Miriam Leitão fala contra criacionismo em coluna

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008 3 comentários

Coluna Panorama Econômico (publicada em vários jornais)
Por Miriam Leitão - negrito acrescentado

Natal secreto
Os americanos não desejam mais Feliz Natal. Não pela crise e pelas profecias terminais dos economistas. Vem de algum tempo essa moda. Eles trocaram o específico Merry Christmas pelo genérico Happy Holidays. A idéia, disse um nova-iorquino, é que “Feliz Natal” seria uma agressão a quem não é cristão. Nas lojas, nas propagandas e entre as pessoas, o Feliz Natal está em baixa.
Gosto do que o politicamente correto tem de melhor: o respeito ao outro e a submissão das maiorias aos direitos, sentimentos e perspectivas das minorias. Mas daí a pôr o Natal na clandestinidade já é puro exagero nascido em Nova York. A cidade acredita não ser mais de maioria cristã. Hoje, os cristãos seriam, me explicou o nova-iorquino, “majoritariamente minoritários”. Nova York tem grandes comunidades judaicas, muçulmanas, budistas, religiões tão diversas quanto é diversa a sua população, formada por ondas de migrantes, que vão, em segunda e terceira geração, virando americanos.
Nas propagandas da televisão e dos jornais, ao fim de cada compra, na despedida de um encontro, o correto agora é desejar que a pessoa tenha “Feriados felizes”. Confesso que sou do tempo de que sem um caloroso Feliz Natal o Natal não era o mesmo. Feriados podem ocorrer em qualquer época do ano; este é especial. A propaganda tenta recriar aquele clima de amor ao próximo, carinho entre as pessoas, que sempre esteve ligado ao espírito natalino, mas fica esquisito quando, ao fim do anúncio, as pessoas se desejam apenas uma boa temporada de feriados. Pode-se dizer que ele seria o equivalente ao nosso simpático “Boas Festas”. Só é se não for uma forma de contornar a palavra Natal.
No domingo, dia 21, véspera da festa judaica das luzes, o “New York Times” trazia explícitos anúncios de “Happy Chanukah” das lojas Sacks, Bloomingdale’s, Macy’s e Brooks Brothers. Várias. Não se tem notícia de que algum não judeu tenha se ofendido com o desejo de que todos passem bem no dia que, para os judeus, é a lembrança da luta eterna contra o arbítrio, das luzes da fé que não se apagam, da força da reconstrução. Por que os cristãos deveriam esconder o Natal, tempo de amar o próximo, de ver o outro e suas aflições, de distribuir carinhos entre as pessoas, como se isso fosse ofensivo?
Um dos maiores avanços da civilização ocidental foi a separação entre Igreja e Estado. O trabalho ainda está inconcluso, tanto que o Brasil teve batalhas judiciais, este ano, para liberar as pesquisas científicas com células-tronco embrionárias ou interromper a gravidez de fetos sem cérebro, porque os religiosos eram contrários. Idéias como o ensino do criacionismo em escolas rondam os países. Esquisitices como imprimir profissões de fé nas cédulas de dinheiro persistem.
Os Estados precisam ser laicos, mas é um exagero, quase cômico, esconder a palavra Natal para provar tolerância às diferenças religiosas. Um pastor presbiteriano me contou que era capelão numa cidade do interior dos Estados Unidos quando, um dia, terminou uma oração pública falando “em nome de Jesus”. Foi perguntado pela imprensa — que o criticou fortemente — por que dissera aquilo. “Eu respondi: ora, porque eu sou um cristão.”
O nova-iorquino com quem conversei sobre esse fenômeno é católico. Disse que sempre fala “Happy Holidays” para não ferir suscetibilidades de algum grupo religioso a que, por acaso, pertença o seu interlocutor. Contou, ainda, que outro dia, ao fim de uma conversa, ele deu seu comportado “Happy Holidays” e ouviu do interlocutor um Feliz Natal. “Foi um alívio”, confessou. E os dois se confraternizaram.
O que há de bonito nos novos tempos não é esconder a própria convicção, mas respeitar a do outro. Quando deu seu apoio a Barack Obama, o general Colin Powell disse, na entrevista em que revelou seu apoio, que Obama tinha sido acusado de muçulmano. “Ele é cristão, mas a pergunta é: e se ele fosse muçulmano? Uma criança americana de 7 anos não pode sonhar em ser presidente dos Estados Unidos?” Ele disse isso para contar a história de um jovem soldado americano, muçulmano, morto no Iraque. Na formatura deste ano da Universidade de Miami, este pedaço da entrevista foi lembrado no discurso da professora Judith Rodin. Ela contou que a entrevista foi ouvida por um professor muçulmano, amigo dela, com seu filho de sete anos ao lado. No dia seguinte, o menino decidiu se candidatar a presidente da sua classe. Ganhou a eleição.
Judith Rodin, uma cientista de impressionante currículo acadêmico, ex-presidente da Fundação Rockefeller e ex-integrante do Conselho de Ciência e Tecnologia do governo Clinton, exortou os estudantes, com essa história, a aceitar a diversidade do século XXI. Nos rostos, nos nomes e nas cores dos formandos era possível constatar como essa sociedade é hoje incrivelmente diversa.
A diversidade é ninguém abrir mão da própria identidade. Refletir antes de falar para não ofender o outro, não impor o pensamento dominante como único padrão possível, incentivar os valores da convivência entre desiguais, tudo isso é bom, universalmente bom. E é dessa aceitação do outro, da união de todos, que se faz o verdadeiro espírito do Natal. Feliz Natal!

