VÍCIO LUCRATIVO

domingo, 26 de agosto de 2007

Felipe Lemos, editor deste blog.




O dinheiro é a mola propulsora do mundo da ilicitude. E as poucas barreiras morais que ainda perduram em alguns países caem à medida que a possibilidade de obter dinheiro fácil aumenta. Segundo reportagem da revista Veja dessa semana, dois setores da economia global cresceram a taxas idênticas nos últimos cinco anos. Um deles foi o de turismo internacional. O outro é o de cassinos. O aumento no volume de faturamento no mundo da roleta foi de 53% no período. De acordo com um estudo recente da consultoria americana PricewaterHouseCoopers, a inauguração de dezenas de cassinos prevista para os próximos cinco anos vai provocar a estratosférica expansão de 40% e chegar a 144 bilhões de dólares. Uma fatia crescente desse dinheiro não virá de locais tradicionais do jogo, como Las Vegas ou Mônaco, mas de novos centros de jogatina: Macau, Coréia do Sul, Cingapura, Rússia, países da Europa Ocidental e da África.
Quem serviu de fonte para essa reportagem atribuiu o crescimento aos investimentos pesados que estão sendo feitos na jogatina e à crescente legalização do negócio do vício em países antes contrários a esse tipo de atividade. Isto é, os gananciosos começaram a ver possibilidade de ganhar dinheiro cada vez mais com os cassinos e agora não só aprovam como incentivam os investimentos nessa área. Os governos estão começando a aceitar mais o jogo, porque, ao invés de reclamar da sonegação fiscal, estão tentando tirar sua casquinha dos cassinos e garantir a sua parte em espécie, além de uma forte movimentação turística.
Só que a questão da dependência é muito séria, pouco pesquisada (intencionalmente, já que países como os EUA não querem pesquisar sobre algo que é rentável para sua nação) e praticamente não levada a sério. Viciados em bingos e cassinos se avolumam pelo mundo e famílias inteiras são destruídas sem que muitos saibam. Filhos são influenciados por pais no pernicioso jogo e a conclusão disso é uma sociedade com mais problemas. Apesar de as estatísticas declararem que apenas 30% da criminalidade está ligada a um cassino, esse dado não inclui os crimes de lavagem de dinheiro que se escondem por trás dos jogos eletrônicos ou não. Sim, ou alguém imagina que todo o dinheiro pago aos apostadores vem das economias particulares dos riquíssimos donos das bancas? Algum inocente imagina isso?

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