Por Fabiana Bertotti, jornalista.
Sou pacifista por opção religiosa e índole. Lamento até em matar um pernilongo e fico pensando em como sofrerá a esposa e os filhinhos do bichinho que não voltará para casa. Até por isto rodeios, touradas e a infame farra do boi que acontece no litoral catarinense me exasperam. Tive que fazer reportagens lá, quando trabalhava numa TV local, e não conseguia ver lucidez na face daqueles homens (bêbados ou não) maltratando os animais só para rir.
Mas daí que esta insanidade me aparece novamente como moda do momento e com uma aura “cult”. São todos falando do tal UFC e da MMA que pelo que entendi é uma espécie de quase vale-tudo onde a graça é deixar o oponente no chão, de preferência inconsciente. Atores, artistas, intelectuais e – pasme! – cristãos comentando, torcendo, perdendo o sono para ver as tais lutas, como se fosse de fato um esporte. Tá que não sou das mais esportistas e admito que a preparação com corridas, musculação e ginástica seja de fato esporte, mas entrar no ringue como galos numa rinha e esmurrar o “parceiro”, fala sério!
Você pode ter uma opinião diferente, sinta-se livre, mas não consigo imaginar uma pessoa que torce, grita esbaforida vibrando com cada golpe violento achar coerente falar contra a violência. Você deixa seu filho assistir isto e quer ensinar pra ele que é errado brigar na escola? Você acompanha seu marido nestes serões de murros e golpes e depois advoga contra a violência doméstica? Como assim? Não vou culpar as tais lutas pela onda de violência nas casas, nas ruas, no mundo todo. Não sou burra, como eventualmente pareço. Contudo com apenas dois neurônios é possível perceber como afeta, sobretudo os que já têm tendência, os mais influenciáveis.
Transformar isto em show e nos vender com pacote bonito de esporte é zombar e subestimar a influência da violência, é voltar à antiguidade, aos gladiadores sanguinários e a insanidade coletiva ávida por sangue. É, de fato, comprovar a falta de civilidade.
Originalmente publicado em http://fabianabertotti.com/2012/pao-e-circo-o-retorno-a-barbarie/
Nota: Concordo integralmente com essa articulista e reitero que essa contradição é muito clara e faz parte de paradoxo inaceitável. Há um considerável grupo que se beneficia economicamente de eventos, programas e atividades de estímulo à violência e, em última instância, quem assiste a esse tipo de "entretenimento" está contribuindo, ainda que indiretamente, para fomentar esse mercado incompatível com ensinamentos cristãos calcados na Bíblia. Quando se lê textos como de Atos 17:1-3 onde o apóstolo Paulo e outros pagaram com torturas e prisões por terem ousado pregar sobre um Cristo redentor que morreu e reviveu pela humanidade, então se vê que o preço a pagar por apresentar uma verdade impopular é alto.
É isso mesmo. Pregar contra barbáries televisivas e outros tipos de violência gratuitos apresentados pela mídia e repercutidos por cristãos é algo que "não dá voto", nem fama, nem dinheiro, nem reconhecimento acadêmico e artigos como esse são cada vez mais raros. Felizmente há os que se posicionam e relação a esse assunto e confirmam o texto bíblico.
sei que nós cristãos somos pacifistas nesse mundo pecador, porém é incoerente caracterizar o MMA como violência. tá certo que cada um tem um conceito diferente de violência, mas dizer que o seu conceito é o conceito da bíblia... Cuidado com o que se fala irmão! seja sincero, vc nunca estudou a "violência" na bíblia, apenas escolheu versículos isolados, mas nunca viu o tema na integra. porque se tivesse visto, saberia que a primeira guerra aconteceu no céu, e não foi simbólica, já que a irmã white comenta como literal, saberia que Javé é o Senhor dos Exércitos, que israel era um povo guerreiro... neste momento torna-se oportuno a citação de myamoto mussashi, no livro os 5 aneis:
"A Justiça sem Poder é vazia, O poder sem justiça é apenas violência."
Mussashi corrobora com os fatos históricos bíblicos, já que o SENHOR não é um Deus violento, porem é um Deus Justo, guerreiro e Poderoso!
Certo, concordo com vc que Crianças não devem assistir assim como pessoas que não entendem devem se abster de ver. Porém, se o mma é um espetáculo a culpa do é capitalismo que promove tais eventos como meio de arrecadar dinheiro, mas não é um coliseu. O coliseu era desumano porque colocava-se pessoas contra a sua vontade e com adversários Desiguais (muitas vezes Leões), porém no mma não há desigualdade, todos que entram ali são preparados e entram com tal finalidade.
O problema é capitalizar a arte marcial! Aí se perde a cortesia, o auto-controle, a integridade e outros atributos oferecidos pelas artes marciais.
É anti-cientifico caracterizar as artes marciais como más, já que quando uma criança é briguenta na escola matricula-se o menor em uma escola de karate, taekwondo, ou outra arte marcial. e o que acontece? “milagrosamente” a criança deixa a sua conduta anti-social.
Eu faço Taekwondo e não sou um maloqueiro, muito pelo contrario; depois que comecei uma arte marcial nunca mais briguei na rua porque aprendi a lidar com situações tensas, com esta conciencia consegui sair de situações de forma tão pacifica quanto qualquer cristão verdadeiro. A arte marcial me ajudou e me ajuda até no processo de santificação.
Aconselho a antes de falar algo, buscar conhecer sobre; pois podemos correr o risco de formar um conceito antecipado errado (preconceito).
“Um coração sábio procura o conhecimento, mas a boca dos insensatos se apascenta de estultícia.”
Provérbios 15:14
Um abraço.