Revista semanal destaca movimento da Igreja Mundial

domingo, 30 de janeiro de 2011 3 comentários

 Revista IstoÉ, Semana de 30.01.2011.

Com microfone em punho, Valdemiro Santiago de Oliveira, todo-poderoso líder da Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD), caminha bambeando de um lado para outro do altar fincado bem no centro de um galpão de 18 mil metros quadrados, localizado no Brás, bairro da região central de São Paulo. Dez mil pessoas se aglomeram ao redor do autointitulado apóstolo, em estado de atenção e êxtase, à espera de uma palavra, um toque, um abraço. Com o rebanho em suas mãos, e um timing digno de showman, ele chora, gargalha, transpira. Está entregue à multidão. A voz rouca sai carregada de ironia e ornamentada por um sorriso de canto de boca. “Está um congestionamento aqui fora. Ouvi dizer que acontece uma feira na redondeza!”, diz. Mas não há feira nenhuma. O movimento na região é provocado pelos concorridos cultos desse mineiro de 47 anos, natural de Cisneiros, distrito de Palma, a 400 quilômetros de Belo Horizonte. E Santiago sabe muito bem disso. Há 30 anos no movimento neopentecostal brasileiro, segmento que mais cresce no Brasil (deve chegar a 40 milhões de adeptos no novo Censo), o homem forte da Mundial é o mais fulgurante fenômeno religioso do Brasil atualmente. Sua identificação direta com a massa – é negro, tem sotaque caipira e português falho, trabalhou na roça e passou fome – o coloca nos braços humildes e carentes daqueles que procuram uma solução espiritual para as mazelas da vida.

“Quem me viu na tevê? Quem foi a Interlagos?”, questiona Santiago, enquanto os fiéis, contidos por obreiros, se debatem e gritam em sua direção. No primeiro dia de 2011, o religioso ganhou minutos preciosos em rede nacional por causa da massa impressionante de discípulos que conseguiu arregimentar em pleno 1º de janeiro, vinda de todos os cantos do Brasil para celebrar com ele no autódromo de Interlagos. Segundo os organizadores do evento, havia lá 2,3 milhões de pessoas. Nos dias 9 e 11 de janeiro, quando a reportagem de ISTOÉ acompanhou os cultos na sede mundial da IMPD, no Brás, uma antiga fábrica comprada por R$ 60 milhões em 60 parcelas de R$ 1 milhão, o apóstolo faturou sobre essa exposição em horário nobre. “Ninguém pode dizer que sou um sujeito dotado de uma inteligência, uma sabedoria”, disse Santiago à ISTOÉ, currículo escolar findo no quinto ano do ensino fundamental, mas alinhado em um terno bem cortado, gravata, camisa com abotoaduras douradas e sapatos tamanho 44 impecáveis. “Quem olha a minha vida e faz uma análise não tem como não glorificar Deus.”
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GLÓRIA
O ex-roceiro, que cuidava de marrecos e foi viciado em
drogas, é ovacionado por 2,3 milhões de pessoas,
em Interlagos, no primeiro dia de 2011
 
De fato, o garoto que perdeu a mãe aos 12 anos e caminhava oito quilômetros por dia para levar marmita para os familiares na roça lidera, hoje, um império religioso que conta com três mil igrejas espalhadas pela América do Sul e do Norte, Europa, Ásia e África e 4,5 milhões de fiéis, de acordo com dados da própria IMPD (leia ao lado quadro comparativo com outras denominações evangélicas). Treze anos depois de fundar a Mundial, o homem que gosta de cultivar a fama de matuto mora em um condomínio de luxo em Barueri, na Grande São Paulo, e tem na garagem três carros importados blindados – uma Land Rover, um Toyota e um Peugeot. Motoristas e seguranças particulares estão sempre à sua disposição. Helicópteros e um jato particular também. A Igreja Mundial, por sua vez, tem inaugurado um novo templo por semana e honra, mensalmente, uma despesa em torno de R$ 40 milhões. O dinheiro da igreja vem, principalmente, do dízimo arrecadado. Membros da IMPD estimam receber de doação em seus cultos uma média de R$ 10 por fiel. Há, ainda, envelopes nas cores ouro, prata e bronze. Pastores afirmam que a diferenciação não está diretamente ligada ao valor a ser dado à igreja. Segundo eles, cada tipo de envelope contém uma mensagem diferente. Nesse primeiro mês de 2011, o apóstolo reforçou o pedido por doações argumentando despesas com emissoras de tevê e rádio. “Ano novo, contratos novos e reajustados... Essa semana preciso muito de sua ajuda. Quem pode trazer até terça-feira R$ 100?”, perguntou Santiago. A quantia foi diminuindo à medida que o tempo ia passando. “E uma oferta mínima de R$ 30? Quem puder, fique de pé que o obreiro irá dar o envelope.”

É a mística de milagreiro de Santiago a chave de seu sucesso e a responsável pelo fenômeno da multiplicação de fiéis à sua volta. E a televisão amplifica em doses continentais esse poder de comunicação inato do líder evangélico. Atualmente ele ocupa 22 horas diárias na programação da Rede 21, que pertence ao grupo Bandeirantes, ao custo de R$ 6 milhões mensais. Com mais R$ 101 mil por mês, pagos à Multichoice, empresa sul-africana distribuidora de sinal, também está no ar em Angola, Moçambique, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Líbia, Zimbábue e Botswana. Na telinha, o que se vê são os cultos de Santiago em seus templos. Para isso, a performance do pastor é acompanhada, minuto a minuto, por fotógrafo e uma equipe de cinegrafistas, que registram tudo para ser divulgado, além da tevê, no jornal, na revista e na rádio da igreja. Na África do Sul, a Mundial possui uma hora de programação na TV Soweto, ao custo de R$ 59 mil mensais. Em Maputo, a capital de Moçambique, uma tevê e uma rádio já estão sob o domínio da corrente evangélica do ex-roceiro, fissurado, segundo palavras dos próprios membros da igreja, por se comunicar com os súditos via tevê. Afinal, se em um templo como o do Brás o apóstolo consegue falar para 30 mil pessoas, no ar, citando apenas os que possuem antena parabólica no Brasil, ele chega a 25 milhões de lares via Rede 21.
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Não e à toa que, anunciados pela telinha, seus eventos estão sempre lotados. “Aquela máxima da publicidade de que uma imagem vale mais do que mil palavras se aplica muito bem a Valdemiro”, afirma Ronaldo Didini, ex-membro da cúpula da Universal e braço-direito de Santiago, que responde pela estratégia de mídia da igreja. Além dele, são dirigentes da Mundial um consultor financeiro, também ex-Universal, e três deputados eleitos no último pleito – dois federais (José Olímpio, PP/SP e Francisco Floriano, PR/RJ) e um estadual (Rodrigo Moraes, PSC/SP). “As coisas são cada vez mais rápidas e profissionalizadas na Mundial”, diz o pesquisador Ricardo Bitun, autor da tese “Igreja Mundial do Poder de Deus: Rupturas e Continuidades no Campo Religioso Neopentecostal”, defendida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Isso ocorre, em grande parte, por conta de um fenômeno conhecido como nomadismo religioso. Se durante muito tempo a Igreja Católica era a maior fornecedora de ovelhas ao rebanho pentecostal, agora esses últimos trocam de fiéis entre si. “Meu trabalho é o altar; meu negócio é multiplicar as almas”, diz Santiago, que também fatura com a crise de igrejas como a Renascer em Cristo, por exemplo, que perdeu em 2010 seus discípulos mais ilustres, o jogador de futebol Kaká e sua mulher, Caroline Celico.

