Em resposta ao amor

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009 3 comentários

Por Rejane Godinho, teóloga.

Todos correm para dar conta de suas atividades e o tempo parece voar. São tantos os atrativos, as necessidades, os deveres, os compromissos, os desafios, as metas a cumprir!

Como é fácil nos perder em meio a tantos afazeres e tirar os olhos das prioridades que permanecem e que realmente nos trarão paz, realização, senso de pertinência e aquele “algo mais” que buscamos.

A prioridade número um que está se perdendo com a falta de tempo é o relacionamento com Deus. Sem relacionamento pessoal, individualizado, não há conhecimento real, nem empatia, admiração, amizade, amor, respeito, compreensão. Não se sabe o que o outro gosta ou não.

Para manter o relacionamento com o ser humano “aquecido”, Deus estabeleceu o sábado, no sétimo dia da Criação (Gênesis 2:1-3), para um encontro semanal. Como a criação do universo e do mundo estava completa e perfeita em seis dias literais, num alto padrão de qualidade, Deus descansou, mudou de atividade (Salmo 121:3; Isaías 40:28), mas manteve Seu foco no ser humano.

Em reconhecimento ao cuidado, proteção, amor, sabedoria e poder divinos e em gratidão aos presentes da salvação, perdão e reconciliação com o Senhor, nós O adoramos. A adoração é uma estrada de mão dupla: é inspirada por Deus, mas a reação é nossa, através da oração, louvor, pregação, do serviço, da devoção e da homenagem prestada a Deus (prostrar-se como sinal de reverência). A verdadeira essência da adoração é o relacionamento divinamente estabelecido entre Deus e o homem, não os sentimentos (Salmo 95:6-11).

Quando descansamos das atividades corriqueiras da semana, no sábado, temos a oportunidade de contemplar as obras de Deus em nosso favor, nos sentimos alegres e nosso impulso é adorá-Lo, fortalecendo o relacionamento com o Senhor. Apreciamos a fauna, a flora, o relevo, as estrelas, as constelações, os planetas em tão profunda harmonia, diversidade e complexidade e somos levados de volta à origem, aos braços dAquele que tudo sabe, tudo pode e está atento para suprir cada uma das nossas necessidades. Quando adoramos a Deus no sábado, estamos respondendo positivamente ao Seu amor.

Nota: Sugiro a leitura deste e de outros artigos interessantes sobre o sábado no site www.sabado.org

Maquiagem traz sérios riscos à saúde das garotas

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009 0 comentários

Veja On Line, 23.12.2009.


Produtos de beleza como máscara, sombra e base foram considerados perigosos para a saúde das garotas. Pesquisadores do grupo americano de defesa da saúde pública The Environmental Working Group (EWG) descobriram que produtos de maquiagem trazem uma série de elementos químicos ligados ao câncer, à infertilidade e ao descontrole dos hormônios.

Um estudo realizado pelo grupo EWG avaliou garotas entre 14 e 19 anos e constatou que todos os produtos de beleza usados por elas continham elementos químicos perigosos, como phthalates, triclosan, parabens e musks. Esses produtos foram associados ao câncer e a problemas hormonais no passado, e os cientistas temem que eles também tenham ligação com a depressão.

Segundo os pesquisadores, as adolescentes tendem a usar cerca de 17 produtos de beleza por dia, enquanto os adultos usam 13. Outra descoberta alarmante: apesar de grande parte das meninas britânicas não usarem maquiagem antes dos 11, alguns salões e produtos estão disponíveis para crianças de até 6 anos.

Stacy Malkan, cofundador da Campanha por Cosméticos Seguros, falou ao The Sun sobre os riscos. "As garotas mal se tornam adolescentes e já convivem com um ritual de maquiagem diário. Esses produtos as colocam em contato com elementos químicos perigosos, o que pode ser muito negativo para sua saúde", alertou.

Nota: Interessante este tipo de pesquisa, ainda que saibamos que muitas pesquisas possuem orientação tendenciosa. Mas fica um importante alerta quanto ao uso de maquiagem pesada, principalmente por parte de crianças e adolescentes. Interessantes, também, são textos bíblicos como I Timóteo 2:9,10 e I Pedro 3:3 que tratam da modéstia cristã. Evidentemente estes textos aludem mais à vestimenta, mas a questão de modéstia, ou seja, algo mais modesto e simples no vestir, também pode ser aplicado a questão de pinturas, etc. De forma alguma, considero errado e nem a Bíblia assim o considera ruim o cuidado que mulheres e homens precisam ter ao se vestir e com sua aparência pessoal. Mas o exagero e a falta de uma aparência simples não estão dentro da expectativa divina.

Escritoras de bestsellers para as garotas se reúnem em coletânea de horror

terça-feira, 22 de dezembro de 2009 0 comentários

Folha On Line, 22.12.2009, 8h29min.

Uma das surpresas mais curiosas para as jovens leitoras em 2009 foi o lançamento de "Formaturas Infernais", uma coletânea de contos de autoras de bestsellers como Meg Cabot, de "O Diário da Princesa", e Stephenie Meyer, criadora da saga "Crepúsculo", entre outras.

São narrativas curtas em primeira pessoa que reúnem horror e romance e usam de bom humor e diálogos afiados para mostrar o lado romântico de histórias repletas de vampiros, zumbis, demônios, maldições e fantasmas. As histórias de "Formaturas Infernais" puxam de fato mais para o lado romântico do que do terror, com as protagonistas se dividindo entre enfrentar os rapazes sobrenaturais ou se entregando aos seus profundos olhos verdes e ombros largos.

Os contos da coletânea são "A Filha da Exterminadora", no qual Meg Cabot relata as desventuras de uma caçadora de vampiros; "O Buquê", conto que mostra uma brincadeira de uma meninda que quer ser convidada á formatura pelo amigo vai longe demais, "Madison Avery e a Morte" onde a protagonista se depara comum sedutor rapaz que se mostra ser a morte; "Salada Mista" que traz uma adolescente obcecada com livros de autoajuda e "Inferno na Terra", de Stephenie Meyer, conto no qual um demônio feminino que tenta a todo custo destruir uma noite de formatura se depara com um adversário que não pode vencer: o amor.

Nota: Não li nenhum destes livros, portanto não posso falar sobre o teor em si, mas tornar romântico histórias de vampiros é algo que me desagrada. Há tantas histórias interessantes na Bíblia que ensinam lições importantes para nossa vida e que nem são conhecidas.

Revista Veja traz matéria de capa sobre a Bíblia Sagrada

domingo, 20 de dezembro de 2009 0 comentários

Revista Veja, Semana de 20.12.2009.

"No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. Entrando onde ela estava, disse-lhe: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’. Ela ficou intrigada com essa palavra e pôs-se a pensar qual seria o significado da saudação. O Anjo, porém, acrescentou: ‘Não temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado o Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará na casa de Jacó para sempre, e o seu reinado não terá fim’. Maria, porém, disse ao Anjo: ‘Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?’. O Anjo lhe respondeu: ‘O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus. Também Isabel, a tua parenta, concebeu um filho na velhice, e este é o sexto mês para aquela que chamavam de estéril. Para Deus, com efeito, nada é impossível’. Disse então Maria: ‘Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!’. E o Anjo a deixou."

Extraída do Evangelho de São Lucas, a passagem acima é uma das mais belas e conhecidas daquele que é, por sua vez, o livro mais lido e célebre de todos os tempos – a Bíblia. Nela, é narrada a Anunciação, episódio seminal do Novo Testamento, a continuação cristã do livro sagrado dos judeus. Lucas nasceu no primeiro século de nossa era, em Antióquia, onde hoje é a Síria, e nunca chegou a conhecer Jesus: foi discípulo de Paulo, o grande disseminador da palavra de Cristo no mundo não judaico. Mas seu Evangelho é considerado uma obra de envergadura imensurável – e não só porque, ao lado dos Evangelhos de Mateus, Marcos e João, ele compõe o coração do Novo Testamento. Várias sumidades da história têm esse médico de origem grega na conta de um dos grandes de sua categoria – um historiador nato, ciente dos detalhes, afeito à precisão e surpreendentemente atento à necessidade de averiguar fatos. A história da qual Lucas faz a crônica está carregada de aspectos místicos: a de como Jesus nasceu de uma virgem, pregou uma mensagem transformadora, realizou milagres que comprovavam estar Ele imbuído do poder de Deus, e então foi perseguido, torturado e crucificado, para no terceiro dia após sua morte ressuscitar e ascender aos céus. Nas mãos desse autor, entretanto, fato e fé se fundem de maneira tão completa que, mesmo para um leitor ateu ou agnóstico, se torna um desafio separá-los.

O trecho em que o anjo Gabriel anuncia a concepção e o nascimento de Cristo é exemplar de seu estilo. Lucas narra o diálogo entre um anjo enviado por Deus – assunto de fé, portanto – e uma jovem. Mas provê data, lugar e circunstâncias, afere outro evento familiar (a gravidez de Isabel) e relata uma discussão sobre a viabilidade biológica da concepção por uma virgem. Só nessa pequena passagem, tem-se uma síntese de uma questão que está no centro da Bíblia. Como, afinal, esse livro escrito no decorrer de mais de 1.000 anos deve ser lido? Como uma transcrição direta da palavra de Deus, segundo creem tantos? Como a palavra divina inserida em um contexto terreno, o da relação com seu Deus de uma cultura que ia atravessando mudanças geográficas, políticas e sociais? Como um livro histórico, tão somente? Ou, conforme querem outros, como uma ferramenta que grupos diversos podem manejar na busca por poder e supremacia? Seria possível imaginar que, passadas tantas dezenas de séculos do advento desse livro, tais questões não mais teriam lugar no mundo moderno. Sucede exatamente o contrário. A religião nunca deixou de ser força motriz dos rumos da história do homem, tampouco fonte de tensão. E, na última década em especial, ela ressurgiu com efeito redobrado no centro do cenário político global. De onde ler a Bíblia – e entender como ler a Bíblia – não é nem de longe um conhecimento periférico na vida do século XXI.

