Famosa rede de fast food se retira da Bolívia

domingo, 25 de dezembro de 2011 2 comentários

Meio&Mensagem, 22.12.2011.

O McDonald’s bem que tentou, por mais de dez anos, mas não conseguiu fazer sucesso entre a população boliviana. Depois de 14 anos de presença no país, a rede de fast food mais famosa do mundo está fechando todas as suas unidades no país latinoamericano. As suas oito unidades estão sendo fechadas nas três principais cidades do país: La Paz, Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra.

A Bolívia será o primeiro país latinoamericano a não ter mais a presença do McDonald’s e foi o único em que a rede está fechando as portas por ter ficado com os números no vermelho por mais de uma década.

Segundo veículos de imprensa bolivianos, a questão é simplesmente falta de interesse do público. Um deles chega a dizer que “o fast food é, literalmente, a antítese da concepção que um boliviano tem de como se deve preparar uma refeição”.

Mesmo assim, as pessoas que gostavam do cardápio fizeram fila nas unidades no início deste mês para aproveitar os últimos instantes da presença do McDonald’s por lá. Mas como a maioria é quem manda, as lojas foram realmente fechadas e 334 funcionários ficaram sem emprego.
Nota: Independente da questão ideológica que também pode estar por trás dessa quebra de uma das maiores redes de fast food do mundo no país sul-americano, considero interessante esse tipo de notícia. Entendo que se trata de uma vitória da alimentação mais simples e menos contaminada que faz parte de um povo com tradições simples como é o caso dos bolivianos de um modo geral. 
A alimentação fast food, que comprovadamente é prejudicial à saúde, leva um golpe forte em um país com pouca expressão no cenário mundial, mas que dá uma lição de que nem sempre a alimentação "moderna" é a preferida. 

Analistas preveem ameaças à unidade norte-coreana

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011 0 comentários

Veja Online, 21.12.2011.


