Abstinência antes do casamento melhora vida sexual, diz estudo

terça-feira, 28 de dezembro de 2010 0 comentários

 Jornal O Estado de S.Paulo, 28.12.2010

Casais que esperam para ter relações sexuais depois do casamento acabam tendo relacionamentos mais estáveis e felizes, além de uma vida sexual mais satisfatória, segundo um estudo publicado pela revista científica Journal of Family Psychology, da Associação Americana de Psicologia.
Pessoas que praticaram abstinência até a noite do casamento deram notas 22% mais altas para a estabilidade de seu relacionamento do que os demais.As notas para a satisfação com o relacionamento também foram 20% mais altas entre os casais que esperaram, assim com as questões sobre qualidade da vida sexual (15% mais altas) e comunicação entre os cônjuges (12% maiores).
Para os casais que ficaram no meio do caminho - tiveram relações sexuais após mais tempo de relacionamento, mas antes do casamento - os benefícios foram cerca de metade daqueles observados nos casais que escolheram a castidade até a noite de núpcias.Mais de duas mil pessoas participaram da pesquisa, preenchendo um questionário de avaliação de casamento online chamado RELATE, que incluía a pergunta "Quando você se tornou sexualmente ativo neste relacionamento?".
Religiosidade- Apesar de o estudo ter sido feito pela Universidade Brigham Young, financiada pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, também conhecida como Igreja Mórmon, o pesquisador Dean Busby diz ter controlado a influência do envolvimento religioso na análise do material.
"Independentemente da religiosidade, esperar (para ter relações sexuais) ajuda na formação de melhores processos de comunicação e isso ajuda a melhorar a estabilidade e a satisfação no relacionamento no longo prazo", diz ele.
"Há muito mais num relacionamento que sexo, mas descobrimos que aqueles que esperaram mais são mais satisfeitos com o aspecto sexual de seu relacionamento."
O sociólogo Mark Regnerus, da Universidade do Texas, autor do livro Premarital Sex in America, acredita que sexo cedo demais pode realmente atrapalhar o relacionamento."Casais que chegam à lua de mel cedo demais - isso é, priorizam o sexo logo no início do relacionamento - frequentemente acabam em relacionamentos mal desenvolvidos em aspectos que tornam as relações estáveis e os cônjuges honestos e confiáveis."

Nota: Apesar de se tratar de uma pesquisa financiada por uma igreja, que certamente possui interesses neste tipo de resultado, eu creio neste tipo de estatística. E explico. O primeiro motivo é que a própria Bíblia Sagrada deixa claro, no livro de Gênesis, que homem e mulher foram criados à imagem e semelhança de Deus e deveriam se unir para através do casamento. É um compromisso diante de Deus e, portanto, a relação sexual deve ocorrer somente quando este comprometimento está selado sob o olhar divino. Estudiosos da área de psicologia dizem que a relação sexual faz parte do casamento e, se realizada fora deste ambiente, realmente pode prejudicar o relacionamento emocional entre homem e mulher que formam a família segundo a Bíblia. Outro motivo é que a relação sexual fora do casamento fatalmente pode banalizar a prática que se torna, segundo ouvi recentemente de uma terapeuta profissional, apenas um exercício e não passa a fazer mais parte do relacionamento a dois.

Editorial critica projeto de pensão para amante

domingo, 26 de dezembro de 2010 0 comentários

Editorial do jornal O Estado de S.Paulo do dia 26.12.2010.

