MACONHA SUGERIDA COMO SOLUÇÃO PARA PAZ NO ORIENTE MÉDIO?

terça-feira, 31 de outubro de 2006 3 comentários

Terra, 31.10.2006.
Artigo de Walter Fanganiello Maierovitch, colunista da revista Carta Capital e presidente do Instituto Giovanni Falcone (www.ibgf.org.br).

Depois dos encontros "Pic-nic com Maconha", ocorrido em TelAviv, e "Paz e Drogas no Oriente Médio", em Jerusalém, aconteceu na última semana o "Joint Árabe-israelense", no famoso campus Beit Mayersdorf da Universidade de Jerusalém (Monte Scopus). O assunto: a questão da paz e as políticas de drogas para o Oriente Médio. A conclusão: a maconha e o haxixe seriam bons instrumentos para a construção da paz.
O evento foi organizado pelo partido político Ale-Yarok (Folha Verde), liderado por Boaz Wechtel. Além de estudantes, estavam presentes ativistas pela paz árabes e israelenses.
Para os organizadores e alguns ativistas, "na busca da paz na região, a maconha e o haxixe (hashish na língua hebraica - o haxixe é a resina extraída da folha e inflorescências da cannabis fêmea) têm papel fundamental, uma vez que aliviam tensões". As principais conclusões do encontro são as seguintes:
1- A maconha e o haxixe tornam as pessoas menos agressivas e dialogam com os espíritos desarmados;
2- A legalização representaria um duro golpe contra o terrorismo, pois o tráfico de haxixe representa fonte de financiamento do Hezbolá.
3- A legalização do plantio de maconha ajudaria os agricultores da região que vêm experimentando prejuízos há anos.

JESUS FOI MAL INTERPRETADO?

segunda-feira, 30 de outubro de 2006 1 comentários

Revista Galileu, mês de novembro.

No princípio, era o verbo, já dizia o evangelho de João no seu primeiro versículo. Mas será que era isso mesmo o que foi escrito originalmente? Pode ser que não. Só Deus sabe o quanto o verbo foi modificado na Bíblia ao longo dos séculos. Sem poder solucionar essa questão, sobrou para o homem a tarefa de desvendar o porquê dessas alterações. Para tanto, foi criada uma disciplina: a crítica textual. Com o lançamento no Brasil do livro "O que Jesus Disse? O que Jesus não Disse? - Quem Mudou a Bíblia e Por Quê", do norte- americano Bart Ehrman, essa ciência e as discussões sobre o texto do Novo Testamento voltam à baila.
Ehrman é chefe do Departamento de Estudos Religiosos da Universidade da Carolina do Norte e uma das maiores autoridades mundiais sobre a Bíblia e a vida de Jesus. Lançado no começo deste ano nos EUA, o livro que agora chega ao Brasil permaneceu mais de quatro meses na lista dos mais vendidos no "The New York Times Books Review". Além da curiosidade sobre tudo o que envolva Jesus Cristo, o sucesso da obra se deve à abordagem do autor, que teve a idéia de desenrolar para o público leigo o novelo de culturas, histórias, lendas e mistérios que se esconde sob a crítica textual.

Esse é apenas o início de reportagem desse mês da revista Galileu que coloca em xeque a veracidade da Bíblia. A reportagem toma como base um livro que questiona a autenticidade do próprio processo de tradução. Mesmo sem ter lido ainda o referido livro é possível perceber, mais uma vez, a nítida intenção de colocar em dúvida o texto atual que temos em nossas mãos da Bíblia. É evidente que as traduções podem ter sofrido alguma diferença em termos de palavras ou expressões em relação ao original, mas eu continuo confiando na autoria divina que não deixou o sentido original se perder. Não creio que a Bíblia seja apenas um livro de belas histórias e conselhos, mas, sim, a revelação de Deus à humanidade.

CURSO PIONEIRO DE LICENCIATURA EM LIBRAS

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Da Agência de Comunicação da UFSC, 27.10.2006.

Foi realizada na Universidade Federal de SC sexta-feira, 27/10, a aula inaugural do primeiro curso de licenciatura em Letras com habilitação em Língua Brasileira dos Sinais (Libras) da América Latina. O objetivo é formar docentes para atuar no ensino da língua de sinais. As aulas serão ministradas na modalidade a distância, graças a uma parceria entre o Ministério da Educação, a Secretaria de Educação a Distância e nove instituições de ensino. A coordenação é da UFSC. Participarão do curso 447 candidatos surdos e 53 ouvintes fluentes em língua de sinais. As atividades com os alunos iniciaram no auditório do Centro de Comunicação e Expressão da UFSC.
Os docentes da licenciatura em Letras/Libras foram selecionados pelas instituições onde lecionarão, e têm formação em Letras ou na área de Educação. Cada pólo de ensino contará com um coordenador local, dois professores tutores e um intérprete de língua dos sinais. As instituições ministrarão o novo curso estimuladas pela aprovação da Lei de Libras. O Ministério da Educação anunciou o decreto, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro de 2005, determinando o prazo de um ano para que todas as escolas, antigas e recém-criadas, sejam bilíngües. Para as instituições de ensino superior, o prazo para que a disciplina de Libras seja oferecida em todos os cursos é de dez anos. A lei também torna obrigatório o oferecimento da disciplina em todos as licenciaturas e nos cursos de Fonoaudiologia. A coordenadora geral da graduação em Letras/Libras, Ronice Müller de Quadros, professora da UFSC, destaca que a nova lei criou uma grande demanda por profissionais com essa graduação. “Há vários anos, o MEC vem oferecendo capacitação para pessoas preferencialmente surdas que atuam como instrutores da língua de sinais sem a licenciatura. O objetivo do projeto é formar professores com essa graduação”, explica. A UFSC, com sua experiência na formação de pessoas surdas e na produção de conhecimento neste campo, é a universidade coordenadora dos demais pólos. As outras instituições que vão oferecer o curso de licenciatura em Letras/Libras são a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade de Brasília (UnB), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Ceará (UFC), Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás (CEFET/GO) e o Instituto Nacional de Educação de Surdos do Rio de Janeiro (INES/RJ).

PARA MEDITAR - O VERDADEIRO VALOR DA CARIDADE

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Ellen White, em Review and Herald, 4 de agosto de 1891.

Então, clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás por socorro, e Ele dirá: Eis-Me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o dedo que ameaça, o falar injurioso; se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. Isa. 58:9 e 10.
Todos os que afirmam guardar os mandamentos de Deus olhem bem para esta questão, e vejam se não há razões por que eles não têm mais do derramamento do Espírito Santo. Quantos têm alteado a alma com vaidade! Eles se consideram exaltados no favor de Deus, mas negligenciam os necessitados, fazem ouvidos moucos aos clamores dos oprimidos e proferem palavras ferinas e contundentes aos que necessitam de um tratamento completamente diferente. Assim eles ofendem diariamente a Deus por sua dureza de coração. Essas pessoas aflitas têm direito à simpatia e ao interesse de seus semelhantes. Têm o direito de esperar auxílio, conforto e amor semelhante ao de Cristo. Mas não é o que recebem.Todo desprezo dos sofredores de Deus é registrado nos livros do Céu como se fosse demonstrado à própria pessoa de Cristo. Cada membro da igreja deve examinar minuciosamente o coração, e investigar seu procedimento, para ver se estão em harmonia com o Espírito e a obra de Jesus; do contrário, o que ele poderá declarar quando comparecer perante o Juiz de toda a Terra? Será que o Senhor poderá dizer-lhe: "Vinde, benditos de Meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo"? Mat. 25:34.
Cristo identificou Seu interesse com o da humanidade sofredora; e enquanto Ele for negligenciado na pessoa de Seus aflitos, todos os nossos ajuntamentos, todas as nossas reuniões designadas, todo o mecanismo que é posto em funcionamento para o avanço da causa de Deus, será de pouco proveito. "Devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas." Luc. 11:42. "Pesado foste na balança e achado em falta." Dan. 5:27.
Todos os que hão de ser santos no Céu, primeiro serão santos na Terra. Não seguirão as faíscas que eles mesmos acenderam, não trabalharão para receber aplausos, não falarão palavras injuriosas, nem estenderão o dedo para condenar e oprimir; mas seguirão a Luz da Vida, difundindo luz, conforto, esperança e ânimo aos que necessitam de ajuda, e não de censuras e acusações.

