Pesquisa mostra o que já se sabia: filmes influenciam jovens a abusar do álcool

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012 0 comentários

O Globo Online, 21.02.2012.


Adolescentes que veem muitos filmes em que os personagens consomem álcool têm duas vezes mais chance de começar a beber do que aqueles que assistem a poucas produções com cenas deste tipo, revela uma pesquisa publicada no jornal on-line “BMJ Open”. Pior: estes adolescentes também têm maior tendência (63%) a abusar do álcool, diz o estudo. As constatações levaram os pesquisadores a sugerir que Hollywood adote as mesmas restrições ao álcool que já vem fazendo ao tabaco em seus roteiros.
O grupo trabalhou com uma mostra significativa de 6.500 jovens americanos, com idades entre 10 e 14 anos, que responderam a perguntas sobre seu consumo de álcool durante dois anos. As perguntas levavam em conta também os fatores que os influenciavam, incluindo filmes, publicidade, ambiente doméstico, comportamento dos colegas e vontade de se rebelar. Os jovens foram convidados a apontar, aleatoriamente, filmes que tinham visto nos últimos cinco anos. Os títulos foram escolhidos entre cem blockbusters de cada ano, e mais 32 sucessos de bilheteria do início de 2003, ano da primeira pesquisa.
O tempo de exibição de cenas em que apareciam bebidas alcoólicas ou pessoas tomando drinques foi medido em cada um dos 532 filmes. Ao final, descobriu-se que muitos adolescentes tinham assistido a cerca de quatro horas e meia de imagens relacionadas ao consumo de álcool, e que este índice, em alguns casos, chegava a oito horas.
Além disso, cerca de um em cada dez jovens (11%) disseram ter um produto, como uma camiseta ou um chapéu, em que aparecia uma marca de bebida alcoólica. Quase um em cada quatro (23%) disseram que seus pais bebiam álcool pelo menos uma vez por semana em casa, e 29% afirmaram que as bebidas ficavam ao seu alcance, em casa.
Ao longo dos dois anos de pesquisa, a proporção de adolescentes que haviam começado a beber mais do que dobrou, de 11% para 25%, enquanto a proporção daqueles que começaram a beber em excesso — isto é, bebiam pelo menos cinco drinques em uma única sessão — triplicou de 4% para 13%.
Pais que bebiam em casa e a disponibilidade de álcool em casa foram fatores associados ao hábito de beber, mas não ao de abusar de álcool. Exposição a cenas com álcool nos filmes, ter um produto com a marca de uma bebida, ter amigos que bebem e rebeldia foram relacionados às duas situações.
Constatou-se ainda que a presença de álcool nos filmes respondia por 28% da proporção de adolescentes que começaram a beber entre uma pesquisa e outra, e por 20% dos que passaram a exagerar no consumo de álcool. A associação não estava relacionada apenas a sequências com personagens tomando drinques, mas também à exibição de cenas em que os produtos apareciam.
“Mostrar cigarros em filmes é proibido nos Estados Unidos, mas é legal que em metade dos filmes de Hollywood haja referência a álcool, independentemente de sua classificação”, disseram os pesquisadores.
Eles ressaltaram que o aparecimento de cigarros em filmes caiu desde que o tabagismo virou um assunto de saúde pública, e sugeriram que a política para o álcool na tela fosse a mesma.
Hollywood tem responsabilidades também fora do país, dado que metade da renda dos seus filmes vem do mercado internacional, acrescentaram. “Como uma gripe, as imagens de Hollywood começam numa região e depois se espalham pelo mundo afora, onde também podem afetar o comportamento dos adolescentes com relação à bebida”, escreveram.



