Do site Gospel Prime, 14.02.2013.
Estreia hoje (14/2) nos Estados Unidos a série “Zero Hour” que, segundo informações divulgadas, pretende mexer com alguns conceitos bíblicos. Será exibido pela rede ABC, a mesma que no ano passado lançou as séries “GCB” e “666 Park Avenue”. Acusadas de ridicularizar os cristãos, ambas foram canceladas por causa da baixa audiência.
O novo “drama de mistério” tem o roteiro de Paul Scheuring, criador de “Prison Break”. A história envolve os 12 novos apóstolos de Jesus Cristo e sua batalha contra o que seria o “anticristo”.
O início da série mostra como um jornalista cético acaba conhecendo um dos maiores segredos da história. Ele fará uma perigosa jornada ao redor do mundo, onde poderá coletar provas sobre a existência desses novos apóstolos em nossos dias.
O personagem principal é Hank Foley (Anthony Edwards), que edita a revista “Modern Skeptic”, dedicada a questionar a tudo e a todos. Curiosamente, ele frequenta uma igreja católica. White Vincent (Michael Nyqvist), será o grande vilão por trás da conspiração que começou durante a segunda Guerra Mundial. Ele é um dos assassinos mais perigosos do mundo, estando envolvido com vários governos e religiões, mas mantém um aspecto demoníaco, indicando que ele pode ser o Anticristo ou algo similar.
Quando Laila (Jacinda Barrett), a esposa de Hank, é sequestrada, ele descobre um mapa escondido em um relógio. Esse mapa o leva a diferentes lugares do mundo onde vai descobrindo com a agente do FBI Deck (Carmen Ejogo), como a ordem Rosacruz recriou os 12 apóstolos de Jesus Cristo para salvar o mundo.
Segundo as primeiras informações divulgadas, a série promete ser polêmica, seguindo a trilha do que os livros e filmes “O Código Da Vinci” e “Anjos e Demônios” causaram entre os cristãos alguns anos atrás. Ainda não há data de estreia prevista para o Brasil, mas certamente não deve demorar.
Hank representa o homem moderno, um cético que questiona tudo que não pode ser explicado racionalmente, alguém cujo lema seria “a lógica é o caminho certo”. Não está claro, ainda, como a ordem (ou seita) Rosacruz se encaixa no processo de salvação da humanidade, mas elementos do mundo sobrenatural devem fazer parte da trama que envolve nazistas, a descoberta da vida eterna e o possível triunfo do mal sobre o bem na Terra.
Meu comentário - Lamentavelmente se trata de mais uma investida da indústria do entretenimento barato e sem comprometimento com conteúdo (especialmente bíblico e histórico) para ganhar audiência e chamar a atenção de uma audiência com pouca base para crítica. Na linha dos filmes inspirados na obra do oportunista Dan Brown, essa série é mais uma demonstração de que o interesse da mídia em geral (incluindo o cinema) não é o de levar as pessoas a conhecerem mais sobre a Bíblia Sagrada ou fortalecerem sua fé.
A intenção é criar mistério e tornar os assuntos das Sagradas Escrituras questionáveis, irrazoáveis ou simplesmente lendários. Com isso, atrai-se a atenção da curiosidade alheia e não se ensinam mais valores e nem princípios. Além disso, a contextualização histórica também é geralmente desprezada e fatos destituídos de coerência histórica mesmo são apresentados como verdades incontestáveis.
Esses supostos "segredos" que uma organização aqui ou ali escondem não passam de desvios para que as pessoas creiam cada vez menos na Bíblia e sequer considerem a gama enorme de evidências de sua historicidade e relevância moral e espiritual para a sociedade hoje.
Se vão gastar dinheiro com filmes, que pelo menos o façam com base no registro bíblico e busquem bons livros que aprofundem a narrativa dos evangelhos, por exemplo, para não inventar enredos que são absolutamente fictícios, mas acabam vendidos como resgates históricos.
Essa empreitada televisiva sobre os 12 discípulos segue as pegadas de projetos como "Lincoln, caçador de vampiros" e "Orgulho, Preconceito e Zumbis".
Lembro dos episódios antigos de "Os Simpsons", que se baseavam em humor por crítica social, mas que lentamente passaram e veicular propaganda neo-ateísta cada vez mais agressiva - talvez pelo sucesso de séries como "Family Guy".
Trata-se, enfim, de unir o inútil (roteiro sensacionalista de baixo nível) com o desagradável (doutrinação anti-cristã escrachada).