UMA HISTÓRIA NADA INFANTIL....

quarta-feira, 25 de outubro de 2006 0 comentários

Felipe Lemos

Era uma vez um político com chapéu vermelho. Quer dizer... poderia ser de qualquer cor o chapéu desde que valesse a pena financeiramente ou a barganha fosse vantajosa. O político do chapéu vermelho não vivia sozinho, mas naquele dia curiosamente estava. Talvez fosse recesso parlamentar na floresta ou época de eleições no povoado. Enfim, ele estava sozinho. Pegou sua cestinha preta, seu cândido guarda-costas e saiu pela floresta com seu possante carrinho importado porque tinha compromisso. Precisava levar uma encomenda especial para sua vovozinha, que estava em casa. A vovozinha não estava exatamente, doente, mas aposentada. Ah sim! Evidentemente aposentada não pelo simples e majoritário enquadramento da maioria do povo no INSS com um ou dois salários mínimos. Estou falando de aposentadoria especial. Que só gente como a vovozinha conseguia...
Pois bem. O político do chapéu vermelho (ou branco, ou azul, ou verde, sei lá, depende da região de sua base eleitoral ou mesmo do gosto do eleitor) tinha de atravessar a densa floresta. Que já não era mais tão densa porque o desmatamento havia tomado conta. Coisa dos grileiros do povoado. O político do chapéu vermelho sabia muito bem disso, porque os homens maus do meio ambiente viviam autorizando desmatamento na floresta em troca de uns favorzinhos. Mas tudo bem!
Ele seguiu seu caminho até que alguém fazia sinal para que parasse. Ele mandou o motorista do chapéu preto parar e saiu do carro ofegante e já irritado. Colocou as mãos na cintura, ajeitou seu chapeuzinho vermelho e vociferou uma meia dúzia de palavrões para o coitado que acenava uma bandeirinha (vermelha). O pobre coiote logo se desculpou e disse que era coisa do lobo mau. Ele era apenas funcionário do lobo mau e estava cumprindo ordens.
O político do chapéu vermelho não hesitou e mandou chamar o lobo mau. Queria ter uma conversa com ele. Como era possível que o petulante lobo fosse interromper a estrada (pública) e impedir que ele, uma autoridade na floresta e no povoado, passasse. Absurdo inaceitável!
Cerca de cinco horas depois, o lobo mau aparece com sua corrente no pescoço, relógio de ouro comprado (?) em outras florestas e camisa aberta ao peito peludo. Convida o político para entrar, serve uma bebida típica da floresta e começam a conversar. O lobo explica que ele resolveu cobrar um pedágio por cada habitante do povoado que ali quisesse passar. Preço baixo. Para o político, ele propunha pagamento mensal, quantia quase irrisória que nem faria diferença no orçamento geral. Concordou. Fecharam negócio e lembraram que na floresta não havia escutas, nem revistas sensacionalistas ou mais gente para gravar a tal conversa.
Mas e a vovozinha? Já deveria estar esperando! Ele tinha de correr. O lobo, despreocupado, disse a ele que não se estressasse e relaxasse porque a vovozinha seria devorada em seguida. Ele já tinha contratado devoradores profissionais que ainda cobravam preço de tabela do ano passado. Não precisaria entregar a cestinha cheia de dinheiro para ela. Poderia repartir o dinheirinho com ele.
O político não entendeu e ficou indignado. Repartir seu dinheiro fruto do suor dos outros animais da floresta com o lobo... mau? O lobo logo explicou que a vovozinha é que era realmente má, porque descobriram que a velhinha aguardava o político do chapéu vermelho para flagrá-lo entregando a cestinha. A vovozinha era X-9....
O político do chapéu vermelho fez sorriso amarelado, abraçou o lobo mau e repartiu o conteúdo da cestinha. Depois pagou, por fora, o pedágio e pôde voltar para sua casa. Em tempo: os três porquinhos negociaram porque sempre andavam juntos e ganharam desconto no pedágio do lobo mau e só pagavam o valor de uma pessoa e meia. Ou de um porco e meio, como preferirem...

BIOGRAFIAS DO MÊS - CRISTÓVÃO COLOMBO (29.10.1452)

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As grandes viagens por mar e a exploração de terras desconhecidas constituíram, desde a antiguidade, um dos principais empreendimentos da humanidade. Durante o século XV, o sonho de um navegante, Cristóvão Colombo, e a necessidade de abrir novos horizontes aos mercados europeus tornaram possível um dos maiores feitos da história universal: a descoberta do Novo Mundo. São muitas as hipóteses sobre a nacionalidade de Colombo, geradas pela insistência de alguns biógrafos em ocultar sua procedência, possivelmente humilde, e pelas ambíguas declarações do navegador com respeito a suas próprias origens. O assunto parece ter sido esclarecido com o testemunho da Raccolta colombina, documento que atesta a procedência genovesa da família Colombo, e do Documento Aseretto, ata notarial em que um indivíduo chamado Cristoforo Colombo declara ser natural de Gênova.
Filho do tecelão Domenico Colombo e de Suzanna Fontanarossa, Cristóvão Colombo (Cristoforo Colombo) nasceu em Gênova, em 1451. Pouco se sabe sobre sua vida no período que precedeu a descoberta da América. Acredita-se que sua vocação tenha sido sempre a navegação e que iniciou muito cedo, aos 14 anos, a vida de marinheiro. Participou de diversas expedições pelo Mediterrâneo e completou sua experiência náutica com a leitura de obras sobre viagens. Numa expedição pesqueira de que participou aos 25 anos de idade, transpôs o estreito de Gibraltar. Com o naufrágio do barco em que viajava em águas próximas ao litoral português, transferiu-se para outra embarcação e iniciou uma longa viagem pelas ilhas Britânicas até a Islândia. Em seguida fixou residência em Lisboa, onde se casou com a filha de Bartolomeu Perestrelo, donatário da ilha de Porto Santo e profundo conhecedor de tudo que até então se escrevera sobre viagens.
Além de aprofundar seus estudos, Colombo prosperou na marinha mercante. Suas viagens à Inglaterra, França e Islândia fizeram dele um navegador experiente, preparado para as descobertas. Por meio da correspondência que mantinha com o geógrafo florentino Paolo de Toscanelli, convenceu-se de que era muito pequena a distância entre o extremo ocidental da Europa e o extremo oriental da Ásia, e acredita-se que tenha estudado mapas que indicavam a existência de terras a oeste da Europa. Nessa época, a tese da esfericidade da Terra tinha já o apoio dos estudiosos.
Em 1484, com um bem estruturado plano de viagem, Colombo obteve uma audiência com D. João II, rei de Portugal, a quem pediu uma frota para viajar na direção do oeste, com o objetivo de chegar às Índias, terra dos metais preciosos, sedas e especiarias. Aconselhado pela comissão encarregada de examinar o projeto, o monarca rejeitou o pedido de Colombo, que logo depois enviuvou. Partiu então com o filho Diego com destino à Espanha.
A primeira etapa da viagem de Colombo levou-o ao convento de Rábida, próximo ao porto de Palos, onde conheceu os frades Juan Pérez e Antonio de Marchena, que se interessaram pelo projeto e o aconselharam a falar diretamente com os reis Fernando e Isabel. Seus planos foram então submetidos a uma junta de navegantes e sábios que acabou por rejeitá-los. Colombo transferiu-se para a cidade de Córdoba, onde se casou novamente e nasceu-lhe o segundo filho, Fernando, que seria um de seus primeiros biógrafos.
Uma nova recusa de seu projeto pelos reis espanhóis deixou Colombo profundamente decepcionado, mas em Rábida obteve dos padres Pérez e Marchena a promessa de que voltariam a interceder por ele junto aos soberanos. Nessa época, Colombo travou conhecimento com Martín Alonso Pinzón, que passou a ser um valioso aliado. Em 1491, Colombo conseguiu uma nova audiência com os reis católicos, graças aos esforços dos religiosos de Rábida. Isabel ordenou que o projeto fosse mais uma vez submetido a seus conselheiros, que acabaram por aprová-lo. Em 17 de abril foram assinadas as Capitulações de Santa Fé, documentos que conferiam a Colombo e seus descendentes a posse das terras descobertas, a décima parte das riquezas que conquistasse e lhe concediam o vice-reinado e o governo dos territórios. O navegador foi também nomeado almirante, com todas as prerrogativas dos almirantes de Castela. O prestígio e a autoridade de Martín Alonso Pinzón e de seu irmão Vicente Yáñez Pinzón permitiram que fossem armadas três embarcações: a nau Santa María, comandada por Colombo; e as caravelas La Pinta, sob as ordens de Martín Alonso Pinzón, e La Niña, comandada por Vicente Yáñez Pinzón. Com uma tripulação calculada por alguns autores em 88 homens, a frotilha zarpou do porto de Palos em 3 de agosto de 1492. Dessa expedição não participavam religiosos, pois seu principal objetivo era estabelecer relações comerciais com a Índia, para recuperar a economia espanhola comprometida no acordo de Alcaçarias, assinado com Portugal.
Descobrimento. Depois de uma parada nas ilhas Canárias, para reparar a caravela La Pinta, a esquadra retomou a viagem em 6 de setembro, navegando para oeste. Os freqüentes sinais de terra próxima não tranqüilizaram a tripulação que, ao fim de um mês, passou a manifestar descontentamento e a exigir o regresso. O almirante e seus imediatos enfrentaram momentos difíceis, em que o motim era iminente. Finalmente, na madrugada de 11 de outubro, o vigia da La Pinta, Rodrigo de Triana, avistou terra. Colombo desembarcou no dia 12 e tomou posse das terras em nome de Castela, em local que é hoje uma das ilhas Bahamas -- chamada pelos nativos de Cuanahani -- a que Colombo deu o nome de San Salvador (Watling).