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/saude/alcool-em-filmes-influencia-comportamento-dos-adolescentes-4036463#ixzz1n2mOpmSb 



Nota: Os dados dessa pesquisa só confirmam aquilo que, por experiência, certamente pais e filhos comprovam na prática. Esse tipo de análise me leva a pensar que, se está comprovado que o álcool é pernicioso e que sua divulgação é igualmente nociva, por que é uma droga tolerada ainda? As respostas, para quem não é ingênuo a ponto de acreditar em um mundo de desinteressados, são óbvias e passam praticamente todas elas pelo aspecto econômico, ou seja, dos ganhos de alguns com essa indústria. Mais do que enriquecer as empresas e o governo que sobrecarrega as indústrias com altos impostos, a bebida alcoólica se transformou em sinônimo de status e dita o comportamento da sociedade a tal ponto que tentar quebrar isso é extremamente difícil para os humanos; para não dizer impossível. Acreditar no fim disso implica inevitavelmente acreditar em uma atuação divina, sobrenatural.
É interessante constatar, também, o grau de influência dos filmes na vida das pessoas. Apesar de alguns ditos "espertalhões" afirmarem que os filmes, novelas e outros tipos de programa produzidos para unicamente estabelecer e inculcar conceitos na mente humana não têm esse objetivo, as pesquisas mostram exatamente o contrário. É lógico que há outros fatores associados, mas o papel de mídias de alto poder influenciador como os filmes, em casa ou no cinema, é fundamental para estruturar pensamentos, ações e, em última instância, modos de vida. No caso da notícia, um modo de vida baseado no consumo excessivo de álcool. 
Saída: quebrar o televisor, queimar DVDs ou explodir notebooks ou tablets? Não creio nisso. Prefiro ficar com a ideia antiga, mas atual do apóstolo Paulo, quando escreveu, em Filipenses 4:8. Leia atentamente a esse e outros textos como I Tessalonicenses 5:21 e mesmo Filipenses 4:5. 

Manifestantes pró-ateísmo se mobilizam até no Brasil

domingo, 12 de fevereiro de 2012 1 comentários

Revista IstoÉ, Semana de 12.02.2012.

Os ateus brasileiros têm no universo virtual uma espécie de igreja online. É ali onde o conglomerado de pessoas que negam a existência de Deus se sente à vontade para professar o desapego às religiões, manifestar os porquês de não seguir nenhuma delas e trocar ideias com outras pessoas na mesma condição. Minoria em uma sociedade crente como a nossa – os ateus fazem parte do grupo demográfico definido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como sem religião, do qual fazem parte também agnósticos e crentes sem religião, e representam 6,7% da população brasileira –, eles preferem esse canal de comunicação uma vez que, em público, ainda estão sujeitos a críticas. Duas ações, uma no Brasil e outra em Londres – onde um templo ateu deverá ser erguido até o ano que vem – pretendem pôr fim à solidão físico-intelectual desse grupo.

No domingo 12, está marcado o 1º Encontro Nacional de Ateus. Cerca de três mil pessoas estarão reunidas simultaneamente em 21 Estados e no Distrito Federal. “Precisamos sair do armário, mostrar que somos bons filhos, pais, que a moralidade independe de uma crença”, diz a estudante gaúcha Stíphanie da Silva, citando uma expressão utilizada na luta pelos direitos civis dos homossexuais. Aos 22 anos, ela é membro da Sociedade Racionalista, que organiza a ação. “O intuito principal do evento é conhecer uns aos outros e organizar a nossa força.” Soa paradoxal, porém, ateus militantes se reunirem para defender um ceticismo contra fé, religião e deuses. Agindo dessa forma, argumenta o professor Edin Abumansur, do departamento de ciências da religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo(PUC-SP), o ateísmo se torna uma opção de crença, a da negação, à disposição dos que procuram coisas para acreditar, no caso, que Deus não existe.