Os projetos de lei que a Câmara e o Senado aprovaram de afogadilho nas últimas semanas, antes do término da atual legislatura, não se limitam a conceder aumentos imorais, promover trens da alegria, aumentar os gastos do Tesouro e agravar a má qualidade do gasto público. Alguns se destacam também por suas implicações éticas, com graves consequências sobre os usos e costumes da sociedade brasileira.
É esse o caso do Projeto de Lei 674/07, que foi aprovado em caráter terminativo pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), presentes apenas 3 deputados - apesar de 39 terem assinado a lista de presença. O projeto, que segue para o Senado, é de autoria do deputado Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA) e foi apresentado sob a justificativa de "atualizar" e "modernizar" o Código Civil no capítulo do direito de família, abarcando temas como dissolução de laços conjugais, adoção, pagamento de pensão alimentícia e alteração do regime de bens por meio de escritura pública.
Embora o novo Código Civil tenha entrado em vigor há apenas oito anos, substituindo o velho Código concebido por Clóvis Bevilaqua na primeira década do século 20, o parlamentar baiano alega que ele é fruto de um projeto escrito pelo jurista Miguel Reale entre 1968 e 1972, quando eram outras as condições políticas, econômicas, sociais e culturais do País. Como os valores morais do século 21 não são os mesmos dos das décadas finais do século 20, seria necessário atualizar tanto a legislação quanto a jurisprudência dos tribunais, afirma Barradas Carneiro.
Com o objetivo de instituir um "Estatuto das Famílias", ele reuniu num único texto dispositivos jurídicos que já constam da Constituição de 88, do Código Civil de 2002 e até mesmo do Código de Processo Civil de 1973 - que está sendo reformulado pelo Senado.
Além disso, com o apoio do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), Carneiro incorporou ao projeto emendas constitucionais e leis aprovadas há seis meses que mudaram as regras do divórcio, eliminaram a figura jurídica da separação judicial e revogaram o limite de idade máxima para a pessoa se casar sob o regime de comunhão de bens, que hoje é de 70 anos. O deputado também introduziu algumas inovações na regulação das relações matrimoniais e familiares.
O resultado é um monstrengo jurídico. Entre outros absurdos, a pretexto de defender a família, o projeto prevê que "a união formada em desacordo aos impedimentos legais não exclui os deveres de assistência e a partilha de bens". Trocando em miúdos, ele impõe ao marido a obrigação de pagar pensão não apenas para a mulher com quem é legalmente casado, mas, igualmente, para a amante. Esta teria prerrogativas idênticas aos da esposa oficial - inclusive o direito à partilha de bens.
Segundo a vice-presidente do IBDFAM, Maria Berenice Dias, que se apresenta como autora intelectual do projeto do deputado Sérgio Carneiro, o Código Civil seria leniente com o homem que tem mais de uma mulher e beneficiaria somente a esposa, deixando a "outra" ao desamparo. Com o Estatuto das Famílias, "o homem passa a se responsabilizar pelas duas", afirma Dias, depois de esclarecer que a inovação não se aplica a eventuais casos extraconjugais. Para pleitear pagamento de pensão e até herança, a amante teria de provar a "estabilidade da união".
O projeto aprovado a toque de caixa pela CCJ da Câmara, sob o pretexto de aumentar as responsabilidades jurídicas dos maridos em suas relações afetivas, na prática institucionaliza a bigamia e o adultério. Em vez de reforçar os laços matrimoniais e fortalecer a unidade da família, como afirmam seus autores, ele acarreta efeitos diametralmente opostos.
Em resposta às fortes críticas feitas ao projeto por vários setores da sociedade, o IBDFAM distribuiu nota classificando-as como açodadas, moralistas e juridicamente infundadas e afirmando que o direito de família não pode ser tratado com base em preconceitos e tabus. São palavras vazias, diante de um texto juridicamente estapafúrdio e moralmente discutível.

Nota: Não se tratam de alterações na legislação que vão apenas contra os costumes da sociedade brasileira. Tratam-se de incentivos diretos à destruição familiar e contribuem significativamente para que o casamento seja uma instituição ainda mais frágil. Quando se faz algum tipo de lei como esta seria fundamental se ter um amplo debate, como ocorre em outros assuntos, alguns deles de grande interesse econômico. Parece ser este o grande cinismo. Quando a temática tem relação direta com macro e micro economia, chama-se todos para uma abrangente discussão, mas quando tocam questões morais, consideradas por alguns legisladores e teóricos como de menos importância,então não há debate à exaustão. É verdade que estas modificações estão, ainda, em fase de avaliação em comissões. Espera-se que este editorial e outras manifestações criem, no mínimo, a lucidez em algum legislador para que examine com mais cuidado este conteúdo e o bom senso prevaleça. 

Artigo: Jesus fragmentado

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010 0 comentários


Por Felipe Lemos, mantenedor deste blog. 
  