GRÃOS INTEGRAIS DIMINUEM RISCO DE DIABETES

terça-feira, 24 de outubro de 2006 0 comentários

Canal Boa Saúde UOL (original Diabetes Care, 24.10.2006)

Uma associação inversa, entre a ingestão de magnésio e de cálcio e o risco de diabetes de tipo 2, já foi relatada em estudos, com populações predominantemente de raça branca. Agora, pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard e de outras instituições, analisaram esta situação em mulheres negras. Na nova pesquisa, publicada na revista Diabetes Care, em seu último número, os investigadores avaliaram 41.186 mulheres afro-americanas, de maneira prospectiva. Durante o acompanhamento por 8 anos, entre 1995 e 2003, foram documentados 1.964 novos casos de diabetes de tipo 2. Os pesquisadores observaram que as mulheres que consumiram mais magnésio tiveram um risco 31% menor de desenvolverem diabetes, se comparadas com as que ingeriam menor quantidade de magnésio em suas dietas. Os alimentos ricos em magnésio, especialmente os grãos integrais, se mostraram como os mais adequados em relação à redução dos riscos.

OUÇA COMENTÁRIOS EM ÁUDIO NA INTERNET

segunda-feira, 23 de outubro de 2006 0 comentários

Amigos do blog REALIDADE EM FOCO!

Nessa semana, dois novos comentários estão disponíveis em áudio no site www.podcast1.com.br. Basta procurar o canal REALIDADE EM FOCO e ouvi-los: um deles é sobre a penitenciária evangélica da Argentina.
Aqueles que quiserem podem ouvir diariamente, nessa semana após o horário eleitoral, e depois sempre a partir do meio-dia, comentário desse blogueiro na Rádio Novo Tempo. (www.novotempo.org.br/rnt) ou através de uma emissora Novo Tempo de sua cidade. O comentário REALIDADE EM FOCO vai ao ar dentro do programa Conexão Novo Tempo.

Boa semana a todos!

TV INGLESA PREOCUPADA COM SÍMBOLOS CRISTÃOS

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ACI Digital, 19.10.2006.

Nas últimas semanas a rede de televisão inglesa BBC protagonizou uma nova polêmica, depois que um diretor definiu como "engano" que uma de suas apresentadoras de notícias aparecesse diante das câmeras usando um crucifixo. Depois de escutar a sua audiência, a rede decidiu que seus apresentadores só poderão usar este símbolo cristão de tamanho pequeno e sem brilho. O caso envolveu Fiona Bruce, uma das apresentadoras mais populares da BBC, que apareceu com um diminuto crucifixo. No dia seguinte, um jornal inglês informou que os diretores da rede a proibiram de voltar a usar o emblema cristão.
Entretanto, o chefe de informação televisiva Peter Horrocks foi "esclarecer" que a BBC não tinha proibido o uso dos crucifixos, mas sim tinha decidido avaliar se é apropriado que os apresentadores usem símbolos religiosos que questionem sua "imparcialidade noticiosa".
Passadas duas semanas, Horrocks informou que depois de receber muitos comentários da audiência, a BBC decidiu permitir que seus apresentadores usem crucifixos sempre que forem pequenos e não brilhem.
A maioria dos telespectadores da BBC –de todas as religiões e inclusive dos que não professam nenhuma religião– considera que não há problema em que um apresentador apareça com algum acessório religioso "como parte de sua identidade", acrescentou o editor.

A vida cristã consiste em usar mais do que acessórios religiosos. É traduzida em atos que representem a Cristo como fruto do relacionamento que temos com Ele. Essa é uma típica discussão de organizações religiosas e empresas que querem transmitir um conceito de "imparcialidade noticiosa" como se fosse possível a um jornalista não deixar transparecer sua crença (seja lá qual for) quando produz ou apresenta uma determinada informação. Todos temos uma crença e isso se reflete em nosso dia-a-dia apesar de querermos escondê-la. Jesus disse que "assim brilhe a vossa luz diante dos homens".

ITÁLIA AUTORIZA USO TERAPÊUTICO DA MACONHA

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Agência AFP, 19.10.2006.

O governo italiano de centro-esquerda aprovou nesta quinta-feira, durante o conselho de ministros, um projeto de lei que autoriza pela primeira vez o uso de medicamentos com a maconha para fins terapêuticos, informaram fontes oficiais. O projeto, que deve ser adotado pelo Parlamento, retira a maconha da lista de substâncias sem utilidade terapêutica e simplifica a prescrição de remédios derivados do ópio para acalmar as dores de pessoas com doenças degenerativas ou em fase terminal. Em um comunicado, o governo de centro-esquerda especificou que autorizou que a introdução de dois remédios fabricados com substâncias extraídas da maconha e já empregadas em Canadá, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Suíça, Holanda, Bélgica e Alemanha. "Falamos de terapias contra a dor, não de um baseado", disse a ministra da Saúde, Livia Turco, durante uma entrevista coletiva celebrada ao fim do conselho de ministros.
Por sua vez, o dirigente do partido Aliança Nacional (AN, direita), Maurizio Gasparri, acusou o governo de querer dar uma conotação positiva à maconha. O governo anterior, chefiado por Silvio Berlusconi e apoiada pela AN, aprovou em 2006 uma lei polêmica que suprimia a diferença entre drogas leves e pesadas e endureceria as sanções contra os consumidores de maconha.

ARNALDO JABOR DIZ QUE ALGUMAS IGREJAS EVANGÉLICAS SÃO CRIMINOSAS

quarta-feira, 18 de outubro de 2006 2 comentários

Comentário de Arnaldo Jabor, na CBN, dia 18.10.2006
Há igrejas que estão mais próximas do Código Penal do que do Evangelho
Ouça o comentário de Arnaldo Jabor

O que ele fala em grande parte é verdadeiro, mas infelizmente quase cai na generalização. Lamentavelmente a fé cristã é manchada com atos como os de algumas religiões realmente mais preocupadas com ganhos financeiros do que com a salvação das pessoas.

NEM UFÓLOGOS SÃO UNÂNIMES EM AFIRMAR QUE ESTUDO DE OVNIs É CIENTÍFICO

terça-feira, 17 de outubro de 2006 4 comentários

Revista IstoÉ, Semana de 18.10.2006.

O escritor americano Jerry Smith não economiza no humor. Convidado especial do 33º Congresso Nacional de Ufologia Científica, que reuniu 200 pesquisadores de cinco países em Curitiba (PR), ele tem uma opinião controvertida sobre o comportamento dos especialistas em objetos voadores não-identificados (Ovnis). “Coloque 12 ufólogos numa mesma sala. Um dirá que não estava presente. Entre eles, não há unanimidade”, dispara. Ele é autor do livro Armas eletromagnéticas (Ed. Aleph), que analisa um projeto do governo dos Estados Unidos que utiliza recursos eletromagnéticos para estudo de uma camada da atmosfera. Em palestra, Smith enumerou as teorias conspiratórias que apontam o sistema como um meio de evitar a aproximação de ETs e até de inferir nas ondas da mente humana. A tese mais polêmica do encontro foi defendida pelo potiguar Jan Val Ellam – ou Roberto Freitas, seu nome real. Ele ateou fogo nas discussões ao cravar que em 2007 iremos finalmente estabelecer o contato com seres de outras galáxias. Freitas garante que o seu nome “cósmico” foi dado pelos seres extraterrestres. “Eu ouço vozes e elas me disseram que eu tinha que adotar esse nome”, diz Val Ellam.
Mesmo entre os que acreditam em Ovnis está difícil encontrar consenso, confirmando as palavras do americano Smith. Na ufologia há dois campos distintos de atuação: o científico (dedicado a pesquisas que aproximem a crença da ciência) e o místico, de apelo mais espiritual, quase religioso. Val Ellam pertence ao segundo grupo e se identifica como espiritualista. As discussões no encontro de Curitiba envolveram temas relacionados à ligação entre ufologia e espiritualidade. “Há 20 anos eu me comunico com inteligências não terrestres. Desde então recebo mensagens e, por ordem deles, as anoto em cadernos. Fui comunicado que o encontro irá acontecer nos próximos meses”, afirma. De acordo com o potiguar, que publicou 15 livros sobre esses papos siderais, os seres cósmicos são criaturas doces e amáveis. O oposto dos humanos, que, segundo as entidades extraterrestres, são uma espécie perdida entre a intriga, o ódio e a ganância. Essas fraquezas, nas palavras de Val Ellam, nos afastaram do convívio com os seres superiores. “Durante tempos estivemos juntos. Mas nossa violência nos condenou a uma quarentena cósmica. Esse tempo está terminando. Eles estão vindo para nos resgatar”, afirma o porta-voz galáctico.
Porém, o que mais impressiona no discurso de Val Ellam não são suas delirantes previsões, mas, sim, a sua sinceridade. Ao contrário de muitos gurus, ele não deseja que as pessoas saiam por aí pregando suas idéias. “Sei que esses fatos soam totalmente absurdos. Fica parecendo coisa de ficção científica. Por isso não quero forçar ninguém a acreditar em mim. Já tive problemas demais com isso.” Especialista em ufologia com mais de 40 anos dedicados ao assunto, o paulista Claudeir Covo é categórico: “Não acredito em profecias. Nunca vi uma se cumprir. Isso é um desserviço à ufologia.” Como se nota, consenso entre eles é algo tão raro quanto a chance de você ver um disco voador na sua janela.