A ascensão de Santiago ao olimpo dos líderes religiosos do Brasil começou a ser moldada em 1976, quando, aos 16 anos, ele se converteu ao protestantismo. Naquela época, o garoto revoltado e de difícil trato, que em Cisneiros cuidava de marrecos, arava a terra e colhia ovos de anu para fazer omelete, morava com um dos 12 irmãos na mineira Juiz de Fora. Nessa cidade, trabalhava como pedreiro e levava uma vida desregrada. Dormia muitas noites na calçada e era viciado em drogas – ele se limita a dizer que consumia “álcool e substâncias sintéticas em forma de comprimidos”. Até que um pastor lhe estendeu a mão e Santiago passou a pregar. Foi obreiro, pastor, bispo e membro da cúpula da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). Nos templos de Edir Macedo, atuou por 18 anos e se desligou em 1997, depois de um suposto desentendimento com o líder evangélico. Já havia, porém, decorado a cartilha de seu mentor. Pesquisador da área da sociologia da religião, Ricardo Mariano afirma que as crenças e práticas mágico-religiosas da Mundial são uma cópia da Universal. Tanto que até o nome da igreja de Santiago, Igreja Mundial do Poder de Deus, é uma evidente inspiração na primeira casa: Igreja Universal de Reino de Deus. Perspicaz, o religioso caipira foi beber da fonte que já havia sido aprovada pelo público. Tanto que, além de convidar parte da cúpula da IURD, atraiu também dezenas de pastores, prática que adotou até um ano atrás, quando membros da Mundial começaram a temer que houvesse “universais” infiltrados em suas fileiras.

No altar da igreja que fundou em 1998 Valdemiro passou a receber portadores do vírus da Aids, doentes de câncer e até cadeirantes desenganados pela medicina. As pessoas em cadeira de roda são, até hoje, um dos campeões de audiência. É comum encontrar no templo fiéis carregando para o alto cadeiras de roda, num gesto explícito de libertação. Em um programa no início de janeiro, o apóstolo protagonizou, via tevê, uma situação do tipo. Ao seu lado, caminhando, um ex-paralítico afirmava ter permanecido imóvel por 15 anos. A reportagem de ISTOÉ tentou contato com esse homem, mas membros da cúpula da Mundial disseram ser impossível localizá-lo, pois as fichas de identificação ainda não estão informatizadas e há muitos casos como o dele.

O pastor mineiro usa como nenhuma outra liderança pentecostal os depoimentos de enfermos e a evocação da cura divina. Juntos, eles provocam uma catarse espiritual. Os fiéis da IMPD fazem fila para testemunhar, no altar ao lado do apóstolo e com exames médicos em punho, que a medicina já os havia desenganado, mas que a intervenção milagrosa os salvou. “Na Igreja Mundial, o toque no corpo de Santiago é muito valorizado”, diz o sociólogo da religião Flávio Pierucci, da Universidade de São Paulo (USP). Aos 61 anos, a católica catarinense Aledir Lachewtz, 61 anos, levou fotos e roupas de sua tia octogenária que sofria com um edema pulmonar para serem abençoadas em um culto na IMPD. “Os médicos diziam que não tinha mais jeito”, conta Aledir. “Mas, depois das bênçãos, novos exames não apontaram mais nada. O apóstolo tem muito poder de cura.” Essa espécie de pronto-socorro espiritual, como define o teólogo Edin Abumansur, da PUC-SP, floresce de modo particular na Mundial. Enquanto Santiago prega, dezenas de placas com os dizeres “Aqui tem milagre” são levantadas por obreiros para auxiliá-lo. Selecionado previamente e de posse de exames médicos que revelariam primeiro a enfermidade e, em seguida, o desaparecimento dela – chamado na IMPD de “o antes e o depois” –, o fiel é alçado ao microfone ao lado do pastor. E é nessa hora que o líder da Igreja Mundial vira astro.

Do alto de seu 1,90 e 103 quilos (chegou a ter 153, mas emagreceu após uma cirurgia bariátrica, há oito anos), o apóstolo grampeia o rosto da pessoa contra o seu peito. Abraça, chora e grita, como fez com a mãe que atribuiu a cura de sua filha de 6 anos, que voltou a andar e a falar contrariando prognósticos médicos, segundo ela, à fé e às orações feitas na IMPD. “Esse Deus é poderoooso! Isso é para sacudir o barraco do cramunhão e botar pra baixo!”, berra o religioso. Ricardo Mariano, professor do programa de pós-graduação em ciências sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e um dos maiores especialistas do Brasil em movimento neopentecostal, contextualiza: “A ênfase pentecostal na cura divina já tem mais de 60 anos e foi uma das principais responsáveis pelo crescimento desse movimento religioso na América Latina e na África. Desde então, constitui uma das iscas mais atraentes de potenciais adeptos aos templos.”
Além da eloquência com que evangeliza, Santiago ficou conhecido por usar chapéus típicos de quem se criou no meio do mato. Assim também é visto em seus finais de semana, que acontecem, como ele diz, às quartas-feiras. Nesses dias, ele se tranca em um sítio, em Santa Isabel, a 50 quilômetros de São Paulo. Lá, desfruta de um pesqueiro, da piscina e do campo de futebol, onde organiza e disputa campeonatos entre times formados por membros de seu ministério. “Mas o que gosto mesmo é de sentar na beira do rio, com minha varinha de pescar”, diz. “Sou um sujeito de pouca educação. É uma coisa de chucro, de caipira”, completa ele, uma espécie de Tim Maia do altar, que passa boa parte do culto distribuindo broncas em obreiros, cinegrafistas e músicos que o acompanham. “Ô, oreiúdo (orelhudo), abre passagem para a mulher chegar até aqui”, disse o chefe da IMPD a um pastor, no culto do domingo 9, provocando gargalhadas nos súditos.