Sempre no final de ano, perto da época que se convencionou chamar de Natal (25 de dezembro), documentários, reportagens em revistas, jornais, TV e web tratam de sempre trazer à tona conteúdo relacionado a Jesus Cristo. É praxe que isso se perpetue anualmente com a pretensa finalidade de mostrar um pouco mais sobre o personagem que revolucionou o mundo há mais de dois milênios. Contudo, quanto mais o tempo passa, mais creio que o objetivo central de grande parte deste conteúdo oferecido às pessoas em geral é diverso do que se propaga. Penso que, por trás desta movimentação midiática em torno de Jesus Cristo em dezembro, há outras intenções: entretenimento puro e questionamento da divindade de Cristo.
Para se chegar a esta conclusão, basta consumir parte do material que tenta “revelar” quem é Jesus Cristo de fato e contratá-lo com as boas traduções bíblicas. São documentários sugerindo a ligação de Jesus Cristo maritalmente com Maria Madalena, ou então, seu perfil meramente de um líder que se contrapôs ao sistema tradicional judaico e romano. Materiais são publicados e veiculados, também, na intenção de apresentar o cristianismo como fruto de aperfeiçoamento de outras seitas anteriores e colocam em dúvida, por conjecturas de historiadores e ditos estudiosos, o fato de a Bíblia Sagrada confirmar que Jesus Cristo é Deus.
Partindo da Bíblia, a revelação mais substancial acerca de Jesus Cristo, preciso chamar a atenção para alguns fatos que não são levados em conta na hora de retratá-lo em programas sensacionalistas de final de ano. Há alguns elementos que necessitam, ao menos, ser colocados diante das pessoas para que saibam que a Bíblia Sagrada pode não relatar tudo o que a curiosidade alheia espera entender sobre o Jesus histórico, mas é mais abrangente acerca da Sua figura do que se imagina.
Divindade e cumprimento de plano divino em Jesus – A falta de detida leitura da Bíblia em seu contexto permite suposições sobre o papel de Jesus Cristo ao vir a este mundo. O significativo trecho de João 1:1-3, que algumas novas versões parecem estar tendo a ousadia de alterar, é muito transparente no que diz respeito ao Seu papel. Diz ali que “No Princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. O versículo 14 trata de esclarecer que ele se tornou homem ao referir que “O Verbo se fez carne e habitou entre nós. Vimos a sua glória, a glória como a do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. E, dentro deste contexto, sua missão também não é segredo algum conforme o Novo Testamento. O apóstolo Paulo, que posteriormente se uniu à fé cristã e tratou de ser um dos mais decididos responsáveis pela disseminação teológica do cristianismo pelo mundo conhecido, sintetizou bem o plano divino ao qual Jesus estava totalmente conectado. Diz ele, em I Timóteo 1:15 que “Fiel é esta palavra e digna de toda a aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal”. Jesus Cristo objetivamente se tornou homem para salvar os homens.
Relação direta entre Sua primeira vinda e Seu retorno – Para muitos curiosos e simples observadores do esforço midiático anual na promoção do Jesus histórico, Seu ministério terrestre foi o início, o meio e o fim de toda a trajetória. A Bíblia, no entanto, faz a conexão entre Seu nascimento, morte na cruz (significativa espiritualmente e não apenas o resultado de uma insurreição ao poder constituído), ressurreição (que passou a ser questionada, mas sem qualquer amparo arqueológico para eliminar sua fundamentação) e breve retorno a este mundo (para implantar Seu reino tal como predito, inclusive no Antigo Testamento). Em Hebreus 9:28, está registrado que “Assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez, para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez sem pecado, aos que o esperam para a salvação”. Não é possível interpretar de outra maneira este texto bíblico inspirado que faz alusão ao papel de salvador de Jesus, sem pecado, ao mesmo tempo em que declara que a redenção final se dará por ocasião de Seu retorno para se encontrar com os que esperam a salvação.
Papel de intercessor de Jesus  - Finalmente, tenho de considerar que Jesus não apenas nasceu, morreu e ressuscitou. A Bíblia esclarece que Ele assumiu o papel de intercessor. A Bíblia, que infelizmente é utilizada diversas vezes de maneira distorcida servindo a interesses distintos, declara, em Hebreus 9:24, que “Pois Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu para comparecer, agora, por nós, perante a face de Deus”. O leitor atento e sincero em busca de sabedoria advinda da leitura da Bíblia, como Palavra de Deus, encontrará informações preciosas sobre o paralelo entre o santuário terrestre (livros de Êxodo e Levítico, por exemplo) no período em que o povo hebreu era guiado diretamente por Deus, como nação. Também vai se deparar, se ler atentamente capítulos 7,8 e 9 do livro de Hebreus (cuja autoria é atribuída, por muitos, ao apóstolo Paulo) com o importante papel que Cristo passou a exercer, após Sua ascensão ao céu, como intercessor entre Deus e os homens (conforme I Timóteo 2:5).
                Não aconselho, portanto, neste final de ano, a se pensar em um Jesus apenas pequenino e indefeso na manjedoura, ou em um personagem meramente histórico, mítico, falível, cuja vida é um emaranhado de sombrios mistérios. Eu não consigo ser levado a pensar nisso. Na minha avaliação, este é um Jesus fragmentado, em pedaços. Meditando na Bíblia, percebo Jesus como Deus, amando a humanidade de tal maneira que morre, ressuscita e passa a interceder de maneira especial em um santuário celestial por cada um. E que efetivamente está vivo e tem um objetivo bem nítido: salvação espiritual.

Promulgada Ley de Libertad Religiosa en Perú

terça-feira, 21 de dezembro de 2010 0 comentários

Do Portal Adventista (www.portaladventista.org), em espanhol. O comentário está em português.