Minha intenção hoje não é criticar quem acredita em objetos voadores não identificados (OVNIs) ou em comunicação com extraterrestres, mas apenas evidenciar que se trata de um segmento altamente dividido. Segundo organizadores e participantes desse congresso, que chegou a sua trigésima terceira edição, um dos principais enfoques foi a espiritualização da questão de OVNIs, ou seja, o assunto depende cada vez mais de uma questão de crença. E não de evidências científicas ou de argumentos defendidos academicamente.
Um dos problemas hoje que se vê é que a ciência tradicional e aceita pela maioria costuma apresentar estudos que dizem comprovar cientificamente fenômenos como aparição de mortos ou de seres de outros planetas. Ao mesmo tempo, no entanto, pouco se fala sobre os avanços científicos que comprovam a Bíblia Sagrada e os seus ensinamentos deste e de outros livros e que contradizem as teorias sobre reaparecimento de mortos, espíritos ou de alienígenas.
Há uma clara atitude parcial de muitos cientistas que se mostram propensos a admitir oficialmente doutrinas defendidas pelos espíritas e ufólogos a confirmar muitos dos fatos narrados nas páginas da Bíblia. Mas, como dizem os próprios estudiosos dos OVNIs, não há uma opinião fechada sobre o lado científico da ufologia. Se é uma questão de crença, portanto, que cada um tenha liberdade de crer, mas que não use a ciência para atacar algumas teorias e defender outras por interesses escusos.

SORRIA, VOCÊ ESTÁ SENDO DIGITALIZADO!

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Revista Veja, Semana de 18.10.2006.

As tecnologias que se valem dos bits para a identificação de pessoas se disseminaram pelo mundo. A leitura das digitais dos dedos é o recurso mais popular, representando 43,6% dos sistemas empregados atualmente. É usada como senha para permitir o acesso a computadores pessoais, a informações em arquivos de empresas ou mesmo para ligar um eletrodoméstico – caso até de máquinas de lavar. Alguns passaram a cadastrar fregueses por meio da polpa do indicador, na tentativa de barrar os consumidores indesejados. Os dispositivos de reconhecimento da face vêm em segundo lugar na lista do ranking da biometria, com 19% do mercado. Essa técnica deve se difundir, pois foi recomendada pela International Civil Aviation Organization (Icao), um organismo das Nações Unidas, para equipar o chip de novos passaportes. A leitura da íris e o mapa formado pelas veias da palma da mão também estão sendo largamente usados para a identificação de pessoas. Estudo realizado pelo International Biometric Group (IBG), empresa de consultoria desse setor, indica que as vendas globais desses equipamentos vão saltar de 2,1 bilhões de dólares, em 2006, para 5,7 bilhões de dólares, em 2010.
Nesses sistemas, os traços biológicos de uma pessoa são medidos e transformados em padrões, por meio de algoritmos matemáticos (um conjunto de regras e operações, construídas para solucionar um problema em um número determinado de etapas). Esses dados ficam armazenados num computador, num chip de um cartão inteligente (smart card) ou num documento, como o passaporte. Posteriormente, são diretamente comparados com as digitais, o rosto, a íris ou a palma da mão da pessoa. No caso dos dedos, uma espécie de scanner captura os pontos específicos da impressão digital (bifurcações e vales), chamados de minúcias, e os transforma em padrão. Não é o método mais preciso de reconhecimento, mas é o mais barato.
Nos Estados Unidos, a empresa Pay By Touch desenvolveu um dispositivo eletrônico de pagamentos baseado no reconhecimento das digitais. Ele está sendo utilizado em mais de 2 200 lojas, por 2,9 milhões de consumidores. Essas pessoas cadastram o padrão da impressão digital, com o número da conta bancária ou do cartão de crédito. Na hora da compra, colocam o dedo sobre o leitor biométrico. Uma senha é digitada para reforçar a segurança do processo. O sistema compara as peculiaridades do dedo com as informações armazenadas no banco de dados da instituição financeira. Automaticamente, debita o valor da compra.
A identificação por meio da face é feita com um sistema de câmeras digitais que capta as características individuais, com base numa fusão lógica da geometria do rosto da pessoa com a estrutura da pele. No caso da íris, a característica que o sistema capta está na parte colorida do olho, na qual existem 249 pontos de diferenciação. Tais elementos não se alteram com o tempo, à medida que a pessoa envelhece. A probabilidade de duas pessoas terem o mesmo padrão de íris é de uma em 7 bilhões. Em testes feitos pelo governo britânico, a taxa de sucesso na identificação por esse método chegou a 96%. Mas, pelo custo elevado, o sistema está restrito a aplicações críticas, como em centros de processamento de dados de instituições financeiras.
O mercado financeiro é justamente o alvo de outra tecnologia de reconhecimento biométrico: a leitura das veias da palma da mão. Desenvolvido pela Fujitsu, o aparelho tem um sensor que captura a imagem da mão. Ele emite um feixe infravermelho, que é absorvido pelo sangue sem oxigênio que circula nas veias, formando uma espécie de mapa. A possibilidade de duas pessoas terem o mesmo desenho de veias é muito pequena. "Nem gêmeos idênticos têm padrão igual", afirma Evaldo Horn de Oliveira, gerente de desenvolvimento de negócios da Fujitsu do Brasil. O sistema, batizado de PalmSecure, foi instalado para teste em dois caixas eletrônicos do Bradesco, em São Paulo, dispensando os correntistas de digitar as senhas com letras na hora de fazer um saque. Mas esse é só o começo. Em laboratórios, estão prontas tecnologias que usam até o cheiro das pessoas como instrumento de identificação.

LANÇADA NOVA CÉLULA NA POLÔNIA COM IMAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II

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ACI Digital, 16.10.2006.


Ao completar dia 16 de outubro, 28 anos da eleição pontifícia do Servo de Deus João Paulo II, o Banco Central da Polônia (NBP) emitiu e pôs em circulação a primeira cédula de coleção com a imagem do Papa Wojtyla. Na frente da nota aparece a imagem do Papa dando a bênção com um mapa-múndi de fundo, e a data de duração de seu pontificado, de 16 de outubro de 1978 até 2 de abril de 2005. No verso, aparece a imagem do abraço entre João Paulo II e o Primaz da Polônia, Cardeal Stefan Wyszynski, durante a cerimônia de Assunção em 1978. Como filigranas, aparecem impressos os símbolos do Vaticano e o emblema pontifício do Servo de Deus João Paulo II. O desenho da cédula esteve a cargo do artista gráfico Andrzej Heidrich e foi realizado em colaboração entre outros com o Arcebispo de Cracóvia, Cardeal Stanislaw Dziwisz, quem fora por quase 40 anos secretário pessoal do Papa. Foram emitidos dois milhões de exemplares, em denominações de 50 zloty (13 euros), mas com um preço de venda de 90 zloty, por ser de coleção.

MILHARES DE HINDUS MUDAM DE RELIGIÃO

domingo, 15 de outubro de 2006 3 comentários

BBC Brasil, 14,10.2006.