Um nova-iorquino de origem judia, mas nascido em uma família sem nenhuma inclinação religiosa, deu uma contribuição interessante ao debate. Em 2005, o escritor e jornalista A.J. Jacobs decidiu que viveria o ano seguinte fazendo tal e qual a Bíblia manda – tanto o Velho como o Novo Testamentos. Jacobs, que já fizera fama como o autor de The Know-It-All, sobre os doze meses que passara lendo a Encyclopaedia Britannica de ponta a ponta, colecionou experiências estranhas em quantidade suficiente para escrever outro livro, The Year of Living Biblically (O Ano de Viver Biblicamente), lançado em 2007: suou frio para apedrejar um adúltero, como ordena o Velho Testamento, cultivou uma barba que teimava em guardar vestígios de suas últimas refeições e, uma vez que deixou de contar até mesmo aquelas mentirinhas sociais que tanto ajudam a civilização, passou por malcriado em mais de uma ocasião (veja entrevista na página 158). O livro, claro, é parte troça e golpe publicitário. Mas é também um curioso experimento de, digamos, teologia aplicada: é possível viver, nos dias de hoje, como se viveu 3 200 anos atrás, o período em que se estima que a Bíblia começou a ser escrita?

Reportagem continua. Leia mais em www.veja.com.br.

Nota: Como ocorre quase que anualmente, as grandes revistas semanais costumam dedicar a edição de dezembro para assuntos de religião. Ora, é sobre a vida de Jesus, ora é sobre a Bíblia. Geralmente, a análise, no caso de Jesus, procura mostrar o lado histórico e praticamente ignorar o que a Bíblia revela acerta Dele. Já no caso dessa edição da revista Veja, a reportagem tem bons aspectos, pois evidencia a importância de as pessoas conhecerem a Bíblia. Nas entrelinhas, no entanto, é perceptível o interesse em se combater o que chamam de visão literal da interpretação da Bíblia. Ou seja, na opinião de quem edita e produz a reportagem, não é possível admitir certos conceitos bíblicos porque estariam ultrapassados, descontextualizados, etc, citando, por exemplo, a proibição da ingestão de carne de porco e animais marinhos como camarões, etc. Na minha visão, não é uma questão de literalidade, é questão de fidelidade aos princípios ali assinalados.

Maioria dos estudantes já consumiu bebida alcoólica, diz IBGE

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009 0 comentários

Veja On-Line, 18.12.2009 às

A maioria dos estudantes da 9ª série do ensino fundamental que vivem em capitais brasileiras já experimentou bebidas alcoólicas, revela a Pesquisa Nacional da Saúde Escolar, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com o estudo, 71% desses jovens já beberam pelo menos uma vez na vida e 22% admitem já terem ficado embriagados.

O levantamento foi feito entre 618.500 estudantes - a maioria entre 13 e 15 anos - da 9ª série do ensino fundamental (equivalente a 8ª série) de escolas públicas e particulares de capitais brasileiras mais o Distrito Federal. Entre as outras descobertas, estão a de que 24% do total de alunos já provaram cigarro - e 9% já usaram drogas ilícitas.

Segundo o IBGE, o contato com a bebida acontece principalmente nas festas (37%), lojas (19%) e até em casa (13%). Ele foi maior entre os alunos de escolas privadas (76%) do que nas públicas (70%). A exposição ao cigarro, no entanto, foi mais comum nas escolas públicas, registrada em 25% dos casos - contra 18% nas instituições privadas.

Nota: A pesquisa é enfática, pois aponta 22% de casos confessos de jovens embriagados. E embriaguez pressupõe maior probabilidade de acidentes de trânsito, irresponsabilidade com relação ao sexo, caminho aberto para drogas ilícitas, entre outros problemas. Ponto para projetos, programas e ações que ajudam os jovens a não se envolverem com álcool (droga lícita, mas prejudicial), fumo ou drogas e que dão real sentido à vida de rapazes e garotas. Lamentável para quem estimula a embriaguez entre os jovens.

Rabinos israelenses decretam boicote à internet

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BBC Brasil, 18.12.2009 às 13h11min. Notícia encontrada no Blog de Ronaldo Nezo (http://blogdoronaldo.wordpress.com).

Alguns dos rabinos mais importantes de Israel publicaram um anúncio proibindo o uso da internet, inclusive a navegação nos sites dedicados especialmente ao público judeu ortodoxo.

O rabino Yossef Eliashiv, considerado um dos principais líderes espirituais da corrente ultraortodoxa do judaísmo em Israel, assinou um decreto proibindo seus seguidores de usarem a internet e condenando, inclusive, os sites religiosos.

"Mesmo se os sites fossem totalmente limpos de tudo que é proibido, servem de entrada para a internet impura que já derrubou muitas almas em Israel", diz o anúncio, encabeçado por Eliashiv e assinado por mais 20 rabinos.

"Os sites divulgam impurezas para milhares e dezenas de milhares, de maneira totalmente desenfreada".

"Não se deve olhar para esses sites, nem colaborar com eles de maneira alguma e nem publicar neles", ordenam os rabinos.

O decreto gerou uma crise no setor ultraortodoxo do judaísmo na internet em Israel, que vinha se ampliando nos últimos anos.

Sites fechados

Depois do anúncio, alguns sites ultraortodoxos foram fechados e, em outras páginas, diretores obedeceram às ordens de seus líderes espirituais e se demitiram.

O diretor do maior site ultraortodoxo em Israel, David Rotenberg, se demitiu do cargo.

Rotenberg, fundador do site Behadrei Haredim, porém, defendeu o site e argumentou que a existência de páginas ultraortodoxas fornece aos religiosos um lugar "apropriado" para navegar na internet.

"Qual é a alternativa, sites seculares?", perguntou Rotenberg, que acrescentou que seu site respeita os mandamentos religiosos.

"Em vez de ficar horas em sites proibidos, junto com o público secular, vendo propagandas indecentes, o nosso público pode frequentar um site que respeita a Torah", afirmou Rotenberg.

Yeshaiahu Roter, diretor do site Roter Net, fez um apelo aos rabinos para que retirem o boicote, argumentando que se os sites ultraortodoxos forem fechados, "o público procurará informação em fontes menos decentes".

Exceção

A única exceção permitida pelos rabinos é o uso da internet apenas nos locais de trabalho e exclusivamente para os fins do trabalho e "não para divertimento".

Mesmo assim, o computador deve ser equipado com filtros especiais para bloquear conteúdos considerados "impróprios".

Em Israel existem várias empresas que desenvolvem filtros para bloquear computadores para o público religioso.

Segundo o publicitário ultraortodoxo Igal Revah, é possível criar filtros para obter controle sobre os conteúdos da internet.

Em entrevista ao site do jornal Maariv, Revah afirmou que "como fizeram na China, o controle total é possível".

"É necessário encontrar uma solução tecnológica verdadeira para a internet. Precisamos de uma internet kosher (segundo os preceitos da religião judaica), separada. Segundo minha avaliação, na internet kosher não haverá fóruns", afirmou Revah.

Nota: Realmente a Internet não é um ambiente em que somente boas e úteis informações são propagadas. E, como já tenho ouvido de vários especialistas, não deverá haver um controle tão rigoroso do conteúdo ali disponibilizado nos próximos anos. Fato é que qualquer cidadão praticamente consegue criar um meio de difusão de suas informações na Internet sem praticamente alguma espécie de fiscalização. O que precisa acontecer é seguir alguns preceitos bíblicos bem coerentes, que valem para qualquer tipo de conteúdo.

Em I Tessalonicenses 5:21, o apóstolo Paulo registra um sábio conselho ao dizer que "examinai tudo e retende o bem". Isso hoje chamamos de filtro. Mas o filtro tem de começar nas famílias. Não se trata de um filtro tecnológico e sim familiar. Orientação de pais para filhos e consistência de princípios. Em Filipenses, no capítulo 4, no versículo 8, novamente Paulo apresenta um rol de qualidades que devem fazer parte dos pensamentos das pessoas. E os pensamentos derivam, é claro, daquilo que é alimentada a mente humana. Há muitas oportunidades de divulgação de boas mensagens na Internet. Cabe a cada um de nós ensinar e usar da melhor maneira possível esta ferramenta.

Padrasto confessa ter enfiado agulhas em criança, diz polícia

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009 1 comentários

Site G1, 16.12.2009, 20h26min

A polícia de Ibotirama, no oeste da Bahia, anunciou no início desta quarta-feira (16) que o padrasto confessou ter introduzido agulhas no corpo de um menino de 2 anos. Segundo a polícia, o homem disse que contou com a ajuda de duas mulheres.

O homem, que estava desaparecido desde que prestou o primeiro depoimento na segunda-feira (14), foi levado para a delegacia de Ibotirama, na Bahia.

De acordo com a polícia, ele afirmou que uma das mulheres que ajudou a enfiar agulhas no menino teria envolvimento com uma seita religiosa.

A polícia já suspeitava do envolvimento do padrasto no caso. A mãe da criança teria dito que sempre que o padrasto convidava o garoto para sair, o menino apresentava comportamento estranho e ficava nervoso.

Estado de saúde

O menino, de 2 anos, permanece internado em um hospital em Barreiras (BA). O garoto foi para o hospital depois que reclamou de dores na barriga.

O estado de saúde da criança é estável, mas permanece grave. A criança respira sem ajuda de aparelhos e é alimentada por uma sonda.

Uma equipe da UTI pediátrica do hospital realiza, na noite desta quarta-feira, uma avaliação na criança para determinar se será realizada uma cirurgia para tirar as agulhas que ameaçam órgãos vitais, como o coração e o pulmão.

O menino tem pelo menos uma agulha alojada no pulmão.

Nota: Que tipo de seita religiosa tem interesse em uma atrocidade dessas? Por mais que se respeitem todas as crenças, algumas extrapolam e colocam em risco a vida de crianças. Certamente são crenças que não estão, de maneira alguma, em harmonia com a Bíblia Sagrada.

Estudo revela influência da crise na hostilidade contra minorias

domingo, 6 de dezembro de 2009 0 comentários

Site da Deutsche Welle (em português) - 06.12.2009

Anualmente, um grupo de cientistas de Bielefeld pesquisa o desenvolvimento da rejeição da sociedade a grupos minoritários. O estudo deste ano tratou principalmente dos efeitos da crise sobre a hostilidade social.

Quase metade dos cidadãos alemães se sente ameaçada pela crise econômica, de acordo com a última edição do estudo "O estado dos alemães", apresentado na última sexta-feira (04/12) em Berlim. A pesquisa é realizada desde 2002 pelo Instituto para Pesquisa Interdisciplinar de Conflito e Violência, da cidade de Bielefeld.

O temor maior foi verificado em mulheres de meia-idade, pertencentes às classes menos favorecidas. "Mais de 90% dos cidadãos temem ser socialmente rebaixados por causa da crise", afirmou o cientista social Wilhelm Heitmeyer, do instituto de Bielefeld.