 En el Salón Dorado de Palacio de Gobierno, el presidente de la República de Perú, Alan García, promulgó esta semana la Ley de Libertad Religiosa, que dispone el reconocimiento por parte del Estado de todas las confesiones, en igualdad de condiciones y con goce de los mismos derechos, obligaciones y beneficios.
El dignatario destacó que esta norma constituye un hecho de importancia histórica para la democracia y la libertad en el Perú, pues con ella se pone fin a cualquier residuo de intolerancia.
“Esta ley confirma y afirma que somos una sociedad creyente, una sociedad que en su inmensa mayoría tiene fe. La iglesia Católica, por su historia, aparece con un enorme peso en la ciudadanía, pero otros cultos, religiones e iglesias tienen espacio y han ido avanzando en captación y formación de sus miembros”, anotó.
La norma garantiza el derecho fundamental de toda persona a la libertad de religión, reconocido y amparado por la Constitución Política y por los tratados internacionales ratificados por el Estado peruano.
Establece, además, que el ejercicio público y privado de este derecho es libre y tiene como único límite, tanto la protección del derecho de los demás al ejercicio de sus libertades públicas y derechos fundamentales, como la protección del orden, la salud y moral públicos.
Indica que toda persona natural es igual ante la Ley, en ese sentido, se prohíbe toda acción u omisión que discrimine a una persona en razón de sus creencias religiosas. Para ello, el Estado garantiza a las personas, de manera individual o asociada, que desarrollen libremente sus creencias y actividades religiosas, en público o en privado.
Asimismo, la libertad de religión comprende profesar la creencia religiosa que libremente se elija y cambiar o abandonar la que se tenga en cualquier momento, conforme al procedimiento propio de cada iglesia, confesión o comunidad religiosa.
“Nadie puede ser obligado a manifestar su convicción religiosa. Ninguna autoridad o funcionario público puede obligar a revelarlo. Nadie puede ser obligado a participar en actos de culto, a recibir asistencia religiosa o a prestar contribuciones económicas o en especie a entidades religiosas”, señala.
Motivos de conciencia - Además, la Ley indica que las instituciones educativas, en todos sus niveles y modalidades, deberán respetar el derecho de los alumnos a exonerarse de los cursos de religión, por motivos de conciencia o en razón de sus convicciones religiosas, sin que ello afecte su promedio académico. “En los casos de los menores de edad, la exoneración procederá siempre y cuando así lo expresen los padres o quien tenga la tutela de aquellos”, precisa la norma.
De igual manera, se establece que las entidades religiosas pueden crear y dirigir en forma autónoma sus centros de formación para el ministerio religioso y para estudios teológicos.
Asimismo, se crea el Registro de Entidades Religiosas, cuyo fin será el reconocimiento de la personería jurídica civil de las mismas, estableciéndose que la inscripción será voluntaria.
La Ley de Libertad Religiosa fue aprobada previamente por el Congreso de la República.
Reacción adventista – El pastor Abimael Obando, presidente de los adventistas en sur de Perú, dijo que “gracias doy a Dios porque a través de su Palabra nos recuerda que somos libres para creer. Cada rincón de este mundo, cada raza, tribu, nación y lengua debiera recordarlo, si fuimos creados con libre albedrío ¿Por qué no usarlo?  Por ese motivo invito a todo aquel que crea en nuestro Salvador a seguir sus huellas, a imitarle, a ser un mensajero de esperanza, llevando en su carácter la bandera de la libertad, y repito con devoción las palabras de Cristo cuando dijo: “Y conoceréis la verdad, y la verdad los hará libres”.
Pastor Orlando Ramos, presidente de los adventistas en Norte de Perú, también opinó con respecto a la ley: “Damos gracias a Dios por la aprobación de la ley de equidad religiosa, la que es fruto del trabajo de diversas denominaciones cristianas, que influyeron, en los estamentos estatales para que ella se cristalizara. Nuestra Iglesia fue la abanderada, en este caminar,  desde unos años atrás, por medio de la intervención decidida de la International Religious Liberty Association  (IRLA), organismo que convocó a líderes de diferentes denominaciones, a fórums consecutivos, los que despertaron el interés, cada vez más creciente, siendo el evento más significativo el Festival de Gratitud de Libertad Religiosa, realizado el 13 de junio de 2009 en el Estadio Nacional del Perú”.

Nota: Este é o tipo de notícia que anima aqueles que lutam e respeitam a liberdade religiosa no mundo. Lembrando que a liberdade religiosa implica necessariamente não menosprezar ou prejudicar quaisquer tipos de crenças, a não ser as que evidentemente ferem os próprios princípios legais e constitucionais de uma nação. O Peru é um país em que este tipo de dificuldade religiosa prevaleceu por muito tempo, assim como em outras nações, mas a expectativa é que todas as denominações religiosas passam a ter o mesmo tipo de tratamento. O mesmo se espera que continue ocorrendo no Brasil, sob o Governo Dilma, sem privilégios para determinadas religiões ou movimentos religiosos em detrimento dos demais. Liberdade de consciência é algo que a própria Bíblia defende. Em vários textos, Jesus deixou claro que Seus seguidores o fariam por livre consciência e não por obrigação. O apóstolo Paulo sistematizou esta ideia em textos onde declara que "tudo me é lícito, mas nem tudo me convém", ou seja, temos possibilidade de fazer tudo, mas nem tudo é bom para todos. Em Deuterônomio 30:15-20 também está presente a proposta que Moisés, em nome de Deus, lança ao povo sobre sua decisão ou não de permanecerem ao lado do Senhor. Mais uma vez, presente o elemento do livre arbítrio, isto é, livre decisão. 

Material didático contra homofobia mostra adolescente que virou travesti

domingo, 19 de dezembro de 2010 0 comentários

Originalmente publicado em 24.11.2010 no Correio Braziliense
 
Ele ainda nem foi lançado oficialmente. Mas um conjunto de material didático destinado a combater a homofobia nas escolas públicas promete longa polêmica. Um convênio firmado entre o Ministério da Educação (MEC), com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e a ONG Comunicação em Sexualidade (Ecos) produziu kit de material educativo composto de vídeos, boletins e cartilhas com abordagem do universo de adolescentes homossexuais que será distribuída para 6 mil escolas da rede pública em todo o país do programa Mais Educação.

Parte do que se pretende apresentar nas escolas foi exibida ontem em audiência na Comissão de Legislação Participativa, na Câmara. No vídeo intitulado Encontrando Bianca, um adolescente de aproximadamente 15 anos se apresenta como José Ricardo, nome dado pelo pai, que era fã de futebol. O garoto do filme, no entanto, aparece caracterizado como uma menina, como um exemplo de um travesti jovem. Em seu relato, o garoto conta que gosta de ser chamado de Bianca, pois é nome de sua atriz preferida e reclama que os professores insistem em chamá-lo de José Ricardo na hora da chamada.