Milhares de pessoas participaram neste sábado de cerimônias de conversão em massa na cidade de Nagpur, na Índia. Nas cerimônias, hindus da casta mais baixa do país (Dalits) estão se convertendo ao budismo ou cristianismo para fugir da discriminação e protestar contra as injustiças do sistema de castas indiano. Ao se converterem, os Dalits, também conhecidos como intocáveis, podem escapar do preconceito e da discriminação que sofrem. As cerimônias marcam ainda o aniversário de 50 anos da conversão ao budismo do acadêmico Bhimrao Ramji Ambedkar, o primeiro Dalit proeminente a incentivar a troca de religião.
Como o principal autor da Constituição indiana, ele estabeleceu leis antidiscriminação e sistemas de cotas. Mas, apesar da lei, o preconceito persiste e a grande maioria dos Dalits ainda vive isolada em áreas rurais. As cerimônias, realizadas em um parque de Nagpur, começaram com discursos de líderes religiosos contra o tratamento das castas mais baixas. Dezenas de policiais da tropa de choque foram enviados ao local, de acordo com a agência Reuters.
Segundo o líder Dalit Udit Raj, cerca de 2.500 pessoas se converteram. O presidente da Rede para a Liberdade Dalit, Joseph D'Souza, que é convertido ao cristianismo, disse que os Dalits podem buscar a dignidade ao mudarem de religião. "Eu acho que é importante entender que isso é um apelo por dignidade humana, por valor humano", disse D'Souza à BBC. Um dos Dalits que se converteram ao budismo neste sábado, Dhammachari Manidhamma, disse que é impossível atingir a igualdade social no hinduísmo. "Os ensimamentos de Buda foram para a humanidade, e Buda acreditava na igualdade. Já na religião Hundi, os ensinamentos são apenas de esigualdade."
Cerimônias de conversão em massa similares estão acontecendo neste mês em outras partes da Índia. Mas vários Estados governados pelo partido nacionalista hindu, o BJP - entre eles Rajastão, Madhya Pradesh e Tamil Nadu - introduziram leis para dificultar as conversões.

BRITÂNICOS ACEITARIAM IMPLANTE DE MICROSHIP PARA PAGAMENTOS

quarta-feira, 11 de outubro de 2006 1 comentários

Agência EFE, 10.10.2006

Muitos consumidores britânicos aceitariam a implantação de microchips em seus corpos para evitar o uso de cartões de crédito ou dinheiro vivo em suas compras, segundo uma enquete do Instituto britânico para o Estudo do Setor da Alimentação (IGD). Um em cada 20 adultos se diz disposto a usar um microchip em seu corpo para pagar suas compras e ajudar a evitar as fraudes com cartões de crédito, segundo a enquete. Entre adolescentes, a proporção aumenta para um de cada 10 adolescentes. Um scanner permitiria ler o microchip, conectando-se imediatamente com os dados bancários e de pagamento do cliente.
Segundo informa hoje o jornal The Times, a tecnologia já é utilizada atualmente para controlar animais como cavalos, cachorros e gatos. O mercado no varejo poderia pensar também em outros métodos de pagamento, como as impressões digitais e as técnicas de reconhecimento da íris. O jornal britânico informa ainda que o único caso conhecido de pagamento com microchips implantados no corpo humano é o da zona VIP de um clube de Barcelona. Eles recebem um microchip injetado no braço e que permite o acesso a algumas áreas, além de servir para pagar o consumo.
Segundo a analista de mercado da IGD, Geraldine Padbury, embora muitos consumidores possam temer por sua privacidade, os adolescentes, que constituem a próxima geração de compradores, não terão preconceitos contra os chips.

POLÊMICA INÚTIL SOBRE MARIA E IRMÃOS DE JESUS

segunda-feira, 9 de outubro de 2006 0 comentários

Revista IstoÉ, semana de 09.10.2006

Nascida num sábado oito de setembro do ano 20 antes de Cristo, Maria de Nazaré tornou-se uma das personagens mais misteriosas e emblemáticas da história da humanidade. Através dos séculos, milhares de pesquisadores de várias correntes científicas e religiosas se dedicaram a pesquisar os segredos e mistérios da mulher que recebeu a dádiva de gerar, virgem, o filho de Deus na terra, Jesus Cristo. Uma obsessão tomou conta daqueles que se empenham em decifrar os enigmas que cercam a figura da Virgem Imaculada tocada pelo Espírito Santo. Com absoluta desaprovação e descrença do Vaticano, é cada vez maior o número de escritores e estudiosos em religião que questionam um dos dogmas mais sagrados da Igreja Católica: a virgindade da genitora do Messias. Além disso, sugerem que Cristo fazia parte de uma família numerosa, com muitos irmãos e irmãs.
A afirmação, capaz de produzir debates acalorados entre os mais de um bilhão de católicos no mundo, é respaldada em elementos surgidos em estudos de historiadores e teólogos. Nestes trabalhos, são fortes as referências de que Jesus, o representante enviado por Deus ao mundo para salvar seu rebanho, teria dividido a casa de José e de Maria com vários outros irmãos. Quatro homens entre eles, arriscam alguns. As discussões mais recentes, motivadas por indícios encontrados por especialistas em religião, apontam, no entanto, para a possibilidade de que algum desses irmãos tenha nascido de Maria. Ela que, segundo a Bíblia, a fé católica e os ensinamentos da Igreja, concebeu e deu à luz — desprovida de pecado — exclusivamente o filho do todo poderoso dos céus.
Primeiro filho?: “Ela deu à luz seu filho primogênito”, diz o Evangelho de Lucas
Boa parte dos argumentos que alimentam essa possibilidade foi organizada por Pierre-Antoine Bernheim no livro Tiago, irmão de Jesus, lançado originalmente na França e publicado no Brasil pela Editora Record. Bernheim causou polêmica ao reunir farta documentação e supostas provas de que Tiago era irmão de sangue de Jesus. Especialista em estudos sobre a origem do cristianismo, afirma ter feito “uma cuidadosa pesquisa”. Entre as descobertas do autor está uma urna funerária localizada recentemente em Jerusalém. O artefato data do século I e traz, em aramaico, a inscrição: Tiago, filho de José, irmão de Jesus. As probabilidades são de que, entre os 80 mil habitantes da cidade no período, cerca de 20 poderiam apresentar a mesma combinação de nome e parentesco. Mas o material impressiona. Outro texto, do primeiro historiador eclesiástico, o padre Eusébio de Cesaréia, cita um escrito do século II de autoria do judeu convertido Hegesipo, que se refere a Tiago como “o irmão do Senhor”. E acrescenta: “Este homem (Tiago) foi santificado desde o ventre de sua mãe.”
Para o ensaísta Duquesne, há certas passagens bíblicas que permitem pensar que José manteve vida conjugal com a esposa.É o caso de um trecho do livro deMateus. O carpinteiro a teria “conhecido” após o nascimento do filho de Deus. Outras referências importantes foram organizadas pelo ensaísta e escritor Jacques Duquesne, ex-diretor da revista francesa Le Point, no livro Maria – a mãe de Jesus, publicado por aqui pela Editora Bertrand. No capítulo Maria, mãe de família numerosa, ele faz pelo menos 11 referências bíblicas que colocariam para refletir até mesmo os que não admitem discutir a idéia por considerá-la sacrilégio. “Vale a pena reler inicialmente os textos do Novo Testamento que citam os irmãos e irmãs de Jesus. Eles são mais numerosos do que costumamos acreditar”, crava Duquesne. “Alguns evocam claramente a existência dessa irmandade”, completa o autor. Em primeiro lugar, cita um trecho do capítulo sexto do Evangelho de Marcos. Na passagem, Jesus ensina na sinagoga de Nazaré após ter realizado uma série de milagres. Impressionados, muitos perguntam quem é aquele homem. Duquesne então cita um trecho da Bíblia que reproduz as dúvidas de uma das testemunhas: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs?”
O enigma de Tiago: o estudiosoBernheim afirma que ele é irmão de sangue de Cristo
Em outro ponto, o autor francês faz referência a mais um livro bíblico, o Evangelho de Marcos. Após Jesus ter constituído seu grupo de discípulos, um deles lhe diz: “Eis que tua mãe e teus irmãos e tuas irmãs estão ali fora a te procurar.” No Ato dos Apóstolos há outro episódio no mínimo intrigante. Em um encontro depois da ressurreição de Jesus, um dos apóstolos (“provavelmente Lucas”, sustenta Duquesne) diz o nome dos presentes e acrescenta: “Todos perseveram unanimemente na oração com algumas mulheres, entre as quais está Maria, mãe de Jesus, e seus irmãos.” Antes de citar outras passagens, Duquesne afirma que certos episódios bíblicos permitem acreditar que José e Maria tinham relações conjugais. “Ela deu à luz seu filho primogênito”, escreve Lucas no capítulo 2 de seu Evangelho, também incluído no livro. O termo “primogênito” leva alguns autores a pensar que houve outras gestações de Maria após o nascimento de Jesus Cristo.
Mais adiante, o francês se refere ao anúncio de que Maria daria à luz Jesus, ofilho de Deus, feito pelo anjo Gabriel. Informa que José a recebe em sua casa. E,a partir daí, reproduz as palavras do Evangelho de Mateus, dizendo que José “nãoa conhece até o dia em que ela deu à luz um filho”. Conhecer, no sentido bíblico, significa manter relação sexual. A frase, extraída do livro sagrado, reforça a tesede Duquesne e de outros pesquisadores de que José e Maria efetivamente se conheceram nos termos bíblicos, ou seja, mantiveram relações sexuais, apóso nascimento de Jesus Cristo.
Os dicionários mariológicos do Vaticano estimam que Maria tenha concebido Jesus por volta dos 13 anos. Ela era muito bem informada porque vivia em torno do templo — alguns escritos apócrifos sustentam que morava dentro dele. Foi dada em casamento a José. Algumas teólogas belgas foram colocadas em silêncio obsequioso por Roma depois de afirmarem que Maria teria tido outros filhos em função de sua idade. Uma outra vertente destaca indícios a partir do sentido simbólico. Na cruz, Jesus aponta para João e diz a Maria: “Mulher, eis aí o teu filho.” E, em seguida, repete o gesto olhando para João: “Eis aí a tua mãe.” O episódio, narrado no Evangelho de João, seria uma celebração do apóstolo ao irmão. Duquesne reforça suas crenças afirmando que, no momento da crucificação, pela sua gravidade, só se aproximariam familiares diretos.
O teólogo e professor universitário João Flávio Martinez, presidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisa e Evangélico Batista, diz que o texto bíblico de Mateus, nos capítulos 12 e 13, traz versículos que falam que Cristo tinha quatro irmãos. O pesquisador cita também a Lei Mosaica, ou Lei de Moisés, segundo a qual a mulher era obrigada a cumprir todas as obrigações com o marido, “incluindo a prática sexual.” Martinez defende seu argumento: “Se Maria não fez isso com o marido, se tornou pecadora. Se ficou virgem a vida inteira, desobedeceu a ordem do apóstolo Paulo sobre casamento. Era comum as mulheres terem nove, dez filhos. Maria teve família numerosa, não há dúvida.” Na sua avaliação, muitos defendem a “virgindade eterna” de Maria com o objetivo de “proteger a divindade de Jesus”. O padre Jesus Erthal, reitor da PUC-Rio, discorda: “Não existe dúvida sobre a virgindade perpétua de Maria”, diz. “Não existia palavra para designar primo. Chamavam de irmão o filho do irmão do pai, por exemplo. As versões que originam o equívoco, para mim, são traduções equivocadas.”
O padre Jesus Erthal, da PUC do Rio de Janeiro, conta que era comum chamaro primo de irmão. Não havia palavra para designá-lo. Por isso, defende queversões da irmandade podem ter surgido de equívocos feitos nas traduções
Maria é a primeira imagem de força feminina. Foi a primeira mulher a batizar um filho, teve a coragem de seguir seus passos e suportou com altivez os riscos e a perseguição. “Ela foi uma transgressora”, afirma o teólogo Clodovis Boff, professor da cadeira de mariologia social da Pontifícia Faculdade Mariana, de Roma. “Além de questionar o poder exercido com exclusividade pelos homens, clamou pela igualdade social. E representou uma contraposição ao modelo político dominante no Império Romano”, completa o especialista, autor de um livro sobre o tema, lançado este ano. Por tudo isso, as discussões em torno de sua vida estão longe de se encerrar.