Nota: Eu concordo com Miriam Leitão no que diz respeito à necessidade de respeito mútuo por parte da crença de cada pessoa. Ou seja, se eu sou cristão posso demonstrar minha fé e isso é efetivamente o que se chama de liberdade religiosa. Mas discordo dela, obviamente, quando dá a entender que o ensino criacionista, por exemplo, é uma ameaça à divisão entre Igreja e Estado. O ensino criacionista faz parte do processo de liberdade religiosa, pois possibilita que os estudantes aprendam, também, uma abordagem diferente da que habitualmente se convencionou como a única digna de aceitação cientificamente e ideologicamente.

Novas regras ortográficas começam a valer agora em Janeiro

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Site G1, 26.12.2008.

As novas regras ortográficas passam a valer no dia 1º de janeiro de 2009. Para você se acostumar com as mudanças, o G1 elaborou um guia rápido com as principais alterações na escrita, como o desaparecimento do trema, a queda de acentos e os novos padrões para uso do hífen. A idéia é que você imprima, cole em sua agenda, no caderno, ou deixe ao lado do computador.
De acordo com o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até 2012 valem as duas formas de escrever: a antiga e a nova. No Ano Novo começa o chamado “período de transição”. Portugal, que também aprovou o acordo ortográfico adotará as novas regras até 2014.
O guia rápido traz as mudanças que já estão definidas. Ainda há exceções - por exemplo, no uso do hífen - que deverão ser discutidas entre as Academias de Letras dos países que falam a língua portuguesa. Espera-se que a Academia Brasileira de Letras organize um vocabulário até fevereiro de 2009. Vale lembrar que o que muda é a grafia. Ou seja, nada de pronunciar “lin-gui-ça”. A fala continua a mesma, mesmo sem os dois pontinhos em cima do “u”.

Veja as principais mudanças na ortografia:

G1

Nota: O material do G1 ficou muito bem explicado e didático. Vale a pena ler. Para nós, leitores e escritores, é questão de adaptação. Pensando sob o aspecto global, é um passo dado em direção à unificação de idiomas. Será que estamos assistindo a um gradual esforço para levar todos a uma linguagem somente ou pelo menos eliminar as diferenças existentes?

Movimento de ateus declarados continuam se promovendo pelo mundo

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008 2 comentários

Jornal de Notícia (Portugal) - 24.12.2008.