O jovem travesti do filme aponta um dilema no momento de escolher o banheiro feminino em vez do masculino e simula flerte com um colega do sexo masculino ao dizer que superou o bullying causado pelo comportamento homofóbico na escola. Na versão feminina da peça audiovisual, o material educativo anti-homofobia mostra duas meninas namorando. O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, André Lázaro, afirma que o ministério teve dificuldades para decidir sobre manter ou tirar o beijo gay do filme. “Nós ficamos três meses discutindo um beijo lésbico na boca, até onde entrava a língua. Acabamos cortando o beijo”, afirmou o secretário durante a audiência.

O material produzido ainda não foi replicado pelo MEC. A licitação para produzir kit para as 6 mil escolas pode ocorrer ainda este ano, mas a previsão de as peças serem distribuídas em 2010 foi interrompida pelo calor do debate presidencial. A proposta, considerada inovadora, de levar às escolas públicas um recorte do universo homossexual jovem para iniciar dentro da rede de ensino debate sobre a homofobia esbarrou no discurso conservador dos dois principais candidatos à Presidência.

O secretário do MEC reconheceu a dificuldade de convencer as escolas a discutirem o tema e afirmou que o material é apenas complementar. “A gente já conseguiu impedir a discriminação em material didático, não conseguimos ainda que o material tivesse informações sobre o assunto. Tem um grau de tensão. Seria ilusório dizer que o MEC vai aceitar tudo. Não adianta produzir um material que é avançado para nós e a escola guardar.”

Apesar de a abordagem sobre o adolescente homossexual estar longe de ser consenso, o combate à homofobia é uma bandeira que o ministério e as secretarias estaduais de educação tentam encampar. Pesquisa realizada pelas ONGs Reprolatina e Pathfinder percorreram escolas de 11 capitais brasileiras para identificar o comportamento de alunos, professores e gestores em relação a jovens homossexuais. Escolas de Manaus, de Porto Velho, de Goiânia, de Cuiabá, do Rio, de São Paulo, de Natal, de Curitiba, de Porto Alegre, de Belo Horizonte e de Recife receberam os pesquisadores que fizeram 1.406 entrevistas.

O estudo mostrou quadro de tristeza, depressão, baixo rendimento escolar, evasão e suicídio entre os alunos gays, da 6ª à 9ª séries, vítimas de preconceito. “A pesquisa indica que, em diferente níveis, a homofobia é uma realidade entendida como normal. A menina negra é apontada como a representação mais vulnerável, mas nenhuma menina negra apanha do pai porque é pobre e negra”, compara Carlos Laudari, diretor da Pathfinder do Brasil.
 
Nota: Realmente é lamentável qualquer tipo de preconceito e perseguição a alguém, especialmente jovens ou adolescentes categorizados como gays. É inadmissível este tipo de intolerância, assim como qualquer outro tipo de intolerância, incluindo a religiosa ou social. O problema em um material deste tipo é, na minha opinião, o uso que será feito. Há algum tipo de capacitação efetiva e permanente realizada com professores de escolas públicas no sentido de lhes explicar como utilizar este tipo de material com a finalidade não de estimular homossexualidade ou promiscuidade, mas de impedir a intolerância? Se não há, um material deste tipo não tem validadealguma. A probabilidade de ser mal utilizado é grande. Outro ponto é o conteúdo. Se realmente o material contém cenas de homossexualidade escancarada, como a reportagem afirma, eu me pergunto qual o objetivo disso. Se o material deve servir para combater preconceito, por que tem de chegar a um nível de detalhamento tão grande assim? É promoção de um conceito ou realmente apoio contra a intolerância sexual e prevenção ao bullying escolar? Cabe às autoridades competentes responder a isso e refletir sobre o assunto antes de distribuir o material.

ADRA Nordeste vai celebrar solidariedade com atingidos por chuvas

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010 0 comentários

Neste sábado, quero destacar uma programação muito interessante que diz respeito à solidariedade. Trata-se de uma festa com entrega de mais de 2 toneladas de alimentos para famílias carentes que perderam tudo ou quase tudo nas enchentes recentemente ocorridas no Nordeste do Brasil. Cidades de Pernambuco e Alagoas foram grandemente afetadas e a ADRA - Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais está fazendo a diferença por lá.
Fique ligado neste link, pois a transmissão deste evento ocorrerá a partir das 15 horas (horário de Brasília) no endereço abaixo.


Watch live video from ANe-Agência Adventista de Notícias on Justin.tv

''McLanche Feliz'' é proibido em cidade dos Estados Unidos

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010 0 comentários

Do Portal do Aprendiz, 15.12.2010. 


A prefeitura da cidade norte-americana de San Francisco proibiu que a rede de fast-food Mc Donald’s comercialize lanches com brinquedos. A lei, aprovada no último mês, permite que os brinquedos acompanhem refeições que preenchem uma série de pré-requisitos nutricionais.

A refeição não pode ter mais de 600 calorias e a porcentagem de gordura deve ser menor que 35%. Lanches servidos no café da manhã devem ter meia xícara de frutas, além de uma quantidade determinada de sódio e grãos.