Trata-se de mais uma reportagem cujo intuito é tentar polemizar algo que não é controvertido se for vista sob o ponto de vista realmente bíblico. A Bíblia relamente menciona irmãos de Jesus, mas não há declaração contundente dizendo que Maria foi mãe deles. É muito provável que fossem mais velhos que Jesus pela forma como se dirigiram a Ele em algumas ocasiões, portanto nasceram antes de Cristo. Como a Bíblia deixa evidente que Maria era virgem até dar à luz Cristo então só se pode entender que sejam filhos de um primeiro casamento de José, que teria ficado viúvo.
Agora, é bem provável que Maria, após ter concebido a Jesus, tivesse relações com José como um casal normal de sua época e de hoje também. Não há base bíblic para dizer, contudo, que ela permaneceu virgem por toda a vida, mas também não há fundamentação na Palavra de Deus para dizer que ela teve filhos depois. Ou seja, ficar especulando sem base bíblica é extremamente perigoso e é isso que se propõe a publicação.

COMENTÁRIOS EM PODCAST

domingo, 8 de outubro de 2006 0 comentários

Amigos internautas!

Agora alguns comentários que faço pela Rede Novo Tempo de Rádio também pode ser ouvidos através de Podcast no seguinte endereço: http://www.podcast1.com.br/blog.php?codigo_canal=819.

Acessem e sugiram assuntos para os comentários diários. E divulguem esse blog e o link para o Podcast.

Um abração a todos.

EVANGÉLICOS E CARISMÁTICOS CHEGAM A 49% DA POPULAÇÃO URBANA

sexta-feira, 6 de outubro de 2006 1 comentários

BBC Brasil, 06.10.2006

Uma pesquisa realizada pelo instituto de pesquisas religiosas americano Pew Forum on Religion and Public Life mostra que os adeptos de religiões pentecostais e os católicos carismáticos já formam 49% da população brasileira de grandes centros urbanos. O recém-divulgado estudo Spirit and Power (Espírito e Poder) traz diversos dados a respeito do que chama de movimentos ''renovacionistas'' e foi feito em dez países - Brasil, Estados Unidos, Chile, Guatemala, Quênia, Nigéria, África do Sul, Índia, Filipinas e Coréia do Sul.
''A cifra brasileira é bem fascinante. Um em cada dois brasileiros nos centros urbanos são ou pentecostais ou carismáticos - católicos que aceitam muitas das práticas típicas do pentecostalismo. É a terceira maior porcentagem dessas populações entre os países que pesquisamos'', afirma Luis Lugo, diretor do Pew Forum on Religon and Public Life.
Entre os países consultados, as duas tendências cristãs só são mais fortes na Guatemala, onde representam 60% da população, e no Quênia, onde equivalem a 56%. A pesquisa do Pew Center foi realizada por meio de entrevistas conduzidas nas ruas de Recife, São Paulo e Porto Alegre (que têm uma população estimada em 14 milhões de pessoas) entre maio e julho deste ano, com uma amostra de 1,6 mil pessoas com idade superior a 18 anos de idade.
Origens
Segundo Lugo, ''protestantes pentecostais e católicos carismáticos têm um senso muito forte da intervenção supernatural em eventos do dia a dia. Muitos acreditam em experiências como cura divina e até mesmo no fim do mundo e em exorcismo''.
Segundo a pesquisa, 80% dos pentecostais brasileiros dizem que ''já presenciaram ou vivenciaram exorcismos''. É a segunda cifra mais elevada entre os pentecostais consultados. A crença no exorcismo entre brasileiros adetpos dessa corrente só é ligeiramente inferior à do Quênia, onde 86% dos pentecostalistas contam já ter tido algum tipo de contato com exorcismos.
O movimento pentecostal se formou no início do século 20, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Seus adeptos crêem na manifestação do Espírito Santo por meio de sinais tais como curas milagrosas, profecias e visões e o dom de falar em línguas estranhas enquanto rezam (glossolalia).
No Brasil, o pentecostalismo teve diferentes fases. Uma das primeiras Igrejas, surgida no início do século 20, foi a Assembléia de Deus, que reúne o maior número de adeptos dessa tendência. As décadas de 70 e 80 marcam o advento do neo-pentecostalismo, à qual pertencem a Igreja Universal do Reino de Deus e a Renascer em Cristo, que defendem modelos empresariais de gestão, um amplo uso da mídia e pregam a chamada Teologia da Prosperidade, segundo a qual sinais de riqueza exterior são indicativos do amor divino.
Os ideais pentecostais foram além do protestantismo para influenciar até a Igreja Católica, levando ao surgimento do movimento de Renovação Carismática Católica. Os carismáticos utilizam músicas de louvor a Deus e costumam participar de missas de cura e libertação.
Um dos mais célebres expoentes da doutrina no Brasil é o padre Marcelo Rossi.
Resposta às preces
Para Luis Lugo, os números dos ''renovacionistas'' no Brasil são ''impressionantes'', porque ''um total de 8 em cada 10 protestantes brasileiros se identificam como sendo pentecostais e 1 em cada 2 católicos se dizem carismáticos''.
Lugo diz que o que mais caracteriza esse grupo ''é a intensidade de sua fé, que se manifesta com mais força que em qualquer outra denominação cristã''. No entender do pesquisador, alguns itens do estudo reforçam essa tese.
Ele cita, por exemplo, o número de brasileiros pentecostais que acreditam ter recebido uma resposta divina para suas orações, que é o mais elevado entre todos os países pesquisados: 95%. Nesse quesito, o país supera, entre outros, os pentecostais do Quênia (94%), Guatemala (92%) e Estados Unidos (77%).
No entender do pesquisador, o estudo derruba mitos, como o de que carismáticos ou pentecostalistas são apolíticos. Segundo a pesquisa, 65% dos pentecostais brasileiros acreditam que grupos religiosos devem expressar visões políticas. No mesmo quesito, 61% dos católicos carismáticos pensam da mesma forma. Para Lugo, ''basta olhar a quantidade de parlamentares evangélicos no Brasil para ver que não se trata de um grupo apolítico''. O pesquisador lembra ainda ''a maneira como o presidente Lula cortejou este grupo tanto na última eleição como na mais recente''.
Uma das surpresas do estudo é, inclusive, o índice elevado de carismáticos que defende o engajamento político. O movimento normalmente não é associado a atividades políticas, visto que surgiu como uma reação à Teologia da Libertação, tendência que introduziu ideais marxistas no catolicismo e que incentiva a participação política do fiel. ''A Teologia da Libertação costumava dizer que fez uma opção preferencial pelos pobres, mas os carismáticos parecem ter descartado isso e feito uma opção preferencial pelos rituais pentecostalistas'', comenta Lugo. De acordo com o pesquisador, a Igreja Católica enfrenta um dilema no Brasil. ''O Brasil é um país predominantemente católico, mas um ramo cada vez maior do catolicismo está sendo influenciado pelo pentecostalismo. A Igreja talvez nem sempre veja com bons olhos essa influência, mas se ela demonstrar uma reação contrária muito forte, pode acabar fazendo com que estes fiéis abandonem o catolicismo para se tornar protestantes pentecostais''.
Para Lugo, este impasse deverá dominar as futuras discussões sobre os rumos do catolicismo no Brasil. O pesquisador diz estar certo de que este será um dos temas dominantes no quinto encontro da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em maio de 2007, em Aparecida, no interior de São Paulo.