Entretanto, somente 43,6% dos entrevistados afirmaram ter, diante da crise, um sentimento de solidariedade social. Isso fica claro com relação à opinião que as pessoas têm dos desempregados de longa duração, comentou Heitmeyer. A pesquisa constatou que, para 57,2% dos entrevistados, os desempregados alemães querem viver à custa da ajuda financeira do Estado.

Resultados positivos

No entanto, a pesquisa também teve resultados positivos. Sentimentos antissemitas, racistas e contra minorias culturais e sexuais apresentaram declínio nos últimos quatro anos, segundo a sondagem. "Mas não sabemos qual a estabilidade dessa tendência", ressaltou Heitmeyer.

O declínio mais acentuado foi verificado no preconceito contra judeus. Enquanto há sete anos 14,7% dos alemães temiam que os judeus tivessem demasiada influência na sociedade, neste ano foram constatados 9,4%.

Entretanto, durante as crises como a atual, o preconceito tende a aumentar. Principalmente pessoas socialmente discriminadas tendem a associar a causa de sua situação com os clichês tradicionalmente atribuídos aos judeus.

A pesquisa constatou ainda que quase dois terços dos alemães veem erros no sistema capitalista e que a grande maioria (90%) da população culpa banqueiros e especuladores pela crise.

Nível médio

Quanto à opinião a respeito de homossexuais e muçulmanos, apesar de uma ligeira queda, o resultado se manteve similar aos anos passados. Quase 16% dos alemães acham que a homossexualidade é "imoral" e cerca de um terço se sente estrangeiro em seu próprio país, pela presença de muçulmanos, constatou a pesquisa.

Pela primeira vez, neste ano, o estudo realizou também uma comparação europeia da aversão social a minorias. O resultado mostrou que os franceses e holandeses são os menos hostis à maioria dos grupos minoritários.

Poloneses e húngaros, por outro lado, alcançaram os maiores níveis de rejeição tanto contra judeus e muçulmanos quanto contra estrangeiros e homossexuais. O nível de hostilidade social entre os alemães está na média dos países europeus pesquisados.


Nota: Interessante esta pesquisa na medida em que constata que as crises mundiais, como a econômica, influenciam, sim, em um aumento do preconceito de um modo geral, inclusive contra minorias e não se pode deixar de fora as religiosas. Ou seja, crises aumentam a intolerância das pessoas de uma maneira geral. Faz lembrar alguns textos bíblicos associados aos últimos dias deste mundo: Mateus 24:12 ("o amor se esfriará de quase todos"), II Timóteo 3:2 ("pois os homens serão amantes de si mesmos...").

Igreja Anglicana reacende polêmica ao eleger bispa gay

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Portal Terra, 06.12.2009, 10h22min.

A Igreja Anglicana na cidade americana de Los Angeles reacendeu neste domingo uma enorme polêmica ao eleger o que será o segundo bispo abertamente gay da igreja em todo o mundo.

A reverenda Mary Glasspool, de Baltimore, foi eleita bispa assistente, mas ainda precisa que a maioria da Igreja Episcopal nacional apoie a escolha.

Há seis anos, a eleição do primeiro bispo abertamente gay, Gene Robinson, de New Hampshire, causou enormes divisões entre os clérigos e fiéis.

Glasspool, 55 anos, atuou como cânone da Diocese de Maryland por oito anos.

Em um comunicado divulgado após a eleição, ela disse que "qualquer grupo de pessoas que tenha sido oprimido por causa de qualquer elemento isolado de sua personalidade clama por justiça e direitos iguais".

Divisões
Os conservadores já expressaram sua oposição à escolha da bispa. Eles insistem que a Bíblia rejeita o homossexualismo, enquanto os mais liberais dizem que o livro deve ser reinterpretado sob a luz do conhecimento contemporâneo.

Na época da escolha do primeiro bispo gay, a briga levou à formação de um movimento alternativo conservador nos Estados Unidos, a Igreja Anglicana da América do Norte.

O chefe da comunidade anglicana mundial, o Arcebispo da Cantuária, Rowan Williams, está sob pressão para reconhecer o movimento.

O correspondente da BBC para assuntos religiosos, Chris Landau, disse que a eleição de Glasspool é mais uma evidência das divisões da Igreja em relação à questão da homossexualidade.

Segundo ele, para muitos fiéis nos Estados Unidos, a eleição de bispos abertamente gays é simplesmente um reflexo da diversidade que vem sendo defendida pela Igreja Anglicana há muito tempo.

A Igreja Anglicana possui 77 milhões de fiéis em todo o mundo.

Nota: Gostaria de entender o que é reinterpretar a Bíblia sob a luz do conhecimento contemporâneo? É fazer adaptações dos escritos bíblicos gradativamente consoante as mudanças do mundo em geral, os pensamentos filosóficos humanos, as decisões mundiais? É reescrever o texto bíblico aos sabor dos pensamentos modernos com uma linguagem que agrade aos diferentes perfis de pessoas? Não sei precisar do que se trata esta reinterpretação.

Vendas de Bíblia crescem 25% em 2009, diz editora Vozes

segunda-feira, 30 de novembro de 2009 1 comentários

Folha on Line, 27.11.2009.

A editora Vozes registrou um crescimento de 25% nas vendas de Bíblia em 2009 e prevê um aumento de 15% no ano que vem. A oferta de modelos personalizados do livro sagrado cristão é uma das razões desse desempenho positivo em um ano de crise econômica mundial.

Também contribuiu para o avanço da Bíblia nas livrarias uma redução dos preços. Segundo a Vozes, a personalização é uma das tendências que ganham força no mercado.

Também pipocam títulos com abordagens específicas sobre a obra mais vendida do mundo. Há textos como "O Que a Bíblia Realmente Diz sobre Homossexualidade", "A Violência na Bíblia", "Mulheres da Bíblia" e "Bíblia para crianças".

"A Bíblia é vendida em todas as classes, faixa etária, gênero. No meio urbano, pelo acesso, há um número mais significativo de compra. O que há de comum nos compradores da Bíblia é sua aproximação com a espiritualidade e a fé", informou a Vozes à Livraria da Folha.

Com a proximidade do Natal, as vendas de Bíblia esquentam, aproveitando o sentido religioso da data do nascimento de Jesus. Um dos lançamentos é "A Bíblia - guia ilustrado das escrituras sagradas", escritor por J.R. Porter, professor emérito de teologia na Universidade de Exeter, no Reino Unido. O seu principal diferencial é ser ricamente ilustrado ao apresentar as histórias mais importantes da Bíblia, sua simbologia, personagens e os estudos sobre o contexto histórico e social em que as narrativas foram escritas.

Questionada se títulos baseados em passagens bíblicas, como "Caim" e "Manual da Paixão Solitária", ajudam a despertar o interesse pela leitura do livro sagrado, a Vozes responde: "Nossa avaliação é que não tem grande influência. O que traz novos leitores da bíblia são processos de busca mais duradouros."

Verdade absoluta?

sábado, 28 de novembro de 2009 0 comentários

Verdade é palavra da ordem do dia em muitos comentários, filosofias e pensamentos modernos. Mas o que a Bíblia efetivamente diz acerca disso? Ouça esse comentário.

Que tipo de líderes e liderados nós somos?

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Ouça uma análise sobre o tipo de liderança que exercemos ou o tipo de liderados que somos com base em uma história bíblica registrada no livro de Números.

Correspondência científica roubada abre polêmica sobre mudança climática

terça-feira, 24 de novembro de 2009 1 comentários

Portal G1 e Agência Estado.

Computadores da Universidade East Anglia, no Reino Unido, foram invadidos e mais de mil e-mails e 3 mil documentos trocados entre cientistas do clima foram roubados, abrindo polêmica no mundo acadêmico a poucas semanas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15), em Copenhague.

O material, que revelaria uma suposta manipulação de dados para reforçar a tese do aquecimento global, está sendo usado por céticos para alertar que a necessidade de corte de emissões de CO2 não passaria de uma farsa planetária. Cientistas afirmam que o roubo faz parte de uma campanha para evitar um acordo climático.

Muitos dos e-mails roubados foram trocados entre cientistas que participaram do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) .

O documento, de 2007, foi o primeiro a confirmar que o aquecimento global é resultado da atividade humana. Phil Jones, que teve e-mails roubados, diz que palavras como "truque" e "esconder a queda" foram usadas fora de contexto pelos hackers.

Mas a polêmica já virou debate político. Lord Lawson, cético da mudança climática, pediu investigação e disse que a credibilidade da ciência está em jogo. O secretário-geral da Organização Mundial de Meteorologia (WMO, na sigla em inglês), Michel Jarraud, rejeitou a tese. "É lamentável que ainda traga impacto um rumor como esse."

Nota: Creio que o meio ambiente tem sido visivelmente afetado pela ação do homem e isso é inegável. Por outro lado, a possibilidade de manipulação a respeito da tese do aquecimento global abre realmente a discussão não apenas sobre a credibilidade científica. Mas, se for comprovada alguma manipulação de informações em torno do aquecimento global, a quem interessaria isso? E digo mais: por que alguém ou "alguéns" teriam interesse em difundir a ideia de um aquecimento global inevitável, rápido e destruidor do mundo que conhecemos?

A sensação no mundo, pós-tese do aquecimento global, é exatamente aquela que filmes como 2012 e outros mais antigos tentam estabelecer: a de fragilidade humana diante das tragédias naturais. E, por trás disso, o que seria a solução? Mais consciência ambiental? Sim, mas uma ação unificada de governos, religiões e sociedade civil organizada tem sido oferecida como a solução eficaz para esse fim inevitável. Só que Deus fica fora dessa solução. A solução, nesta concepção, está unicamente nas mãos humanas, independente de Deus. Mas a Bíblia fala que, conforme o sonho de Nabucodonosor (registrado em Daniel 2), a história deste mundo será encerrada não por reinos poderosos, mas "pela pedra cortada não por mãos". Isto é, o Reino de Deus.


Artigo Deus e a eutanásia

segunda-feira, 23 de novembro de 2009 1 comentários

Artigo de Eliane Brum, na Revista Época - Semana de 22.11.2009.

Nesta edição de Época, publiquei uma reportagem sobre o cotidiano de Odele Souza e sua filha Flavia, em coma há 12 anos, desde que seu cabelo foi sugado pelo ralo da piscina do condomínio onde viviam, em São Paulo. Há três anos, Odele criou uma voz para sua filha condenada ao silêncio. No blog flaviavivendoemcoma, ela denuncia o perigo dos ralos de piscina e sua frustração com a Justiça brasileira. Ao conhecer o blog, o que mais me fascinou foi a narrativa do dia-a-dia destas duas mulheres, ligadas uma a outra pela duração de uma existência. Quem quiser, pode ler a reportagem Saudades de sua voz.