Nem mesmo a esposa, a bispa Franciléia, com quem vive há 26 anos, e as duas filhas do casal, Rachel, 25, e Juliana, 23, que também trabalham em prol do ministério, escapam de seus pitos. O apóstolo também é conhecido por ser incansável na rotina de sua Mundial. Há dias em que nem volta para casa. “Tenho um quarto na igreja”, conta Santiago, referindo-se ao templo do Brás. “Em casa, tenho dormido três, quatro vezes no mês”, completa ele, que diz desfrutar, por noite, de apenas quatro horas de sono. Membro da IMPD, Fernando Trizi reforça o fato. “Antigamente, muitos fiéis dormiam aqui na igreja. E, algumas vezes, o apóstolo acordava de madrugada, descia do quarto e, de pijama, orava com eles.” Ao valorizar a ingenuidade e a simplicidade, o religioso prosperou. “O que chama mais a atenção é a emergência de uma autoridade religiosa pentecostal de expressão nacional negra, tal como o restante da cúpula da igreja”, diz Mariano, autor de “Neopentecostais: Sociologia do Novo Pentecostalismo no Brasil” (Edições Loyola, 1999). Ao contrário de outras neopentecostais de peso, como a Renascer e a Universal, que ficaram mais requintadas em relação ao público que as frequenta, prometendo prosperidade àqueles que também desejam ascensão material, a Mundial tem acolhido a classe menos favorecida, um aglomerado de gente humilde que não se identifica mais com as outras denominações.

Na IMPD, porém, essas pessoas enxergam em seu líder uma figura que, mesmo de terno e gravata e sob os holofotes, fala a língua delas. Foi por meio dessa habilidade inata que muitas personalidades deixaram para trás o passado sofrido e se tornaram notórias. “O Valdemiro é como o Silvio Santos ou o Lula. O camelô que deu certo, mas nunca deixou de ser camelô. O metalúrgico que virou presidente da República, mas não deixou de ser metalúrgico”, compara Bitun. Os astro evangélico promete milagres como se contasse um causo. Apelo irresistível aos corações aflitos.

Nota: Há vários aspectos que poderiam ser comentados diante de uma reportagem ampla como esta dedicada ao movimento da Igreja Mundial, capitaneado por Valdemiro Santiago. O primeiro deles é que está mais do que provado que as pessoas possuem necessidades não supridas apenas pela vida material comum. Sofrem de males emocionais, físicos e espirituais e estão sedentas à procura de respostas imediatas para seus problemas e desafios. Neste ponto, a Mundial e outras denominações têm dado atenção a elas, porém com enfoque em seus objetivos, é claro, que consistem, também, em vender sua ideologia e crescer espantosamente com este atendimento às necessidades imediatas da população em geral. Porém, nem sempre isso significa necessariamente crescer espiritualmente a partir do conhecimento de Deus tal como revelado na Bíblia Sagrada. A Bíblia pode ser utilizada de várias formas, inclusive para se chegar a propósitos bem pessoais e diferentes daqueles para os quais foi inspirada. Este é o primeiro ponto: movimentos como este parecem atender a necessidades físicas e emocionais imediatas, mas talvez não vão ao cerne das questões.
Digo isso porque decisões carregadas unicamente de emoção e mesmo curas físicas atribuídas a Deus não significam uma vida plena, em abundância como o próprio Jesus mencionou no evangelho de João, capítulo 10. Há uma trabalho baseado essencialmente na Bíblia feito para que as pessoas entendam Deus não como simplesmente um doador de bênçãos emocionais e físicas por um determinado período ou sempre que se quer, mas como Aquele que perdoa, livra da culpa do pecado, dá paz em meio às tragédias da vida e consola o ferido. Além disso, o próprio Deus, na Bíblia a partir de uma leitura séria, mostra que o corpo de cada pessoa é um templo a ser cultivado sempre e não destruído ou tratado de qualquer maneira. O conceito de se fazer o que se bem entende com o corpo e com a mente para, então, recorrer a Deus como um mero curador de males é estranha. Jesus mesmo, ao curar doentes de todos os níveis, fazia questão de relacionar a cura a uma mudança de vida espiritualmente. Isso, porém, recebe pouco ou nenhum destaque em recentes movimentos religiosos populares. 
Por outro lado, a aproximação do povo que tão bem fazem os movimentos pentecostais modernos nos faz pensar na importância de se chegar ao coração das pessoas. A estratégia é precisamente a mesma utilizada por Jesus Cristo. Questiono, no entanto, o conteúdo oferecido. Vejo algo perecível que se esvai em pouco tempo e causa neste tipo de crente uma dependência da estrutura montada. Consequentemente há um forte apego à denominação e aos líderes ou ao líder humano. Jesus demonstrou que era mais saudável se apegar a Deus e não a milagres, curas e às operações em si. Com muita propriedade, falando aos discípulos por ocasião do envio dos setenta em missão, Cristo afirmou, conforme Lucas 10:20 que "mas não vos alegreis porque os espíritos se vos submetem, alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus". 

Em aniversário da Bíblia King James é dito que o rei Davi era gay

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011 1 comentários

Portal GNotícias, 26.01.2011.

A Rádio 4 da BBC marcou o aniversário de 400 anos da publicação da Bíblia do Rei James afirmando que o rei Davi, o rei judeu do Antigo Testamento que matou o gigante filisteu Golias, estava no “único relacionamento gay” da Bíblia.
Num programa que trata de literatura, parte de uma série sobre a histórica tradução da Bíblia, levado ao ar no domingo, 9 de janeiro, o dramaturgo Howard Brenton afirmou que Davi estava apaixonado por Jonatas, filho do rei Saul.
Brenton disse: “Para um leitor secular a história do amor de Davi e Jonatas é obviamente homossexual, o único relacionamento gay na Bíblia”. Brenton reconheceu que essa ideia é “polêmica”.
A Bíblia King James, aprovada pelo Rei James I da Inglaterra em 1611, é renomada até mesmo entre não cristãos pela beleza de sua tradução inglesa do século XVII; foi a primeira Bíblia a ser publicada na língua inglesa. A versão do Rei James foi preparada por uma equipe de 47 dos melhores eruditos bíblicos da época e permanece uma das versões mais amplamente lidas no mundo de língua inglesa até hoje.
Esta não é a primeira vez que os secularistas e os homossexualistas afirmaram que certos personagens da Bíblia, inclusive o próprio Cristo, eram homossexuais. A profunda amizade retratada entre Davi e Jonatas é muitas vezes citada pelos revisionistas bíblicos homossexuais, mas outros casos são frequentemente mencionados também, inclusive o amor e lealdade entre Noemi e sua nora Rute.
A BBC é agora rotineiramente alvo de críticas lamentando o preconceito anticristão em sua cobertura do Cristianismo e assuntos relacionados. Durante a preparação para a visita do Papa Bento 16 à Inglaterra em setembro passado, a BBC conduziu o que equivaleu a uma campanha de programação antipapal e anticatólica que levou Keith O’Brien, cardeal arcebispo de Edimburgo, a acusar a emissora de estar contaminada por “uma mentalidade radicalmente secular e socialmente esquerdista”.
No começo deste mês, Damian Thompson, editor do jornal Catholic Herald e colunista do jornal Daily Telegraph, afirmou: “Em lugar nenhum das produções da BBC o preconceito liberal-esquerdista é mais frequentemente aplicado do que na programação de domingo da Rádio 4”.
“Se você acha que realmente não ouviu nenhuma manifestação de desprezo, tente escutar algumas das ‘reportagens’ da Rádio 4 que envolvem conservadores cristãos”, comentou Thompson.
Um memorando interno vazado em 2006 confessou que a BBC está dominada por homossexuais e que alguns executivos da BBC estão profundamente frustrados com o compromisso da empresa com “ideologias politicamente corretas” e políticas sociais esquerdistas à custa da integridade e objetividade jornalística.

