Os Sem Igreja somam mais de 4 milhões no Brasil

domingo, 10 de novembro de 2013

Reportagem de capa da revista Cristianismo Hoje, do último bimestre (outubro/novembro), trouxe uma realidade desafiadora. Segundos dados do IBGE, o número de evangélicos que se dizem cristãos, mas que não frequentam uma igreja, ultrapassa 4 milhões. Isso representa mais ou menos 10% do total de "crentes" brasileiros. Outros dados chamam ainda mais a atenção. 62% desses "desigrejados" são egressos de denominações neopentecostais e 29% dizem que não pretendem manter vínculo com outra igreja novamente. Vale frisar que aí há dados, também, do Bureau de Pesquisa e Estatística Cristã (Bepec).
A longa reportagem conversou com especialistas e tentou avaliar as causas disso. Há todo o tipo de explicações. Mas o principal extraído da reportagem (cujo conteúdo integral somente assinantes podem acessar) é que muita gente alega não ter interesse em se vincular mais a uma igreja específica por conta de descontentamento com a forma como as igrejas são administradas ou lideradas, insatisfação com a falta de envolvimento próprio em alguma coisa concreta na igreja (ou seja, se sentem membros inúteis) e alguns se dizem desinteressados pela liturgia tradicional.
A reportagem merece uma análise sob dois ângulos. O primeiro é a constatação de que as igrejas evangélicas, tais como as conhecemos hoje, não estão sendo mais relevantes para muita gente. Algumas igrejas praticamente tiraram o foco da Bíblia e dos ensinamentos de Cristo (essência do cristianismo) e apontam para outros aspectos periféricos. E quem vai em busca de Cristo acaba frustrado. Consequentemente deixa de se congregar. Além disso, pude perceber no relato dos entrevistados que a grande maioria deles, mesmo deixando de assistir regularmente a cultos em igrejas tradicionais, continua orando e estudando a Bíblia porém em grupos menores (poderíamos chamar de pequenos grupos) em casas. É um registro que não pode ser desprezado. Será que mega igrejas lotadas são sinônimo necessariamente de espiritualidade em alta? Nas estatísticas da Igreja Adventista, para dar um outro exemplo, ficou claro que a maioria dos membros ativos e envolvidos em evangelização fazem parte de congregações com até 200 membros.
A função da igreja - Mas o outro aspecto, que considero importantíssimo, é que a Bíblia esclarece que a igreja é o corpo de Cristo formado por membros com distintas funções. Não é uma invenção humana, mas divina. Ir à igreja, estar adorando com outros membros, assistir a uma escola bíblica (no caso, a sabática seria a mais coerente com os ensinamentos das Sagradas Escrituras) e fazer parte desse corpo é se desenvolver espiritualmente de forma harmônica. Estar em casa orando e estudando a Bíblia com sua família (ainda que seja algo essencial) não substitui o papel que há em se congregar em uma igreja. Não foi sem propósito que o autor de Hebreus declarou, no capítulo 10 e versículo 25, que "não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima".
Respeito a opinião dos "sem-igreja", mas essa é uma compreensão incompleta se contrastada com a Palavra de Deus. Estar em pequenos grupos ou células de oração e estudo bíblico e manter um regular culto da família são estratégicos para o crescimento em Cristo. Mas jamais poderão ser práticas que anulam a relevância de se estar em uma igreja e fazer parte ativa do corpo de Cristo e exercer ali dons específicos dados por Deus.
A principal liderança para a qual um cristão deve olhar é a de Cristo. Ele é a razão de existir da igreja. E, se alguém tem dúvida quanto à congregação onde está, que a submeta ao crivo bíblico. Mas deixar de se congregar não é a melhor opção.


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