Em abril, a também californiana Santa Clara tomou decisão semelhante, a expectativa é que outras cidades sigam o mesmo caminho, no intuito de conter o avanço da obesidade nos EUA, segundo o jornal Folha de S.Paulo.

O Brasil, no entanto, parece seguir na contramão da tendência: em julho de 2009, a Justiça Federal negou uma liminar do Ministério Público Federal que queria proibir promoções do Bob's, do McDonald's e do Burger King, que dão brinquedos a quem compra lanche.

Nota: Nos Estados Unidos, perfeita a estratégia de evitar que se "empurre" lanches cujo valor nutricional é questionável através da promoção de brinquedos para as crianças. Agora, a responsabilidade dos pais é grande em não permitir que os filhos comam qualquer coisa e deem orientações seguras aos pequenos sobre quais os riscos de se comer de determinada maneira. Mas quando o bom senso comercial falha, é preciso que a justiça entre em ação e corrija.

Campanha dos ateus é suspensa

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010 2 comentários

Meio & Mensagem On Line, 13.12.2010, às 12h30min
A campanha publicitária promovida pela Associação Brasileira dos Ateus e Agnósticos (Atea) – que pretendia espalhar cartazes em ônibus das cidades de Salvador e Porto Alegre está suspensa. Segundo a própria organização, na tarde de sexta-feira 10, quando tudo estava preparado para a colocação das peças, as duas empresas de mídia responsáveis pela ação desistiram do projeto.

Segundo nota publicada no site oficial da Atea, as duas empresas desistiram da veiculação por receio da repercussão da campanha publicitária. O presidente da organização, Daniel Sottomaior, revelou a reportagem de M&M Online que as empresas de mídia responsáveis pela ação eram a Fastmidia, em Salvador e a Objectif, em Porto Alegre.

Segundo a nota do site, a empresa da capital baiana declarou que desistiria do projeto por conta de possíveis reclamações do Estado e também dos proprietários das empresas de ônibus da cidade. Já a notícia referente a empresa de Porto Alegre aponta que a ação foi barrada na cidade.

A campanha
A ideia da associação era, a partir desta segunda-feira 13, veicular peças em cinco ônibus de Salvador e dez ônibus de Porto Alegre sugerindo às pessoas que questionassem suas crenças e respeitando a liberdade religiosa. Segundo a Atea, a campanha não tem o objetivo de provocar uma descrença em massa, mas sim de lutar pela igualdade de opinião e pela aceitação na sociedade daqueles que não creem em uma entidade superior.

O conceito dos anúncios e a criação da identidade visual da campanha foram assinados pela agência Elefantte, localizada na cidade de Montes Claros, em Minas Gerais. Segundo o redator da agência, Neto Macedo, contribuir para uma causa desse tipo foi muito gratificante. Segundo ele, os conceitos criados para as peças tinham dois objetivos: mostrar que os ateus são pessoas comuns, assim como qualquer outra e também desconstruir a ideia de que as pessoas que creem em Deus tem um caráter melhor do que aquelas que não creem. “Tivemos muito cuidado para não ofender nenhuma crença religiosa, pois o objetivo das peças era unicamente o de promover a consciência de que o preconceito com os ateus é errado”, frisou Macedo.

A Atea não informou se existe a possibilidade de contratar uma nova empresa para a realização da campanha e quando as peças serão veiculadas.

Nota: Provavelmente o que levou à decisão é o fato de que a religiosidade brasileira constrangeu os anunciantes e a própria associação em última instância. As empresas não quiseram pagar o alto custo de uma publicidade, como esta, que geraria mais polêmica e muita represália. A manifestação oficial dos ateus é legítima, assim como a manifestação de criacionistas, evangélicos, católicos, espíritas e pessoas de outras crenças. O limite, no entanto, é a liberdade de expressão do outro. Conforme os princípios elementares da liberdade religiosa, nenhuma igreja, seita ou ramo filosófico pode denegrir ou ofender outro com suas ações. Isto é muito claro, mas por que, então, ainda existe a intolerância? Porque algumas pessoas ou grupos, cujas crenças não têm a consistência desejada, preferem tentar destruir o que os outros pensam em vez de exaltar aquilo no qual acreditam. A imposição de pontos de vista, de qualquer natureza, é nociva à boa convivência entre as pessoas. Isso vale para os ateus e para os que não são ateus. Cristãos e outros grupos, somente para exemplificar, que pretendem realizar ações expressivas de fé devem, também, ponderar sobre a maneira como vão difundir suas crenças. O respeito, amplamente ensinado por Jesus Cristo - referência maior do cristianismo, precisa prevalecer. Se isso não ocorre, alguma coisa errada está nos militantes.

