Bruxas ou Bíblia?

quarta-feira, 31 de outubro de 2012 0 comentários

Doces ou travessuras? É a pergunta tradicional feita há muitos anos por crianças em várias partes do mundo, inclusive em alguns lugares do Brasil, no tal Halloween ou Dia das Bruxas, que é lembrado no 31 de outubro. Não se sabe bem a origem da data, mas tem a ver com cultos pagãos da antiga Europa e com tradições que conduzem ao Dia dos Mortos. Pessoas, sobretudo os pequenos, saem de casa fantasiadas de bruxas ou bruxos, ou mesmo de monstros, em uma estranha honra ou reconhecimento a algo que talvez nem entendam exatamente do que se trata. 


Enquanto isso, do outro lado da rua, em uma igreja cristã, a amnésia histórica tomou conta dos cristãos que, um dia, de alguma forma, estiveram ligados a um episódio emblemático ocorrido também num 31 de outubro (de 1517), no distante castelo de Wittenberg, na Alemanha. Ali, um monge questionador e sincero temente a Deus, chamado Martinho Lutero, afixou na porta do castelo o que se convencionou chamar de as 95 teses sobre justificação pela fé. Talvez não saibamos de memória o conteúdo do que Lutero escreveu, mas sabemos que ele questionava atitudes, conceitos e ensinamentos contrários à Bíblia. E mais ainda: ele exaltava a Bíblia como regra de fé para os que se dizem seguidores de Cristo. 

Mas a pergunta hoje é outra. Aliás, há outras indagações. O que está sendo mais bem promovido: o Halloween ou a Reforma Protestante? O que é mais lembrado pela sociedade, especialmente a que se autodeclara cristã e conhecedora da Bíblia Sagrada? 

O tempo vai passando, mas o Halloween é visto na TV, nas lojas de brinquedos, nos adereços dos supermercados, dos shoppings, nas escolas e ouso até acreditar que em algumas igrejas. A atmosfera do Dia das Bruxas é sentida em vários ambientes e trata de impregnar a todos quantos for possível. Virou moda. É produto tipo exportação para crianças e adolescentes que sabem o que devem fazer nesse dia se quiserem estar em harmonia com a data, mas não sabem, talvez, quem foi Lutero, desconhecem o que diz na Bíblia e são hesitantes ao falar do próprio Jesus Cristo. 

Não adianta culpar a Europa antiga e nem a atual por seu desprezo à origem protestante. A responsabilidade é minha e é sua também, que está lendo esse texto. O cristianismo bíblico precisa estar na mente da sociedade, especialmente de crianças, adolescentes e jovens. A Bíblia, contudo, será lembrada com amor, carinho e interesse se for realidade para esse grupo. Eles precisam ver exemplos de adultos, pais, professores, líderes, que realmente consideram o livro sagrado do cristianismo como algo sagrado mesmo. Sagrado, não porque seja intocável, mas porque é a Palavra de Deus válida para hoje e para sempre. Palavra que levou um homem solitário como Lutero a escrever cartas ao líder máximo de sua igreja, à época, pedindo que se observassem os ensinos ali contidos. Que o levou a defender a fé inabalável em Jesus Cristo como suficiente para salvação sem necessidade de indulgências, obras de sacrifício físico, misticismos inventados por inescrupulosos aproveitadores do fervor sincero. 

E então? A maior propaganda da Bíblia parece ser uma vida em harmonia com ela. Halloween é forte, principalmente porque o espírito de reformadores, como Lutero, hoje é fraco. Na falta de seguidores fieis e equilibrados da Bíblia, o povo prefere bruxas, doces e travessuras no 31 de outubro. 