Ao acompanhar a rotina de Odele, fui surpreendida por alguns emails que ela recebe, a partir da exposição no blog. Histórias como a dela e de sua filha mexem com medos e convicções profundas de todos nós. Flavia vive à margem da vida, como diz Odele. Mas vive. Ainda que não se saiba se tem algum nível de percepção do que se passa ao redor dela. E ainda que, tanto na Filosofia quanto no Direito, possamos discutir o que faz de uma vida uma vida.

Não posso afirmar o que eu faria se vivesse a tragédia que Odele viveu – e vive – com sua filha. Possivelmente, o mesmo que ela. Só posso dizer que gostaria de ter a coragem e o desprendimento de cuidar tão bem da minha filha como ela cuida da dela. Há certas coisas que só sabemos vivendo. Podemos no máximo especular.

Se um dia eu estiver na situação de Flavia, gostaria de morrer. Como a legislação brasileira não permite a eutanásia, já pensei em várias maneiras de garantir o direito de encerrar minha vida se um dia estiver num coma irreversível, assim como estudo alguma forma de absolver meus familiares da responsabilidade de realizar meu desejo. Esta é uma decisão que não deveria precisar ser tomada por ninguém que ama, embora também possa ser um ato de amor, coragem e cuidado.

Ou seja. Se estivesse no lugar da mãe, faria o mesmo que Odele faz: tentaria cuidar da minha filha da melhor forma possível enquanto ela respirasse. Se estivesse no lugar da filha, preferiria ter outro destino. Entendo que o exercício do amor e do cuidado pode conter as duas possibilidades.

Minha convicção mais profunda é a de que quem vive uma situação como essa – e só quem vive – tem o direito de decidir o que é melhor para si – ou para quem ama e não pode mais responder por si. Ninguém mais: nem os amigos, nem o padre ou o pastor, nem o médico, nem a Lei, nem o Estado. Esta é uma decisão da ordem do privado. E como tal deveria ser respeitada, seja ela qual for.

O que me deixou estarrecida, ao ter acesso à parte da correspondência de Odele, é como existem pessoas que têm certeza sobre o que é melhor para Odele e sua filha, Flavia. Estas pessoas não têm dúvidas, só certezas absolutas. Elas não vivem a experiência sobre a qual disparam sentenças, mas sabem o que é melhor para quem vive. Têm todas as respostas, sempre.

Veja dois exemplos, que Odele me autorizou a publicar:

1) “Eu lhe falava sobre Deus e lhe falava que havia visto muitas curas na igreja onde estou congregando. Na última vez que estive lá, pensei muito em você e na Flavia, pois uma jovem havia sido trazida de volta do coma pelo poder de Deus, pelo poder da fé dos familiares. A justiça dos homens, infelizmente, é tardia, mas a de Deus, jamais. (....) Basta que você confie, sou mãe como você também”.

2) “Dona Odele, por favor: sente-se confortavelmente, mantenha sua coluna ereta, feche os olhos, respire fundo e solte o ar aos poucos. Procure não pensar em nada, a não ser na possibilidade de a sra. estar no lugar de sua filhinha. Com tudo o que a sra. tem observado em Flavia, procure vivenciar se fosse com a sra. Pergunto: Qual seria a sua atitude, desprovida de apego, para com Flavia?. (...) Flavia se transformou em seu sentido de vida, em sua razão de ser. Suspeito que, em suas fantasias, se ela se for, a sra. não sobreviveria à ausência física de sua filha. Em outras palavras, a sra. está vivendo um estado de simbiose assimétrica com sua Flavia. Assimétrica, pois a sra. está viva e lúcida e sua filha somente tem vida vegetativa. Isto não me parece justo. (...) Mas qual seria, a meu ver, seu grande ato de generosidade? Eu respondo: Deixar sua filha partir deste mundo de dor, sofrimento, doença, velhice e morte. Não estou propondo homicídio. Deixe a evolução da moléstia de sua filha tomar seu curso natural. (...) Para o bem de sua filha, e de seu espírito, a sra. receberia grande Luz, se, por exemplo, deixasse de virá-la de posição de 15 em 15 segundos ou de hora em hora, que seja”.

A primeira oferta é de uma mulher que se identifica como uma crente. Ela oferece um milagre. Bastaria levar Flavia à sua igreja que ela despertaria do coma. Em nenhum momento ela pensa no que um milagre não realizado causaria em Odele. A mulher não vacila. Para ela, Flavia voltar de um coma considerado irreversível pela Medicina é apenas uma questão de fé.

No texto de seu email, fica subentendido que, caso Flavia não desperte, a causa seria a suposta falta de fé da mãe. Afinal, a autora havia visto uma menina voltar do coma “pelo poder de Deus, pelo poder da fé dos familiares”. Como ela diz, “basta que você confie”. Podemos supor que, pelo seu raciocínio, todas as tragédias não revertidas acontecem por falta de fé de quem as vive. Este raciocínio me parece muito cruel: se uma tragédia não foi revertida é porque a vítima – ou, no caso sua mãe – não teve fé suficiente. É ela a culpada, em última instância.

A segunda não chega a ser uma oferta. É mais uma tentativa de persuasão – ou de adesão à certeza do autor. Também com base numa suposta caridade, ainda que não a cristã, este homem convida Odele a se colocar no lugar da filha. Ele parte da premissa de que Odele, que cuida de sua filha 24 horas por dia há 12 anos, nunca o tenha feito. Nunca tenha pensado milhares de vezes no que sua filha pode estar sentindo, nunca tenha se colocado no lugar da filha até ele lhe oferecer esse conselho iluminado.

Ele afirma, sem sequer um lampejo de dúvida, que o melhor para Flavia é a eutanásia – ou ortotanásia, como diz em outro ponto. Na parte transcrita do seu email, o que me choca é a arrogância com que ele descreve o que Odele deve fazer para se colocar no lugar da filha. Ele, um estranho, tem a ousadia de dizer a uma mãe, por meio de um email, que seu maior ato de amor seria não virar a filha de lado, para que “a natureza possa fazer a sua parte”.

Esse nível de certeza sobre a vida do outro me soa assustador. Parece-me que as relações humanas, todas elas, se beneficiariam muito da dúvida. E do exercício, sempre saudável, de vestir a pele do outro. Sem, porém, perder o senso de que, por mais perto que consigamos chegar, não estamos nem estaremos naquela pele. E estar, de fato, é diferente de se imaginar nela.

Se ambos os missivistas, uma religiosa, o outro partidário da eutanásia, por um momento tivessem se colocado na pele de Odele, talvez escrevessem com mais humildade – e humanidade. Ou simplesmente se calassem. Ambos têm direito à sua convicção. Seu direito acaba, porém, ao desrespeitar o direito de Odele de ter a sua, mesmo que seja diferente das deles.

A certeza de que a verdade pessoal deve valer para todos é um comportamento corriqueiro. Todos nós sofremos, cotidianamente, com o excesso de certezas dos que nos rodeiam, suspensos alguns metros do chão pelo volume de suas verdades absolutas. A lógica, me parece, é a de que, se alguém conseguir impor sua verdade, não precisará nunca questioná-la. Embutido nesse comportamento, além do desrespeito ao outro, à surdez ao outro, parece estar o terror de ser assaltado por uma dúvida, ainda que bem pequena.

Neste caso, Odele recusou – com educação, mas também com firmeza – as duas alternativas apresentadas para tirar sua filha do coma: o milagre e a eutanásia. Veja os trechos a seguir:

1) O que disse a religiosa no email seguinte:

“Oi, Odele, peço desculpas, mas a sua falta de educação e sua prepotência são tão grandes que só Deus para ter misericórdia de sua vida... ninguém está pregando religião, minha querida, eu estava apenas falando sobre Deus, um Deus que pode curar sua filha porque ela NÃO está morta como a filha de Glória Perez. Mas, infelizmente, apesar de você escrever que tem um amor tão grande pela sua filha, sinceramente acho duvidoso. Uma mãe procura formas de ajudar a quem ama e não discriminar e desistir e esperar apenas a justiça do homem. Muitos ímpios não sofrerão nesta terra. O que falta na sua vida é Deus, um Deus grandioso. Não use de prepotência no problema de sua filha, porque sinceramente é isso que você está fazendo”.

2) O que disse o partidário da eutanásia em outro trecho:

“O que seria o melhor para Flavia? (...) Um paciente em coma, só mantendo vida vegetal, precisa ser regado diariamente várias vezes por dia, senão a plantinha se vai. Como médico, imagino os cuidados intensivos que a sra. deve dedicar à sua filhinha para mantê-la ‘viva’. Coloco entre aspas, pois sua humanidade já se perdeu. Com todo o respeito que esta situação nos obriga a dignificar, eu lhe pergunto: Dona Odele, a sra. a mantém nesta condição, por ela – que se tivesse consciência certamente sentir-se-ia constrangida de assim ser vista por todos – ou pelo seu apego a este corpo material? Não seria melhor mantê-la viva somente em sua própria consciência? O exemplo que a sra está dando é de nobreza duvidosa. Seria isso um verdadeiro amor? Dona Odele, eu sou espiritualista (não-espírita) e não confesso nenhuma religião determinada. Pense no espírito de sua filha aprisionado numa gaiola vegetal. Não seria mais justo e despojado, tanto para sua filha quanto para a sra., libertá-lo?

Desconfio muito das pessoas enormemente caridosas que, neste momento, a enaltecem, lhe dão prêmio internacional, e por aí vai. Talvez seja apenas uma forma de elas jactarem-se de sua capacidade de compaixão. Suspeito também que a sra. corre o risco de deixar-se envolver por este halo de santidade”.

Ao terem suas “ofertas” de algum modo recusadas, ambos sentem-se no direito de desrespeitar e julgar a decisão de Odele. Não são eles os prepotentes, mas ela, ao recusar a generosidade que lhe oferecem com tanto desapego. Ambos lançam mão do mesmo golpe baixíssimo: ao discordar deles, Odele prova que não ama a filha. Não “verdadeiramente”. No primeiro caso, por que ela recusa o milagre do Deus verdadeiro. No segundo, por que recusa a eutanásia.

De novo, vale a pena tentar vestir a pele de Odele ao ler emails como estes. Como se não bastasse a brutalidade de conviver com uma filha em coma, num cotidiano onde nenhuma resposta é fácil, pelo seu computador entram pessoas que nunca a viram, nem à sua filha, mas sabem o que ela sente, conhecem o seu amor (ou a falta dele, como a acusam), e têm certeza – reparem bem, certeza – sobre o que ela deve fazer da sua vida e da vida da sua filha.

