-CDs. O casal é réu em processo criminal por conspiração, contrabando de dinheiro e depoimento falso à polícia americana. A pena prevista para cada um dos crimes é de cinco anos.
O casal chegou ao tribunal acompanhado pela filha, Fernanda, e por um segurança. Nesta primeira audiência, a Justiça apresentou aos dois os crimes pelos quais são acusados e perguntou a eles se entendiam as acusações. Os dois afirmaram que entendiam, e disseram não ser culpados. A audiência terminou por volta das 13h30 (no horário de Brasília, 10h30 no horário de Miami).
Nesta segunda-feira, o júri popular (em inglês, "grand jury") decidiu acatar as denúncias contra os fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo. Acordos da procuradoria e da defesa adiaram por duas vezes a sessão preliminar, prevista inicialmente para 24 de janeiro. A presença de Estevam e Sônia perante o juiz é obrigatória. Os dois tiveram de entregar os passaportes ao governo norte-americano e estão atualmente em liberdade supervisionada na região de Miami.
Previsto na Constituição dos EUA, o júri popular ("grand jury", em inglês) é um mecanismo para tentar evitar abusos de poder da polícia e não processar suspeitos sem provas materiais. Vinte e cinco jurados se reúnem para decidir se há elementos que evidenciem o crime. O processo segue paralelamente ao pedido de extradição feito pelo Brasil.
Caso consigam comprovar que o dinheiro que levaram aos Estados Unidos têm origem lícita, o casal ficará em liberdade. Mesmo neste caso, seriam deportados para o Brasil e perderiam seus green cards. Os Hernandes correm o risco de não poderem mais entrar nos EUA nem como turistas, caso sejam considerados culpados. O julgamento dos fundadores da Renascer será marcado para um prazo de até 70 dias após a data da audiência.
No Brasil, a prisão do casal Hernandes foi decretada pela 1ª Vara Criminal de São Paulo a pedido do Ministério Público estadual. O casal responde processo por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e estelionato. O caso corre em segredo de Justiça e um pedido de extradição foi entregue pelo Itamaraty à Justiça dos EUA.

ÉPOCA CHAMA ATENÇÃO PARA MUDANÇAS CLIMÁTICAS E FIM DO MUNDO

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Resumo de reportagem da semana de 05.02.2007 da revista Época.

Não foram exatamente as trombetas do apocalipse previstas por alguns fanáticos religiosos. Mas o mundo recebeu, na semana passada, uma mensagem de teor bem semelhante. Só que, desta vez, amparada por evidências científicas. Um painel formado pelos mais respeitados especialistas em clima, conclamados pelas Nações Unidas, declarou que não há mais dúvidas: nosso planeta está esquentando. E por nossa culpa. Os cientistas adiantaram algumas conseqüências desse aquecimento. Trata-se de uma lista de catástrofes com proporções bíblicas. Haverá fome, seca, miséria, furacões e enchentes. Até os mares já estão subindo - 3,3 milímetros por ano, duas vezes mais rápido que no século passado. O relatório final dos cientistas deverá agora guiar uma ação global para salvar o mundo como o conhecemos.
Um homem caminha pela avenida à beira-mar inundada pela passagem do furacão Wilma, em Key West, na Flórida, em 2005. Naquele ano, foram 28 furacões, um recorde histórico. Os cientistas ainda não concluíram se o aquecimento global elevará a freqüência dos furacões, mas já se sabe que sua intensidade - e poder destrutivo - vai aumentar
O futuro do planeta foi traçado pelo IPCC, um painel que reúne uma elite de 2.500 dos principais pesquisadores de mudanças climáticas. Esse comitê, formado em 1988, se reúne regularmente para atualizar as informações sobre o clima. Nos últimos quatro anos, os cientistas avaliaram os resultados dos milhares de pesquisas realizadas pelos principais centros e universidades do mundo. O objetivo do painel é extrair as maiores certezas desses estudos. É por isso que o relatório final, anunciado em Paris, na sexta-feira 2, é tão relevante. E, ao contrário dos relatórios anteriores, este é recebido por um mundo em estado de alerta. Fenômenos naturais atípicos recentes, como a onda de calor na Europa e o fim da neve em estações de esqui, mudaram a percepção mundial sobre ecologia. O alarme tem um aspecto positivo. Governos, empresas e boa parte da população passaram a tomar medidas para combater o efeito estufa (leia a reportagem "Como vamos viver"). A preocupação dos ambientalistas, antes vista como alarmista, tornou-se questão prioritária.

Embora os cientistas estejam alertando quanto às catástrofes climáticas e sua ligação com uma possível extinção do planeta, Jesus já falava, há milhares de anos, dos sinais dos últimos tempos em seus discursos aos discípulos. Aqueles que buscam na Bíblia respostas para suas dúvidas e inquietudes certamente entenderão que esses desastres serão motivo de maior preocupação mundial e intensidade à medida que o tempo passar. E compreenderão, também, conforme relatos de Gênesis, dos evangelhos, da carta do apóstolo Pedro e da revelação dada a João no Apocalipse que este mundo não será destruído por bombas atômicas, superaquecimento ou algum novo dilúvio.

 
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