Número de protestantes cai nos Estados Unidos, diz estudo

sábado, 20 de outubro de 2012 0 comentários



Portal UOL, 15.10.2012.
Pela primeira vez desde que pesquisadores começaram a estudar a identidade religiosa dos americanos, menos da metade dos pesquisados disseram ser protestantes, uma queda acentuada em comparação a 50 anos atrás, quando as igrejas protestantes reivindicavam a lealdade de mais de dois terços da população.
Um novo estudo, divulgado pelo Fórum Pew sobre Religião e Vida Pública na terça-feira, 9 de outubro, revelou que não foram apenas protestantes liberais, como metodistas ou episcopais, que abandonaram sua fé, mas também os mais conservadores. As perdas ocorreram entre os protestantes brancos, mas não entre os protestantes afro-americanos ou de outras minorias, segundo o estudo.
Esta é uma mudança significativa em comparação ao cenário de apenas cinco anos atrás, quando os adultos que diziam não ter religião representavam cerca de 15% da população. Além disso, trata-se de uma mudança sísmica em comparação a 50 anos atrás, quando cerca de 7% dos adultos americanos disseram não ter filiação religiosa.Quando eles desistem da religião, ao invés de de mudarem de igreja, eles se juntam às fileiras crescentes que não se identificam com nenhuma religião. Quase 1 em cada 5 americanos, ou 19,6% , disseram que são ateus, agnósticos ou "neutros".
Agora, mais de um terço dos americanos com idades entre 18 e 22 não possuem qualquer filiação religiosa. Estes jovens irão substituir as gerações mais velhas que estiveram muito mais envolvidas com a religião ao longo de suas vidas.
"Nós realmente não havíamos presenciado nada como isso antes", disse Gregory A. Smith, um pesquisador sênior do Fórum Pew. "Mesmo quando os baby boomers envelheceram, no início dos anos 1970, havia metade da probabilidade de terem uma ligação religiosa do que os jovens de hoje."
Os "neutros", como são chamados pelos pesquisadores, hoje compõem o segundo maior agrupamento religioso da nação. O maior grupo é o dos católicos, que compõem cerca de 22% da população. Seus números se mantêm, principalmente porque um afluxo de imigrantes substituiu 14% dos católicos que foram criados na igreja e a abandonaram nos últimos cinco anos, disse Smith.
O relatório Pew oferece várias teorias para explicar o surgimento dos não religiosos. Uma das teorias é a de que os jovens adultos ficaram desiludidos com a religião organizada quando as igrejas protestantes evangélicas e católicas tornaram-se ativas em causas políticas conservadoras, como a oposição ao homossexualismo e ao aborto.O aumento de pessoas que afirmam não pertencer a uma religião é susceptível de ter consequências políticas, disse Phil Zuckerman, professor de sociologia e estudos seculares na Faculdade Pitzer, na região do Sul da Califórnia.
Outra teoria é a de que a mudança reflete uma tendência mais ampla de não participar mais da vida social local e comunitária, o fenômeno apelidado de "Bowling Alone" (jogando boliche sozinho, em tradução literal), de Robert D. Putnam, professor de políticas públicas da Universidade de Harvard.
Outra explicação é que os Estados Unidos estão simplesmente seguindo a tendência de secularização já vista em muitos países economicamente desenvolvidos, como Austrália e Canadá, e alguns na Europa. Esta teoria postula que pessoas que são saudáveis e financeiramente seguras têm menos necessidade existencial para uma religião.
Os Estados Unidos sempre foram a grande exceção desta tendência secularizante, e não está claro se os americanos estão necessariamente tendendo em direção ao modelo europeu.
O relatório Pew descobriu que, mesmo entre os americanos que alegaram não ter religião, poucos se qualificaram como sendo puramente seculares. Dois terços disseram ainda acreditar em Deus, e um quinto disse rezar todos os dias. Apenas 12% do grupo sem filiação religiosa disseram ser ateus e 17% agnósticos.
A Reverenda Eileen W. Lindner, que vem narrando as estatísticas religiosas durante anos como editora do Anuário de Igrejas americanas e canadenses, observou essa complexidade.
Ela disse, "Muitas pessoas irão ler este estudo e dizer: 'Isso é terrível! O que está acontecendo com a nossa cultura?' Eu, como cientista social e pastora, pediria cautela."
"Muitos jovens não participam muito dos cultos, mas se fazemos um projeto de missão, eles normalmente comparecem", disse Lindner. "Eles administram as cozinhas, eles constroem as casas no projeto Habitat para a Humanidade".
Eles podem até não comparecerem nos domingos, disse ela, mas não abandonaram a sua fé.
Meu comentário: esse resultado de pesquisa é bastante significativo e me faz pensar em vários aspectos do que realmente está ocorrendo com a religião cristã de uma maneira geral no mundo. Aqui, falando de EUA, podemos ver que o protestantismo, que sempre foi a marca norte-americana, está perdendo estatisticamente sua força. Isso não é exatamente uma novidade, mas a tendência de secularização, apontada pela reportagem como uma possível razão, é preocupante da mesma maneira. A reverenda, que comentou os dados, disse que é preciso cautela na avaliação, pois as pessoas não estão indo à igreja, mas se envolvem em projetos sociais. 
Bem, essa é, segundo muitos estudiosos sobre igrejas, uma evidência de secularização. Ou seja, a igreja e a própria religião se reduzem unicamente a um espaço de convivência social. Claro que o envolvimento em projetos sociais e de solidariedade são importantes, mas a religião pressupõe um relacionamento com Deus que implica uma mudança completa e total na maneira de ser segundo o que ensina a Bíblia Sagrada. Vai além de apenas se engajar em uma outra ação em favor das pessoas. Tem a ver com relacionamento e comprometimento efetivo com Cristo para salvação espiritual. 
Se os EUA, nação reconhecida como berço do protestantismo desde a época medieval, começa a deixar suas raízes ainda que gradativamente, um novo tipo de orientação espiritual e religiosa deve ocupar esse espaço na vida dos cidadãos porque algum tipo de contato com o sobrenatural se faz necessário na vida humana. E infelizmente não parece ser a religião bíblica, o que realmente me preocupa e que provavelmente será o que veremos em pouco tempo. 
Creio na religião que aponta para os ensinamentos bíblicos tais como estão descritos ali e que essa religião implica necessariamente uma comunhão real com um Deus real e ativo que não está distante e nem envolto em mistérios, sofismas e teorias incompreensíveis, mas que atua para salvar o ser humano. 