"Deus provavelmente não existe, de modo que deixe de se preocupar e goze a vida". O inusitado slogan vai decorar 30 autocarros de Londres, no Reino Unido, durante todo o mês de Janeiro próximo.
Conscientes de que na era da imagem até as guerras de religião podem ser travadas em cartazes publicitários, os ateus britânicos apelaram ao lema para tentar convencer as pessoas de que Deus é uma invenção. Por iniciativa da British Humanist Association (BHA) e do seu presidente, o professor Richard Dawkins - reconhecido teórico da evolução, catedrático na Universidade de Oxford e autor de vários livros de divulgação científica, como "A Desilusão de Deus" (Casa das Letras) -, numa iniciativa sem precedentes mas que reflecte o aparente regresso do ateísmo militante, tão vigoroso na época das Luzes (século XVIII), ao Ocidente.
Em Portugal, país de tradições católicas tão antigas que o mito fundador do país atribui à inspiração divina a vitória de D. Afonso Henriques sobre um exército muçulmano muito maior do que o seu nos campos de Ourique, em 1139, o ateísmo é ainda pouco visível. Não obstante, foi já constituída, em Maio, a primeira Associação Ateísta Portuguesa (AAP), que não enjeita adoptar "uma campanha semelhante à de Dawkins", segundo Carlos Esperança, presidente daquela organização.
Todavia, mais do que a campanha londrina - que poderá estender-se a outros países europeus e até aos EUA -, interessa questionar a que se deve esse fulgor de recusa do divino. Porquê agora? E quais os seus objectivos? E estará de facto a religião em declínio no Mundo Ocidental, ou assume novas configurações? A quatro dias do Natal, essa festa maior da Cristandade que celebra o parto da criança que seria Deus tornado homem, é o tempo ideal para reflectir sobre as razões que movem os novos assassinos Dele. E das demais divindades.
É possível não acreditar no divino?
O problema de fundo assinalado por Carlos Esperança é, pelo contrário, o maior êxito da BHA: propondo-se angariar os 8064 dólares necessários a um mês de anúncios em 30 autocarros, levou só duas horas para amealhá-los, numa campanha que, iniciada a 21 de Outubro, chegou a Dezembro com mais de 190 mil dólares.
“Os doadores sentem que não têm voz, que o Governo e a sociedade prestam demasiada atenção à religião e aos seus líderes, enquanto ignoram os que não são religiosos”, diz Hanne Stinson, directora da BHA, para justificar a surpreendente adesão.
A iniciativa soma-se a outras manifestações de um ateísmo mais activo na Europa, como a proliferação de ensaios contra a religião e o aumento dos pedidos de apostasía em Espanha e Itália, por exemplo – em Portugal não há dados. Inclusivamente nos EUA, cujas notas de dólar trazem o lema “in God we trust”, nos últimos anos as associações de não-crentes observaram um crescimento sustentado. E a Secular Coalition for America conseguiu, até, contratar um lóbista no Congresso, Lori Lipman Brown, visando contrariar a influência da religião na arena política. Radical, Dawkins chega a dizer, no seu “best-seller” (1,5 milhões de exemplares vendidos) que “a situação actual dos ateus nos EUA é comparável à que enfrentavam os homossexuais há 50 anos”. Só que, ao contrário dos grupos religiosos, sustenta, o problema dos ateus é que não estão organizados.
Mas começam a ficar. Para o teólogo Anselmo Borges, que acabou de publicar uma colectânea de artigos (”Janela do (In)finito”, Campo das Letras) onde debate também o ateísmo, a nova investida dos ateus e respectivo ensejo organizativo “deve-se ao materialismo e o hedonismo actuais”. Sugere, porém, que “as principais motivações estão, por um lado, no avanço da Ciência, designadamente da genética e das neurociências, que já fornecem muitas respostas sobre o Homem”, e, por outro lado, “no Mal do Mundo”, isto é, “face à violência e à guerra que são geradas em nome de Deus, as pessoas tendem a advogar que seria melhor que esse Deus não existisse. Essa é, aliás, a tese central de Dawkins”, assinala.
No entanto, a militância renovada dos ateus, reflectida na abundância de obras que defendem o ateísmo – por autores tão ilustres como Christopher Hitchens (”Deus não é Grande”, Dom Quixote), Sam Harris (“O Fim da fé”, Tinta-da-China), Michael Onfray (”Tratado de Ateologia”) e John Dupré (”Darwin’s Legacy”) –, não parece ser tanto uma reacção ao terrorismo integrista islâmico, mas antes um ataque às igrejas do Ocidente. A campanha de Dawkins nos autocarros será uma resposta, diz a BHA, “às operações agressivas de grupos cristãos fundamentalistas, que usam os espaços promocionais dos transportes públicos para proselitismo”.
Em Portugal, os objectivos globais da AAP são os mesmos: além de uma “aceitação social do ateísmo”, pretende “erradicar a influência da religião, designadamente da Igreja Católica, sobre o Estado, e o regresso à ética republicana, que é urgente”, diz Esperança, assinalando que no último estudo sobre a matéria em Portugal, de 2002, “cerca de 400 mil pessoas declararam-se ateias ou não-crentes, e não chocaria que hoje fossem cerca do dobro”. Aqui ao lado, Espanha será o caso de maior radicalismo. Após 40 anos de franquismo com apoio da Igreja Católica, a reacção anticlerical dos jovens é muito mais virulenta, e as solicitações de apostasía multiplicaram-se: no primeiro semestre deste ano foram 529, superando o total de 2007 (287) e de 2006 (47).
As estatísticas parecem contrariar, porém, a ideia de que o ateísmo militante estará a crescer na Europa: só um quarto da população é que se declara “não religiosa” e apenas 5% se afirma ateu convicto. De resto, ser ateu é muito mais do que a recusa do Estado confessional ou a indiferença, quiçá o abandono, da prática religiosa: para o teólogo alemão Hans Küng, “o autêntico ateísmo nega todo o tipo de Deus e todo o divino, tanto entendidos em sentido mitológico como concebidos de forma teológica ou filosófica”. Neste sentido, o próprio ateísmo, enquanto experiência espiritual, estará a perder terreno. “A maioria dos não-crentes diz-se, na realidade, agnóstica, pois o ateísmo implica uma profunda convicção sobre uma questão: a não existência de Deus. E a verdade é que todos duvidam”, realça o filósofo francês Michel Eltchannoff.
Essa natureza dubitativa em torno do divino poderá explicar, até, o ressurgimento contemporâneo das superstições, seitas e ocultismos. Em França, país de Descartes e dos Enciclopedistas, as artes divinatórias geram um volume de negócios de 4200 milhões de dólares anuais, isto é, cerca de 15 milhões de consultas por ano, repartidas entre uns 100 mil “profissionais” da bola de cristal, mais os livros de profecias, astrologia e ciências ocultas… Em Portugal, embora falte estatística, a proliferação de anúncios de videntes e quejandos é suficiente para perceber que o negócio prospera, autorizando a tese de que vivemos num Mundo onde o irracional é a norma e grande parte da Humanidade crê em Deus, ainda que cada qual o defina a seu modo.
Aliás, neste contexto torna-se pertinente a pergunta sugerida por Anselmo Borges: “Porque é que a campanha publicitária dos autocarros londrinos declara que Deus ‘provavelmente’ não existe? Porque não dizer logo que ‘Deus não existe’, se há essa certeza?”. Segundo a BHA, porque o “provavelmente” evita ferir susceptibilidades e violar as leis britânicas da publicidade. Mas a melhor explicação talvez radique, afinal, na advertência formulada na Grécia pelo matemático Euclides, 300 anos antes de Cristo: “O que é afirmado sem provas pode ser refutado sem provas”.

