VIOLÊNCIA INFANTIL, EIS UM FOCO DE DISCUSSÃO

domingo, 18 de março de 2007

Felipe Lemos, jornalista e mantenedor desse blog.

Os casos de violência contra crianças definitivamente ganharam mais espaço na mídia nos primeiros meses desse ano, o que tem preocupado educadores, o governo e a sociedade toda. Não apenas a violência sexual, mas a crueldade mesmo praticada contra os pequenos.
Não preciso nem entrar em detalhes dos últimos casos, pois já tiveram ampla divulgação e sabemos exatamente do que se trata. As estatísticas feitas por quem trabalha na área técnica determinam que boa parte dos casos de violência contra crianças acontece no âmbito familiar, embora tenhamos assistido a episódios que fogem a essa quantificação.
O fato é que, em casa, algumas famílias convivem com esse problema da agressão às crianças e nada é dito, nada é denunciado, nada é feito para mudar o panorama. O silêncio motivado pelo medo de se expor ou de assumir possíveis conseqüências em virtude de uma denúncia, por exemplo, transformam esse tipo de crime em uma prática silenciosamente cometida longe dos olhos de todos. E que reverte em traumas incalculáveis para as vítimas.
É salutar que essa discussão novamente venha à tona em todo o país por conta dos últimos crimes que nos chocaram e nos fizeram lamentar profundamente. Não é somente sobre maioridade penal que devemos falar, mas sobre os crimes ocultos que estão ocorrendo, nesse instante, dentro de um lar sem que eu e você saibamos, mas que está contribuindo para destruir vidas. Uma criança está sendo espancada ou molestada sexualmente e ninguém fica sabendo. É uma rede de desconhecimentos. Alguns poucos casos resultam em punição, mas outros tantos simplesmente não aparecem nem nas estatísticas oficiais e muito menos recebem qualquer atenção. Nem por parte da família.
E então, concordo, o papel de orientar é dos pais, dos educadores comprometidos com o seu verdadeiro papel que é ajudar integralmente os alunos, das igrejas e do poder público em suas instâncias. Estamos gastando, na minha opinião, um tempo importantíssimo para tratar da questão da maioridade e esquecendo de tratar da causa que é a desestrutura familiar ou alguma outra coisa errada dentro dos lares. E não necessariamente fora.

2 comentários:

  1. Wilna disse...:

    Concordo com você, acho que a violência principalmente contra crianças vem ocorrendo em nossa sociedade constantemente, e muitas vezes silenciosa. A família, tem o papel de proteger essas criança, mas acontece que o silêncio faz com que casos como as que o jornalista cita, não é de conhecimento nem mesmo da autoridades. Infelizmente estes crimes tem ficados impune, muitos ainda vivem com a própria vítima. Qualquer tipo de injustiça pra mim é inaceitável, no entanto é preciso que façamos nossa parte: denunciando as violências que nossas crianças vem sofrendo. como diz o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no artigo 1º que "Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente". A proteção deve ser integral, nós temos também que fazermos nossa parte.

  1. Anonymous disse...:

    GOSTEI MUITO DA SUA MATÉRIA. PARABÉNS PELO SEU PONTO DE VISTA.
    É VERDADE QUE ESTÃO SE PREOCUPANDO MUITO COM COISAS BANAIS E DEIXANDO DE LADO UM ASSUNTO TÃO SÉRIO COMO ESTE SOBRE A CRIANÇA E O ADOLESCENTE.
    E NAS CIDADES DO INTERIOR, COMO A MINHA? CRIAM O CONSELHO TUTELAR, MAS NÃO RESOLVE O PROBLEMA. É MAIS UMA FORMA DE ANGARIAR UM "EMPREGO" PARA CERTAS PESSOAS, INFELIZMENTE.
    ACHO QUE A JUSTIÇA PRECISA SER MAIS ENÉRGICA, E BOTAR ESSE PESSOAL PRA TRABALHAR.

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