"Profeta" anuncia fim do mundo e acaba preso

domingo, 14 de outubro de 2012 0 comentários

Folha de São Paulo, 13.10.



Um homem que se dizia "profeta" e garantia que o mundo acabaria na tarde de ontem foi detido pela Polícia Militar em Teresina (PI) para que não fosse linchado pelos vizinhos do local onde ele reunia seus seguidores.
De acordo com a Polícia Militar, o desempregado Luís Pereira, que vivia da realização de bicos de serviços gerais, reunia cerca de 120 pessoas em duas casas no bairro Parque Universitário, na periferia da capital do Piauí.
Mesmo não correspondendo ao estereótipo de profeta -vestia camisa polo e bermuda e não mantinha barba ou cabelos longos-, Pereira atraiu homens, mulheres e crianças para o que chamava de "arca", duas casas simples cercadas por varas de dois metros de altura.
Muitas dessas pessoas moravam lá com o desempregado desde o ano passado, segundo a polícia.
Pereira começou a chamar a atenção das autoridades por causa da proximidade da data que ele anunciava como o fim do mundo.
Anteontem, a Justiça determinou o recolhimento do local de 28 crianças e adolescentes, incluindo recém-nascidos, que estavam lá.
Eles foram encaminhados a abrigos pelo Conselho Tutelar da cidade.
TEMOR DE SUICÍDIO
Vizinhos informaram à polícia que havia veneno de rato nas casas e que temiam um suicídio coletivo.
A Polícia Militar chegou a apreender veneno no local, mas em quantidade insuficiente para matar todas as pessoas.
Há um ano, quando disse ter conversado com um anjo, Pereira começou a professar o fim do mundo. Na tarde de ontem, cerca de 50 policiais cercaram a casa.
"Começou há um ano dizendo que tinha tido uma visão, que um anjo conversou com ele. Então foi arregimentando pessoas na periferia, que acreditavam que o mundo acabaria hoje [ontem]", afirmou o coordenador de Operações da PM do Piauí, coronel José Fernandes de Albuquerque.
Como o horário previsto passou, moradores da região começaram a atirar pedras e tijolos na "arca". A PM reagiu com spray de pimenta e bombas de efeito moral.
De acordo com Albuquerque, ninguém ficou ferido.
Pereira e mais dois líderes do grupo foram levados à Central de Flagrantes da Polícia Civil, em Teresina.
Até a conclusão desta edição, o delegado responsável pelo caso ainda não sabia que crime seria atribuído a eles.
As cerca de 70 pessoas que ainda aguardavam o fim do mundo no interior da moradia foram levadas para casas de parentes.
De acordo com Albuquerque, policiais ficarão de guarda nos próximos dias para evitar que as casas usadas pelo falso profeta sejam depredadas.