SENADO AMERICANO CONSUMA APROVAÇÃO DA TORTURA

terça-feira, 3 de outubro de 2006 2 comentários

jornal mexicano La Jornada, 29.09.2006.

O Senado dos EUA aprovou na última quinta-feira (28) a tortura e o fim do direito fundamental de um acusado a ter acesso às provas contra si, no caso de todo estrangeiro (incluindo imigrantes) que sejam definidos como “inimigos” pelo presidente dos Estados Unidos.O presidente George D. Bush promulgará logo esta lei, que ele e seus aliados consideram uma “ferramenta vital” na luta contra “o terror”, cujas medidas, dizem, já evitaram atentados “terroristas” nos últimos anos. A votação na noite de 28 foi de 65 a favor e 34 contra esta Lei de Comissões Militares, como é chamada.Com a prévia aprovação do projeto na Câmara de Deputados e sua aprovação no Senado, o presidente Bush e seu governo conseguiram uma vitória legalizando uma série de medidas autorizadas pelo Executivo ao longo dos últimos quatro anos. Essas medidas recentemente foram consideradas ilegais pela Suprema Corte e violadoras das Convenções de Genebra.Bush realizou uma inesperada visita ao Senado pela manhã para defender a aprovação do projeto, que foi denunciado por observadores da ONU, ex-advogados militares, muitos legisladores, organizações nacionais e internacionais de direitos humanos, editorialistas e especialistas em direito constitucional e internacional.A iniciativa da lei outorga um tipo de anistia para possíveis crimes de guerra cometidos por agentes norte-americanos nos últimos anos (por tortura, prisão clandestina, desaparecimentos, e outros), redefine pela primeira vez em mais de 50 anos as Convenções de Genebra, autoriza a tortura (o nome oficial é “técnicas de interrogatório”) e anula para sempre o direito dos detidos de contestarem as razões de sua prisão e o tratamento recebido. Baseado no projeto aprovado, o presidente ou seus representantes têm o poder de designar qualquer cidadão do mundo, inclusive os imigrantes legais nos Estados Unidos, como um “combatente inimigo ilegal”, o que poderia possibilitar sua prisão por tempo indeterminado sem acesso a um tribunal. A lei também permitirá “os métodos de interrogatório” que se considerem “admissíveis”, ou seja, quem define o que é e o que não é tortura é o presidente, e a decisão permanece secreta.Os tribunais norte-americanos não têm poder de interceder no novo sistema judiciário e militar que processará os “combatentes inimigos” até que se promulgue um veredito. Ninguém poderá processar o governo norte-americano por tais casos com base nas Convenções de Genebra. Provas obtidas por tortura poderão valer nestes processos se o juiz determinar que são “confiáveis”.Mas a anulação do direito de habeas corpus, um princípio legal que antecede a Carta Magna do século XIII, que forma a base legal dos sistemas legais do Ocidente e que está consagrado na Constituição dos Estados Unidos, não tem precedente. Este conceito estabelece o direito de um prisioneiro conhecer as razões pelas quais está detido.John. D. Hutson, ex-almirante e advogado militar de primeiro escalão na Marinha, argumentou perante os legisladores que o direito ao habeas corpus era fundamental para a identidade norte-americana. “Sem esse tipo de proteção, não passamos de mais uma república de banana”, declarou numa audiência da Comissão de Justiça do Senado. Já o Diretor do Centro de Direitos Constitucionais, Vincent Warren, disse que essa lei “outorga ao presidente o privilégio de monarcas, permitindo-lhe encarcerar qualquer crítico como suposto “combatente inimigo”, que jamais verá um tribunal ou terá oportunidade de contestar sua prisão ou o tratamento a que foi submetido. Que diríamos se um outro país aprovasse uma lei tornando legal o seqüestro de um cidadão norte-americano e sua detenção por tempo indeterminado?Outros advogados assinalaram que o habeas corpus foi submetido apenas quatro vezes na história do país, mas apenas por breves períodos de tempo e em territórios que eram zona de combate.Na noite do dia 28 a Anistia Internacional expressou seu desapontamento e declarou que a aprovação “coloca em dúvida o compromisso dos Estados Unidos com os princípios fundamentais da justiça e de julgamentos imparciais”.“Nossa democracia é a grande perdedora”, opinou o editorial do New York Times, sublinhando que os republicanos, seu presidente e os democratas iam aprovar a lei por motivos eleitorais na presente conjuntura política. Concluiu que no futuro os norte-americanos recordarão que “em 2006 o Congresso aprovou uma lei tirânica que será comparada com os momentos mais baixos de nossa democracia”.

HOMEM MATA MENINAS EM COMUNIDADE RELIGIOSA

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BBC Brasil, 02.10.2006

Um homem armado invadiu uma escola no Estado americano da Pensilvânia e matou quatro alunas nesta segunda-feira, antes de se suicidar. O chefe da polícia do Estado, Jeffrey Miller, disse que um homem identificado como o caminhoneiro Charles Carl Roberts, de 32 anos, entrou na escola de uma comunidade religiosa Amish com uma espingarda e uma pistola automática, liberou os meninos - além de uma mulher grávida e três mulheres que estavam com crianças pequenas - e ficou apenas com meninas na sala. Roberts teria então mandado as alunas se alinharem ao longo do lousa e amarrado os seus pés. Avisada por telefone por uma professora que conseguiu fugir para uma fazenda vizinha, a polícia cercou o prédio.
O atirador chegou a dizer que começaria a matar as reféns se os policiais não deixassem o local em dez segundos. Em seguida, tiros foram ouvidos de dentro do colégio e os policiais entraram na escola, que tinha apenas uma sala. Dentro da sala foram encontradas três meninas mortas e sete feridas, que foram levadas a hospitais da região. Uma das meninas feridas morreu no hospital, de acordo com informações obtidas pela agência de notícias France Presse.
Segundo Miller, duas das vítimas fatais eram alunas da escola, voltada para estudantes entre seis e 13 anos. Outra vítima era aparentemente ajudante da professora, já que era um pouco mais velha que as demais.
Os policiais dizem que Roberts matou as meninas com tiros na cabeça a pequena distância, como se as tivesse executado. Escola ficava em área rural habitada por membros da comunidade amish. Miller disse que o motivo ainda estava sendo investigado, mas acrescentou que Roberts "aparentemente" disse à sua mulher que estava se vingando de algo ocorrido 20 anos atrás.
A escola fica numa área rural da Pensilvânia habitada predominantemente pelos amish, como são os chamados os membros de uma comunidade cristã que prega a vida simples, sem as comodidades da vida moderna, restringindo, por exemplo, o uso de carros e telefones.
Segundo o chefe da polícia do Estado, Roberts não era amish.
O ataque, que chocou a pacata comunidade Amish, é o terceiro incidente violento em uma escola dos Estados Unidos em uma semana. Na última sexta-feira, um homem armado invadiu uma escola do Colorado, rendeu alunas e feriu fatalmente uma, antes de se matar. Na quarta-feira, um estudante de 15 anos matou o diretor da sua escola, no Estado de Wisconsin. Os Amish são seguidores de um ramo ultraconservador do cristianismo. Eles são reclusos e rejeitam muitos dos confortos da vida moderna, como telefone e carros. Eles também se recusam a prestar serviço militar e rejeitam assistência do governo. Eles se vestem com roupas simples, e em algumas comunidades não é permitido usar roupas com botões. Eles falam inglês e também um dialeto de inglês e alemão chamado de holandês da Pensilvânia.

