METODISTAS SE UNEM A CATÓLICOS E LUTERANOS EM DECLARAÇÃO CONJUNTA DA DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO

domingo, 30 de julho de 2006

Da Agência Zenit, 28.07.2006

A Conferência Metodista Mundial, celebrada na Coréia do Sul, de 20 a 24 de julho, aderiu à Declaração conjunta sobre a Doutrina da Justificação Justificação, assinada em 1999 pela Igreja católica e a Federação Luterana Mundial. O cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, que participou da Conferência, declarou que este gesto constitui «um dom de Deus» e «um dos principais êxitos do diálogo ecumênico», segundo a «Radio Vaticana». Com esta declaração se supera um dos motivos teológicos de divisão que deram origem ao movimento da Reforma, promovido por Martinho Lutero. Segundo o reverendo George H. Freeman, secretario do Conselho Metodista Mundial, o acordo «abre as portas à novas relações ecumênicas». A Federação Luterana Mundial também manifestou seu apreço. Seu secretário geral, o doutor Ishmael Noko, desejou que outras comunidades cristãs, como as Igrejas reformadas, a Igreja anglicana ou a própria Igreja ortodoxa, possam chegar a esta posição comum. No final do ano passado, ao receber uma delegação do Conselho Metodista Mundial –encabeçada por seu presidente, o bispo Sunday Mbang da Nigéria–, Bento XVI afirmou: «No Caso do Conselho Metodista Mundial expressar sua intenção de associar-se à Declaração Conjunta, contribuiria à reconciliação que desejamos ardentemente e seria um passo significativo à meta da plena e visível unidade na fé», apontou Bento XVI ao encontrar-se com a delegação do Conselho Metodista Mundial (Zenit, 9 de dezembro de 2005). O movimento metodista, de caráter evangélico, herdeiro da Reforma protestante do século XVI se originou na Inglaterra do século XVIII como um movimento de renovação espiritual, missionário e social. Hoje está presente em cerca de cem países.

Sem dúvida, trata-se de um passo importante para uma "harmonização" entre os pensamentos metodista, luterano e católico. Lendo a Declaração Conjunta, é possível perceber que se procurou unir pensamentos diferentes. Um exemplo é que, enquanto os luteranos afirmam que o ser humano depende inteiramente da graça salvadora de Jesus Cristo os católicos afirmam, conforme o item 20 da questão 4.1 intitulada "Incapacidade e pecado humanos face à justificação" que "quando católicos dizem que o ser humano 'coopera' no preparo e na aceitação da justificação por assentir à ação justificadora de Deus, eles vêem mesmo nesse assentimento pessoal um efeito da graça, e não uma ação humana a partir de forças próprias". Para mim, ficam claras algumas contradições entre o pensamento das duas religiões e uma tentativa política de se unificar as interpretações teológicas distintas.

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