Nota: Realmente cada meio de comunicação tem o direito de propagar as informações como bem entende desde que assuma as consequências daquilo que veicula. Agora, é fundamental que exista a possibilidade de o contraditório ser apresentado. Ou seja, se há veiculação de que historicamente o rei Davi era gay, é importante que sejam ouvidos especialistas, teólogos e historiadores que podem oferecer uma visão mais ampla do assunto e apresentar outra opinião a respeito. Nada contra os homossexuais, mas não se pode querer adaptar a história a conceitos pessoais ou mesmo de um determinado grupo de pessoas. Este é o tipo de informação que só vale a pena se forem contemplados os diferentes pontos de vista. Caso contrário, torna-se opinião pessoal mascarada de notícia puramente informativa.

Cirurgias podem intensificar experiências religiosas

domingo, 23 de janeiro de 2011 0 comentários

Site Revista Mente Cérebro, 19.01.2011.

Vários distúrbios psiquiátricos estão vinculados a sentimentos de caráter religioso, e há hipóteses de que as pessoas tendem a ter uma visão mais espiritualizada do mundo após determinadas intervenções cirúrgicas no cérebro, como retirada de tumores benignos do lobo parietal e do occipital. Para pesquisar o tema, o neurocientista Cosimo Urgesi, da Universidade de Udine, na Itália, realizou um estudo no qual os voluntários preenchiam diversos questionários sobre sua personalidade antes e depois da cirurgia. Eles informaram, entre outras coisas, com que rapidez esqueciam o tempo e o espaço à sua volta durante uma atividade emocionante, se costumavam sentir-se parte de algo maior e quão religiosos eram. Como demonstrou a análise das respostas, as operações nas regiões posteriores do cérebro – principalmente no córtex parietal inferior esquerdo e no giro angular direito – estavam associadas a uma elevação do sentimento de espiritualidade. Entre as áreas mais estreitamente associadas à crença e à fé encontram-se regiões do córtex que também processam informações sobre percepção corporal, orientação espacial e alucinações sensoriais, o que pode ajudar a explicar a maior sensibilidade a questões ligadas à religião, já que múltiplos aspectos desempenham importante papel nas experiências extrassensoriais. O trabalho foi publicado no periódico Neuron.

Nota: Conversando com profissional de psicologia, este me explicou que, em todas as culturas, a adoração a um ser superior ocorre. Na linha que alguns psicólogos defendem, o fenômeno não sofre apenas a influência biológica, mas pode ter relação com aspectos psicossociais. Mas é interessante saber que nossa mente tem "um espaço para Deus". Isso ajuda a entender por que há tanta necessidade espiritual contra a qual muitos  lutam, mas que cedo ou tarde surge em sua vida. Algo que merece nossa reflexão.


ADRA continua ajudando vítimas do Sudeste do Brasil

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011 0 comentários

Juntamente com outras organizações e o governo, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) continua na serra do Rio de Janeiro, além de São Paulo e Minas Gerais. Se quiser saber mais informações, veja esta curta entrevista que fiz com Paulo Lopes, diretor da Agência no Brasil.
Além das reflexões inevitáveis sobre a catástrofe e as consequências do desrespeito humano ao meio ambiente, vale a pena pensar sobre a brevidade da vida e a necessidade de uma busca espiritual.

Apple censura game para iPhone com Jesus guerrilheiro

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011 0 comentários

Site Criacionismo Brasil, 19.01.2011.
 
A civilização humana está à beira de um colapso. Malfeitores da máfia Yakuza, exército, alienígenas, todos mancomunados com o Diabo, querem destruir a Terra. Cabe a Jesus Cristo pegar uma metralhadora e usar poderes divinos para salvar a humanidade. Este seria o enredo de "Moral Decay", game de tiro 2D com gráficos que remetem à era 16-bit dos consoles para iPhone, iPod touch e iPad caso a Apple não tivesse censurado o título.
"Tive que mudar e reenviar o jogo para aprovação da Apple por cinco vezes", conta Tim Omernick, presidente da produtora de "Moral Decay", a Infinite Lives, e criador do game, em entrevista ao G1. "Eu queria chocar as pessoas. Criar um game com uma ideia que ninguém havia usado antes, testando os limites de o que é apropriado ou não". No clipe acima, é possível ver como seria o jogo original.

Na primeira tentativa, Omernick, que já trabalhou como engenheiro de software para a Apple entre 2005 e 2008, foi barrado pela política da empresa de Steve Jobs. Para evitar problemas de processos com os milhões de usuários de suas plataformas, a companhia barra aplicativos com conteúdos eróticos e que possam ofender grupos religiosos.
Desse modo, Jesus Cristo, o personagem principal de "Moral Decay" - título que em uma tradução livre para o português significa "Decadência Moral" - teve que mudar de nome e de aparência. Sai o nome da figura central do cristianismo e entra Chris T, uma paródia de "Christ", ou Cristo em inglês. O manto branco dá lugar a calças e botas de militar e um torso musculoso, estilo Rambo.


O game, vendido por US$ 2 na iTunes Store, foi imaginado há cerca de 10 anos, conta Omernick. "Naquela época eu não tinha a experiência necessária para criar um jogo", afirma. "Meu desejo era fazer um game sobre Jesus no estilo de "Contra [clássico de tiro em 2D para os consoles NES e Super Nintendo]. Se você é cristão, é legal porque você controla o Salvador. Se é de outra religião, é engraçado porque é uma paródia".