Apesar de contraditório, os brasileiros estarão seguindo à risca, com essa movimentação, a cartilha do britânico Richard Dawkins, espécie de guru dos ateus, autor de “Deus, um Delírio”. Zoólogo, ele exorta seus pares, historicamente estigmatizados, a se assumir e encampar publicamente um debate intelectual. No século XIX, porém, a fé na ciência e na razão já pautava as discussões nas igrejas positivistas, principalmente na França, terra natal de Auguste Comte (1798-1857). Um dos pais da sociologia, ele propunha uma nova religião baseada não em uma crença, mas na capacidade humana. “Crer no homem e na sua racionalidade justifica uma militância ateísta”, afirma o professor Pedro Paulo Funari, do departamento de história da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Fora do Brasil, no entanto, ateus famosos parecem não falar a mesma língua. Dawkins criticou publicamente o filósofo suíço Alain de Botton, autor de “Religião para Ateus”, que anunciou a construção de um templo ateu no centro financeiro de Londres. “Ateus não precisam de templos, é um desperdício de dinheiro”, afirmou o zoólogo. O projeto do espaço, que terá 46 metros de altura, foi encomendado por Botton ao arquiteto Tom Greenall. Segundo o arquiteto, o templo representará a história da vida na Terra. “Cada centímetro equivale a um milhão de anos de vida”, diz Greenall. 
O filósofo – que pretende começar a levantar a construção no ano que vem, após a autorização da prefeitura – defende em seu livro que os ateus não devem fechar os olhos para as religiões, mas aprender com aquilo que elas têm de bom. “Isso (a construção) poderia significar um templo ao amor, amizade, tranquilidade e perspectiva”, diz Botton. “O ateísmo de Richard Dawkins ficou conhecido como uma força destrutiva, mas há pessoas que não acreditam (em Deus) e não são agressivas contra outras religiões.” Não é o que ocorre no Brasil. A Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea), por meio de uma pesquisa com seus cerca de 3,5 mil membros, descobriu que 90% deles consideram a religião um mal. Um claro efeito rebote da hostilidade crescente patrocinada por alguns religiosos.

Presidente da Atea, o engenheiro civil Daniel Sottomaior, 40 anos, faz troça da proposta de Botton, a quem se refere como um agente duplo infiltrado no movimento. E apoia com ressalvas as reuniões de ateus no Brasil. Para ele, à medida que eles conseguirem se colocar na sociedade sem medo, a necessidade de se encontrarem cairá drasticamente. “Afinal, não temos nada em comum: há gays, heteros, gente de esquerda, de direita”, diz Sottomaior. O engenheiro explica que, nos países nórdicos, com altas taxas de ateus, eles não se organizam, porque não precisam. “Por que pessoas que não acreditam em saci-pererê, por exemplo, teriam de se organizar?” Lutando pela causa juntos ou cada um por si, os brasileiros descrentes têm muito trabalho pela frente.
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Nota: Não sei como foi o evento realizado nesse domingo, dia 12, quando escrevo esse comentário. A mobilização das pessoas que negam a existência de Deus e/ou se dizem sem religião deve ser respeitada dentro do mesmo conceito de liberdade religiosa e de expressão em relação a outras crenças. É perceptível, no entanto, que não há uma organização dos ateus/não religiosos e que os discursos são até contraditórios. 
Uma das principais preocupações é, na verdade, quando existem ataques gratuitos contra os religiosos como já o fez um dos mais proeminentes advogados da causa, Richard Dawkins. A intolerância, da parte de qualquer um dos lados, é sempre nociva e não ajuda em nada na boa convivência. Respeito a opinião dos que se manifestam assim, mas ressalto que o maior risco é que esse tipo de movimento se caracterize por tentar desqualificar os que não pensam da mesma maneira. 
Quanto a minha opinião sobre o ateísmo, acredito que muitos se posicionam dessa maneira muito mais por enxergarem a religião e Deus de uma maneira distorcida, preconceituosa e afetada por fatos até mesmo de sua infância e juventude. É possível entender isso, mas ainda creio que seja uma visão passível de mudança. Há muitas evidências no mundo natural de uma criação planejada por um ser superior que não apenas desenvolveu, mas mantém. Negar isso de forma contundente, praticamente sem argumentos consistentes e sólidos, pode ter mais a ver com uma visão pessoal e passional a respeito do assunto, do que por crença fundamentada. 
É por isso que Deus, na concepção que acredito segundo a Bíblia, não é apenas um ser que simplesmente pôs o universo e os planetas em ação e posteriormente virou as costas. Entendo que Ele continue envolvido com Sua criação e isso se traduz no amor, na misericórdia, na proteção e no desejo de salvação espiritual para as pessoas. Isso me fortalece na fé que possuo em relação a Sua obra permanente na vida humana. E me faz compreender que Ele tem interesse pela minha vida. É um relacionamento pessoal que pode ser alimentado diariamente, conservado, ampliado, enfim, foge muito da visão medieval de um ser cósmico distante de tudo e de todos. E talvez dessa visão arcaica e absolutamente incompatível com o relato bíblico que estejam fugindo vários dos manifestantes pró-ateísmo e/ou não religiosos de  hoje.