A ascensão ao poder do ditador norte-coreano Kim Jong-Il, que morreu de ataque cardíaco na noite da última sexta-feira, foi precedida de um longo período de preparação - que teve início em 1961, quando ingressou no Partido Trabalhista da Coreia do Norte. Ele tinha apenas 19 anos. Progressivamente, ao longo de 30 anos, ocupou diversos cargos no departamento do Comitê Central até que foi nomeado comandante supremo do Exército Popular da Coreia. E só com a morte do pai, Kim Il-sung, também por problemas no coração em 1994, ele pode assumir o poder com o apoio da população. Já a trajetória de Kim Jong-un, seu filho caçula, é bem mais curta: seu nome começou a ser cogitado para ser o sucessor do pai há pouco mais de um ano apenas, quando em um prazo de dois dias ele foi promovido a general do exército e eleito para dois cargos estratégicos na direção do partido único.
"Isso explica por que Kim Jong-un não tem o mesmo carisma do pai. E a sociedade norte-coreana não se unirá em torno dele", diz ao site de VEJA Henrique Altemani, professor de Relações Internacionais da PUC e coordenador do Grupo de Estudos Ásia Pacífico. Segundo ele, é provável que, com a morte de Kim Jong-Il, acentue-se o embate de poderes entre a família dele, o Partido Trabalhista e o Exército norte-coreano. "Essa disputa teve início em 2008, logo que Kim Jong-Il começou a ter problemas de saúde. O reflexo dela é instabilidade, principalmente regional", destaca. Há quem aposte que Kim Jong-un deve seguir a lógica de mão de ferro do pai, e que sua inexperiência possa tornar o regime ainda mais fechado. Mas o professor Gilberto Masiero, da Faculdade de Economia e Administração da USP (FEA) e membro do Grupo de Estudos de Ásia-Pacífico da PUC-SP, discorda: "Com a crise internacional americana e a desordem europeia, a Ásia está muito mais integrada, econômica e politicamente. Com isso, há uma pressão para que a Coreia do Norte passe por transições de governança, a exemplo do Vietnã e da China".
A dificuldade de consenso em torno de Kim Jong-un se deve, principalmente, à falta de informações mais básicas a seu respeito. "Se nem sua idade sabemos ao certo, quanto mais o grau de preparação que ele tem para governar. Ele pode ou não estar intimamente envolvido nas questões políticas do país, tanto ao lado dos apoiadores do pai, quanto dos países amigos. É tudo pura especulação", afirma Masieiro. "Não temos qualquer conhecimento sobre os pensamentos de Kim Jong-un. Mas, aparentemente, ele não está preparado para assumir o poder: além de não ter carisma, parece não ter liderança política", completa Altemani. Por isso, o mais provável é que o jovem - que, até onde se sabe, tem menos de 30 anos - precise do respaldo de algum político para conseguir governar. Um dos mais cotados para ser seu "conselheiro" é Jang Song-Thaek, cunhado de Kim Jong-Il e vice-presidente da poderosa Comissão de Defesa Nacional. "Ele já vem coordenando a política norte-coreana através dos laços de amizade que mantinha com Kim Jong-Il. No entanto, o Exército também deve ter grande influência no mandato do sucessor", ressalva Masieiro.
Desde aquela época, dois fatores atrapalham o avanço da Coreia do Norte. Um deles é a falta de vontade do próprio regime em flexibilizar o sistema politico interno. Em 2002, um passo foi dado para a abertura econômica: a Coreia do Norte se mostrou disposta a adaptar seu sistema nos moldes das reformas chinesas de modernização. Porém, o sistema político continuou intacto. Com a morte de Kim Jong-Il, esse quadro pode mudar, mas vai depender das disputas políticas pelo poder. "A família do ditador, o Partido Trabalhista ou as Forças Armadas não deram qualquer sinalização de que pretendem mudar algo", aponta Altemani. Outro entrave é a ausência de vontade política internacional em cooperar com o país. "Com a crise financeira internacional, essa atitude dos países estrangeiros deve permanecer. O alto custo que envolve essa ajuda não lhes interessa", avalia o especialista.Instabilidade - Com experiência ou não, a tarefa que Kim Jong-un tem pela frente não é nada fácil. A Coreia do Norte enfrenta problemas de fome contínua e crise econômica desde o início na década de 1990, quando a China e a União Soviética estabeleceram relações com a Coreia do Sul e assumiram o compromisso de cessar o apoio a Pyongyang. "O regime norte-coreano não respondeu com transformações, mas isolamento. E usou o seu secreto programa nuclear como moeda de chantagem e negociação", lembra Henrique Altemani. E depois da Guerra Fria, o quadro só piorou, com a perda de todo o mercado. "Até a década de 1970, a economia do país era mais desenvolvida do que a da Coreia do Sul", salienta o professor.
Programa nuclear - A cooperação econômica internacional com a Coreia do Norte está quase sempre condicionada à promessa de abandono das relações nucleares, em troca da importação de grãos, por exemplo. Mas, desde que Lee Myung-Bak assumiu a Presidência do Sul, em 2008,as relações entre as Coreias estão cada vez mais tensas. Neste ano, Pyongyang se mostrou disposta a retomar o diálogo em troca de ajuda externa, mas agora, com a troca de poder no país, abriram-se novas incertezas sobre a "desnuclearização" do regime. "O único trunfo politico da Coreia do Norte é sua possível 'ameaça nuclear'. Se o programa for descontinuado, a Coreia do Norte perde uma grande ferramenta de negociação. O interesse continuará em transformar ameaças em cooperação", explica Altemani.
"É uma poderosa ferramenta de barganha, garantida pelo sigilo do programa nuclear do país e usada para acertos de contas históricos", acrescenta Gilberto Masiero, destacando que, mesmo que o novo líder tente chegar a uma solução, as negociações de paz das quais participam seis países - Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, China, Estados Unidos e Rússia - dificilmente chegarão a um acordo rapidamente. "Esta é uma questão que deve ser resolvida internacionalmente e depende de interesses muito diversos. Por mais que a Coreia do Norte dê sinais de que quer dialogar, qualquer decisão que beneficie EUA e Coreia do Sul complicaria suas relações com China e Rússia. Quase 60 anos de tentativa de acordo não serão resolvidos em 5", enfatiza.
Nota: Tenho lido algumas análises internacionais a respeito do futuro da Coreia do Norte e alguns fatos me chamam a atenção. 
(1) O jovem filho do ditador Kim II-sung não reúne em si apoio incondicional de todas as forças que mandam na nação fechada comunista asiática, portanto sua escolha certamente será motivo de silenciosas brigas internas por poder;
(2) Alguns acreditam que há, também, uma ameaça ainda maior sob o ponto de vista militar especialmente em retaliação às interferências norte-americanas;
(3) Por fim, outro ponto que me chama a atenção é a crescente pobreza de boa parte da população e o possível acesso dessa grande massa a meios de divulgação e consequente repercussão mundial dessa insatisfação tal qual tem ocorrido no fenômeno chamado de Primavera Árabe.
Caso esse cenário se consolide, a Coreia do Norte certamente perderia sua unidade em torno de uma ditadura militar ou, ao menos, haveria um enfraquecimento desse poderio a ponto de tornar o regime mais vulnerável. Essa abertura permite muitas mudanças, inclusive de ordem religiosa. Hoje o país é fechado, também, à evangelização cristã e, se a Bíblia estiver correta (e creio que está), o evangelho do reino será pregado a toda a criatura (Mateus 24:14), portanto isso inclui o povo norte-coreano. É necessário, portanto, profeticamente que a Coreia do Norte permita algum tipo de abertura a exemplo da China, Cuba e outras nações que já começaram a flexibilizar sua relação com a cultura ocidental. Para mim, o enfraquecimento da unidade em torno de um ditador norte-coreano é evidência de cumprimento de profecia bíblica. 

