Portal G1, 02.08.2009.
Revolta e indignação foram as palavras mais proferidas por fumantes ouvidos pelo G1 em bares e baladas neste fim de semana, o último antes de a lei antifumo entrar em vigor em São Paulo.
Nos quatro locais visitados na noite de sexta-feira (31) os clientes criticaram de diversas formas a nova lei – que, segundo eles, é muito rígida. A partir do dia 7 de agosto, estabelecimentos que permitirem que seus clientes fumem receberão multa que pode variar entre R$ 792,50 até R$ 1.585. Na segunda irregularidade, a cobrança será dobrada e, na terceira autuação, o estabelecimento comercial poderá ser totalmente interditado por 48 horas. Caso volte a desrespeitar a lei, as outras interdições serão por 30 dias.
“É uma lei totalitária”, afirmou o advogado Mauro Kertzer, de 48 anos. Sentado em seu bar favorito, o São Pedro São Paulo, no Itaim Bibi, Kertzer reclamava do governador do estado – e idealizador da lei –, José Serra. Entre uma pitada e outra em seu cachimbo, revelou: “Sempre votei no PSDB [partido do governador]. Agora não mais votarei”.
O medo de assaltos também foi lembrado pelos fumantes. Conforme a lei, quem quiser fumar e estiver em estabelecimentos como bares e restaurantes deverá sair do local para acender seu cigarro. “A polícia estará lá fora para me proteger?”, questionou a psicóloga Maria Theresa de Souza, de 42 anos.
Quem também temia a vulnerabilidade em ficar nas calçadas de bares e baladas durante a noite era a arquiteta Ana Paula de Luca, de 33 anos. “Serei ressarcida se for assaltada?”, perguntou. Para ela, a lei seria mais aceita se fosse abrandada. Uma solução seria a possibilidade de os estabelecimentos criarem áreas para não fumantes que impedissem efetivamente a passagem da fumaça do cigarro.
Também aproveitando o último happy hour de sexta-feira antes da proibição, o bem humorado Osvaldo Silveira, 64 anos, após acender um cigarro no Píer Paulista, próximo à Avenida Paulista, afirmou que, para ele, o argumento de que essa nova lei será benéfica à saúde pública não se sustenta. “Picanha também faz mal. Vão proibir?” Questionado sobre sua profissão, afirmou: “Sou fumante inveterado e revoltado”.
Fim da balada
Baladeiros menos pacientes afirmavam que tomarão medidas extremas. “Se não puder fumar, não vou mais”, afirmou a publicitária Gláucia Kanashiro, 28 anos. Se a vontade de sair for maior que a revolta contra a lei, ela disse que poderá tentar medidas alternativas para aplacar o vício, como o uso de adesivos de nicotina. “Já usei e sei que funciona. Só não sei se irá adiantar junto à bebida.”
Quem também pretende deixar de ir a baladas é o diretor de galeria Raphael Octávio, 24 anos. “Semana que vem, só vou a lugares onde se possa fumar”, disse, enquanto soprava fumaça no Geni Club, na região central de São Paulo.
A administradora Andreza Fontana, 32 anos, discorda da lei e afirmou que não deixará de fumar em casas noturnas e em festas como a Trash 80’s, no Centro da capital. “Vou ao banheiro escondida fumar”, contou.
Nota: Volto a dizer, o que falei na Rádio Novo Tempo, na quarta-feira, dia 26 de julho, no programa Conexão Novo Tempo, que esse tipo de medida adotada não resolve o problema do cigarro. É algo isolado, próprio de ação populista com o intuito de promover o autor ou autores da legislação e não uma saída para o problema.
Se realmente há a intenção de combater o tabagismo, que governos e sociedade (empresas, igrejas, ONGs, etc) se mobilizem para acabar com o plantio, a fabricação e tomem providências para que cursos e orientações psicológicas e médicas sejam dadas gratuitamente para quem é dependente do tabaco. Vale lembrar que a Igreja Adventista desenvolve os cursos para deixar de fumar em cinco dias com sucesso em muitos lugares. Tal iniciativa poderia ser ampliada em parceria com órgãos governamentais.
Não estou aqui pregando que a lei de São Paulo é ruim. De forma alguma. Chama a atenção para um problema que é, na verdade, maior e mais complexo. A realidade é que poucos estão enfrentando esse problema de frente com seriedade.
Lei antifumo de São Paulo é paliativa
Felipe Lemos
domingo, 2 de agosto de 2009
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