O título, que apresenta um nível alto de dificuldade até para jogadores experientes, exige que o jogador controle Chris T, pulando em plataformas e atirando nos inimigos, que explodem ao receber tiros. Ele come pizza para e, como em qualquer jogo, renasce quando morre. A diferença é que o termo bíblico "ressuscitar" é exibido quando o jogador reinicia a partida. Além de enfrentar inimigos na Terra, o herói usa seus poderes para ir até a Lua e enfrentar o Diabo em uma batalha antológica.


Nota: Perigoso é constatar que o enredo deste tipo de jogo deturpa a imagem de Jesus Cristo tal como descrito na Bíblia Sagrada. O apresenta como violento e que faz prevalecer Sua opinião pela força. Não é nada disso que se vê nos evangelhos. Jesus foi um pacificador e demonstrou, com amor e misericórdia, Seus ensinamentos. Nunca forçou e nem ameaçou qualquer um de Seus seguidores. Não é a primeira e nem será a última tentativa de se tentar diminuir a importância de Jesus no processo de salvação humana. Lamentável que se busque influenciar os pequenos com este conceito. Importantíssimo que pais e responsáveis, que zelam para que seus filhos tenham uma visão mais ampla das coisas, ensinem, também, a Bíblia Sagrada de maneira constante para que eles possam saber contrastar com as influências das mídias modernas.

Novela promete inovar com sete personagens homossexuais

terça-feira, 18 de janeiro de 2011 0 comentários

IstoÉ online, 18.11.2011, às 13h35min.

A novela “Insensato Coração”, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, que estreia esta semana na Rede Globo às 21h, trará brigas pelo poder e traições amorosas. Isso é comum em qualquer trama. Ela vai surpreender, no entanto, em relação à opção sexual de seus personagens, prometendo um número recorde de gays na história das telenovelas brasileiras: serão pelo menos sete homossexuais. Os autores preferem não cravar quantidade alguma, ou seja, esse número pode aumentar no desenrolar do enredo. “Não contei o número de personagem gay”, disse Linhares à ISTOÉ. Os autores acham que o fato de se ficar questionando quantos personagens gays apareceram no vídeo já é, em si, um preconceito. “A novela espelha a diversidade da nossa sociedade. Isso é mais amplo e contemporâneo do que estigmatizar os personagens”, diz Linhares. Coube ao ator Leonardo Miggiorin o principal papel homossexual, o único a ser apresentado já de início ao telespectador. Ele é o divertido Roni Fragonard, melhor amigo e conselheiro amoroso de Natalie Lamour (Deborah Secco), uma ex-participante de reality show. Um tanto caricato e afetado, Roni é promoter e adora moda. Em seu Twitter o ator disse ter se inspirado em uma figura real, o também promoter David Brazil.
Os outros personagens homossexuais só vão começar a aparecer na história a partir do capítulo 100. Devido a essa inédita quantidade de papéis será possível fugir de estereótipos. A novela terá também o divertido e fofoqueiro Xicão (Wendell Bendelack), atendente do quiosque de Sueli (Louise Cardoso), frequentado pela turma GLS. As profissões dos gays serão variadas: o advogado Nelson (vivido por Edson Fieschi), o professor de direito Hugo (Marcos Damigo) e o jornalista Álvaro, papel ainda sem ator. Ele será chefe do homofóbico repórter Kleber, interpretado por Cássio Gabus Mendes. O preconceito em relação às minorias será um dos temas e dois personagens serão vítimas desse preconceito: Araci (Cristiana Oliveira), líder de um grupo de detentas, e o jovem Renato Melo (Ivan Mendes), que passa a ser protegido pela dona do quiosque. Para Linhares, “Insensato Coração” não vai discutir a homossexualidade: “Mais importante é mostrar pessoas integradas à sociedade, vivendo conflitos que independem da condição sexual.”

Nota: Apesar da pretensa intensão de desmistificar preconceitos, as novelas aproveitam temas polêmicos para ganhar audiência e aumentar faturamento das empresas que as produzem e veiculam. A temática homossexual ganha destaque mais uma vez e com grande força. Além disso, segundo esta nota, uma ex-participante de reality show também será destacada, mostrando que o interesse é pegar aquilo que circula com força na mídia para continuar alimentando os espectadores de novela e assim criar um ciclo que eu considero de péssimo gosto. Infelizmente, se a questão realmente fosse a diversidade de pessoas na sociedade, por que não apresentar personagens cristãos fervorosos que possuem hábitos como a leitura diária da Bíblia e a oração. Não estou falando de caricaturas, mas de personagens equilibrados, ou seja, normais, sem exageros. Parece que, como já se tornou costume, a novela pega carona em temáticas de interesse geral e aproveita para criar mais estereótipos e fazer crescer a audiência. 

Globo avisada para impedir banalização do sexo no Big Brother Brasil

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011 0 comentários

Portal Comunique-se, 12.01.2011.

Depois de alterar a classificação etária do reality show "Big Brother Brasil" para 12 anos, a Rede Globo recebeu um comunicado da Procuradoria Geral da República para que evite a “banalização do sexo” durante mais uma edição do programa. O documento informa que, a partir desta nova classificação etária, cenas de “nudez quase explícita” não poderão ser exibidas.

Outra exigência feita pela Procuradoria é a de que não haja “incitação de discriminação, racismo e homofobia”, sendo comum, por parte do reality show da Rede Globo, selecionar participantes homossexuais.

Após receber o comunicado, a Central Globo de Comunicação disse que “é a grande a preocupação da Globo com o conteúdo, tanto que possui o documento de Princípios e Valores no Vídeo, balizador para todas as equipes e a área de controle de qualidade de programação. Os programas são adequados ao público a que se destinam", dizia a nota.

Nota: Dificilmente este pedido será atendido, ainda mais que o tom é o de se possível e não o de uma ordem. Quer dizer: existe uma classificação etária para a TV brasileira, mas, quem não cumpre, fica com um conselho, uma advertência oficial, mas não qualquer tipo de punição. Este é o tipo de situação que mostra a frouxidão pública diante da irregularidade. A Central Globo de Comunicação, assim como outras empresas, vai sempre argumentar que os programas estão dentro do perfil adequado. Claro, sem fiscalização fica a opinião de uma empresa contra o poder público. Para os cidadãos que possuem atividades mais úteis na vida e desejam preservar a família deste tipo de conteúdo, a melhor solução é simplesmente não assistir. Esta questão de classificação etária ainda não é levada a sério no Brasil.

Vida sem valor [Artigo]

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 1 comentários

 Felipe Lemos, mantenedor deste blog.