Há preparação para a morte?

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011 0 comentários

Falar sobre preparação para a morte pode soar de maneira pretensiosa ou até utópica. Mas quando convivemos de perto com o assunto, torna-se quase inevitável pensar mais demoradamente nessa que, segundo a Bíblia Sagrada, é chamada de uma das últimas inimigas a serem vencidas nesse mundo. Por vários anos, trabalhei como repórter policial e me habituei a ver de perto pessoas mortas em acidentes e crimes e suas trágicas consequências.
A perda da vida humana, em um noticiário comum, é encarada quase sempre de maneira meramente estatística, burocrática e rotineira. Praticamente poucas reportagens se aprofundam em trazer à tona detalhes da vítima, de sua família e do contexto que a cercava. A morte literalmente se transforma em produto jornalístico vendável em todas as mídias e que alimenta a curiosidade alheia. Mais recentemente, com o falecimento em menos de um mês de meus avós maternos, o assunto da morte me fez raciocinar de uma maneira diferente. Não pensei mais em algo distante, banal, que ocorria na família dos outros ou que afetava apenas pessoas talvez nem tão próximas do meu círculo de amizades. As formais expressões “meus pêsames” ou “meus sentimentos” ecoaram com distinto som em meus ouvidos. A morte e suas implicações nos mais variados aspectos possíveis se acercavam da minha realidade. Popularmente, ouço dizer que ninguém consegue estar preparado para morrer. Pode ser verdadeiro se levarmos em conta o efeito muitas vezes surpreendente da vida interrompida abruptamente. Mas há coisas que me fazem pensar quando o assunto é morte.
Nossa maior preocupação deve ser a vida e não a morte – Algumas declarações de Jesus Cristo, registradas nos evangelhos, são bastante emblemáticas quanto à morte. Em Mateus 8:22, por exemplo, a afirmação de que os Seus discípulos deveriam “deixar os mortos a sepultar seus próprios mortos” evidencia a preocupação do Mestre com as implicações de se viver segundo Seus ensinos. Aqui Jesus está falando do custo do discipulado, mas é compreensível nas entrelinhas Sua orientação para que o foco dos seres humanos seja uma vida espiritualmente qualificada e não o desespero para com a morte. Isso indica que, em vez de devotar tempo e medos relativos à morte, as pessoas deveriam estar mais concentradas em passar pela experiência da santificação durante sua vida. Inclusive, no conceito ampliado pelo apóstolo Paulo, viver uma vida escondida em Cristo é preparação para a morte.
Nossa esperança está na ressurreição através de Cristo – Em muitas lápides de jazigos é comum se encontrar a célebre frase de Jesus registrada em João 11:25 onde Ele mesmo diz, acerca de si, que “eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá”. Essa frase diz muito. O que gera e produz verdadeira esperança para um cristão não é apenas a promessa de ressurreição do corpo um dia, ou seja, retorno à vida. Muitos talvez vibrem pela possibilidade de não terem mais uma pele enrugada, dores nas costas, uma mente vacilante ou algo do gênero por ocasião da transformação predita por Paulo em textos em suas cartas aos coríntios. Avalio que o fato de que a grande esperança está por trás da ressurreição, isto é, na pessoa de Jesus Cristo. Ressuscitar para viver eternamente com Ele é o que efetivamente alimenta uma crença sólida. Quando leio os relatos dos primeiros capítulos de livros dos profetas Isaías, Ezequiel ou mesmo alguns capítulos da revelação dada a João no Apocalipse percebo que o grande prazer dos seres celestiais está em ter a oportunidade de adorar permanentemente a Deus em Sua perfeição. E isso justamente vem após a ressurreição, quando a morte é vencida.
A experiência de ouvir os ensinamentos amoráveis de Cristo pelos séculos dos séculos é o ápice da vitória sobre a morte. Respondendo a minha própria pergunta do título, é possível acreditar em preparação para a morte. Não estou falando de uma atitude passiva ou apática como se a morte não representasse uma grande perda. Estou falando de viver a vida com a intensidade com que Deus ensina. Algo tão profundo que nem a morte consegue travar; apenas interromper um pouquinho antes da ressurreição.