RELIGIÃO, DINHEIRO E GUERRA MISTURADOS AO DESEJO DE PODER NO ORIENTE MÉDIO

segunda-feira, 2 de outubro de 2006 0 comentários

Segue abaixo primeira parte de entrevista exclusiva com o jornalista Fernando Evangelista, correspondente da revista Caros Amigos e de outras publicações internacionais. Fernando, que estudou jornalismo com o editor do blog REALIDADE EM FOCO, é um jovem simples, obstinado, revolucionário nas idéias e nas letras e que tem escrito histórias, como ele mesmo diz, "que não se contam". Natural de Florianópolis, vive atualmente na Ilha de Malta (Europa), é autor de vídeos e reportagens premiados no Brasil e no mundo. Em 2003, viu e registrou a Guerra do Iraque e, em agosto deste ano, foi ao Líbano e acompanhou o dia-a-dia de uma guerra insana e cruel. Reportagem completa feita por ele está no link da revista Caros Amigos (http://carosamigos.terra.com.br/) . Nesta primeira parte da entrevista, por e-mail, Fernando Evangelista fala sobre a questão religiosa relacionada aos conflitos.

RF - Sua vivência em áreas de conflito do Oriente Médio deixou, para você, a evidência de algum conflito religioso, puramente político-territorial, econômico ou uma mistura dos três aspectos?

Fernando - Quando comecei a pesquisar sobre o conflito entre palestinos e israelenses, por exemplo, tinha a convicção de que a base do problema era exclusivamente política. Com o tempo, através das reportagens que fiz, fui descobrindo o quanto é decisiva a questão religiosa. Uma das minhas maiores dúvidas sempre foi entender as raízes da ocupação ilegal da Cisjordânia por Israel desde 1967. Por que não se troca, como quer a maioria dos palestinos e a comunidade internacional, terra por paz? Por que Israel não se retira da Cisjordânia? Lá, descobri que, para a maioria dos colonos judeus, a Cisjordânia – que eles chamam de Judéia e Samaria – é a “verdadeira” terra de Israel. Tel Aviv, Gaza, Haifa e o resto não têm a mesma relevância. Para eles, o que importa é o que está à margem oeste do Rio Jordão. E por quê? Por causa dos sentimentos religiosos. Hebron, por exemplo, é onde estão enterrados Abraão, Jacó e Isaac e tudo isso tem um tremendo significado. Essa motivação religiosa gera um problema político, com conseqüências econômicas que estouram, como sempre, no lado mais fraco.
RF - A Guerra no Líbano também tem fundo religioso?
Fernando - Se levarmos em conta que uma das partes envolvidas é o Hezbollah, que significa Partido de Deus, a resposta parece ser positiva. Porém, como mostra o especial da revista Caros Amigos sobre o Oriente Médio, está cada vez mais evidente o fato de que o recente ataque ao Líbano foi planejado por Israel, muitos antes da captura dos soldados. A intenção da ofensiva, segundo essa análise, seria causar o maior dano possível ao Líbano, reavivando as rixas entre as várias religiões. Então, com um governo enfraquecido, uma sociedade dividida, Israel colocaria no poder um aliado, um testa-de-ferro. Esse aliado seria o contrapeso ao poder crescente do Irã na região. Isso - de mudar o governo - pode parecer absurdo, mas faz sentido porque a invasão de 1982, como agora já se sabe, não tinha como objetivo principal defender Israel da OLP (Organização para Libertação da Palestina), de Yasser Arafat. O principal motivo da invasão israelense era colocar no poder Bashir Gemayel, líder da milícia falangista maronita, considerado pelo então primeiro-ministro Menachem Begin e por Ariel Sharon, na época ministro da defesa, um aliado.
RF - Mas qual seria, naquela época, a utilidade de um governo fantoche em Beirute?
Fernando - Pela lógica israelense, com um governo amigo, seria mais fácil a destruição da OLP – que estava montada no Líbano - e de todos os árabes que lutassem por um Estado palestino. Mas o principal seria desmobilizar a resistência palestina contra a ocupação israelense na Cisjordânia. E aqui, na Cisjordânia, fechamos o ciclo da importância da religião nesse jogo político e militar.
RF - E o Iraque?
Fernando - O Iraque é uma outra história. Essa guerra entre xiitas e sunitas, a resistência contra a ocupação, a seqüência de atentados terroristas indiscriminados que está acontecendo hoje e mata cerca de cem pessoas todos os dias começa com a invasão criminosa dos Estados Unidos, planejada também há bastante tempo.

RF - Como você tem visto a intolerância religiosa tanto da parte muçulmana como da parte judaica no Oriente Médio?
Fernando - É curioso como a grande mídia focaliza a intolerância de um lado só, o lado mulçumano. De certo ponto, é compreensível pelos atos e declarações da organização terrorista Al-Qaeda e suas redes similares. A mídia adora a Al-Qaeda porque não existe nada mais “espetacular” do que as ações do grupo e, no final das contas, o que conta é o espetáculo. A intolerância é um dado concreto, mas pouco compreendido. Quando estive no Iraque em 2003, só vi homens com armas nas mãos, espumando de ódio contra o Ocidente, quando as câmeras das televisões estrangeiras eram ligadas. ões estrangeiras eram ligadas. Tudo se transformava num piscar de olhos, como um grande teatro. Depois, com os microfones e câmeras desligadas, as pessoas voltavam a sua rotina. O vendedor de verduras que, segundos antes, aparecia com o rosto desfigurado pelo ódio, segurando uma kalishnikov (fuzil), conversava tranqüilamente com o repórter norte-americano, o barbeiro voltava a cortar barbas e o porteiro do hotel voltava a ler a revista Vanity Fair. É claro que hoje a situação está muito diferente, está tudo muito mais grave, agora é caos generalizado, mas naquela época, com o país já ocupado, quase todos os iraquianos com quem conversei queriam saber do Brasil, do futebol, do carnaval. Poucos queriam falar de guerra e nenhum deles me hostilizou por eu ser ocidental. Um árabe, em meio aos carros militares, quis saber de onde eu era. Ao descobrir que eu era brasileiro, me pegou pelos braços e, com ar muito sério e grave, perguntou: “escuta, você não tem medo de morar no Brasil, lá não é muito violento?”.

RF - Você diz que a intolerância não é apenas mulçumana, poderia dar um exemplo?
Fernando - Todas as guerras são – de algum modo - fruto da intolerância e, em muitos casos, fruto do fundamentalismo. A Guerra ao Terror, levada a cabo pela administração Bush, é uma guerra baseada – além dos motivos econômicos já citados - na intolerância e no fundamentalismo. A intolerância gera a desumanização, que é o pressuposto da guerra e ela vem de cima para baixo, se espalhando. No conflito árabe-israelense, onde todo mundo focaliza a intolerância mulçumana, é fácil perceber, mesmo nos discursos oficiais israelenses, a presença da intolerância. Alguns exemplos: Itzhak Shamir dizia que os palestinos eram “gafanhotos”. O general Raphael Eitn os chamou de “baratas”. O Ministro da Defesa, Ben-Eliezer, os definiu como “piolhos”. Para o ex-primeiro-ministro Menahem Begin, os palestinos eram “bestas caminhando sobre dois pés”. A primeira-ministra Golda Meir preferia chamá-los de “animais de duas patas”. Isso não demonstra intolerância? Em 1969, Meir, em entrevista concedida ao jornal londrino The Sunday Times, questionada sobre os palestinos, respondeu: “eles não existem”. E nessa frase, que tem sua raiz no slogan do sionismo, ela resumiu todo o cancelamento da humanidade do outro, justificando, assim, a barbárie cometida e consentida. Sem remorsos.

 
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