Por trás dos movimentos pró-legalização de drogas

domingo, 19 de junho de 2011

Ampla discussão foi retomada no Brasil por conta da ideia de se aprovar a legalização do consumo e vendas de drogas, especialmente a maconha. Apesar de o assunto já ser alvo de controvérsia desde os anos 90. Meios de comunicação de massa e políticos se manifestaram novamente agora, até porque é o tipo de polêmica que garante visibilidade, audiência e mantém uns e outros em evidência constante. Afora dessa motivação questionável, fica claro que o debate tende a crescer, ainda mais que recentemente o Supremo Tribunal Federal (corte máxima brasileira) se posicionou sobre as recorrentes “marchas da maconha” no país. Em decisão unânime, o STF liberou a realização dos eventos, que reúnem manifestantes favoráveis à descriminalização da droga. Para os ministros, os direitos constitucionais de reunião e de livre expressão do pensamento garantem a realização dessas marchas. Quando o assunto é uso para fins medicinais, vários países aderem. O potencial terapêutico da cannabis já é explorado nos EUA, Canadá, Reino Unido, Holanda, França, Espanha, Itália, Suíça, Israel e Austrália, entre outras nações.
Defensores da descriminalização da erva argumentam que, em tese, o uso permitido da maconha (entenda-se o consumo e a comercialização) ajudaria a reduzir a criminalidade decorrente do comércio ilegal e proibido que hoje ocorre. Contra isso, no entanto, pesam pesquisas médicas amplamente confirmadas sobre os malefícios do uso da droga, especialmente a longo prazo. O Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), que é uma referência na questão acadêmica, publicou em seu site oficial livretos sobre várias drogas. No caso da maconha, entre outras afirmações, está a de que “os efeitos físicos crônicos da maconha são de maior gravidade. De fato, com o uso continuado, vários órgãos do corpo são afetados. Os pulmões são um exemplo disso. Não é difícil imaginar como ficarão esses órgãos quando passam a receber cronicamente uma fumaça que é muito irritante, dado ser proveniente de um vegetal que nem chega a ser tratado com o tabaco comum. Essa irritação constante leva a problemas respiratórios (bronquites)...sabe-se que seu uso prolongado interfere na capacidade de aprendizagem e memorização...”.*
Mas efetivamente o que significam, de uma maneira mais abrangente, esses movimentos pró-legalização de drogas? Há algumas conclusões que se podem tirar a partir dessa mobilização toda e que afetam a sociedade de maneira muito mais profunda do que se pensa ou se imagina.
                O pretenso combate à criminalidade em função da descriminalização de drogas, começando pela maconha como pretendem muitos no Brasil, pode ser uma grande ilusão. O que faz determinados países não apresentarem altos índices de criminalidade associada à venda e disseminação de drogas (quando isso realmente ocorre) é um conjunto de ações que incluem fortalecimento da educação formal, apoio de ONGs sérias e igrejas no processo de reabilitação e recuperação de dependentes e atuação exemplar de forças repressoras. No Brasil, tudo isso ainda é embrionário ou sequer existe em determinadas regiões. Que apoio governamental efetivo e consistente se dá, por exemplo, a igrejas que se propõem a trabalhar para ajudar na reabilitação de jovens viciados e suas famílias? A resposta pode ser vista diariamente através de notícias veiculadas na imprensa.
A Bíblia sugere que a educação é uma das chaves para uma vida livre de alguns dos males modernos. Não significa dizer que todos os “bem educados” estão isentos de qualquer problema (até porque isso não é verdade), mas a educação formal, em colaboração com o trabalho de famílias cujos alicerces estão em princípios sólidos, pode ajudar e muito. O ensino de pais para filhos fazia parte da cultura antiga oriental, mas é praticamente desprezado hoje. É interessante o que Moisés registrou no livro de Deuteronômio, capítulo 6, nos versículos 6 e 7, ao se dirigir ao povo que acabara de receber instruções divinas. “Estas palavras que hoje de ordeno estarão no teu coração. Tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, andando pelo caminho, deitando-se e levantando-se” (Almeida Revista e Corrigida – Edição Contemporânea). Soa um pouco estranho, em um primeiro momento, o dever familiar de inculcar algo na mente de outros, mas é bom raciocinar que pior ainda é a perda de vidas por causa de drogas. Entre os sinônimos para esse verbo inculcar estão fixar e gravar. Tenho lido mais um dos excelentes livros do neurocirurgião norte-americano, Ben Carson, em que fica nítido o conceito da importância de princípios na vida para sucesso profissional e pessoal. De origem pobre e certamente dentro do parâmetro que hoje chamamos de vulnerabilidade social, Carson, no entanto, contou com uma mãe religiosa e ciente do seu papel como primeira educadora, a ele foram inculcados alguns conceitos que o fizeram um dos mais respeitados médicos do mundo na atualidade.
Além disso, por trás de movimentos pró-legalização de drogas está uma despreocupação total com a saúde mental e física, principalmente de jovens, adolescentes e crianças. O que se pode esperar de uma sociedade permissiva com respeito ao uso de substâncias comprovadamente prejudiciais, inclusive, à capacidade plena de memorização e apreensão de conhecimento? Quando o apóstolo Paulo pergunta, em sua primeira carta aos Coríntios, capítulo 6 e versículo 19 e 20, que “ou não sabeis que o nosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus? Não sois de vós mesmos: fostes comprados por bom preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo”.
                Não vejo futuro promissor para uma sociedade que se rende e aceita deixar que jovens usem e sejam vítimas fáceis do comércio indiscriminado de drogas e, por esse uso, lotem clínicas e centros de reabilitação. Se Deus está disposto, como diz a Bíblia, a conceder inteligência para o desenvolvimento pleno do ser, não me parece haver lógica em se aprovar a distribuição de veneno. Algo muito errado se percebe nos direcionamentos que a sociedade está buscando de modo geral, especialmente a brasileira. Alguns líderes estão admitindo que valores não são mais necessários e preferem oferecer o que de pior existe. Talvez pensem que isso vai tornar menos violenta, menos desigual ou menos degradante a nova geração. Triste engano.