Oração é a chave - 10 dias de oração

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011 1 comentários

Em tempos difíceis como hoje, a oração é mais do que um ritual como alguns podem pensar e até viver. A oração é o principal recurso para quem se sente pequeno diante das grandes tragédias e desafios da vida. Ao abrir o coração a Deus, somos verdadeiramente confortados e entendemos o que significa dependência de Alguém maior do que nós.
Vou publicar até o final do ano alguns vídeos com mensagens sobre um projeto especial de 10 dias de oração em janeiro. Participe como faz o jornalista e pastor Amilton Menezes, diretor da Rede Novo Tempo de Rádio.


Show de talentos evangélicos polemiza na Argentina

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011 1 comentários

Terra Magazine, 07.12.2011.

Na avenida Corrientes, entre letreiros em neon, fotos de mulheres semi-nuas nas propagandas dos musicais em cartaz, bares e livrarias que viram a noite, está o teatro Moulin Bleu. A entrada é uma pequena porta na esquina da rua Rodriguez Peña onde um senhor anuncia que é de graça a entrada nas segundas-feiras à noite. É um teatro? Não, é um culto evangélico. Ou melhor: um show de talentos evangélico.
O teatro fica no segundo andar do prédio. A meia luz, famílias inteiras, prostitutas e travestis aguardam enquanto crianças e garçons circulam pelos corredores. Durante toda a noite é possível comprar vinho, cerveja e whisky e pedir uma pizza. Uma ajudante passa distribuindo folhetos entre as mesas com as informações sobre o culto, que é chamado "Predicando entre Plumas y Strass".
O culto no Moulin Bleu começou há seis anos com o pastor Diego Gebel. Ele morreu em maio do ano passado, aos 47 anos, depois de ter uma parada respiratória enquanto se recuperava de um cateterismo. Quem assumiu a condução do culto foi a viúva dele, Mabel.
É Mabel Gebel, cabelos loiríssimos, vestido preto e capa cintilante, quem abre o culto, às 22h. Ela explica o conceito da noite para os estreantes: Deus ama a todos sem distinção e por isso ela discorda dos evangélicos que têm preconceito contra travestis, prostitutas e homossexuais. No "Predicando entre Plumas y Strass", entra quem quer, se apresenta quem quer.
Mariana A, uma travesti de vestido longo, entra em seguida para fazer um show caribenho acompanhada de dois dançarinos de short curto e sem camisa. Ao longo da apresentação, o vestido é arrancado e ela fica com a bunda à mostra. Os seios em algum momento também vem à público.