Nota: Estas campanhas ateístas, inclusive na mídia, demonstram, na minha opinião dois aspectos. O primeiro, de que os ateístas estão, de certa forma, amedrontados ou preocupados com a crescente busca das pessoas por algo maior do que elas. Essa necessidade de se voltar a Deus é um comportamento que incomoda os ateus convictos ou declarados. Outro aspecto é o desejo intenso de promoção pessoal e de divulgação dos seus ideais em busca de adeptos, seguidores, enfim, esse ateísmo midiático acaba funcionando como uma religião também. É necessário respeitar o ponto de vista deles, porém o que esse tipo de movimento procura realçar é a dúvida, a incerteza. Isso me faz pensar no relato bíblico do Éden quando Adão e Eva foram colocados diante da opção de duvidar de Deus. O inimigo de Deus, através da serpente, tentou o casal edênico não a descrer em Deus, mas a duvidar por um pouco do que Ele havia dito. A mesma dúvida é oferecida a todos hoje. Cabe às pessoas decidir se aceita ou não essa argumentação.

30% Dos docentes ingleses são a favor do criacionismo

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Jornal O Estado de S.Paulo, 24.12.2008.
Original do jornal The Guardian (Inglaterra)


Mais de um quarto dos professores de ciências das escolas públicas da Grã-Bretanha acredita que o criacionismo deveria ser ensinado com a Teoria da Evolução nas escolas, de acordo com uma pesquisa realizada com profissionais do ensino fundamental e médio do país. Foram ouvidos 923 docentes e outros 65% discordaram da inclusão das explicações religiosas para a origem do Universo no currículo escolar.Os 29% que se disseram a favor concordaram com a frase apresentada pela pesquisa: "O criacionismo deveria ser ensinado nas aulas de ciências com as teorias do Big Bang e da Evolução ." A maioria dos professores (73%), no entanto, respondeu que o tema poderia ser debatido em sala de aula ao se falar sobre evolução e Big Bang.
Alguns cientistas ingleses ficaram surpresos com o resultado da pesquisa porque consideraram alto demais o número de professores dispostos a incluir explicações religiosas no currículo. O mais conhecido biólogo evolucionista da Grã-Bretanha e um secularista de destaque, Richard Dawkins, classificou o resultado como uma "vergonha nacional". Os professores que defendem o ensino do criacionismo também se posicionaram contra a orientação do governo quanto ao assunto, cujo texto diz que "o criacionismo e a criação inteligente não fazem parte do currículo dos programas nacionais para o ensino de ciências e não devem ser ensinados como forma de ciência."
A pesquisa também indica um forte apoio às opiniões do ex-diretor de educação da Royal Society, Michael Reiss. Ele renunciou ao cargo em setembro por causa da polêmica causada pelas suas opiniões a favor do criacionismo nas escolas. Reiss comentou a pesquisa e disse que as aulas de ciências nas escolas oferecem "uma fantástica oportunidade" para que os estudantes de todas as idades sejam apresentados ao pensamento científico sobre as origens do universo e da evolução da vida. "Alguns estudantes apresentam crenças criacionistas. A tarefa daqueles que ensinam ciências é, portanto, ensinar a ciência garantindo que tais estudantes sejam tratados com respeito." Reiss diz que o criacionismo não deveria ser tratado como equívoco, mas como visão de mundo. "O simples fato de uma determinada coisa não ter fundamento científico não me parece ser razão suficiente para justificar a exclusão do tema de uma aula de ciências." No Brasil, recentemente, o Colégio Mackenzie e outros de religião batista causaram polêmica ao incluir o criacionismo em aulas do ensino fundamental. O Ministério da Educação (MEC) se posicionou contra a decisão.

Nota: O momento é de um recrudescimento na discussão do criacionismo como teoria a ser levada em conta nos currículos escolares. Fico feliz que esse debate venha à tona, pois o ensino da criação de Deus, que infelizmente não é defendido por algumas igrejas que se autodeclaram cristãs, tem diversos aspectos que se harmonizam perfeitamente com a ciência. Inclusive, em breve, estará no ar um site com cursos on-line sobre o criacionismo. É a escola criacionista que deverá mostrar, ainda mais, de forma detalhada, o que pensam os criacionistas, sua linha de raciocínio, algo que, por enquanto, está sendo possível somente em alguns poucos meios de comunicação.