Ao ler esta correspondência, me chamou a atenção ainda outro fato: como duas posições diferentes sobre o coma, a princípio antagônicas, a da religião e a da eutanásia, se unem pelo que podem ter em comum: a intolerância. É claro que nem a maioria dos religiosos nem a maioria dos defensores da eutanásia seriam capazes de tal demonstração de desrespeito com a dor – e com a decisão – de Odele. Ou pelo menos espero que não. Mas é curioso como partidários de teses opostas podem ser mais semelhantes que diferentes na intolerância, na certeza de que a sua escolha não é apenas a única possível, mas a única certa.

Cada um sabe da sua dor. Respeitar a escolha do outro, ainda que vá contra a nossa crença, é um ato de amor, de respeito e de dignidade. Parece-me até que se ama melhor quando somos capazes de aceitar que o objeto do nosso amor tome decisões diferentes das que gostaríamos. Discordar, e ainda assim aceitar, é bem mais difícil do que apenas concordar.

Da mesma forma, ao contrário do que tantos pregam, é o número de dúvidas – e não o de certezas – que dão a dimensão da sabedoria de alguém. Todo o conhecimento humano foi construído a partir de pontos de interrogação, não de exclamação. Muito menos de pontos finais.

É fácil detectar o autoritarismo e o desrespeito na correspondência enviada à Odele. São tão evidentes quanto um anúncio em neón. Na nossa vida cotidiana, porém, nem sempre é tão fácil perceber quando saímos por aí disparando nossas certezas como uma metralhadora giratória e infalível. Desde que Odele me presenteou com a confiança do acesso a estes emails, que compartilho aqui nesta coluna, aumentei o número de vezes por dia em que duvido das certezas. Das minhas e das alheias.

Não custa nada – e poupa muita dor a nós e aos outros – parar por um minuto antes de disparar um veredicto. São apenas quatro letras:

- Será?

Nota: Escrevi um e-mail para a jornalista e o que disse foi "Eliane. Bom dia.
Costume ler algumas de suas crônicas e me chamou a atenção este artigo. Concordo com sua avaliação de que as pessoas precisam respeitar a opinião das outras, especialmente a dor e o sofrimento alheio. Realmente só quem vive um drama pessoal desta natureza é que entende o que esta senhora passa.
Ao mesmo tempo, na minha concepção, a fé em Deus é algo muito pessoal e que depende de um contato íntimo. Não é algo que alguém pode determinar para os outros. Mas acredito em Deus e no Seu poder de curar, ajudar, consolar as pessoas e ajudá-las em todos os momentos, independente do que aconteça com elas. E esta fé genuína é capaz de fazer com que uma pessoa, inclusive, suporte esta situação. Um abraço".

Veja traz matéria de capa sobre fim do mundo em 2012

segunda-feira, 2 de novembro de 2009 2 comentários

Revista Veja, Semana de 1º de novembro de 2009.

O escritor Patrick Geryl tem 54 anos, escreveu uma dezena de livros, nunca se casou, não tem filhos e atualmente anda muito ocupado preparando-se para o fim do mundo. Na semana passada, esteve em Sierra Nevada, no sul da Espanha, acompanhando uma equipe de televisão do Canadá, numa vistoria às habitações que estão sendo construídas ali. São ocas de cimento capazes de resistir ao cataclismo que, acredita Geryl, destruirá o planeta Terra no dia 21 de dezembro de 2012. "Queremos um lugar a uns 2 000 metros acima do nível do mar", explica. Ele e seu grupo pretendem levar 5 000 pessoas para um local que resistirá aos horrores do apocalipse. Será o último dia do resto da humanidade, acredita Geryl, um dia para o qual ele se prepara desde a adolescência, quando, aos 14 anos, na histórica cidade belga de Antuérpia, começou a se interessar pelo assunto lendo livros de astronomia. Ao voltar da Espanha, Geryl ocupou-se em relacionar os itens que devem ser levados para o bunker antiapocalipse. Na lista coletiva, havia 348, faltando ainda incluir os medicamentos. Na de uso individual, 86.

O ano de 2012 tornou-se o centro de gravidade do fim do mundo por uma confluência de achados proféticos. Primeiro, surgiu a tese de que a Terra será destruída com a volta do planeta Nibiru em 2012. Depois, veio à tona que o calendário dos maias, uma das esplêndidas civilizações da América Central pré-colombiana, acaba em 21 dezembro de 2012, sugerindo que se os maias, tão entendidos em astronomia, encerraram as contas dos dias e das noites nessa data é porque depois dela não haverá mais o que contar. Posteriormente, apareceram os eternos intérpretes de Nostradamus e, em seguida, vieram os especialistas em mirabolâncias geológicas e astronômicas com um vasto cardápio de catástrofes: reversão do campo magnético da Terra, mudança no eixo de rotação do planeta, devastadora tempestade solar e derradeiro alinhamento planetário em que a Terra ficará no centro da Via Láctea – tudo em 2012 ou em 21 de dezembro de 2012.

O restante da reportagem pode ser lido na edição desta semana da Revista Veja.

Nota: Infelizmente mais uma vez a Bíblia é distorcida, já que nada tem a ver com essas marcações de datas pirotécnicas que chamam a atenção mais para o marcador do que para qualquer outra coisa. É verdade que até mesmo o movimento adventista teve uma data em que sinceros cristãos chegaram a entender que Jesus voltaria, mas com base em uma interpretação profética com um engano em relação a um dos aspectos. Não se pode comparar, no entanto, com essa marcação de data para 2012 sem fundamentação alguma: bíblica ou científica. Claro que a situação do mundo anda de mal a pior em termos morais, ambientais, econômicos, etc, mas Jesus disse, conforme registro nos evangelhos, que "o dia e a hora ninguém sabe", referindo-se ao Seu retorno. É preciso muito cuidado com essa abordagem sensacionalista.

Papa relativiza método histórico-científico de interpretação da Bíblia

quarta-feira, 28 de outubro de 2009 0 comentários

Agência Zenit, 26.10.2009.

O método histórico-crítico de pesquisa da Escritura é legítimo e necessário, mas deve ser interpretado segundo sua chave, que é a fé da Igreja, considera Bento XVI.

"Se a exegese pretende ser também teologia, deve reconhecer que, sem a fé da Igreja, a Bíblia permanece como um livro selado: a Tradição não fecha o acesso à Escritura, e sim o abre."

Assim explicou o Bispo de Roma nesta segunda-feira aos professores e alunos do Pontifício Instituto Bíblico, instituição fundada em 1909 por São Pio X, dirigida pela Companhia de Jesus, ao recebê-los hoje no Vaticano por ocasião das celebrações do centenário.

O Papa aludiu ao longo debate sobre o método histórico-crítico de pesquisa da Escritura, que pretende investigar o significado dos textos bíblicos através do contexto histórico e da mentalidade da época, aplicando as ciências modernas.

Bento XVI explicou que o Concílio Vaticano II já esclareceu, na constituição dogmática Dei Verbum, "a legitimidade e a necessidade do método histórico-crítico", que "conduziria a três elementos essenciais: a atenção aos gêneros literários, o estudo do contexto histórico e o exame do que se costuma chamar de Sitz im Leben".

Ao mesmo tempo, "o documento conciliar mantém firme ao mesmo tempo o caráter teológico da exegese, indicando os pontos de força do método teológico na interpretação do texto".

"O fundamento sobre o qual repousa a compreensão teológica da Bíblia é a unidade da Escritura", o que implica na "compreensão dos textos individuais a partir do conjunto", explicou o Papa.

"Sendo a Escritura uma só coisa a partir do único povo de Deus, que foi seu portador através da história, em consequência, ler a Escritura como unidade significa lê-la a partir da Igreja como do seu lugar vital e considerar a fé da Igreja como a verdadeira chave de interpretação", acrescentou.

Recordou também que quem tem "a palavra decisiva" na interpretação da Escritura é "a Igreja, em seus organismos institucionais".

"É a Igreja, de fato, a quem se confiou o ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita e transmitida, exercendo sua autoridade no nome de Jesus Cristo", afirmou.

Nota: Não sou teólogo, mas um pesquisador da Bíblia Sagrada, da história antiga e contemporânea, arqueologia, etc. Mas, como grifei em itálico, estas são duas frases que me chamam a atenção nesta reportagem da Agência Zenit. De acordo com o texto acima, a palavra decisiva na interpretação da Bíblia é a da Igreja (entendam que aqui se refere à Igreja Católica Apostólica Romana), ou seja, qualquer interpretação de outra denominação pode ser contestada e não tem valor. Esta é exatamente a visão medieval consoante a história europeia, quando a população em geral não tinha acesso à Bíblia e, sim, apenas o clero (ou seja, os sacerdotes católicos). Consequentemente, algumas tradições não amparadas pelos escritos bíblicos foram definidas como sinal da cruz, oração pelos mortos, etc. Sendo assim, não podemos concluir que o método histórico-crítico é aceito pelo Vaticano. Pode até ser dito que é aceito, mas com essa incrível reserva de que, em última instância, o que vai prevalecer será a palavra da "Igreja" acerca da interpretação.
Por outro lado, indo à Bíblia mesmo, ou seja, nos remetendo à fonte da inspiração divina, há algo interessante sobre esse assunto. Em uma conversa com os líderes judeus dos primeiros séculos, Jesus, conforme Mateus capítulo 15, reprovou a preferência pela tradição em lugar da Palavra revelada. Diz Cristo, no versículo 6, que "invalidastes a Palavra de Deus, por causa da vossa tradição". Fica para todos nós a análise disso.

Papa abre as portas para os anglicanos

sábado, 24 de outubro de 2009 0 comentários

Veja On-Line, 24.10.2009.

Na terça-feira passada, Bento XVI ofereceu condições especialíssimas para atrair os anglicanos descontentes para o catolicismo. Comunidades, paróquias e até dioceses anglicanas podem se converter sem que seja preciso sacrificar suas tradições. Até padres casados serão tolerados,

A história da Igreja da Inglaterra pode ser sintetizada em dois momentos de ruptura. A primeira foi o seu estabelecimento como igreja independente, no século XVI. A segunda foi a reforma que permitiu a ordenação de mulheres, em 1992. Desde a mudança, reina a cizânia entre os 80 milhões de anglicanos. A nomeação de um bispo gay pela Igreja Episcopal, o braço americano da confissão, em 2003, foi a gota d’água. Muitos tradicionalistas foram, sem alarde, "nadar no rio Tibre", como os anglicanos desdenhosamente chamam a conversão ao catolicismo. A maioria, contudo, hesitava em dar esse passo por medo de perder sua liturgia e tradição.