Uma senhora ao meu lado, chamada Juana, contou que assiste ao culto toda semana há seis meses, desde que precisou fazer uma cirurgia no joelho e veio morar em Buenos Aires com o filho mais novo. Ele trabalha como ator, visita hospitais infantis da cidade fazendo apresentações circenses e nas segundas-feiras se apresenta no Moulin Bleu.
A noite segue com uma das filhas da pastora cantando uma música evangélica e outra filha fazendo um esquete de humor com um homem que, na verdade, era o porteiro do começo da noite. Mariana A. e outra travesti mais velha, loira, são as que mais fazem apresentações, quase sempre começando deslumbrantes e terminando semi-nuas. Entre um e outro, entra a pastora Mabel para pregar. No discurso mais longo da noite ela contou a história de Davi e Golias. Depois anunciou que mais tarde iria levar a palavra do senhor a um cabaré.
Duas horas depois, o show chegando ao final, chega a vez do filho da Juana. Ele entra no palco fantasiado de Evita Perón, vestido longo, maquiagem pesada e peruca loira. Com caras e bocas, cantou "Don't cry for me, Argentina". Juana não chorou, mas ficou emocionada.

Nota: O conceito de que Deus ama a todos sem distinção é verdadeiro, porém eu tenho sérias dúvidas a respeito do contexto em que essa afirmação é colocada, especialmente no discurso de igrejas e religiões que se propõem a atraírem fieis a qualquer custo e se tornarem populares. Digo isso porque, de acordo com a Bíblia (que deveria ser levada mais a sério, pois, afinal de contas, é a Palavra de Deus), Deus ama as pessoas tais como são, mas demonstra profundamente o desejo de transformá-las e torná-las pessoas diferentes. Caso contrário, qual seria a razão de o apóstolo Paulo enfatizar, em textos como Gálatas 2:20, que "já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim". E essa atuação de Deus na vida humana é responsável por uma mudança de foco e conduta. A Bíblia apresenta expressões como a graça transformadora. Ora, não é uma graça apenas teórica, etérea, mas que efetivamente produz algum tipo de mudança de paradigmas na vida humana e alteração de rota. 
É verdade que cristãos e qualquer ser humano, independente de religião, precisam saber respeitar as pessoas não importa quais seus hábitos. Mas isso não significa que Deus aprova práticas e comportamentos que contraria os próprios princípios que Ele determinou e que refletem Seu caráter puro, santo e imaculado. 
Recomendo cuidado para quem quer tornar o cristianismo um produto popular capaz de agradar a todos em conceitos e pensamentos, inclusive os mais baixos possíveis. 

Aumenta o número de meninas que engravidam no País

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011 0 comentários


Revista IstoÉ, Semana de 05.12.2011

Crédito: Revista IstoÉ
Era feriado da Proclamação da República, 15 de novembro. Em vez de sair com os amigos, Victoria Pereira Rocha, 14 anos, aproveitou o dia de folga para ir até a farmácia sem levantar suspeitas e esclarecer uma dúvida que a atormentava havia um mês, desde que sua menstruação atrasou. Com o teste de gravidez em mãos, fez o exame em casa, escondido da mãe. Quase caiu para trás quando viu surgir os dois tracinhos vermelhos no bastão branco: como temia, estava grávida. “Eu sempre falava que não queria ter filhos”, diz Victoria. Nove meses depois, nascia Pedro Henrique. Victoria e seu filho fazem parte de uma triste estatística revelada pelo relatório Situação da Infância Brasileira 2011, divulgado na semana passada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Em cinco anos, contrariando a queda da taxa de natalidade (21,9% em dez anos no País), subiu em 6% o número de filhos de meninas com menos de 15 anos. A cada hora, são mais de três partos de grávidas nessa faixa etária no Brasil. “Isso nos preocupa”, disse à ISTOÉ a representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier. “Temos uma lei no País que fala que toda relação sexual até os 14 anos tem presunção de estupro. Nem era para essa relação sexual ter acontecido.” 

Esse crescimento apontado pelo relatório foi detectado apenas nas menores de 15 anos. Entre as adolescentes mais velhas, com 16 anos ou mais, a tendência é inversa – diminuiu 14% no mesmo período. “Isso mostra que falta uma atuação específica junto a esse público mais novo”, afirma Maria Helena Vilela, diretora do Instituto Kaplan. “Existe um descompasso, pois as meninas têm acesso ao sexo cada vez mais cedo, mas ninguém conversa com elas sobre o assunto.” Para os pais, elas ainda são muito crianças, e, nas escolas, o assunto só é pauta a partir do ensino médio. O resultado são casos como o de Victoria: na primeira vez em que ela pisou num consultório de ginecologista, já estava grávida. “Minha mãe nem sabia que eu tinha perdido a virgindade”, conta. Mesmo sem ter ido ao médico, ela já fazia uso de uma pílula anticoncepcional por recomendação de amigas. Ficou grávida porque se esqueceu de tomar o comprimido todos os dias.