6° ENCONTRO NACIONAL DE CRIACIONISMO

domingo, 21 de dezembro de 2008 0 comentários

Infelizmente não poderei estar presente, mas gostaria de indicar a sexta edição do Encontro de Criacionismo do Unasp, em São Paulo. Vale a pena pelos temas e palestrantes que participarão.
Saiba tudo sobre o evento em www.unasp-sp.edu.br/criacionismo.

Bispos franceses preocupados com o desaparecimento do domingo como dia do Senhor

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Agência Zenit, 17.12.2008.


O domingo em risco na vida atual» é o título do documento que os bispos franceses divulgaram na segunda-feira passada, 15 de dezembro, por ocasião do projeto de lei francês sobre o trabalho no domingo.

O documento foi elaborado pelo Conselho para as questões familiares e sociais da Conferência dos bispos da França.

Os bispos aduzem razões tanto sociais como antropológicas para argumentar sobre a importância do dia de descanso semanal na cultura ocidental e para o bem-estar das famílias.

Por um lado, afirmam, é necessário «um tempo para descansar, viver em família, ter uma vida social e desfrutar de diversas atividades culturais e esportivas, etc.», escapando das constrições impostas pelo trabalho durante o resto da semana.

Com relação às razões sociais que aconselham não eliminar o dia de descanso semanal, os prelados advertem que a economia e o trabalho «não podem ter a última palavra na vida social», e recordam que quando se regulou pela última vez esta questão, em 1906, afirmava-se que o domingo supõe «uma experiência social que é importante respeitar».

Os defensores da consideração do domingo como dia de trabalho, precisam os bispos, são sobretudo as grandes superfícies comerciais, que pretendem assim «dinamizar a economia», mas, advertem, esta medida está «distante de ser eficaz», porque o problema «tem mais a ver com o poder aquisitivo real dos consumidores», acrescentam.

Também, para os trabalhadores, as vantagens salariais do trabalho extraordinário desapareceram, «a menos que se recorra a empregos a tempo parcial que continuem reforçando as situações de estado precário de muitas famílias».

Finalmente, advertem, apagar o caráter particular do domingo «é um caminho fácil que, com o pretexto do liberalismo, retira do homem uma indicação objetiva, inscrita no tempo, de sua dimensão espiritual».

«A abertura das lojas no domingo voltaria a banalizar este dia e a fazer as leis do comércio passarem por cima da dimensão amistosa, familiar e espiritual da existência. Isso acentuaria a atomização da sociedade francesa», sublinha o Conselho para as questões familiares e sociais da Conferência dos bispos da França.

O domingo para os cristãos

Para os cristãos, o domingo é o dia do descanso e também da libertação do mal mediante a ressurreição de Cristo. «A assembléia dominical celebra com antecipação o ‘banquete celeste’ e a esperança da volta do Senhor. A missa do domingo expressa ao mesmo tempo o sentido e a finalidade da vida dos cristãos», explica o documento.

Desde os primeiros séculos, o significado do domingo como dia da Eucaristia «precedeu a instauração do domingo como dia de descanso semanal», a qual «permitiu enriquecer a celebração do dia do Senhor» como «dia dedicado à família e à contemplação espiritual».

Atualmente, diante do desespero do desaparecimento do descanso dominical, advertem os bispos, «os cristãos, guardando o domingo, fazem um chamado profético: o homem não vive só de pão».

A Igreja, ao defender o domingo, não só «manifesta sua vontade de que os cristãos vivam esse dia em condições favoráveis», mas também «deseja prestar um serviço a toda a sociedade, para que possa encontrar um caminho que permita tornar a vida humana cada vez mais humana».

O documento pode ser lido em: www.elise.catholique.fr.

Nota: O descanso sabático, tal como descrito em Gênesis, confirmado em Êxodo e aludido em boa parte da Bíblia, inclusive nos evangelhos e no livro de Atos dos Apóstolos, foi deixado por Deus para a humanidade há muito tempo. Os que já descobriram a essência desse descanso estão gozando das bênçãos do Senhor.