Aumentou percepção de corrupção em instituições religiosas

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010 0 comentários

UOL, 09.12.2010, às 4 horas.
Um dado que chama atenção na pesquisa divulgada pela Transparência Internacional nesta quinta-feira (9), apontando o nível de percepção da corrupção em todo o mundo, diz respeito às instituições religiosas. Em 2004, 28% dos entrevistados disse achar que a corrupção afetava as instituições religiosas. Em 2010, o número subiu para 58%.
Para Alejandro Salas, diretor da Transparência Brasil nas Américas, o resultado “está aberto a interpretações”. "Eu penso que os escândalos que atingiram a religião, especialmente a Igreja Católica nos últimos anos, por exemplo, os abusos de menores por parte de membros da Igreja, o que não é a corrupção como conhecemos, digo em relação a subornos, mas diz respeito a uma má conduta”, disse Salas.
Segundo o diretor, a pesquisa não aborda os motivos que levam as pessoas a ter uma determinada opinião, mas ele acredita que outro fator importante para esse aumento é a associação, considerada por ele equivocada, de religião e terrorismo. “Provavelmente também, apesar de não ter elementos científicos, acredito que os acontecimentos envolvendo o Islã também estão relacionados a esse aumento", afirmou Salas.
Na pesquisa geral divulgada hoje, 50% dos entrevistados afirmaram que associam a corrupção à religião. No Brasil, a religião é a penúltima instituição à qual os brasileiros associam a corrupção. De 1 a 5, considerando 5 o nível máximo de corrupção, a nota dada às instituições religiosas foi 2,5, atrás apenas do Exército, com 2,4.
O Relatório Global de Corrupção 2010 entrevistou mais de 91.000 pessoas em 86 países e territórios, entre 1º de junho e 30 de setembro de 2010.

Nota: Infelizmente a religião, de uma maneira geral hoje, começa a ser vista, cada vez mais, com maus olhos por parte de boa parcela da população. Há vários fatores, mas se pensarmos e raciocinarmos com cuidado podemos ter algumas ideias. A primeira delas é que muitas religiões estão efetivamente se distanciando das necessidades das pessoas ou, então, criando projetos, programas e ações que simplesmente não falam a língua do povo. Isso ajuda as pessoas a terem uma percepção distorcida da religião. Por outro lado, há movimentos religiosos ou, então, igrejas, seitas ou agremiações de orientação filosófica ou religiosa que não apresentam bons conceitos para a sociedade, mas geralmente têm suas práticas associadas a maus exemplos e corrupções mesmo. Pesa, também, na minha avaliação, a favor de uma percepção negativa das religiões, o fato de parte da mídia trabalhar sistematicamente para denegrir a imagem, de um modo geral, da religiosidade. São todos fatores que certamente influenciam. Vale, portanto, mais uma vez, a preocupação de as igrejas e religiões sérias e comprometidas com o bem-estar integral das pessoas em mostrarem ações consistentes em favor da sociedade e principalmente agir com honestidade em seus negócios, suas transações e que seus líderes (que sempre serão referência para determinado grupo de pessoas) ajam com coerência e bom senso cristão. Quanto a agir assim, creio que somente dependendo totalmente de Deus.

Souza Cruz não pode mais contratar "provadores de cigarro"

terça-feira, 7 de dezembro de 2010 0 comentários

Site UOL, 29.11.2010

A Souza Cruz, fabricante nacional de tabaco, não poderá mais contratar empregados para realizar testes de cigarros. Assim decidiu a Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho, ao negar provimento ao recurso de revista da empresa. A ação foi proposta pelo Ministério Público do Trabalho da 1ª Região (RJ) a partir de uma entrevista concedida por um ex-empregado empresa que cobrou na justiça comum indenização pelos sérios problemas de saúde adquiridos em vários anos como "provador de cigarros".
Segundo o depoimento do ex-provador, a Souza Cruz, com o objetivo de fazer o controle de qualidade de seus produtos, mantinha um projeto chamado "Painel de Fumo", no qual pessoas, em uma sala, testavam os cigarros produzidos pela empresa e pela concorrência, sem nenhuma proteção.
Diante disso, o MPT requereu à Justiça do Trabalho que a empresa fosse condenada a não mais contratar pessoas para a função de provadores de cigarros, sob pena de multa no valor de R$ 10 mil, por trabalhador. Requereu, ainda, a manutenção e a garantia, a cada um dos trabalhadores que realizaram os testes, tratamento hospitalar e antitabagista e, por trinta anos, a realização de exames médicos. Por fim, pediu o pagamento de indenização de um milhão de reais por danos aos interesses difusos e coletivos dos trabalhadores, a ser revertido ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Ao analisar a ação civil pública, a Vara do trabalho condenou a Souza Cruz a todas as obrigações de fazer e não fazer requeridas pelo Ministério Público: deixar de contratar provadores, prestar assistência médica a esses trabalhadores e pagar indenização de um milhão por danos difusos e coletivos.
Inconformada com a sentença, a empresa recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ). Alegou que os empregados que se submeteram ao serviço, todos fumantes, o fizeram por espontânea vontade, bem como alegou não haver prova de nenhum dano à saúde dos trabalhadores relacionada à função de provadores. A Souza Cruz ainda ressaltou que essa atividade não seria ilegal.
O TRT, entretanto, manteve a decisão. Para o Regional, essa atividade da empresa afronta o direito à saúde e à vida dos trabalhadores. O acórdão do TRT considerou que, nesse caso, os princípios basilares da saúde e da vida digna se sobrepõem aos argumentos trazidos pela empresa quanto ao respeito à livre iniciativa e da livre atividade econômica. Ressaltou, ainda, que os danos não dizem respeito somente aos empregados provadores, mas sim a toda coletividade que se vê prejudicada pela produção e comercialização de uma droga. A Souza Cruz, então, interpôs recurso de revista ao TST, reforçando suas teses e se insurgindo contra o deferimento da indenização e ao valor por dano moral coletivo.
O relator do recurso na Sétima Turma do TST, ministro Pedro Paulo Manus, entendeu que a empresa, ao se utilizar de pessoas com o objetivo de aferir a qualidade do produto por ela produzido, o fez em afronta à proteção do trabalhador. Segundo o ministro, a empresa deverá valer-se de novo método para a mensuração do produto, pois a vida e a saúde do trabalhador devem sempre prevalecer. "No confronto com o princípio da livre iniciativa privada, prepondera o direito fundamental à saúde", destacou.
Quanto à indenização por danos morais coletivos, o relator conclui que a reparação de R$ 1 milhão, além de excessiva, não traria resultado útil, uma vez que não beneficiaria diretamente os empregados que efetivamente trabalharam como provadores de cigarro. Pedro Paulo Manus destacou ainda que, numa eventual manifestação de doença decorrente da prova do fumo, o trabalhador já estará resguardado, uma vez que o MPT conseguiu que a empresa mantenha acompanhamento médico aos trabalhadores, por 30 anos.
Assim, a Sétima Turma, ao seguir o voto do relator, decidiu, por maioria, manter a obrigação da Souza Cruz de não mais contratar provadores de cigarro e, por unanimidade, excluir da condenação a indenização por danos aos interesses difusos e coletivos aos trabalhadores. Vencido o Juiz convocado Flávio Portinho Sirângelo (RR-120300-89.2003.5.01.0015).