Na equação da gravidez na adolescência, falta assistência justamente no período em que mais surgem dúvidas. Não que essas meninas não saibam como evitar filhos. Assim como Victoria, grande parte delas conhece os principais métodos contraceptivos e até sabe onde consegui-los. Acabam, porém, cedendo ao companheiro, que pede que elas não usem nenhuma proteção. “O início da adolescência é um período de muita insegurança, o que gera uma dificuldade imensa de negociação com o parceiro, especialmente porque ele geralmente é mais velho”, diz Albertina Duarte, coordenadora do Programa de Saúde do Adolescente da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Contrariando a tendência nacional, o Estado reduziu os casos de gravidez entre garotas com menos de 15 anos. O segredo, segundo Albertina, tem sido trabalhar a autoestima das adolescentes.
A descoberta da gravidez é só a primeira situação difícil para essas meninas que irão se tornar mães. O bebê em desenvolvimento dentro de um corpo recém-entrado na puberdade está suscetível a uma série de problemas. “Há mais casos de baixo peso ao nascer e de partos prematuros, também aumentam-se as chances de infecção e diabetes gestacional ou pré-eclâmpsia”, enumera o ginecologista e obstetra Marco Aurélio Galletta, responsável pelo setor de gravidez na adolescência do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). 
Superada a gestação, começam as complicações sociais. “Essas meninas perdem a oportunidade de vivenciar as relações próprias da adolescência por ter de assumir a maternidade”, diz Maria do Rosario Figueiroa, do Programa de Atenção à Saúde da Gestante Adolescente do Hospital das Clínicas de Pernambuco. Sobem também as chances de um segundo filho ainda na tenra juventude. Quase metade dessas garotas volta a ser mãe de dois a três anos depois da primeira gestação. “Já tivemos uma paciente de 17 anos com três filhos”, conta a ginecologista Ezaltina Monteiro, do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, em Porto Alegre. Outra dificuldade é conciliar a maternidade com os estudos. Das mães com idade entre 10 e 17 anos, 76% estão fora da escola. Entre as adolescentes nessa faixa etária, mas sem filhos, o índice é de apenas 6%. Algumas, como Victoria, conseguem seguir aos trancos e barrancos. Outras, como Letícia Manta, hoje com 16 anos, abandonam os estudos e se tornam donas de casa. A garota, que engravidou aos 15, mora com a filha, Anna Clara, de seis meses, e o namorado, de 22 anos. “Quero voltar a estudar e fazer pedagogia”, diz. Por hora, porém, a vida de Letícia é amamentar, lavar fraldas e cozinhar. 
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Nota: Um dos indicadores apontados para esses números preocupantes sobre a situação dos jovens brasileiros é citado de uma maneira um pouco solta apenas como "família precoce". Mas o que significa família precoce? É evidente que se trata de uma falta de entendimento correta do que implica formar uma nova família. O desmembramento da família tem ocorrido gradativamente através de várias ações. Uma delas vem por meio de uma doutrina da liberalidade sexual ou do incentivo à sexualidade sem compromisso desde que com cuidados e muito "prazer". 
Segundo as estatísticas nos mostram, as jovens nem cuidado estão tendo e muito menos prazer. Uma criança não planejada, fruto de uma mãe com menos de 17 anos e praticamente nenhuma experiência e um pai ausente, certamente vai sofrer as consequências desse tipo de família que inicia. O futuro de uma casa como essa é incerto e inseguro. É por essas e outras razões que a Bíblia Sagrada recomenda que a família inicie através do verdadeiro amor de homem e mulher e que, como consequência disso, venham filhos que se sintam amados por eles. O fundamento desse amor, todo, conforme I João 4:8, é o amor de Deus. 

 
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