Felipe Lemos, jornalista, especialista em marketing – @felipelemos29 

6 comentários:

  1. Ótima postagem!

    Conheça também o blog Evidências Proféticas: http://evidenciasprofeticas.blogspot.com/

  1. Anonymous disse...:

    A decisão do STF não é a favor do uso da maconha, e sim do direito de se manifestar a favor da descriminalização dela. O governo combate o uso do tabaco, por exemplo, mas não o criminaliza - Não é a favor do uso mas não considera o usuário um criminoso. É mais eficaz o combate a algo que está legalizado e oficializado do que ao que é marginal, ilegal e informal.

  1. Felipe Lemos disse...:

    Anônimo, muito obrigado por seu comentário. Eu me referi no artigo,falando do STF, à marcha da maconha. Esse combate do qual você fala, referindo-se ao Governo, não ocorre de maneira consistente e eficiente. Dificilmente você vai conseguir combater uma substância prejudicial à saúde se ela for liberada para consumo. A legalidade de um produto não vai criar automática consciência de uso. Não é o que se vê hoje prezado internauta.

  1. Rogério disse...:

    olá.
    Eu não sigo nenhuma religião e gostaria de te perguntar: Fumar maconha é pecado ? e porque Deus criou essa erva natural ?

    Ora, vocês não acreditam no relato biblico da Criação ?


    E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra;
    E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente; e assim foi.

    E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, ; E VIU DEUS QUE ERA BOM.

    E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que ERA MUITO BOM.


    A cachaça, Uísque, cerveja, Vodka e etc é infinitamente mais nociva que a maconha e você compra em qualquer mercado.
    Quando você fuma maconha você não fica agressivo (Muito pelo contrario. você fica calminho calminho).Já o alcool só provoca brigas na rua, no lar e mortes no transito.

  1. Felipe Lemos disse...:

    Amigo internauta, obrigado por seu comentário. É importante a gente analisar o contexto integral da Bíblia antes de tirar conclusões, principalmente com base em apenas um só versículo. Esse é o princípio do entendimento equilibrado de qualquer tipo de livro, certo?
    Realmente Deus criou ervas, grãos, água e tudo o que é bom para o nosso consumo. Agora, observe que ali não há qualquer recomendação para que TODAS as plantas sejam utilizadas para consumo humano, até porque os animais também as utilizavam. Outro aspecto é que, após a entrada do pecado (que também está na Bíblia muito claramente na história de Adão e Eva), houve uma mudança significativa nas plantas criadas por Deus e surgiram certamente venenos e substâncias nocivas. E é lógico, conforme vários textos bíblicos como I Coríntios 10:31, I Coríntios 6:12 e I Coríntios 6:19,20, que o ser humano não deve utilizar substâncias que façam mal a sua saúde e que alterem suas capacidades, pois isso afeta sua relação com o próprio Deus. Por esses motivos, a Bíblia não recomenda o uso de substâncias, sejam químicas ou com alteração mesmo de plantas, quando essas oferecerem algum tipo de prejuízo à mente e ao corpo. Que Deus te ajude a sinceramente entender esse princípio bíblico.

  1. Anonymous disse...:

    O partido que atualmente está no poder no Brasil, tem como objetivo único; se perpetuar no poder, não se importam como alcançarão tal objetivo. A oficialização do casamento homossexual, a aprovação do PL 122, e a legalização do porte e consumo da maconha, faz parte de suas metas de governo. Nós sabemos pelas profecias que a decadência moral e política generalizada, é um dos sinais do retorno de Jesus, mas precisamos identificar, ter a certeza de que a esquerda tem sido um dos principais meios de Satanás para mergulhar - não somente o Brasil, mas todo os países em que essa ideologia está a frente do executivo - Em um verdadeiro inferno na terra. Uma evidência disso, é que a esquerda, em sua essência, é subversiva, criminosa. Basta consultarmos os métodos dos ideólogos do comunismo na Rússia pré-revolucionária. Lênin, Molotov, e outros viviam de saques, e de assaltos a bancos. No Brasil, não se constitui novidade, as estreitas ligações do partido dominante, com narcoterroristas colombianos, que vivem do tráfico de drogas, sequestros e assassinatos. É de suma importância não somente adventistas, mas toda a cristandade, estarem cientes desses fatos, para que não sejamos - por meio do voto - cúmplices da avassaladora onda de iniquidade que vem se institucionalizando no Brasil e no Mundo.

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