O assassinato de seis pessoas em um supermercado dos Estados Unidos, no oitavo dia do ano de 2011, é sintoma e não causa. Já sentiu dor de cabeça e, depois de um tempo, tomou um copo d´água ou mesmo repousou por um tempo e a dor diminuiu ou até cessou? Pois é. A dor de cabeça, muitas vezes, é apenas o sintoma de algo que precisa ser sanado para que pare. Esse tipo de crime, que já teve na história norte-americana vários paralelos, revelou como uma das vítimas uma criança de apenas nove anos de idade. E o atirador suspeito, segundo a Polícia, possui 22 anos de idade. Sim, estou falando de gente com nove e 22 anos de idade. Nem chegaram a três décadas de vida e estão mortos.
E se você se sente motivado a criticar os Estados Unidos por causa disso e simplesmente considerar que se trata de algo pontual, acompanhe primeiro alguns recentes números no Brasil. Há poucos dias, um relatório da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla) mostrou que o índice de assassinatos no país é alto. Dizem os dados que, entre 1996 e 2006, o número de assassinatos no Brasil, cresceu mais que a população. Os homicídios tiveram aumento de 20%, enquanto o crescimento populacional foi de 16,3%. O Rio de Janeiro é a cidade brasileira com maior número absoluto de assassinatos de jovens entre 15 a 24 anos, segundo o Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros.
Retomando a minha primeira afirmação, relembro que, por trás desses números, há uma causa. As mortes infelizmente são apenas o sintoma de um problema maior. E o fato de envolverem, cada vez mais, jovens, é mais sintomático ainda. Por que as pessoas estão se matando mais, de forma mais cruel, e tão cedo?
Há várias explicações sociológicas para tudo isso e são válidas, mas eu ainda penso que a raiz é mais profunda. No Brasil, conforme esta mesma Rede, a maioria das mortes de jovens eram atribuídas, em 2008, a acidentes de trânsito e uso de armas de fogo. Está aí um conjunto de respostas plausível: imprudência ao dirigir, embriaguez, uso de drogas, facilidade para adquirir armas ilegalmente, etc. Essas razões provavelmente são as mesmas ainda. Mas pode haver algo mais profundo do que isso? Eu entendo que sim!
Raiz profunda - Talvez a raiz que apresente esses lamentáveis sintomas, se buscada com honestidade, evidencie que a vida não tem muito mais valor para grande parte dos jovens. A vida passou a ser desperdiçada em um veículo em alta velocidade conduzido por um cidadão com menos de 20 anos bêbado ou drogado ou, então, em uma troca de tiros por causa de dívidas associadas ao tráfico de cocaína, crack, maconha, ecstasy, ou seja, qual for a porcaria química pela qual se mate hoje. O cerne da questão está na atribuição de valor à vida. Se ela não tem muita importância, qual o problema em perdê-la ou tirá-la repentinamente? O raciocínio é autodestrutivo, mas acontece. Questiono a eficácia completa de amplas campanhas sobre consciência no trânsito ou mesmo a erradicação de armas de fogo. Não estou dizendo que não devam ser realizadas e nem apoiadas pela população, mas seu êxito é questionável.
A vida perde o valor para um jovem, adulto ou idoso por alguns motivos. Se tomarmos os escritos de quaisquer filósofos antigos ou modernos, todos dirão, de uma maneira ou outra, que a vida precisa ter algum sentido para ser relevante. O problema é que alguns sentidos dados à vida humana se dissipam rapidamente.
O que dá valor à vida - Faltam exemplos dignos para os jovens seguirem hoje. Os ídolos populares do presente são, na maioria das vezes, os desajustados, desequilibrados, violentos, indecentes, imorais e irresponsáveis. Na versão bíblica Almeida Revista e Atualizada, o apóstolo Paulo, na carta ao jovem pastor Tito, capítulo 2 e versículo 7, aconselha que “torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras”.  O que age corretamente precisa voltar a ser referência para quem é jovem e precisa tomar decisões importantes.
Falta comprometimento com algo maior em nossos dias. A vida começa a perder o valor quando tudo é considerado irrelevante, descartável, fugaz. É comum ver gente que chega a um escritório, em busca de emprego, dizendo que vai se empenhar totalmente na nova atividade. Na primeira semana, começam as reclamações sobre o salário, as condições de trabalho, o humor do chefe, a temperatura, a distância, etc, até que pede demissão. O comprometimento espiritual, diante de Deus, é fundamental para uma vida com sentido. Jesus destacou essa necessidade de conexão com Ele constantemente, conforme o evangelho de João, capítulo 15, versículo 5, onde Ele ensina que “eu sou a videira, vocês são os ramos. Se alguém permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto, sem mim, nada podeis fazer”. O verbo permanecer precisa voltar a ser usado.
Finalmente, falta esperança para que jovens ou pessoas em outras faixas etárias entendam que sua vida vale muito mais do que pensam. Se considerarmos que tudo o que se pode obter, como seres humanos, é somente aqui e agora, então a vida pode perder rapidamente a importância. Há dois textos bíblicos que se completam sobre isso e merecem servir de reflexão. Na carta aos romanos, capítulo 8 e verso 25, o apóstolo Paulo deixou registrado que “mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos”. E, na primeira carta aos coríntios, no capítulo 15 onde ele descreve acerca da ressurreição, o verso 19 é verdadeiramente alentador e diz que “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens”.
Este mundo, em si, não oferece esperança, mas o mundo vindouro, espiritual, prometido por Jesus Cristo e demonstrado na prática quando aqui viveu, é algo mais real do que se pode imaginar. Funciona, muito bem, como um antídoto ao mal que mata tanta gente no mundo: a vida sem sentido.

