A BOA POLÍTICA DE DANIEL

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Felipe Lemos

Às vésperas de mais uma eleição presidencial, fala-se muito em conscientização, cidadania e a diferença que cada um pode fazer votando. Verdade. O voto tem seu valor porque é a oportunidade que os cidadãos possuem para escolher quem serão seus representantes na gestão pública, mas é preciso ir além disso hoje em dia. Não basta se posicionar nesta chamada democracia representativa como mais um eleitor. E sim como uma pessoa ativa capaz de ajudar a mudar seu ambiente e a sociedade ao redor.
Critica-se de maneira contundente a corrupção enraizada na política partidária brasileira, mas muitos cidadãos, quando possível, aderem à desonestidade em suas práticas corriqueiras. São tão corruptos quanto os mensaleiros, as sanguessugas, os vampiros e todos os que agem de forma ilícita na administração do que é de todos. Isso mesmo! Muitos dos que se dizem indignados com o banditismo de terno e gravata no Congresso, no Senado, no Judiciário ou no serviço público em geral são, em grande medida, corruptos em suas pequenas ações ou corruptores, ou seja, estimulam a corrupção propondo suborno e facilitãções.
Boa parte dos que se insurgem para criticar a ineficácia de seus representantes na administração pública também nada fazem para mudar a comunidade na qual estão inseridos. Nem se preocupam com a melhoria da vida do seu bairro, da sua cidade, do seu ambiente. Mas são audaciosos em apontar o que precisa ser feito e se eximir de quaisquer responsabilidades. Como se a sociedade fosse feita sem eles...
Fico pensando se um grande servidor público, como o hebreu Daniel, ficava de braços cruzados vendo o Império Babilônico massacrar seus conterrâneos ou ruir por falta de eficiência administrativa. Nada disso. Apesar de estar em posição de exilado, Daniel, a exemplo de outros hebreus, colocou-se, pelo poder divino, à disposição do tirano Nabucodonosor. Não porque aprovasse os atos errados do governante, mas porque sabia que tinham um papel a desempenhar naquela corte. Com apoio divino, elucidou o estranho do sonho do rei e deu sobrevida a magos, encantadores e adivinhadores de araque que não souberam atender o pedido real. Com seu ato social e religioso, evitou a matança de vários "sábios" babilônicos.
E o mais interessante. Daniel não teve medo de reafirmar seus princípios ainda que guindado a posições elevadas, não se curvou diante de imagens criadas por homens, não deixou de orar em sua casa e nem se intimidou frente a uma cova de leões. Pela firmeza de caráter continuou em cargos de grande importância na Babilônia antiga que, por desprezo dos sucessores de Nabucodonosor, sucumbiu aos inimigos e passou de fortaleza intransponível a pó e cinzas.
Também não disputou funções eletivas, mas foi o eleito de Deus para missões de relevância eterna. Se há uma boa política, essa é a de Daniel. A grande lição dele não está nos benefícios de se gozar de status privilegiado em um governo, mas na forma de se lidar com o poder de maneira honesta e se prontificar a fazer o seu melhor. No caso de Daniel, o melhor para Deus e para os homens.

1 comentários:

  1. Boa Política disse...:

    Quer participar da Boa Política de verdade, na prática e na atualidade!

    Precisamos de vocês!

    Boa Política

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