INVERNO NO HEMISFÉRIO NORTE FOI O MAIS QUENTE DESDE 1880

sexta-feira, 16 de março de 2007


Folha de São Paulo, 16.03.2007.


O inverno de 2006/2007 no hemisfério Norte já tinha entrado para a história por sua ausência de neve. Agora, uma análise do governo americano confirma: o período de dezembro de 2006 a fevereiro de 2007 foi o mais quente da história desde que registros do gênero começaram, em 1880.Dados da Noaa (agência americana para oceanos e atmosfera), divulgados ontem, mostram que as temperaturas combinadas de terra e oceanos para o hemisfério Norte no período ultrapassaram em 0,72 C a média histórica. Em janeiro, a temperatura foi a mais quente já registrada: 0,91 C acima da média. Isso acabou puxando para cima a média do período, já que o mês de fevereiro foi "apenas" o sexto mais quente na região desde 1880. Os dados são os mais recentes numa série de relatórios científicos preocupantes sobre o aquecimento global. Eles vêm um mês e meio depois da divulgação da primeira parte do quarto relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), que culpa atividades humanas -como a queima de petróleo e carvão mineral e o desmatamento- pela emissão excessiva dos gases que estão esquentando o planeta além da conta.

Previsões anteriores já apostavam em 2007 como o ano mais quente desde o início das medições com termômetros, devido aos efeitos combinados do aquecimento e do El Niño. O relatório também confirma algo que todos os moradores do Sudeste brasileiro sentiram na pele: esta região foi uma das que esquentaram acima da média entre dezembro e janeiro (Europa, Ásia, oeste africano e nordeste dos Estados Unidos foram as outras).

Um outro estudo de cientistas americanos, publicado na edição de hoje da revista "Science", afirma que o degelo no oceano Ártico pode ter atingido seu limiar crítico, no qual o gelo que derrete a mais no verão não congela novamente no inverno. Mark Serreze, da Universidade do Colorado em Boulder, autor do estudo, afirma que "nós podemos rapidamente chegar a um novo estado [de equilíbrio] no Ártico".
É interessante constatar que, na Bíblia, uma das pragas previstas para os dias finais da humanidade seria o aquecimento do sol. Segundo Apocalipse 16:8, " o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe dado queimar os homens com fogo". Seriam essas notícias cumprimentos proféticos ou mera casualidade?
Fala-se muito em como será possível evitar esse transtorno climático que tem dezenas de outros desobramentos (como alterações nos mares, degelo veloz, etc), mas será que podemos esperar mudanças significativas para os próximos anos no cenário? Se nações como os Estados Unidos, um dos maiores poluentes planetários, não são ágeis para reduzir as emissões de gases poluentes. E se florestas, como a Amazônica, estão virando deserto rapidamente. Até o Pantanal, conhecido por ser uma zona de equilíbrio ecológico, já apresenta alterações como o excesso de chuvas.
Segundo a Embrapa, o volume de chuvas no Pantanal, de outubro a fevereiro, foi 34% maior do que a média histórica dos últimos 30 anos, com influência direta na cheia que prenuncia um nível acima de seis metros na régua de Ladário.

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