Produtos industrializados: grandes vilões para a saúde

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012 0 comentários

Os produtos industrializados, apesar da grande propaganda, são grandes vilões na saúde.
Interessante entrevista que o nutricionista Ricardo Vargas deu para a equipe do ASN TV - agência adventista sul-americana de notícias. Vale a pena conferir!


Editoras alteram palavras em nova versão da Bíblia

domingo, 5 de fevereiro de 2012 0 comentários

Site Gospel Mais, 02.02.2012.


Uma iniciativa de duas conceituadas editoras está causando enorme polêmica no meio cristão. As organizações “Wycliffe Bible Translators” e “Summer Institute of Linguistics” resolveram alterar alguns termos naBíblia para produzir Bíblias que não sejam ofensivas aos muçulmanos, e distribuir esses exemplares em países de maioria islâmica.
As Bíblias alteram os termos “Pai” para “Senhor” e “Filho” ou “Filho de Deus” para “Messias”.  Segundo as editoras, essa iniciativa faz parte da tentativa de produzir uma Bíblia que seja “amigável aos muçulmanos” pois os termos originais soam ofensivos ou informais.
A polêmica envolve também uma outra publicação chamada “Meaning of the Gospel of Christ” (Significado do Evangelho de Cristo) que traduz a palavra “Pai” para “Alá” e elimina ou muda a palavra “Filho”. Segundo o Portal Padom, um exemplo a ser citado é a passagem bíblica que Jesus ordena o “Ide”. Na versão “amigável aos muçulmanos”  o versículo 19 do capítulo 28 do evangelho de Mateus ficou assim: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, limpando-os com água em nome de Alá, o Messias e seu Espírito Santo”.
Missionários, organizações cristãs protestantes dos Estados Unidos, tradutores, cristãos nativos de países muçulmanos e inclusive ex-muçulmanos convertidos ao cristianismo discordam da iniciativa e iniciaram um abaixo-assinado para que as editoras encerrem a produção desses livros. Uma grande quantidade já foi produzida e distribuída em diversos países de maioria islâmica, como Indonésia, Malásia e Bangladesh.
Nota: Existem vários aspectos que precisam ser levados em conta nessa discussão. Não sou um profundo estudioso de versões e traduções da Bíblia, portanto vou me ater a um comentário mais sobre a polêmica em si e não a respeito do mérito. A boa convivência entre as religiões é saudável, até porque todos, segundo a Bíblia, são criaturas de Deus e a ideia é que tenham tolerância mútua. Isso não significa, no entanto, o mesmo que diálogo ecumênico ou atividades similares. Nesses casos, o que se vê é uma tentativa de unificação de movimentos religiosos em torno de pontos comuns que, muitas vezes, geralmente eliminam aspectos vitais de crenças como o cristianismo bíblico. O fundo do diálogo ecumênico, como já mencionei em outros posts, parece ser muito mais de razão econômica e de afirmação de poder do que propriamente por questões doutrinárias ou ideológicas mesmo. Quanto a essa polêmica, é importante o alerta no sentido quanto a alterações nas traduções a partir dos termos originais da Bíblia. Digo isso pois, em minha opinião, tais modificações podem contradizer o que os próprios escritores bíblicos asseveram como o apóstolo João quando, no próprio livro de Apocalipse, adverte os leitores de que nada seja acrescentado ao conteúdo do livro sagrado. É importante compreender que respeito a outras religiões não pressupõe necessariamente alteração das próprias crenças. Isso já deriva para uma acomodação de interesses e aí a motivação já pode ser outra muito diferente. Chegaríamos ao ponto, também, de muçulmanos, por exemplo, considerarem modificações em seu livro sagrado, o Corão, por conta de uma aproximação mais amigável com os cristãos e outros religiosos? 
Essa "Bíblia amigável" não pode ser uma versão descaracterizada das escrituras, incapaz de ser reconhecida pelos próprios cristãos. Várias tentativas de adulterar a Bíblia já ocorreram e ainda ocorrem até de maneira velada no mundo e essa polêmica dessa nova versão parece estar no mesmo sentido. A tolerância e o respeito entre as religiões são totalmente aceitáveis e dignos de serem realizados, mas algumas concessões são inadmissíveis.

 
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