Pesquisa revela o que os jovens pensam

segunda-feira, 21 de julho de 2008


Revista IstoÉ, Semana de 21.07.2008.

EDUCAÇÃO 37% consideram a escolaridade essencial para um bom emprego
SEXO 33% dos garotos dormem com a namorada em casa. Apenas 8,5% delas podem fazer o mesmo

A juventude sempre foi vista como uma breve transição para a idade adulta. A ordem era trabalhar cedo, casar logo e constituir família. Os anos 60 romperam com este padrão. Rebeldes, os jovens daquela década lutaram por várias causas, como liberdade política, sexual e igualdade entre os sexos, e criaram um ideal de juventude até hoje cultuado. Vinte anos depois, o espírito de rebeldia mantinha-se vivo, mas as causas eram mais difusas. Hoje, a ditadura é uma lembrança e o conflito de gerações quase desapareceu. O jovem está preocupado em deslanchar na carreira (sem muito stress), valoriza o suporte familiar e sua atuação política é menos partidária e mais social, como a defesa do meio ambiente.
O que passa pela cabeça desta geração foi mapeado por um estudo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A pesquisa, inédita, com dez mil brasileiros de 15 a 29 anos, resultou no livro Juventudes: outros olhares sobre a diversidade, da coleção Educação para Todos, do Ministério da Educação. É a primeira tese de fôlego no País sobre esta faixa etária, que corresponde a 51 milhões de pessoas e só começou a ser estudada há dez anos. O trabalho traz dados surpreendentes – para os mais velhos – sobre a geração que comandará o Brasil daqui a 20 anos.

Para eles, a aparência é fundamental. Quase 27% dos entrevistados disseram que a maneira de vestir os define. Futilidade? Nada disso. A roupa é uma mensagem. “É uma forma de o jovem marcar seu território e anunciar qual é sua personalidade”, afirma a socióloga Miriam Abramovay, organizadora da obra e pesquisadora da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana.
A estagiária de relações públicas Fernanda Araújo, 23 anos, diz sem medo que é consumista. Com o primeiro salário do estágio, gastou R$ 600 num sapato. Mas Fernanda trabalha desde os 15 anos, ajuda a pagar a faculdade e é voluntária de uma entidade. O modo como se veste faz parte de seu objetivo de crescer profissionalmente. “Me dedico ao trabalho, sou prática e sei resolver problemas. Minhas roupas expressam essas qualidades”, acredita. Fernanda está satisfeita com os rumos da própria vida, assim como 75% dos participantes do estudo.
“Mesmo com violência, educação deficiente e um mercado de trabalho disputado, o jovem acredita que as dificuldades serão superadas”, diz Miriam. “É uma juventude forte, que mantém a esperança. São características fundamentais que fazem a sociedade evoluir.” Ao contrário de gerações passadas, eles encontram confiança e segurança em casa e têm na família sua maior fonte de alegria. É a ela que o estudante carioca Frederico Lacerda, 21 anos, dedica o tempo livre após o estágio, a faculdade, a namorada e os esportes. Ele janta todos os dias com a mãe, a avó e os irmãos. Quando o pai, gerentegeral de um hotel em Angra dos Reis (RJ), está no Rio, os filhos até cancelam compromissos. “Eu e meus irmãos fazemos questão disso. O ambiente em nossa casa é tão bom que amigos e namoradas gostam de freqüentá- la.”
Reportagem completa em www.istoe.com.br
Alguns resultados não surpreendem, porque refletem aquilo que vemos na prática. Pelo menos 33,3% dos garotos afirma que dorme com a namorada, ou seja, certamente pratica sexo com ela sem qualquer comprometimento advindo do casamento. Isso é um retrato real de nossa sociedade que se distancia rapidamente dos ideais bíblicos. O casamento, como instituição criada por Deus (não pelo homem), deixa velozmente de ter importância na sociedade a começar pelos hábitos dos jovens.
Outro dado curioso é que, para a maior parte dos entrevistados, o que melhor define um jovem é a moda e a aparência. Isso deveria preocupar a sociedade bastante. Significa dizer que os próprios jovens estão afirmando, com todas as letras, que convicção de atitudes, ideologia, responsabilidade, compromisso ficam para trás quando se procura uma auto-definição. Claro que temos uma carga histórica envolvida nisso, mas a estrutura familiar infelizmente está mudando mesmo. Na minha opinião, para pior, porque se um jovem se considera muito mais fruto do que ele aparenta do que o que ele efetivamente é, então alguma coisa bem errada existe.

2 comentários:

  1. Schubert disse...:

    Encontrei você por acaso pois estava justamente pesquisando sobre hábitos da juventude brasileira. Como cristão evangélico concordo com a sua posição e também me preocupo com a alienação e futilidade do que é considerado "mais importante" para o jovem brasileiro. Procure ver a pesquisa DOSSIÊ UNIVERSO JOVEM 4 feita pela MTV e Datafolha. Os nossos adolescentes estão bem informados sobre muitas coisas mas o que mais preocupa é ver o quanto têm sido condicionados e doutrinados pela idéia do prazer por prazer como se isso fosse a chave da liberdade. O pano de fundo de tudo isso, evidentemente é o interesse econômico. Nem é preciso ter uma visão "espiritual" do mundo para entender que o mercado molda as mentes através da comunicação de massa com objetivos bem definidos. O que manda é a grana! E continuamos vendo o rostinho inocente de telejornalistas lamentando notícias sobre pedófilos, prostituição infantil, aumento da criminalidade entre jovens de todas as camadas sociais em veículos que toleram e até incentivem, em sua programação, a sensualidade (não estou falando de sexualidade) na adolescência, como uma coisa natural. Grande abraço.

  1. paulo gustavo disse...:

    Tenho 16 anos, em breve terei 17. Tava lendo o artigo e depois de ler eu percebi que a pesquisa é de 2008, e já estamos em 2011, fico pensando será que as coisas continuam a mesma? será que melhorou esses números? ou piorou? Lendo algo como essa pesquisa um jovem que não vive desse modo acha que é burro e atrasado e a mídia é bem manipuladora nesse ponto, mostra algo bem diferente da realidade. Nem posso botar minha opinião toda se não vai ser um grande artigo, foi um tipo de resumo. É bem difícil viver nos padrões bíblicos nesse mundo, se vive é taxado como besta. Enfim é tanta coisa que é muito chato falar, do mundo digo... Bye

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