quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Folha de S.Paulo, 06.11.2008.

O eixo dos EUA mudou. A pior crise econômica em décadas, aliada a uma nova coalizão de eleitores inflada pela maior mudança demográfica na história recente, elegeu anteontem o democrata Barack Obama o 44º presidente do país, o primeiro negro a alcançar o cargo. Com isso, abalou uma era de hegemonia conservadora consolidada a partir da eleição do republicano Ronald Reagan, em 1980.Progressista pragmático, o presidente eleito de 47 anos tem o registro de votação mais à esquerda do Senado, mas foi forjado na política tradicional de Chicago. Sua eleição quebra a regra não escrita de que um democrata só é eleito presidente se tiver sido governador e for sulista. Primeiro presidente do norte liberal desde John F. Kennedy, apresenta-se como conciliador e promete um governo de centro, um meio termo entre o que fez no Congresso e o que pregou na campanha.Em seu discurso de vitória, Obama retomou o tema da colaboração entre os partidos ao citar a fala de 2004 que o lançou no cenário político nacional. "Vamos resistir à tentação de voltar aos mesmos partidarismo, pequenez e imaturidade que envenenaram nossa política por tanto tempo", disse o presidente eleito anteontem."Os presidentes fazem campanha em preto e branco, mas geralmente governam em cinza", resume Richard Haass, presidente do influente Council on Foreign Relations. "Obama deve juntar moderados e liberais (progressistas) numa coalizão renovada de governo de mudança", define Mark Penn, estrategista político da fracassada campanha de Hillary Clinton.Ele herda de George W. Bush um país à beira de recessão profunda, um mercado financeiro mundial que espera por uma reforma e duas guerras em andamento, do Iraque e do Afeganistão, que drenam recursos e abalaram a imagem do país no mundo. Terá de lidar com a ascensão econômica da China e o renascimento da Rússia como potência internacional.Seu desafio é comparado por historiadores com o que esperava o democrata Franklin Delano Roosevelt em 1932, ao ser eleito no meio da Grande Depressão com uma plataforma de rigidez orçamentária que ele transformaria depois no New Deal (novo acordo). Anteontem, ao comentar a expectativa internacional sobre seu mandato, Obama falou de uma New Dawn (nova aurora)."Para os que estão assistindo hoje à noite de além de nossas costas (...), nossas histórias são diferentes, mas nosso destino é compartilhado, e uma nova aurora de liderança americana está ao alcance", discursou ele.Se começa com a simpatia de grande parte do mundo, domesticamente ele terá a seu favor um Congresso em que seu partido comandará a Câmara e o Senado. Terá ainda uma expressiva votação no Colégio Eleitoral e o amparo da maioria absoluta do voto popular, um feito atingido por um democrata pela última vez em 1976, com Jimmy Carter."Estamos entrando numa nova era, em que as mudanças transcendem a política", disse Simon Rosenberg, da ONG jovem New Democratic Network. "Há a emergência de uma nova agenda de governo que é em essência do século 21, e Obama venceu com essa coalizão do século 21", disse.Para o senador democrata Charles Schummer, "é uma eleição de movimento tectônico, que acontece uma vez a cada geração e redefinem a relação das pessoas com o governo".

As palavras do recém-eleito presidente norte-americano Barack Obama chamam a atenção pelo termo "nova auror", que pode ser muito bem sinônimo para Nova Era ou algo do gênero. O que se presume disso é que certamente Obama fala de uma nova etapa na administração dos EUA com lógicas conseqüências para o restante do mundo. A frase da ONG jovem é emblemática, pois afirma que "as mudanças vão transcender a política". Podemos concluir que envolverão outras áreas como a religião, a liberdade de expressão, enfim, é muito provável que venham significativas mudanças por aí. É a tentativa de líderes políticos colocarem fim aos conflitos e problemas mundiais através das ações governamentais. O problema é que essa tentativa será frustrada, pois não está amparada em Deus e na Sua Palavra. Talvez muita coisa seja feita em nome de Deus, mas, como Cristo disse, em Mateus 7:22, "nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus , mas aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus".

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