Papa diz que diálogo inter-religioso é prioridade para união européia

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008 1 comentários

Site da Rádio Vaticano, 09.12.2008 - grifo acrescentado

Foi publicada esta terça feira a mensagem de Bento XVI enviada ao presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, e ao presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, Arcebispo Gianfranco Ravasi, por ocasião do Dia de Estudos do passado dia 3 de Dezembro sobre o tema "Culturas e religiões em diálogo". Na sua mensagem o Santo Padre afirma que "o diálogo intercultural e inter-religioso é uma prioridade para a União Europeia e que a diversidade deve ser acolhida como um factor positivo e enriquecedor". O pontífice reitera que a "Europa de hoje é fruto de dois milénios de civilização, e as suas raízes estão arraigadas tanto no antigo património greco-romano quanto no fecundo terreno do Cristianismo, que se revelou capaz de criar novos patrimónios culturais"."O novo humanismo, originado da mensagem evangélica, exalta todos os elementos dignos da pessoa humana e a sua vocação ao transcendente, purificando-os dos resíduos que ofuscam o rosto autentico do homem, criado à imagem e semelhança de Deus" afirma o Papa.
O pontífice sublinha ainda, que a "Europa exerceu e ainda exerce uma influência cultural no mundo inteiro e deve sentir-se particularmente responsável não só pelo seu futuro, mas também pelo futuro da humanidade"."Apesar de alguns europeus tentarem ignorar as raízes cristãs da Europa, elas permanecem vivas e devem traçar o caminho e alimentar a esperança de milhões de pessoas que compartilham os mesmos valores". Bento XVI diz ainda que, para um diálogo autêntico, deve-se evitar o relativismo e o sincretismo, e ser animados por um sincero respeito pelos outros e por um generoso espírito de reconciliação e de fraternidade.
O Papa encoraja aqueles que se dedicam à construção de uma Europa acolhedora, solidária e cada vez mais fiel às suas raízes, e convida os europeus a protegerem a herança cultural e espiritual que fazem parte da sua história. O Santo Padre conclui a sua mensagem, afirmando que a Igreja deve dialogar com o mundo e que os fiéis devem estar sempre prontos para promover iniciativas de diálogo intercultural e inter-religioso, a fim de incentivar a colaboração sobre temas relativos à tutela dos direitos humanos e da família, o bem comum, a defesa da vida, a construção da paz e o desenvolvimento.

Nota: O papa diz que a prioridade para o diálogo inter-cultural e inter-religioso é da União Européia, mas a verdade é que se trata de uma prioridade para o próprio Vaticano. Fica nítida a intenção de Ratzinger de estreitar laços com os europeus em cima de uma base não bíblica, mas política. Em seus discursos, o papa não fala para os europeus se aproximarem mais de Deus, mas sim, para se voltarem mais ao Vaticano e buscar um diálogo unificado. Eu pergunto: unificado em torno de que exatamente? Dos ensinamentos de Cristo tais como estão nos evangelhos? Ou se trata de uma unificação meramente política com vistas a ter um domínio maior na geografia mundial?

BRASIL É UM DOS PRIMEIROS EM RANKING DE SUBORNO

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Do site da BBC Brasil, 09.12.2008.

O Brasil ocupa uma das primeiras posições em um ranking de percepção de suborno transnacional elaborado pela ONG Transparência Internacional (TI).
O estudo, intitulado Bribe Payers Index (“Índice de Pagadores de Suborno”, em tradução livre), foi elaborado a partir de entrevistas com 2.742 empresários de 26 países e analisou a propensão ao pagamento de suborno de empresas dos 22 maiores países exportadores.
Durante as entrevistas, questionou-se sobre a freqüência com que as empresas desses 22 países participam de operações que envolvem subornos nos países de origem dos entrevistados.
A partir daí, foi criado um ranking que lista, nas primeiras posições, os países cujas empresas têm menores índices de corrupção e, em último, os países cujas companhias mais praticam subornos. O Brasil aparece em 17° lugar, empatado com a Itália - na listagem inversa, com os países que mais pagam propina no topo, o Brasil ocupa a 5ª posição.
Brics
Os outros três países que formam com o Brasil o chamado grupo dos Bric (Rússia, Índia e China) tiveram classificações piores no ranking, sendo que a Rússia aparece como o país cujas empresas mais se envolvem em casos de pagamentos de propina no exterior.
Já a Bélgica e o Canadá ficaram empatados em primeiro lugar, o que indica que suas empresas se envolvem menos em casos de corrupção, segundo os entrevistados.
“O índice traz evidências de que companhias dos maiores países exportadores ainda se utilizam de suborno para fazer negócios em países estrangeiros”, diz a presidente da Transparência Internacional, Huguette Labelle.
“A desigualdade e a injustiça que a corrupção causa tornam vital que os governos redobrem seus esforços para reforçar as leis contra o suborno por parte de companhias estrangeiras. Do mesmo modo, todos os grandes países exportadores devem se comprometer com as medidas da Convenção Anti-Corrupção da OCDE”, completa.
Tipos de corrupção
O relatório também mostra quais os diferentes tipos de subornos utilizados por empresas dos 22 maiores exportadores do mundo.
Segundo pouco mais de 20% dos entrevistados, o tipo de corrupção mais praticado por empresas brasileiras no exterior é o suborno a autoridades públicas menos graduadas, que é definido pela ONG como aquele utilizado para “apressar as coisas”.
Já cerca de 50% dos entrevistados afirmaram que as empresas russas, além do suborno a autoridades menos graduadas, costumam também corromper partidos políticos e altas autoridades.
As empresas mexicanas, por outro lado, foram apontadas por 38% dos empresários ouvidos como aquelas que mais utilizam relações pessoais e familiares para conseguir contratos públicos.
O estudo ainda traz a opinião de empresários sobre quais empresas estrangeiras se envolvem em mais casos de corrupção em seus países.
Os empresários da Europa e Estados Unidos que responderam à pesquisa, por exemplo, consideram que a China e a Itália são países cujas empresas costumam se envolver mais em corrupção na região. Já as companhias suíças e belgas são vistas como as mais honestas.
As empresas chinesas também são vistas nos países da América Latina que participaram da pesquisa (Argentina, Brasil, Chile e México), como as que mais pagam suborno nesta região. As empresas alemãs foram consideradas as mais idôneas.