A exceção oferecida em decreto papal é similar à concedida às igrejas católicas orientais. Sua hierarquia reconhece a autoridade do papa, mas segue seus próprios ritos. O arcebispo de Cantuária, Rowan Willians, chefe da Igreja da Inglaterra, declarou-se "chocado" com a oferta da Santa Sé. Mas é sobre ele que cai o furor dos fiéis. Como líder da ala liberal da Igreja, ele é um dos responsáveis pela cisma. O racha atual entre os anglicanos é tão profundo que foram nomearam dois bispos cuja única função é a de mediar conflitos entre liberais e tradicionalistas.

Na Inglaterra, a oposição ao papa é uma questão de estado. Os membros da família real sequer podem casar com católicos sem perder o direito ao trono. Tudo isso tem raízes profundas. O rompimento com Roma ocorreu no reinado de Henrique VIII depois que o papa Clemente VII recusou-se a anular seu casamento com Catarina de Aragão. Depois de rejeitar a autoridade papal, o rei pôde se casar com seu grande amor, Ana Bolena, que mais tarde ele mandaria decapitar.

No princípio as mudanças foram pequenas, pois Henrique VIII pretendia que a Igreja da Inglaterra continuasse católica, ainda que separada de Roma. Mais tarde, a igreja aderiu à reforma protestante e o país passou por períodos sangrentos, com perseguições religiosas até que o predomínio protestante ficasse bem assentado. O retorno dos anglicanos ao seio da Igreja Católica tem o sabor de uma vitória tardia sobre a reforma protestante.

Nota: O que está por trás desta ação do Vaticano, já que a ruptura com os anglicanos é antiga? Certamente não é uma questão de princípios bíblicos e nem de dogmas exclusivamente católicos, porque conforme a, própria reportagem, as tradições anglicanas poderão ser mantidos e até padres casados serão aceitos. O que me chama a atenção é que realmente esta unificação em torno do Vaticano não passa por ensinamentos da Bíblia Sagrada, ou seja, não é uma união em torno dos ideais deixados por Deus em Sua Palavra. É a constituição de um grupo mais forte politicamente a fim de tornar mais abrangente e significativa a atuação do Vaticano junto a governos onde sua atuação tem sido mais fraca. Isso me lembra o antigo Israel, na época dos reis de Judá e Jerusalém, quando Deus pedi que a única aliança fosse feita com Ele e não com homens a fim de se aumentar o poderio militar, político, territorial. Mas não parece ser o foco mais em relação às grandes religiões cristãs hoje.

Lei de mídia na Argentina privilegia Igreja Católica

quarta-feira, 14 de outubro de 2009 1 comentários

Jornal O Estado de S.Paulo, 14.10.2009.

A lei de radiodifusão, proposta pela presidente Cristina Kirchner e aprovada no sábado pelo Senado da Argentina, está causando irritação entre evangélicos e outros grupos religiosos. O pivô da insatisfação é o Artigo 37 da lei, que determina que a Igreja Católica será a única entidade religiosa a ter direito a licenças de TV e rádio sem necessidade de autorizações prévias ou licitações.


O Conselho Nacional Cristão Evangélico (CNCE) anunciou ontem que tinha recorrido à Justiça, pois a lei provoca "uma dolorosa e inexplicável discriminação religiosa". "(A lei) não possui sustentação constitucional e está em oposição aos tratados de direitos humanos assinados pela Argentina", afirmou o CNCE em nota. O Conselho sustenta que a nova legislação "faz de nossas comunidades e seus membros cidadãos segunda categoria".

Apesar de privilegiar a Igreja Católica, o ex-presidente Néstor Kirchner e sua mulher, Cristina, não possuem boas relações com o Vaticano. O papa Bento XVI criticou, poucos meses atrás, o crescimento da pobreza na Argentina, e o clero em Buenos Aires é crítico da política econômica do governo Kirchner.

Segundo analistas políticos, com o privilégio concedido aos católicos, os Kirchners pretendem reduzir a tensão com o Vaticano, com quem estiveram em permanente confronto desde 2003. Desde sua posse, em dezembro de 2007, a presidente Cristina tenta conseguir, sem sucesso, uma audiência com Bento XVI. Durante os recentes debates entre governo e oposição que antecederam a aprovação da lei de mídia, o clero argentino optou por não se posicionar.

Nota: Lei que visivelmente coloca em xeque a liberdade de expressão religiosa. Possivelmente seja uma manobra política do governo argentino para melhorar sua relação com o Vaticano. Prova de que estado e igreja, nesse caso, querem andar juntos por puros interesses.

Rua em São Paulo se especializa para atender evangélicos

domingo, 11 de outubro de 2009 0 comentários

Revista Veja, Semana de 11 de outubro de 2009.

Ruas especializadas são características da cidade de São Paulo. Há uma rua das noivas, uma de madeiras, outra de motores, a dos eletrônicos, a dos lustres, a dos joalheiros, a dos instrumentos musicais e, agora, como sinal dos tempos, a dos evangélicos, ironicamente localizada às costas da Catedral da Sé. Em pouco mais de duas quadras, há galerias, lojas e camelôs vendendo artigos de que fiéis e pastores possam precisar – desde bíblias até envelopes para a coleta do dízimo. Pode-se encontrar ali o mobiliário necessário para montar um templo. Esse é, por sinal, um, digamos, segmento de mercado em ampla expansão, com a abertura de 10 000 templos evangélicos por ano.

Durante a semana, o maior movimento na rua é de lojistas de todo o país em busca de mercadorias. No sábado é a vez do comprador individual. "Vim com a família comprar peças de vestuário para o novo grupo de jovens da igreja", diz o paulistano Valteci Figueiredo dos Santos, que não resistiu à pechincha de três gravatas por 10 reais. O burburinho na Conde de Sarzedas é similar ao das vias de comércio popular das proximidades. A peculiaridade é que nela os camelôs e as barraquinhas de comida dividem as calçadas com pregadores e cantores gospel. Naturalmente, os ambulantes vendem produtos pirateados, só que autenticamente evangélicos. Por enquanto, o negócio é próspero para todos. "A pirataria ainda não conseguiu nos incomodar", diz Renato Fleischner, editor-chefe da Editora Mundo Cristão, com estimativa de venda de 1,5 milhão de livros neste ano.

Na década de 90, as variadas denominações evangélicas se multiplicaram no Brasil. O número de fiéis cresceu quatro vezes acima da média da população brasileira. Ao contrário da maioria católica, discreta no que diz respeito a compras ligadas à religião, os evangélicos se revelaram consumidores vorazes. O mercado de produtos específicos para eles é estimado em 1 bilhão de reais, o dobro de quatro anos atrás. O apetite consumista se deve bastante aos pentecostais (confissões mais antigas e severas em questões de vestuário e comportamento), como a Assembleia de Deus, com 15 milhões de fiéis, e aos neopentecostais (mais recentes e liberais em relação ao comportamento do fiel), como a Universal do Reino de Deus, com 8 milhões de seguidores.

Sete anos atrás, a primeira edição da ExpoCristã, a maior feira de negócios evangélicos da América Latina, em São Paulo, reuniu 58 expositores e recebeu 4 500 visitantes. Neste ano, o número de expositores chegou a 315 e o de visitantes passou dos 150 000. Há também versões mais modestas montadas em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. Estima-se que três de cada dez CDs vendidos no país sejam de música gospel. Um dos discos de Aline Barros, a mais popular cantora evangélica, vendeu mais de 3 milhões de CDs e DVDs. Nas prateleiras da Ebenezer, a maior loja da rua, pode-se escolher qualquer gênero musical – pagode, rap, heavy metal, todos devidamente evangélicos.

Na Brother Simion, é difícil conciliar a imagem tradicional da religião com as jaquetas de couro, correntes de metal e bolsas de padrão oncinha do estilo roqueiro. Quem entra é recebido por uma vendedora de cabelos vermelhos. "Boa tarde, irmã, olha que linda essa mochila que acabou de chegar", diz Juliana Cristina Melo, 20 anos, na loja há sete meses. Ela é uma vendedora elétrica, atenta a cada freguês que entra. "Foi Jesus quem me deu o dom da comunicação fácil", explica Juliana. Ela divide o atendimento com o dono da loja, Brother Simion. Cinquentão, com uma carreira de sucesso no rock gospel nacional, ele gosta de contar seu momento de "iluminação". "Fui morar na Holanda e me envolvi com drogas", relata. "Então conheci Jesus e voltei meu rock para a música gospel. Hoje, minha missão é ‘descaretizar’ a religião."

Pelo menos uma dezena de pregadores tenta ao mesmo tempo atrair novos fiéis e vender alguma coisa na Conde de Sarzedas. Alguns pregam aos gritos, outros tocam música com caixas de som em alto volume. Israel Dias, 38 anos, é cantor gospel há quatro e disputa todos os dias um espaço na rua para propagandear seus dois CDs – ambos de produção independente. Ele sai de Santo Amaro, no sul da cidade, às 8 da manhã e caça fregueses na rua por cinco a seis horas. No meio do dia faz uma pausa para se perfumar e arrumar o terno impecável. "É isso que cativa os clientes", diz Israel, que fatura de 150 a 200 reais por dia. Dá uma boa renda mensal. Deus seja louvado!

Nota: O problema é quando Jesus ou a religião se transformam em moda, produto para consumo rápido e, fatalmente, descarte posterior. Além disso, a mistura de rock com gospel pode ser interessante sob o ponto de vista comercial. Claro que existem ávidos por dinheiro e a classe evangélica é um nicho a ser explorado pelas ações de marketing. Talvez isso esteja longe, no entanto, da vida simples de Jesus Cristo tal como descrita nos evangelhos e de Sua missão que, conforme Lucas 19:10, "era a de buscar e salvar o perdido". Aproveita-se para jovens terem contato com a religião, mas é essa religião mesmo a ensinada por Cristo?

Jornal Nacional fala de design mas nega o Designer

sexta-feira, 9 de outubro de 2009 0 comentários

Copiei exatamente o que está no blog Criacionismo (www.criacionista.blogspot.com) do jornalista Michelson Borges. Muito interessante esta abordagem. Também percebi isso ontem, no Jornal Nacional.

