Meu comentário hoje no programa Conexão NT da Rádio Novo Tempo - www.novotempo.com/radio. Quadro Conexão Cidadania.
Ontem, em pleno feriado de 7 de setembro, aniversário de 189 anos da dita independência política do Brasil em relação ao antigo Império português, hoje em franca decadência, uma macha contra a corrupção chamou a atenção de muita gente. Segundo noticiou a imprensa brasileira em geral, a Marcha contra a Corrupção reuniu milhares de pessoas em Brasília, segundo a Polícia Militar.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal calcula em cerca de 60 mil o público na Esplanada dos Ministérios durante a manhã da quarta-feira. Destes, entre 45 mil e 50 mil assistiram ao desfile militar. O público da marcha foi estimado pela secretaria em 12 mil --sendo que parte dele assistiu ao desfile e se integrou ao protesto depois.
Independente do número, ao que parece a marcha foi organizada principalmente através das redes sociais na web e procurou banir interesses de partidos políticos. Se essa marcha efetivamente foi uma manifestação popular, originária de gente que está incomodada com a sequência infindável de escândalos públicos de maracutaias, tudo bem. Aí se enquadra em um ato de legítima e necessária cidadania. Afinal de contas, exigir decência no serviço público em todas as suas instâncias, diga-se de passagem, é um direito do cidadão.
Se houver dedos de partidos políticos, então esse tipo de manifestação perde sua credibilidade.
E vou além. Nós, cidadãos, precisamos entender que combate à corrupção acontece desde os pequenos atos corriqueiros até as grandes decisões que envolvem bilhões de dólares nas esferas governamentais. Devemos cobrar idoneidade dos vereadores, prefeitos, governadores, deputados, senadores, ministros, presidente da República, mas precisamos agir de igual maneira em nossas transações, em nossos dever diário. Caso contrário, é pensar que corrupção é algo externo a nós, quando na verdade estamos totalmente envolvidos nisso também.
Quando eu me via como uma pessoa politizada, com consciência de cidadania deste mundo, desta pátria, eu me engajei em movimento político sindical; quando eu vi que o mundo político é uma grande farsa, larguei tudo, e quis me tornar uma pessoa mais alienada do que eu era antes dos dezenove anos, embora tivesse uma consciência política e a chamada cidadania incrustada em meu ser, eu comecei a desistir da vida. Quando Aquele a quem chamam de Deus, me salvou, me chamando pelo meu nome, despertou em mim algo que fazia parte de mim desde a mais tenra infância: a necessidade ardente de conhecer o criador de tudo o que existe; eu me tornei cidadã de uma pátria melhor: a celestial. A igreja existe para isso, para que sejamos representantes, dando testemunho daquele que disse que tudo passa, o próprio planeta será mudado, menos as suas palavras. O que temos nós a ver com toda essa bagunça a que chamam política e governos seculares? Devemos, sim, ser honestos e fiéis em todo o nosso proceder conquanto PEREGRINOS neste mundo, mas lembrando sempre que nossa missão não é nos intrometermos nas questões deste, salvo, caso isto nos seja imposto pelo nosso Senhor. Não é algo que nós, enquanto na qualidade daqueles que aguardam uma pátria melhor, devamos concorrer com aqueles cujo quinhão é desta vida. A igreja nascente em seus primórdio era perseguida, porque seu tempo era gasto na missão legada pelo mestre, a de espalhar as boas novas do reino. Qual reino? O celestial. Paulo diz que devemos nos intrometer em questões políticas, ou diz que devemos orar pelas autoridades para que nós tenhamos caminho livre para a pregação das boas novas? Mas como pregar aquilo que já não parece mais ser um atrativo para os novos crentes, senão a prosperidade mundana da qual podemos gozar, se lutarmos pelos nossos direitos, e blá, blá, blá perante os políticos? Não sabem os crentes que esta é uma causa inglória? Ainda quando mundana e no auge da minha mocidade eu descobri isto. Esse desejo ardente em demonstrar quão lováveis nós somos exercendo uma cidadania mundana, chega a dar nojo. Acaso não sabemos que o mundo vai de mal a pior, segundo as palavras ditas aos meus ouvidos naqueles dias? Não é por isso que a manifestação da ira se dará quando o criador se levantar para julgar os que habitam sobre a Terra? Ao invés de remirmos os tempos como diz o apóstolo, estamos mais disposto a prolongar a agonia deste mundo, porque temos laços de amizades com ele, pois está em nosso coração, com tudo o que oferece. Sirleide da Rocha.