CASAIS GAYS LUTAM PELO DIREITO DE ADOTAR FILHOS

domingo, 21 de janeiro de 2007

Revista Época, Semana de 21 de janeiro de 2007.


Casais gays lutam pelo direito de adotar filhos (parte da reportagem)

"Aqui dorme a princesa Theodora." A placa pendurada na porta do quarto, com a frase escrita em letras cor-de-rosa, anuncia: aquele território é o reino de uma menina. Ela tem 5 anos, cabelos cacheados, pele morena, gosta de doce de leite e não se cansa de assistir ao filme Shrek. A princesa Theodora mora em Catanduva, a 380 quilômetros de São Paulo, e é estrela de um conto de fadas do século XXI. Nascida em uma família pobre, filha de mãe viciada em drogas e pai alcoólatra, ela foi para um orfanato quando contava 1 ano e 6 meses de vida. Ficou por lá durante três anos, sem nunca ter ido à escola e com poucas perspectivas de deixar a instituição.
Um dia, um casal bateu à porta do abrigo querendo adotá-la. Eram Vasco Pedro da Gama Filho, de 35 anos, e Dorival Pereira de Carvalho Júnior, de 43. Companheiros há 14 anos, homossexuais assumidos, sócios numa escola de cabeleireiros, eles completam o elenco deste conto de fadas diferente: formam a primeira família composta de uma criança e dois homens gays reconhecida oficialmente no país. Theodora ainda é pequena para compreender, mas ela é o marco zero de uma nova estrutura que surge no cenário da família brasileira.

A instituição do casamento, segundo registra a Bíblia no livro de Gênesis, fala de homem e mulher como uma só carne. Em conseqüência, surgem os filhos como resultado dessa união aprovada divinamente. Em I Samuel 2:3, na oração de Ana, está registrado que "o Senhor é o Deus da sabedoria e pesa todas as ações na balança". Essa sabedoria divina é que constituiu homem e mulher com diferenças e formações fisiológicas e mentais que se complementam dando continuidade à vida. A adoção de crianças por casais homossexuais certamente rompe com esse sistema perfeito criado pelo Senhor. Não se debate meramente uma questão de direitos de um determinado grupo de pessoas, mas das conseqüências para uma criança de casais de homens ou de mulheres os criarem como filhos. É inegável a atitude solidária dessas pessoas, mas é preciso levar em conta os resultados na formação de uma criança posteriormente. O debate não pode se situar apenas no campo dos direitos de grupos que se consideram excluídos.

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