Como diz a Bíblia, especialmente em Tiago 5:2, "as vossas riquezas estão corruptas e as vossas roupagens, comidas de traça". O texto completo do capítulo 5 do livro desse apóstolo dá um panorama geral dos seres humanos preocupados apenas com o dinheiro e como Deus encara esse tipo de situação. O registro bíblica avalia, naquele caso também, o quão inútei é se apegar aos bens materiais como a prioridade da vida e agir, inclusive, de maneira desonesta para obtê-los. Vale totalmente para os nossos dias e vem ao encontro do que trata a reportagem acima. Vale a pena refletir a respeito.

Colunista da Veja defende ensino de criacionismo nas escolas

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Do blog do jornalista Reinaldo Azevedo, que também tem coluna na Revista Veja.

DARWIN E DEUS
A questão do ensino do criacionismo pegou fogo, não é? Dona Reinalda postou os comentários. Disse-me ao telefone que teve de cortar muita coisa, “gente puxando a faca de um lado e de outro”. Pois é. Nas minhas andanças, tenho dito que esse negócio de a gente se pôr no lugar do outro para debater é bobagem mesmo. Reivindique a diferença. Temos de argumentar estando no nosso lugar. Mas o confronto precisa ter regras, tenho afirmado também.
Nos comentários que eu mesmo mediei, noto que alguns que falam em nome da ciência, da razão, do laicismo, do agnosticismo e até do ateísmo pretendem que Deus tem de estar ausente da escola já que, dizem, é uma realidade que não pode ser comprovada. É nessa hora que enrosco com essa turma. Querem ver Deus? Só admitem Deus se ele falar na Sarça Ardente, mas, desta feita, cara a cara com o vivente? Está posto que não sou Santo Tomás. Não vou eu aqui expor provas da existência de Deus, muito menos provas novas. Hoje em dia, esse debate é inútil.
O que acho evidência de obscurantismo e, perdoem-me, um pouco tolo também é querer negar a importância, então, cultural de Deus. De todos os argumentos, o que menos pára em pé é o que sustenta que as religiões já mataram muito. É mesmo? Só elas? E o cientificismo? Estará assim com os ombros tão leves? Por aí, estamos numa guerra sem vencedores.

Já disse: nessa questão do ensino, nego-me a entrar no mérito religioso. A questão que debato desde sempre é outra: democracia e tolerância. Podem as escolas religiosas sustentar um ponto de vista religioso sobre a origem das espécies? Eu acho que podem. E recomendo – parece que assim tem sido feito – que busquem informar o aluno sobre a amplitude do debate. E os pais têm de estar cientes das escolhas que estão sendo feitas.Aí diz um leitor: “Ah, mas então elas teriam de falar sobre todas as religiões”. Não, meu caro. Essa “religião” é outra: o ecumenismo. Vale como princípio de paz entre os povos.
Mas as posições propriamente religiosas são, muitas vezes, inconciliáveis. Compreendo também outra restrição: “Que falem de criacionismo na aula de religião, não na de biologia”. Prefiro assim: que, na aula de biologia, se faça a melhor exposição possível da teoria darwinista e também da concepção criacionista. Aliás, acredito que, NO QUE CONCERNE À FORMAÇÃO INTELECTUAL DOS ALUNOS, isso poderia ser feito tanto nas escolas laicas como nas religiosas. Conviver com as diferenças é difícil? Ô se é! Afinal, qual é o ponto ou a exigência? “Olhem, nós estamos aqui, numa escola católica (presbiteriana, batista, judaica, islâmica...), mas estamos convictos de que essa gente só diz bobagem”.
Não é possível. Ademais, as escolas não-religiosas estão aí, ao alcance de todos.O estado brasileiro é laico? É. A maioria dos estados democráticos exibe essa condição – democracia que, não custa lembrar, o cristianismo ajudou a construir. Mas deixo agora esse aspecto de lado.
Que não haja uma orientação religiosa oficial, parece-me positivo, o que não quer dizer que os valores das, vá lá, religiões não pudessem ser abordados na sua dimensão histórica, cultural, moral e ética. Ademais, expostas as concepções sobre a origem das espécies, suponho que um professor de biologia tenha mais o que fazer, não? Duvido que, numa escola confessional, depois de explicar a meiose, ele emende: “Gente, é assim porque Deus quer”.Há, sim, muito de intolerância nessa conversa toda.
Mas, dado o que tenho visto, ela parte bem menos dos religiosos. Um das minhas filhas estuda numa escola que pertence a uma ordem católica. E vou ficar muito bravo se os professores lhe sonegarem as verdades de Darwin e as da nossa religião.Sim, sei: é bem mais fácil ser tolerante com os que concordam com a gente...
Interessante o ponto de vista do jornalista Reinaldo Azevedo, famoso por suas críticas ácidas em todos os níveis. Mas o que ele disse os criacionistas equilibrados concordam: o que se espera em educação é o direito de estabelecimentos de ensino de apresentarem, tanto a teoria evolucionista, quanto a criacionista.