Quase não tenho tido mais tempo de assistir a telejornais. Geralmente me informo pelas mídias impressas e pela internet, que me permitem ser mais seletivo. Mas hoje, casualmente, assisti a uma reportagem que me chamou a atenção no Jornal Nacional, da Rede Globo. A reportagem destacou a matéria de capa da edição de 9 de outubro da revista Science (imagem ao lado). O assunto é a incrível arquitetura do genoma e a capacidade que o DNA tem de armazenar quantidade formidável de informação que supera em muito os maiores computadores conhecidos. A reportagem televisiva foi recheada com outros adjetivos que deixavam claro o ar de maravilhamento dos pesquisadores e dos apresentadores, mas terminou dizendo que foi a natureza que encontrou essa "solução elegante" para armazenar informação. Nesse momento, minha filha de sete anos olhou para mim e torceu o nariz. Claro, até uma criança (desde que não condicionada pelo naturalismo filosófico) percebe a incoerência de se falar em design e informação e se negar o Designer e a fonte de informação.[MB]

Explicação da capa da Science: "First described by David Hilbert in 1891, the Hilbert curve is a one-dimensional fractal trajectory that densely fills higher-dimensional space without crossing itself. A new method for reconstructing the three-dimensional architecture of the human genome... reveals a polymer analog of Hilbert's curve at the megabase scale."

Pesquisa mostra que 13% dos brasileiros admite ter vendido voto

domingo, 4 de outubro de 2009 0 comentários

Folha de São Paulo, 04.10.2009

O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas vive sob o espectro da corrupção, revela pesquisa Datafolha inédita. Se o país fosse resultado dos padrões morais que as pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinávia do que com Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima Barreto), conclui-se deste "Retrato da Ética no Brasil".
Por exemplo, 94% dizem ser errado oferecer propina, e 94% concordam ser repreensível vender voto -um padrão escandinavo, a região do norte da Europa que engloba países como Suécia e Noruega, os menos corruptos do mundo, segundo a Transparência Internacional.
Um país em que os eleitores trocam voto por dinheiro, emprego ou presente e acreditam que seus concidadãos fazem o mesmo costumeiramente; um país em que os eleitores aceitam a ideia de que não se faz política sem corrupção; um país assim deveria ser obra de ficção, como em "Os Bruzundangas" (Ediouro), livro de Lima Barreto de 1923.
Mas o Brasil da prática cotidiana parece mais com Bruzundanga do que com a Escandinávia. O Datafolha mostra que 13% dos ouvidos admitem já ter trocado voto por emprego, dinheiro ou presente -cerca de 17 milhões de pessoas maiores de 16 anos no universo de 132 milhões de eleitores.
Alguns declararam ter cometido essas práticas de forma concomitante. Separados por benefício, 10% mudaram o voto em troca de emprego ou favor; 6% em troca de dinheiro; 5% em troca de presente.
Dos entrevistados, 12% afirmam que estão dispostos a aceitar dinheiro para mudar sua opção eleitoral; 79% acreditam que os eleitores vendem seus votos; e 33% dos brasileiros concordam com a ideia de que não se faz política sem um pouco de corrupção. Para 92%, há corrupção no Congresso e nos partidos políticos; para 88%, na Presidência da República e nos ministérios.
O cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, em análise feita para o Mais!, em artigo à pág. 5, afirma que o resultado sociológico relevante da pesquisa é a convergência de opiniões sobre a corrupção e questiona os efeitos na democracia do que chama de fim da autonomia da consciência individual típica do liberalismo.
A antropóloga Lívia Barbosa, autora de "O Jeitinho Brasileiro" (ed. Campus), acredita que, apesar das desigualdades econômicas e sociais, os brasileiros das mais diferentes faixas etárias, de gênero e de renda, níveis de escolaridade e filiações partidárias pensam "corretamente" a respeito de ética, moralidade e corrupção. "Ou vivemos na Escandinávia e não sabíamos e, portanto, devemos comemorar; ou o que fazemos na prática corresponde pouco ao que dizemos que fazemos e pensamos que deveria ser feito", escreve Barbosa à pág. 9.

Nota: Nada de assustador ou espantoso nos números da pesquisa. É óbvio que governos corruptos e transgressores das leis humanas refletem o caráter dos eleitores. Não dá para pensar que um determinado político ávido por desvio de recursos tenha sido colocado naquele posto por gente que não compactua com isso verdadeiramente. Não estou aqui dizendo que todos os políticos são desonestos e tampouco que todos os eleitores agem dessa maneira, mas temos uma maioria corrupta em essência. E essa corrupção é o pecado na vida das pessoas. Não se tratam de ações pontuais, mas de uma conduta pecaminosa. Vale dizer que a Bíblia apresenta a solução. Em I João 1:9, é dito que "se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar...". Muitos não acreditam, mas Deus é que pode resolver o problema da corrupção dentro de cada um.

Índice de suicídios entre funcionários da France Télécom preocupa franceses

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Revista Veja, Semana de 4 de outubro de 2009.

Um funcionário da France Télécom, a principal empresa de telecomunicações da França, suicidou-se na pequena cidade de Alby-sur-Chéran, a 600 quilômetros de Paris, na segunda-feira passada. No bilhete deixado à esposa, o suicida culpou a empresa pelo tormento emocional em que vivia. O incidente seria apenas mais um drama familiar – a França possui uma das mais altas taxas de suicídio da Europa –, não fosse um trágico contexto. Nos últimos dezoito meses, 24 empregados da Télécom se mataram. Duas semanas atrás, um técnico em manutenção cortou o próprio ventre com um punhal durante uma reunião com quinze colegas de trabalho. Em julho, outro suicida acusou o patrão: "Faço isso por causa do meu trabalho na France Télécom; é o único motivo". O primeiro comentário do CEO da empresa, Didier Lombard, foi dizer que se matar tinha virado "moda". Agora, os sindicatos querem sua demissão. Com 100 000 funcionários, a France Télécom tem uma taxa de suicídios similar à média nacional, de 17,6 por 100 000 habitantes. Mas a sequência de mortes pôs o país em estado de choque. Não tanto pelas maldades que possam ocorrer dentro da Télécom – mas por ter feito os franceses se perguntarem o que há de errado com seu modo de vida.

Em princípio, eles vivem no melhor dos mundos. Os franceses gozam de uma jornada de trabalho folgada, um salário mínimo polpudo, férias prolongadas e aposentadoria precoce. A legislação trabalhista dificulta as demissões. Mas o ambiente é envenenado pelo temor de que a rede social que garante a assistência aos cidadãos do berço ao túmulo possa estar fazendo água. O engessamento do mercado de trabalho, que torna dificílima qualquer demissão, é um dos fatores que emperram a economia do país. Poucos franceses estão dispostos a abdicar das regalias, mas muitos são forçados a fazê-lo – sob o risco de perder o emprego. Para piorar, a crise mundial encolheu ainda mais o número de postos de trabalho: o desemprego entre os jovens chega a 25%. O resultado é um clima de insegurança em toda a sociedade. Um francês consome, em média, 29 antidepressivos por ano, quase o dobro da média na Alemanha e na Itália.

No caso da France Télécom, a onda de suicídios ocorre em um contexto de reestruturação da empresa. Privatizada em 1997, a companhia adotou um modelo de negócios mais agressivo e enxugou 40 000 nomes da folha de pagamento. Para seus 100 000 empregados, dos quais dois terços ainda são funcionários públicos, isso significou metas de produtividade, promoções por mérito e cobranças de maior eficiência. Para muitos franceses, trabalhar em um ambiente competitivo como esse é algo que fere a própria identidade nacional. Haja antidepressivos.

Nota: É uma reportagem interessante que apenas constata o que já foi analisado por muitos: as esperanças das pessoas de uma vida melhor estão sobre bases sem consistência. Claro que não é possível declarar que essa taxa alta de suicídios na França se deve a um ou outro fator apenas, mas provavelmente a um conjunto de motivos. Mas é possível perceber que, por trás, está a questão financeira. Ou seja, o abalo nas finanças pessoais pode estar levando muitos, que antes talvez não convivessem com isso, ao desespero e finalmente a uma medida extrema como tirar a própria vida. Isso me faz lembrar imediatamente das palavras do apóstolo Paulo, quando afirma, em Filipenses 4:6, que "não andeis ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplica, com ações de graça, sejam as vossas petições conhecidas diante de Deus". A reportagem diz que eles vivem, em princípio, no melhor dos mundos. Mas o que é um mundo ideal para as pessoas hoje em dia? Um mundo em que o dinheiro não acaba nunca, em que não se pode viver de maneira simples, sem tantas regalias e tecnologias à disposição? Fica para nossa reflexão.

Álcool é problema doméstico, diz pesquisa

terça-feira, 29 de setembro de 2009 0 comentários

Agência Fapesp, 29;09.2009.

Uma pesquisa realizada pelo Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), órgão ligado à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, apontou que metade dos adolescentes que faz uso abusivo de bebidas alcoólicas tem pai ou mãe que também ingere álcool com frequência.

Segundo a secretaria, o levantamento teve como base os atendimentos realizados no Centro de Referência entre 2002 e 2009, na capital paulista, com pacientes que apresentaram sintomas preocupantes quanto ao uso de bebida alcoólica.

Foram ouvidos 512 pacientes entre 12 e 17 anos, dos quais 86% são do sexo masculino. Desses, 256 afirmaram ter parentes que também fazem uso abusivo de álcool.

O estudo indicou ainda que 4,36% dos entrevistados apontaram o álcool como droga que mais consomem. Dos entrevistados que apontaram o álcool como droga principal, 22% começaram a beber aos 13 anos de idade e 15% aos 11.

“O alcoolismo é uma doença que demora a ser diagnosticada, não é um vício que se consolida rapidamente. Mas o fato de esses jovens começarem a beber tão precocemente é de grande preocupação, já que com o passar dos anos esse hábito pode se transformar em vício e o tempo de uso em idade tenra ocasiona sérios danos para a saúde dos usuários”, disse o psicólogo Wagner Abril Souto, autor da pesquisa e coordenador do programa de adolescentes do Cratod.

O Cratod oferece tratamento gratuito para dependentes de álcool, tabaco e outras drogas. O centro fica localizado na Rua Prates, 165, Bom Retiro.

Nota: Bem que a Bíblia fala da necessidade de os pais ensinarem os filhos no caminho que devem andar (Provérbios). Embora isso não seja um antídoto a problemas futuros com jovens e adultos, é uma ótima iniciativa. E mais do que nunca está comprovada a importância de orientações em casa sobre álcool, drogas, etc.

Amilton Menezes em novo blog

sexta-feira, 25 de setembro de 2009 0 comentários

Não costumo fazer propaganda de outros blogs aqui, mas abro uma exceção para o novo espaço virtual do jornalista, teólogo e amigo Amilton Luis de Menezes. Um homem com experiência de mais de 20 anos com rádio e que realmente entende de rádio. Hoje dirige a rede de emissoras de rádio Novo Tempo para a América do Sul e achou espaço na agenda para conversar com os internautas.
Vale a pena acessar o http://www.novotempo.org.br/advir/?p=2271.