Livro retrata Jesus bissexual vivendo em Nova York

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011 1 comentários

Agência Pavanews, com informações de The Guardian, Gawker e Interview

James Frey é um escritor controverso. Ele já foi chamado de mentiroso, de uma fraude e de vigarista. Outros o consideram um salvador, um revolucionário e um gênio. Desde sua estréia no mundo da literatura mundial com Um Milhão de Pedacinhos (Objetiva, 2003). A obra biográfica relatava a vida de um Frey que foi alcoólatra por dez anos e viciado em crack durante três. Ele afirmava ter  duas opções: aceitar a morte antes dos 24 anos ou encarar o inferno que sua vida se tornara e mudar radicalmente. A obra que foi escrita depois de seus três meses numa clínica de reabilitação fez sucesso, vendeu bem e agradou a crítica. Era uma marco de como uma vida podia se reconstruída. A apresentadora Oprah Winfrey recomendou entusiasticamente a biografia no clube do livro que mantinha em seu programa e que ajudou a alavancar dezenas de títulos.
Cerca de dois anos depois, a verdade apareceu. O livro não era biográfico, Frey o considerava uma obra de ficção, mas deixou ser vendido como real. A apresentadora o repreendeu publicamente, leitores chegaram a processá-lo. A editora precisou recolher as cópias restantes nas livrarias e anexar uma explicação do próprio Frey sobre o conteúdo da falsa biografia.
Acabou perdendo seu contrato com a editoras por causa de suas controvérsias. Acabou ficando com fama de maldito. Lançou outros livros. Já foi publicado em 38 idiomas e tornou-se conhecido por leitores de todo o mundo. O que passou a marcar a vida e a obra de Frey é que o jogo com a verdade, a tênue linha que separa a realidade da ficção. Aventurou-se a escrever roteiros para uma série de televisão sobre a indústria pornô. A rede HBO ainda não decidiu se o projeto será lançado.
Desde 2008 ele vem trabalhando em seu novo livro, chamado “Illumination” [Iluminação]. Mas que chegará às livrarias na Páscoa de 2001 com outro título “The Final Testament of the Holy Bible” [O Testamento Final da Bíblia Sagrada]. Como não poderia deixar de ser, Frey já está sendo alvo de críticas e polêmicas antes do
O título sugestivo relata uma vida fictícia de Jesus na Nova York de hoje. Mas o personagem central está longe do Jesus descrito na Bíblia. Neste “Testamento Final”, Cristo realiza casamentos de casais gays, engravida uma adolescente e depois a obriga a abortar, trata o Antigo e o Novo Testamento como bobagens que não merecem credibilidade. Mantém  relações sexuais com homens e mulheres, cura os doentes mas pratica a eutanásia, desafia o governo e condena o que os outros chamam de santo.
A história é escrita pela perspectiva de 13 pessoas, familiares, amigos e seguidores de Jesus – incluindo um velho rabino, um jovem sem-teto e um médico. “É uma tentativa séria de escrever uma história válida sobre um Messias. É um hipotético terceiro livro da Bíblia. Uma versão de como poderia ser se o Messias aguardado pelos judeus, ou o Jesus Cristo dos cristãos, aparecesse nas ruas da Nova York contemporânea”, diz Frey. “O livro aborda idéias sobre Deus e a religião, o que isso significa, se essas idéias são válidas. Pessoalmente, acredito que se o Messias viesse para a Terra, ele não seria uma pessoa intolerante, que condenaria pessoas ao inferno pelo modo como viveram ou a quem eles amaram”.
Frey consultou diferentes especialistas, religiosos e seculares: rabinos, padres católicos, pastores evangélicos, neurocirurgiões, advogados e psiquiatras. Mas acredita que falar de sexo  na vida de Cristo inevitavelmente criará polêmica. Por que ele acha que sexo é tão importante? “O sexo é parte do amor”, responde Frey. “Então, se alguém está pregando o evangelho do amor, o sexo precisa fazer parte disso. E eu não acredito que o sexo seria limitado a uma relação entre homens e mulheres. Jesus faz sexo com as pessoas que ele ama. Por isso, no meu livro, o Messias tem relações sexuais com homens e mulheres. Acho que a maioria dos cristãos fundamentalistas e evangélicos deste país se revoltaria com ele. Acredito que ele iria desmentir boa parte dos absurdos sobrenaturais na Bíblia, o universo sendo criado em uma semana, anjos com asas voando como super-heróis, um Deus barbudo com voz de trovão”.
Ele tem certeza que não será bem entendido: “Eu recebo críticas por tudo o que faço.” Mas insiste em afirmar que esta não foi a sua motivação. “Se você faz para enfurecer as pessoas, escreverá um livro ruim. Mas se fizer isso porque acredita no que está escrevendo, poderá criar algo interessante e significativa. É fácil escrever apenas para irritar as pessoas”.
Nas viagens da tour de lançamento do seu último Frey ele contratou os motoqueiros do Hell’s Angels como seus guarda-costas. Parece que irá precisar de seus serviços novamente no lançamento do novo também, pois certamente ele conseguirá irritar muita gente.O livro já pode ser encomendado na Amazon e será lançado propositalmente em 12/04, perto da semana da Páscoa.

Nota: Não é novidade este tipo de "literatura" especulativa e que pretende ser historicamente aceitável. O oportunismo e a busca por fama e dinheiro com a venda de livros têm contribuído para o aparecimento e crescimento de espertalhões que desejam apresentar visões pouco convencionais acerca de Jesus Cristo. Mas qual é a intenção por trás disso? Confirmar o relato bíblico de Jesus humano e divino ao mesmo tempo ou estabelecer facetas diferentes, não-bíblicas, fundamentadas em opiniões de gente que propaga algo que não tem base, nem  histórica, muito menos presente na principal relevação biográfica de Cristo: a Bíblia. Estrategicamente o livro deverá ser lançado perto da semana da Páscoa, com o objetivo claro de polemizar e, obviamente, ajudar a alavancar as vendas. É uma pretensão muito grande deste escritor dizer que poderia ser uma visão aceitável acerca de Cristo. Curioso ler que ele consultou outras pessoas para formar esta imagem de Jesus em NY. Bem, creio que estamos diante, mais uma vez, de um retrato fragmentado de Jesus, portanto não tem nada a ver com a Bíblia e nem com o que a história séria tem mostrado até hoje. Vale mais a pena ver o programa Evidências, apresentado por Rodrigo Silva, na TV Novo Tempo, que ajuda a entender melhor o assunto e, é claro, ler bons livros acerca disso.