Meu comentário: É evidente que essa notícia entra na lista de muitas maluquices e esquisitices que tantos protagonizam sobre fim do mundo e profecias, especialmente em 2012 para deleite dos produtores de livros e filmes a respeito da temática. Mas quero chamar a atenção para o fato de que realmente as profecias, sobretudo bíblicas, não serem bem compreendidas por grande parte da população. Quem eventualmente dá risada dessa nota de jornal talvez não tenha, também, uma visão bem sólida sobre profecias. Afinal de contas, a Bíblia estipula uma data fixa para que o mundo tenha fim de alguma forma (guerra, pestes, terremoto, choque com meteoro, derretimento pelo Sol, etc)? Se não fala disso, sobre o que então as profecias de Daniel e Apocalipse, por exemplo, tratam?
Triste é constatar que a ignorância das pessoas e a carência de liderança espiritual permitam que oportunistas/malucos/esquizofrênicos ou qualquer outro tipo de pessoa que se levante para dar uma mensagem descabida seja aceita por um grupo significativo. O problema não está apenas na má fé dos "falsos profetas", mas no desinteresse de muitos pela religião bíblica, ou seja, por aquilo que é concreto e que pode dar uma verdadeira esperança. A Bíblia diz, em Deuteronômio 29:29, que "as coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei". Há muita revelação sobre profecias em harmonia com o restante da Bíblia, porém é preciso conhecê-las.

Adventistas mostram sua postura sobre eleições

sexta-feira, 5 de outubro de 2012 0 comentários

Do Portal Adventista, 1º. 10.2012


As eleições municipais deste ano no Brasil terão exatamente 138 milhões e 544 mil e 348 pessoas aptas a votar no próximo dia 7 de outubro no primeiro turno. O dado foi divulgado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O número é pelo menos 6% maior do que os 130.604.430 eleitores que votaram na disputa de 2008. No dia da votação, os eleitores poderão comparecer às urnas a partir das 8 horas em seu local de votação para escolher novos prefeitos e vereadores de suas cidades.
A votação acaba às 17 horas e os dados contidos nos cartões de memória contidos nas urnas são gravados e criptografados em uma mídia de resultado (pen drive), que é encaminhada ao local próprio para transmissão até o Tribunal Regional Eleitoral.
Posição adventista – A Igreja Adventista do Sétimo Dia, em todo o mundo, conforme seus regulamentos e normas, não declara apoio oficial a qualquer partido político e nem candidatos. No entanto, a organização não se omite de participar de ações que beneficiem a comunidade e, inclusive, apoia e desenvolve projetos sociais por meio de suas instituições e agências. Membros adventistas, no entanto, podem se candidatar a cargos públicos, porém não podem utilizar a estrutura física da organização para campanhas. Saiba mais sobre como os adventistas veem as eleições e a questão política de maneira geral na entrevista com pastor Edson Rosa, diretor sul-americano de Comunicação e Liberdade Religiosa da Igreja Adventista.



Meu comentário: A postura adventista é interessante porque, apesar de não ter uma ligação partidária, a Igreja Adventista mantém projetos que colaboram diretamente para a melhoria de vida da população. Exemplo são as ações de combate à violência doméstica, de incentivo à doação sistemática de sangue e medula óssea, entre outros projetos desenvolvidos com crianças, pessoas carentes, de geração de emprego e renda através da agência humanitária adventista. Na Bíblia, como expressou o entrevistado acima, há referências de personagens com profunda fidelidade a Deus e que ocuparam cargos públicos. O mesmo pode ser dar hoje, porém é importante frisar que há uma diferença grande entre a maneira como Daniel e José, por exemplo, chegaram até suas funções e a forma como se dá um processo eleitoral em um país como o Brasil. Já acompanhei de perto processos eleitorais e entendo que realmente é prudente que uma instituição religiosa procure ficar afastada disso e concentre seu foco na sua missão espiritual.
Isso não significa estar alheia ao que ocorre na política de sua nação, mas dar apoio formal a candidatos ou promover nomes perante a comunidade religiosa é algo muito complicado. É uma mistura perigosa entre poder político e autoridade religiosa. Denominações religiosas cristãs podem contribuir fortemente ao orientarem seus fiéis a votarem conscientes e escolherem candidatos que adotem uma postura compatível com as doutrinas bíblicas, mas não forçarem membros a votarem em uma pessoa ou outra. 

 
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