Senadora Marina Silva nega defesa do criacionismo

quarta-feira, 23 de setembro de 2009 0 comentários

Jornal O Estado de S.Paulo, 21.09.2009

Num sinal de que vai trabalhar para se desvencilhar da imagem conservadora nas eleições de 2010, a senadora Marina Silva (PV-AC) negou ontem que tenha defendido publicamente o criacionismo, propôs a realização de um plebiscito sobre a descriminalização do aborto e afirmou que nunca teve uma posição radicalmente contrária aos transgênicos. Evangélica, Marina é missionária da Assembleia de Deus e acumula em seu currículo batalhas como o combate à Lei de Biossegurança, que regulamentou o uso de transgênicos, e pesquisas com células-tronco no Brasil.

Apesar de desviar sucessivamente do rótulo de candidata na entrevista, Marina falou durante todo o programa como quem está decidida a concorrer em 2010. E reagiu às sucessivas perguntas sobre temas relacionados à sua religiosidade. "Quando eu fazia campanha para o presidente Lula, eu era escalada para tentar desmistificar a ideia de que ele, se ganhasse, seria contra a família, a igreja. Agora, estou tendo de me explicar porque tenho espiritualidade", queixou-se Marina. "As pessoas terem espiritualidade não significa que sejam obscurantistas."

Marina se viu em meio à polêmica sobre o criacionismo após participar de um seminário sobre o tema, em 2008. Na ocasião, a então ministra teria dito que é favorável a que a versão bíblica sobre a criação do mundo seja ensinada nas escolas ao lado do evolucionismo de Charles Darwin. Ao participar ontem do programa Roda Viva, da TV Cultura, Marina afirmou que jamais fez essa defesa e disse ter havido um "equívoco". "Colocaram esse debate na minha boca", afirmou.

Nota: Realmente o criacionismo e sua argumentação não são populares, por isso Marina Silva procura fazer questão de se desvencilhar publicamente da discussão. Mesmo assim, acredito que ela seja crente em Deus e que reconheça a criação e a manutenção da vida por meio do poder divino. O criacionismo talvez incomode tanto (e não precisaria ser dessa forma), porque fica muito claro que não é possível falar em organismos tão bem feitos estabelecidos praticamente como fruto de um acaso sem um planejamento inteligente por trás.

Senado pode aprovar divórcio pela Internet

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Site do Bom Dia Brasil, 23.09.2009.

Quem enfrentou uma separação sabe: é uma decisão difícil. E ainda tem toda a burocracia que envolve um processo judicial. Mas isso pode mudar. Uma proposta no Congresso promete acabar com o constrangimento das audiências de conciliação.
São várias propostas. Algumas já foram aprovadas no Senado, outras na Câmara. Uma delas, por exemplo, cria o já chamado “divórcio direto”: o casal não vai mais precisar esperar um ou dois anos para a separação. Tem sugestão até de divórcio online: tudo pela internet.
Quem casa, mesmo com as melhores intenções, corre o risco de um dia enfrentar um divórcio. “O relacionamento a dois é complicado”, afirma um homem nas ruas.
Quem já passou por isso sabe. "É longo e desgastante, para ambos”, opina uma mulher.
Mais de 200 mil casais desistem de ficar juntos por ano no Brasil. Por lei, quem quer acabar com o casamento precisa passar dois anos separado.
Ainda que os dois não aguentem mais nem se ver, serão obrigados a se encontrar no escritório do advogado e nas audiências de conciliação com o juiz. É quando ele pergunta se o casal tem mesmo certeza do que está fazendo.
“O problema é chegar nessa hora em que o juiz pergunta se há possibilidade de reconciliação, e você olha para o outro e você já sabe que não há e tem que ainda falar que não há. Eu acho muito constrangedor, eu acho que não tem necessidade disso”, diz a funcionária pública fernanda Borges.
Deputados e senadores querem mudar as leis do divórcio para encurtar essa história toda. Eles discutem propostas que vão acelerar os processos e reduzir a burocracia.
Pelos projetos, ninguém mais precisaria esperar dois anos. Casou de manhã, não gostou? Pode pedir o divórcio à tarde. E mais: pela internet. Em um clique, o casal, com a ajuda de um advogado, avisaria ao juiz o que ficou decidido sobre os bens e a pensão alimentícia.
Os parlamentares querem acabar também com as reuniões de conciliação. O juiz não precisaria mais pedir ao casal para repensar a relação. “Perdeu-se muito o sentido da audiência de conciliação face à incrível demanda que os tribunais estão suportando hoje em dia”, diz o advogado Rômulo Sulz Gonçalves Júnior.
Divorciada há três anos, a psicóloga Ana Cristina Mello aprova as novidades. “Desde que o casal esteja consciente do que vai fazer, podendo diminuir a burocracia, eu acho melhor. Mas coisas repentinas, cada um para um lado, sem pensar nas consequências, isso não. Eu acho que tudo bem pensado vai melhor”, defende.
Apenas os casais sem filhos menores de idade poderão pedirão o divórcio pela internet. Isso, é claro, se o projeto aprovado no Senado virar lei.
A situação é complicada: a maioria prefere que não haja audiências de conciliação. São cada vez as maiores facilidades: há também o divórcio que pode ser feito diretamente no cartório, sem necessidade de processo judicial, se o casal não estiver brigado e não houver bens em disputa.

Nota: A ideia de divórcio on-line é uma tendência lamentável e perigosa que coloca em descrédito o caráter sagrado do matrimônio. No livro bíblico de Gênesis, é possível ler que Deus uniu homem e mulher e que essa dissolução não deveria ser algo banalizado. O próprio Jesus, mais tarde, ao falar com os líderes judeus, deixou claro que o divórcio foi uma saída para a infidelidade conjugal e por causa da morte de um dos cônjuges. Muitos dizem que o casamento não tem valor e talvez até considerem interessante essa agilidade para se divorciar. Só que não se trata apenas de resolver um problema burocrático. O que está em jogo é uma instituição divina.

Açúcar: a droga da vez?

domingo, 20 de setembro de 2009 4 comentários

Revista Veja, Semana de 20.09.2009.

No dia em que o primeiro europeu colocou uma pitada de açúcar na boca, o mundo começou a girar mais rápido. A data precisa desse acontecimento não foi registrada pela história, mas se deu em algum momento da Idade Média. De lá para cá, na vertigem da descoberta do açúcar, a civilização ocidental passou a mudar num ritmo intenso. "O açúcar redesenhou o mapa demográfico, econômico, ambiental, po-lítico, cultural e moral do mundo", diz a historiadora canadense Elizabeth Abbott, autora de um livro sobre a civilização do açúcar, Sugar, a Bittersweet History (Açúcar, uma História Agridoce). Em séculos de tragédia e glória, o açúcar transformou a alimentação do Ocidente, escravizou gerações de africanos nas Américas, foi combustível da Revolução Industrial, promoveu guerras e impérios, dizimou paraísos ecológicos, ergueu e pulverizou fortunas – e, nos trópicos, moldou a identidade brasileira. Movido pela sua energia calórica, o mundo segue girando rápido, tão rápido que estamos agora na soleira de outra mudança vertiginosa: o açúcar começa a ser considerado um vilão da saúde humana, um veneno tão prejudicial que merece ser tratado com o mesmo rigor empregado contra – suprema decadência! – o tabaco. Está mais perto o dia em que um pacote de açúcar trará a inscrição: "O Ministério da Saúde adverte: este produto é prejudicial à saúde".

O açúcar, em suas várias formas, é o grande promotor da obesidade, mas seus níveis altos no sangue podem ser associados a quase todas as moléstias degenerativas, do ataque cardíaco ao derrame cerebral e ao diabetes. Existem suspeitas científicas sérias de que o açúcar possa até ser uma das causas de alguns tipos de câncer. Na lista, está o câncer de pâncreas, o mesmo que matou o ator Patrick Swayze aos 57 anos na semana passada. Em Harvard, pesquisadores acompanharam 89 000 mulheres e 50 000 homens e descobriram que os refrigerantes podem aumentar o risco de câncer de pâncreas em mulheres, só em mulheres. Antes que os homens se sintam premiados pela natureza, outro estudo, que examinou 1.800 doentes, sugere que uma dieta açucarada pode aumentar o risco de câncer do intestino grosso em homens, só em homens.

Mas, se o açúcar, como o tabaco, subir ao patíbulo, o refrigerante se tornará o cigarro da vez. Nos Estados Unidos, já há um movimento, incipiente mas sólido, integrado pelos cientistas mais reputados do país, contra o consumo de refrigerante. Os estados de Nova York e do Maine discutiram a possibilidade de cortar seu consumo a golpes de imposto. Em Nova York, o governador David Paterson propôs uma alíquota de 18%, mas recuou depois de perceber a má vontade dos parlamentares e a força do lobby do açúcar, cujo poder é lendário na política americana. Recentemente, um artigo publicado no New England Journal of Medicine causou furor ao defender uma taxa punitiva sobre os refrigerantes. A repercussão se deveu à assertividade do artigo – que sugere tratar o açúcar como se tratou o tabaco – e à identidade de seus autores. Um é Kelly Brownell, renomado epidemiologista da Universidade Yale. O outro é Thomas Frieden, que, trabalhando na prefeitura de Nova York, liderou o combate à gordura trans e fez 300.000 nova-iorquinos largar o cigarro. Agora, Frieden assessora o presidente Barack Obama como cabeça do CDC, órgão que cuida do controle e da prevenção de doenças.

O restante da notícia você lê em http://veja.abril.com.br/230909/acucar-droga-da-vez-p-98.shtml.

Nota: Essa reportagem fala incrivelmente de algo que o movimento adventista tem ensinado, há décadas, especialmente a partir de informações dos livros escritos pela autora norte-americana Ellen White. Uma das publicações chamada Ciência do Bom Viver fala de alimentação saudável, o que inclui recomendações a respeito do açúcar. Ela afirma que "em geral, usa-se demasiado açúcar no alimento. Bolos, pudins, massas folhadas, geléias e doces são causa ativa de má digestão. Especialmente nocivos são os cremes e pudisn em que o leite, ovos e açúcar são os principais elementos". Claro que não se trata de um tratado científico sobre açúcar, até porque Ellen White não era profissional da área, mas mostra como o problema já tem sido motivo de preocupação, inclusive por religiosos, há um bom tempo.

 
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