VATICANO PREPARA GRANDE REUNIÃO COM MUÇULMANOS

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

O Vaticano está organizando um grande encontro que vai reunir líderes católicos e muçulmanos em Roma com o objetivo de dar início a um processo de diálogo entre as religiões.
A reunião, ainda sem data marcada, vai ocorrer durante a primavera no hemisfério norte, entre março e junho.
A iniciativa do Vaticano é uma resposta a uma carta enviada por 138 líderes muçulmanos ao papa Bento 16 e a outros líderes cristãos em outubro. Na carta, eles advertiram que “a sobrevivência do mundo estaria em risco se muçulmanos e cristãos não alcançarem a paz”.
“Se mulçumanos e cristãos não estiverem em paz, então o mundo não estará em paz”, disseram os líderes na carta de 29 páginas.
A mensagem também foi considerada um convite aberto para que cristãos e muçulmanos se unissem em torno de aspectos fundamentais de suas fés, como a cresnça em um só Deus.
Nos próximos meses, três representantes do grupo que enviou a carta irão a Roma para um encontro com o presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, o cardeal Jean Louis Tauran.
Na ocasião, os líderes religiosos devem estabelecer as bases para o grande encontro previsto para a primavera. A reunião deve ter três principais: o respeito à dignidade do indivíduo, o entendimento recíproco das religiões e como obter maior tolerância entre os jovens.
A relação entre a Igreja Católica e os muçulmanos foi balançada em 2006 depois que o papa, durante uma palestra numa universidade da Alemanha, questionou a Guerra Santa, ou a prática de espalhar a fé com o uso da violência.
A declaração gerou protestos em todo o mundo muçulmano. Em Nablus, na Cisjordânia, duas igrejas sofreram atentados com bombas.
No Paquistão, o governo chamou o embaixador do Vaticano no país para pedir explicações e o parlamento aprovou uma resolução recriminando o papa. No Catar, Egito e Irã, importantes líderes religiosos condenaram as declarações.
Poucos dias depois, o Vaticano soltou uma nota em que dizia "lamentar profundamente" que trechos da palestra de Bento 16 "pudessem ter soado ofensivos à sensibilidade dos fiéis muçulmanos".

No livro "O Grande Conflito", a escritora Ellen White afirma, à página 444, que "a vasta diversidade de crenças nas igrejas protestantes é por muitos considerada como prova decisiva de que jamais se poderá fazer esforço algum para se conseguir uma uniformidade obrigatória. Há anos, porém, que nas igrejas protestantes se vem manifestando poderoso e crescente sentimento em favor de uma união baseada em pontos comuns de doutrinas. Para conseguir tal união, deve-se necessariamente evitar toda discussão de assuntos em que não estejam todos de acordo, independentemente de sua importância do ponto de vista bíblico".
Esse texto, publicado originalmente em inglês no ano de 1888, já tratava de uma certa aproximação entre as igrejas protestantes e a Igreja Católica (mais precisamente, o Vaticano) e a notícia acima amplia essa idéia tratando de uma proximidade incrível e inimaginável há poucos anos entre líderes católicos e muçulmanos. Pense nas históricas cruzadas e nas intermináveis lutas pela posse de Jerusalém e tente ver um diálogo aceitável entre as duas religiões, lembrando que a Igreja Católica Apostólica Romana procura reunificar o cristianismo em ações paralelas (tanto em direção aos protestantes como em relação aos ortodoxos e, também, os judeus).
Acrescento que essa unificação e esse diálogo, exatamente com Ellen White escreveu, não se pautam pelo conteúdo da Bíblia, ou seja, dá a impressão de ser uma aproximação muito mais política e financeira do que ideológica ou filosófica como preferirem os estudiosos. E questões políticas não deveriam preceder a questão espiritual que, se não me engano, é o que, em tese, espera-se que norteie qualquer religião. A Bíblia não está na ordem do dia das discussões de aproximação, tanto entre Vaticano e protestantes, como referente ao diálogo com os muçulmanos. Considero isso, no mínimo, incoerente.

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