Nota: Feliz decisão, ainda que tardia. Finalmente a perniciosa indústria do tabaco começa a sentir que sua atividade fim definitivamente preocupa até mesmo as autoridades, como a Justiça do Trabalho. Apesar de sua forte propaganda a favor do meio ambiente, a Souza Cruz, a exemplo de empresas que trabalham com atividades que afetam, tanto o meio ambiente, quanto a saúde pública, contribui para mais gente doente. Sem falar no custo para a já precária estrutura de saúde gratuita oferecida no Brasil. É mais gente para se tratar e engrossar as filas dos postos de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

iPad na manjedoura

domingo, 5 de dezembro de 2010 0 comentários

Por Felipe Lemos, mantenedor deste blog.


O personagem central do Natal no Brasil não é Jesus Cristo há muito tempo. Mas agora nem o mítico Papai Noel. É o IPAD, um equipamento que chegou ao comércio de um dos países que mais cresce economicamente e se torna uma potência no que diz respeito ao volume de negócios e relevância estratégica sob o ponto de vista mercadológico. Estou falando obviamente do Brasil.
Nada especificamente contra o iPad ou sua importância tecnológica ou mesmo as facilidades engenhosamente em geral preparadas para consumo rápido de uma população com renda aumentada. Algumas reflexões, no entanto, quanto ao lugar que alguns personagens passam a ter em detrimento de outros. A tecnologia, e com ela embutido o conceito de consumismo e voracidade pelo material novo (in) capaz de saciar os desejos desenfreados do ser humano, tomou o lugar de Cristo e do Papai Noel nas capas das revistas, nos programas de TV e no coração de muitos também.
Preocupante é pensar o que isso implica nas entrelinhas. Para aqueles que ainda apreciam o hábito de tentar enxergar um pouco além do que se mostra, o iPad agora ocupa o lugar de honra na manjedoura. Não é mais o Papai Noel, que ainda simbolizava uma pessoa, alguém, um ser humano que ludicamente fazia a alegria dos pequenos distribuindo presentes no Natal quente do hemisfério sul e frio do hemisfério norte. Tampouco é Jesus Cristo, o que verdadeiramente nasceu, viveu, morreu, reviveu e que revolucionou o modo de ser humano fazendo a vontade de Deus perante os homens e os ensinando-os simplesmente a fazer o mesmo.
Enquanto o iPad dorme tranquilo na manjedoura de ouro preparada com boas campanhas publicitárias, forte apelo da mídia espontânea e rodeado de adoradores da tecnologia de ponta, o Brasil e o mundo assistem aos jovens, crianças e adolescentes não terem mais interesse por religião e nem educação. Religiosidade é coisa distante de boa parte dos jovens que querem uma experiência sobrenatural, mas talvez prefiram ficar longe de um Deus pessoal, de um Jesus vivo hoje pronto para ouvi-los e agir em seu favor. É possível que a preferência seja por um Jesus unicamente histórico e, se possível, envolto em mistérios e histórias mal contadas do passado. Pena. Jesus pode renascer na vida de cada um hoje ainda. Há tempo para isso. Não como uma fantasia natalina, nem uma lenda, mas de forma real.
Educação também é algo que já deixou de ser tão importante no país que elege o iPad como personagem principal do final de ano. Holofotes em cima do aparelho que acessa e permite muita coisa, enquanto na escuridão os números mostram jovens pouco preparados após deixar o Ensino Médio, muitos pequenos ainda fora da escola e instituições sucateadas, além de mestres desanimados, despreparados e sem vontade alguma de fazer seu melhor pela educação das futuras gerações. Religião consistente com base no relacionamento pessoal com Deus e educação de verdade para todos, duas necessidades para se pensar no próximo ano. Bem diferente do consumismo anual de fim de ano.

 
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