Sacerdotisas lésbicas se casam nos Estados Unidos

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011 0 comentários

The Christian Post, 05.01.2011, 08h54min

A Reverenda Katherine Hancock Ragsdale, decana e presidente da Escola Episcopal Divinity, e Mally Lloyd, cânone ordinária, se casaram, no Sábado, na Catedral de St. Paul, em Bostom, diante de aproximadamente 400 convidados. A Sua Excelência Reverendíssima Thomas M. Shaw, o bispo da Diocese Episcopal de Massachusetts, celebrou o casamento.
Para os anglicanos ortodoxos, o matrimônio entre lésbicas foi outro ato de desafio.
“Esta é outra ação de desprezo imprudente pela vida da Comunhão Anglicana e a autoridade da Bíblia da Igreja Episcopal,” o Rt. Rev. David C. Anderson, presidente e diretor geral do Conselho Americano Anglicano, disse ao The Christian Post. “Eles continuam ignorando os pedidos das petições da Comunhão para a restrição e continuam seu próprio caminho.”
A Igreja Episcopal dos EUA define o matrimônio como entre um homem e uma mulher. Mas em 2009, o organismo nacional aprovou uma resolução que permite aos bispos, em particular em jurisdições civis onde o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo e as uniões civis são legais, de “generosa resposta pastoral a satisfazer as necessidades dos membros desta Igreja.”
Este ano, Shaw deu bandeira branca para o clero das dioceses de Massachusetts para celebrar os casamentos. O casamento do mesmo sexo foi legalizado em Massachusetts em 2004.
A bênção das uniões do mesmo sexo dentro da Igreja Episcopal não é nada novo, e tais ações tem chamado a reprimenda da Comunhão Anglicana, que se compõe de mais de 77 milhões de membros em todo o mundo.
Os líderes anglicanos de todo o mundo acordaram uma moratória da benção das uniões do mesmo sexo em 2004. Também acordaram a prática da suspensão na consagração dos bispos que vivem em relações do mesmo sexo. Mas o corpo dos EUA continuou desafiando a moratória diante da frustração dos anglicanos conservadores.
Robert H. Lundy, porta-voz do Conselho Americano Anglicano, assinalou que a Igreja Episcopal desde há muito tempo abençõa as uniões do mesmo sexo. Mas a última união entre Ragsdale, 52 anos, e Lloyd, 57 anos, está sendo considerada como um matrimônio, e o primeiro matrimônio entre lésbicas do clero episcopal.
Para muitas pessoas, isto é dividir os cabelos,” comentou Lundy. “Pode ser a primeira vez que se chama matrimônio, mas não nada novo.”
“Tudo isto vai ilustrar melhor, para aqueles ao redor da Comunhão, o que temos falado aqui,” disse. E a AAC há muito tempo disse que a Igreja Episcopal se afastou do Cristianismo e o Magistério da Comunhão Anglicana tradicional.
“Para a maioria das pessoas, já se quebrou o vidro há muito tempo,” disse Lundy.
O ano passado, a Igreja Episcopal consagrou seu segundo bispo abertamente gay, apesar dos apelos da Comunhão Anglicana para a prática de “retenção de graça.” Como consequência, a Igreja Episcopal foi suspensa de participar nos diálogos ecumênicos e despajado de todo o poder de decisão diante da Comissão Inter-Anglicana Permanente da Unidade, Fé e Constituição – um corpo que analisa os temas da doutrina e a autoridade.

Nota: Algo que me chama a atenção nesta notícia não é apenas o casamento entre religiosas lésbicas nos Estados Unidos. Claro que este fato me surpreende um pouco, por se tratar de uma das mais tradicionais denominações religiosas. Mas fico um tanto pensativo quanto ao fato de uma igreja possuir um posicionamento claro em relação a um assunto, porém, diante das leis humanas, trata de adaptá-lo. E não se trata de imposição de leis. O que ocorre, segundo a reportagem mesmo diz, é que, diante da permissão do casamento lésbico ou homossexual em determinadas regiões, a igreja simplesmente deixa livre para os membros fazerem o que preferem. Claro que as religiões não devem ditar comportamentos das pessoas, mas cada pessoa, consciente de sua fé e das doutrinas nas quais acredita, age livremente. Mas me parece uma posição muito fraca esta da igreja. Quer dizer: diante de uma lei que permite, muda sua posição sobre o que talvez a própria denominação considere um princípio? Entendo, pela Bíblia, que princípios devem ser mantidos porque, como o próprio nome diz, são princípios e não meras opiniões que se alteram ao saber das questões políticas. Pior do que não ter posição é ter posição, mas esquecê-la diante das "liberdades" oferecidas por aí. Incoerência, no mínimo, é o que vejo por aí.

Hungria não vai alterar lei de imprensa

terça-feira, 4 de janeiro de 2011 0 comentários

Jornal de Notícias (Portugal), 04.01.2011, às 12h29min.

A Hungria, que preside à União Europeia desde 1 de Janeiro, afirmou hoje, terça-feira, que não vai alterar a controversa lei de imprensa, apesar das múltiplas críticas internas e internacionais.
foto AFP
Hungria não vai alterar lei de imprensa

"Não vamos modificar uma lei húngara só porque ela recebeu críticas estrangeiras", declarou o secretário de Estado para a Comunicação, Zoltan Kovacs, à rádio húngara MR.
"Antes de criticar, é melhor esperar para ver como funciona a lei. Não temos dúvidas de que ela estará à altura", acrescentou Zoltan Kovacs, indicando que o governo húngaro vai responder na quarta ou na quinta-feira às críticas de Bruxelas porque a tradução da lei para inglês ainda não está terminada.
Segundo o secretário de Estado, as críticas feitas à lei não passam de "um pretexto para atacar as decisões do governo dos últimos sete meses".
A Comissão Europeia manifestou "dúvidas" quanto à lei húngara, designadamente quanto à independência da autoridade da comunicação social, e pediu "esclarecimentos" a Budapeste.
Hoje de manhã, o governo de França juntou-se às críticas e exigiu uma alteração do texto. A lei "é incompatível com a aplicação do conceito de liberdade de imprensa validado por todos os tratados europeus", disse o porta-voz do governo francês, François Baroin, à rádio France Inter.
Em vigor desde 1 de Janeiro, a nova lei prevê multas que podem ir até aos 730 mil euros para as rádios e televisões em caso de "atentado ao interesse público, à ordem pública e à moral" ou de difusão de "informações parciais", sem contudo definir claramente estes conceitos.
A lei permite também à nova autoridade da comunicação social obrigar os jornalistas a revelarem as fontes em matérias relacionadas com a segurança nacional. Leia mais sobre o assunto em http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4870776-EI8142,00- CE+pede+que+Hungria+explique+polemica+lei+de+imprensa.html

Nota: É complicado obviamente emitir um juízo completo acerca desta lei estando fora da Hungria. Por outro lado, obrigar jornalistas a revelarem as fontes é algo perigoso, porque pode impedir, a longo prazo, que os meios de comunicação exerçam sua liberdade de auxiliar na investigação de irregularidades, sobretudo governamentais e públicas em quaisquer países. Claro que não podemos "santificar" todos os meios de comunicação e nem os governos. Ambos estão susceptíveis à corrupção e precisam ser alvo de algum tipo de fiscalização. O problema é quando leis deste tipo não possuem critérios bem definidos e nem quem são os fiscalizadores. Fica fácil simplesmente criar mecanismos de cerceamento da liberdade de difusão, inclusive utilizando a coerção econômica que é a mais eficaz. O difícil é saber  governar com crítica, com questionamentos. E o mesmo certamente vale para os meios de comunicação que precisam aprender a conviver com a crítica quando agem de maneira errada e não cooperam para o bem da sociedade. Mas leis coercitivas com relação à imprensa são prenúncio de tentativa oficial de controle sobre conteúdo. Isso é extremamente perigoso.

 
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