Visão da tragédia de Santa Catarina

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008 0 comentários

Muito bom esse texto por causa da singular visão de quem presenciou a tragédia.

Por Fábio Corrêa, de Blumenau.

22 de Novembro de 2008 era para ser um sabado normal, nao fosse o excesso de chuvas que caia em volume nunca visto durante os 3 ultimos meses e a realizacao da Caravana da Esperança em Blumenau pelo Pr. Neumuel Stina que pregava enquanto a chuva caia fortemente nos pátios na Vila Germânica em Blumenau. Choveu o dia todo e a noite toda. Quando amanheceu o dia 23, fui acordado por minha esposa que me mostrou o rio que corre atrás do nosso prédio. Ele estava cheio e quase chegava no quintal do condomínio: 8,5 metros, enchente em Blumenau. Tiramos o carro da garagem e levamos a um morro próximo. Fui à padaria e fiquei assustado. Não havia luz, nem pão. Uma fila enorme. Um desastre eminente?
Corri para a igreja e me juntei a dois diáconos para juntos salvarmos os moveis e utensílios das parte de baixo da igreja. A água cobria a calcada enquanto uma canoa era levada pela correnteza. Às 11h00 um amigo chegou machucado com suspeita de fratura em ambos os pés, um motoqueiro o levou ao hospital. Na igreja nosso almoço foi 3 pacotes de bolacha recheada que pegamos do mutirão do Natal. Pouco tempo depois o telefone toca e uma voz assustada dizia que iria abandonar o prédio, pois todas as casas em frente dele estavam caindo, que horror, O rio já estava em 10 metros. Saímos da igreja de caiaque e atravessei a Alameda com água pela cintura. Quando entrei na Hermann Huscher presenciei uma cena que nunca tinha visto na vida. As casas pareciam de papelão e os morros derretiam como sorvete sob o sol de primavera. Pessoas gritavam,outras choravam. Minha esposa saia entre a lama abraçada e chorando com uma amiga. O Vizinho trazia minha filha no colo assustada sem entender o que estava acontecendo. Um primo nos deu abrigo, comida e cama. Começava uma semana que marcaria a vida de todos nós.
Tinha 10 anos quando ocorreram as terríveis enchentes de 83 e 84, não me lembro de muita coisa, mas desta vez nos estávamos completamente envolvidos. Desde a menina de 3 anos que morreu soterrada na Rua Araranguá no primeiro dia da enchente, até a família de 4 pessoas que foi soterrada nesta sexta feira no já famoso morro do Baú. Tudo isso mexeu conosco. Vizinhos perderam as casas, amigos e irmãos perderam tudo, uma vida, um sonho,
No rosto dos blumenauenses um misto de angustia, medo, dor, perdas, mas principalmente solidariedade. A Tragédia uniu a todos, seja no prédio, na rua ou na igreja. Não importava a cor da pele, a posição social, a religião. Todos arregaçaram as mangas e se puseram a trabalhar para minorar a dor dos flagelados: Seja socorrendo um vizinho, limpando casas, fazendo comida, levado mantimentos, ou orando. Todos irmanados com uma força colossal e com uma esperança titânica. Vamos Recomeçar, vamos construir tudo de novo.
No meio da semana A ADRA e sua valorosa equipe começava a trabalhar, o primeiro caminhão abarrotado de mantimentos chegava de Florianópolis, de todos os cantos de Blumenau, os irmãos vinham buscar comida, água e roupa para seus vizinhos, parentes e amigos. Nunca vi tanto desprendimento e caridade. Ontem mais dois caminhões , um de pessoas que nem conhecemos la de Bom Retiro e Alfredo Wagner. É o Brasil unido por Santa Catarina.
Na Semana da Caravana da Esperança, o que mais se fala é de Esperança, Esperança , Esperança. Onde está a Esperança? Quem sabe a resposta esteja na calamidade, nos desbarrancamentos, no morro! Foi isso que se viu neste final de semana trágico: No bairro Garcia houve uma grande desbarrancamento num morro, a lama correu e as arvores caíram, mas as que ficaram formaram algo que nos chama a atenção: Uma cruz.
Uma cruz? Sim uma cruz. Elevo os meus olhos para os montes. De onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor que fez os céus e a terra. No ano do Impacto Esperança A Cruz está lá como um lembrete para os blumenauenses e para o mundo de que na Cruz há Esperança.
Esperança para reconstruir tudo de novo, esperança de dias melhores, de dias de sol. Esperança de um novo amanhã, não aqui, mas na Pátria além.
29 de Novembro de 2008, mais um sábado chegou, era para ser diferente, mas aqui estamos nesse teatro com nossos lideres que vieram para nos trazer uma palavra de conforto, de amor, de fé e principalmente esperança.

 
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