O texto é assinado por Richard Lynn, professor de psicologia da Universidade do Ulster, na Irlanda do Norte, em parceria com Helmuth Nyborg, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, e John Harvey, sem afiliação universitária.
Lynn é autor de outras pesquisas polêmicas, entre elas uma sugerindo que os homens são mais inteligentes do que as mulheres.
A conclusão é baseada na compilação de pesquisas anteriores que mostram uma relação entre QIs altos e baixa religiosidade e em dois estudos originais.
Em um desses estudos, os autores compararam a média de QI com religiosidade entre países.
No outro estudo, eles cruzaram os resultados de jovens americanos em um teste alternativo de habilidade intelectual (fator g) com o grau de religiosidade deles.
Na pesquisa entre países, os pesquisadores analisaram média de QI com o de religiosidade em 137 países. Os dados foram coletados em levantamentos anteriores.
Os autores concluíram que em apenas 23 dos 137 países a porcentagem da população que não acredita em Deus passa dos 20% e que esses países são, na maioria, os que apresentam índices de QI altos.
Exceções
Os pesquisadores dividiram os países em dois grupos.
No primeiro grupo, foram colocados os países cujas médias de QI são mais baixos, variando de 64 a 86 pontos. Nesse grupo, uma média de apenas 1,95% da população não acredita em Deus.
No segundo grupo, onde a média de QI era de 87 a 108, uma média de 16,99% da população não acredita em Deus.
Os autores argumentam que há algumas exceções para a conclusão de que QI alto equivale a altas taxas de ateísmo.
Eles citam, por exemplo, os casos de Cuba (QI de 85 e cerca de 40% de descrentes) e Vietnã (QI de 94 e taxa de ateísmo de 81%), onde há uma porcentagem de pessoas que não acreditam em Deus maior do que a de países com QI médio semelhante.
Uma possível explicação estaria, segundo os autores, no fato de que "esses países são comunistas nos quais houve uma forte propaganda ateísta contra a crença religiosa".
Outra exceção seriam os Estados Unidos, onde a média de QI é considerada alta (98), mas apenas 10,5% dizem não acreditar em Deus, uma taxa bem mais baixa do que a registrada no noroeste e na região central da Europa – onde há altos índices médios de QI e de ateísmo.
Lynn diz que uma explicação para o quadro verificado nos Estados Unidos pode estar no fato de que "há um grande influxo de imigrantes de países católicos, como México, o que ajuda a manter índices altos de religiosidade".
Mas ele reconhece que mesmo grupos que emigraram para os Estados Unidos há muito tempo tendem a ter crenças religiosas fortes e diz que, simplesmente, não consegue explicar a realidade americana.
Generalização
Os autores argumentam que essa relação entre QI e descrença religiosa vem sendo demonstrada em várias pesquisas na Europa e nos Estados Unidos desde a primeira metade do século passado.
Eles citam, também, uma pesquisa de 1998 que mostrou que apenas 7% dos integrantes da Academia Nacional Americana de Ciências acreditavam em Deus, comparados com 90% da população em geral.
Lynn admitiu à BBC Brasil que os resultados apontam para uma "generalização" e que há pessoas com QI alto que têm crenças religiosas fortes.
Segundo ele, há vários fatores, como influência familiar ou pressão social, que influenciam a religiosidade das pessoas.
"Nós temos que diferenciar a situação hoje com outros períodos da história. As pessoas tendem a adotar uma atitude de acordo com a sociedade em que vivem. Hoje em dia, na Grã-Bretanha e em outros países europeus, não há tanta pressão da sociedade para que você acredite em Deus", afirma.
Uma das hipóteses que o estudo levanta para tentar explicar a correlação entre QI e religiosidade é a teoria de que pessoas mais inteligentes são mais propensas a questionar dogmas religiosos "irracionais".
Dúvidas
O professor de psicologia da London School of Economics, Andy Wells, porém, levanta questões sobre a tese.
"A conclusão do professor Lynn é de que um QI alto leva à falta de religiosidade, mas eu acredito que é muito difícil ter certeza disso", afirma.
De acordo com Wells, vários estudos já demonstraram que pessoas com níveis de QI altos tendem a ter níveis de educação mais altos.
"E quanto mais educação as pessoas têm, é mais provável que elas tenham acesso a teorias alternativas de criação do mundo, por exemplo", afirma Wells.
O jornal de psicologia Intelligence, publicado na Grã-Bretanha, traz pesquisas originais, estudos teóricos e críticas de estudos que "contribuam para o entendimento da inteligência". Acadêmicos de universidades de vários países fazem parte da diretoria editorial.
Além de não ser totalmente conclusiva e merecer, inclusive, questionamentos científicos, a pesquisa do professor de psicologia da Irlanda do Norte reflete a realidade de um mundo cético. O que importa, para os racionalistas da nossa época, é conhecimento secular que propicia uma suposta liberdade de negar tudo e criticar toda e qualquer crença sobrenatural. Ou seja, você só é livre para pensar se for descrente. Se tiver um alto nível de ceticismo, então terá maiores chances de encontrar as respostas para os seus dilemas e dúvidas sobre a própria existência.O interessante é que esse ceticismo é marcado, principalmente, por duas questões:
1) A imagem que se tem hoje de religião é grandemente influenciada pela história da igreja predominante ao longo dos séculos, portanto quando se fala em religião logo se associa à Igreja Católica Medieval e seu modo de agir que realmente é questionável e causa mais ojeriza do que apreciação pelos pensadores. Só que essa não é a religião descrita pela Bíblia.
2) Acredita-se que a religiosidade e a espiritualidade não sejam necessários à vida humana, quando, na verdade, já se mostrou, até cientificamente de certa forma, a importância de atitudes totalmente não explicáveis sob o ponto de vista físico como a oração e a fé. Eu não consigo imaginar que uma pessoa é mais inteligente do que outra ou tem uma capacidade maior de raciocínio, lógica, entre outras aptidões, porque é descrente no que se refere à religiosidade.
Isso não faz sentido, já que, se você ler algum dos episódios envolvendo Jesus Cristo, perceberá a inteligência em seu nível máximo na maneira de lidar com as pessoas e de resolver situações. E, pelo que consta, Jesus Cristo era extremamente crente no poder divino e na Sua missão. Amplamente digna de ser posta em dúvida ess conclusão do professor de psicologia da Irlanda do Norte.
Assusta-me o período da História em que vivemos. Digo isso porque, infelizmente, a maioria das pessoas que tiverem acesso a essa pesquisa irão tomá-la como ciência, verdade, fato.
Acho incrível como tem sido fácil para o ser humano de hoje aceitar tudo o que é contra Deus e religião. Tem sido semeado um espírito "que se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora" (II Tess. 2:4). Ao afirmar isso não estou querendo dizer que devemos ter uma fé cega. Não! E digo isso não apenas aos cristãos e religiosos, mas principalmente aos construtores do mundo científico atual, os quais, em muitas de suas conclusões, não admitem a possibilidade do erro. Enfim, quem é que tem a fé cega?
Terminando, gostaria de lembrar de alguns dos grandes cientistas dos séculos passados, tais como Issac Newton e Louis Pasteur, os quais construiram teorias e firmaram leis científicas largamente utilizadas nos dias hodiernos, exatamente por crerem muito em Deus e na Bíblia. Tinham um grau de religiosidade muito alto. E acredito que ninguém questionaria os seus Quoeficientes de Inteligência (QI)...
Um abraço ao meu amigo Felipe. Como sempre trazendo notícias importantes para o mundo religioso e científico.