ESCOLAS BRITÂNICAS ENSINAM BOAS MANEIRAS

domingo, 29 de abril de 2007

Agência Estado, 29.04.2007.

Estudantes do ensino secundário britânico receberão aulas de boas maneiras e “inteligência emocional” como parte de uma tentativa das autoridades de combater a crescente onda de violência e falta de respeito por parte dos jovens, segundo afirma reportagem publicada neste domingo pelo jornal The Independent.
“Com o debate sobre a falta de civilidade entre os jovens aumentando de volume, ministros estão planejando estabelecer aulas de ‘inteligência social e emocional’ para ajudar as crianças a lidar com a raiva e a frustração sem recorrer à violência ou a xingamentos”, relata a reportagem.
Segundo o jornal, as aulas estarão integradas ao currículo tradicional e ensinarão os alunos sobre “jogo limpo e como lidar com a adversidade”.
As discussões sobre a violência e a falta de modos entre os jovens é assunto diário nos principais jornais locais, principalmente os tablóides, que diariamente trazem histórias sobre mau comportamento envolvendo crianças e adolescentes. Segundo a reportagem do Independent, “o temor é que as crianças não têm mais figuras de autoridade em quem se espelhar e que o Estado deve de certo modo assumir as responsabilidades que pertencem aos pais”. "A partir de setembro, crianças do ensino secundário aprenderão valores básicos como ‘somos gentis, somos bondosos, trabalhamos duro, cuidamos das propriedades, escutamos as pessoas, somos honestos, não machucamos ninguém’”, enumera o jornal.
Um piloto do projeto, batizado de Seal (Social and Emotional Aspects of Learning, ou Aspectos sociais e emocionais do aprendizado, na tradução livre), teria conseguido uma melhoria “dramática” no comportamento de crianças do ensino primário, incluindo freqüência e notas escolares.
A idéia, porém, é alvo de críticas por temores de que ela possa diluir o tempo de ensino das matérias básicas e também por acusações de uma suposta invasão do Estado em questões pessoais, observa o jornal.

É lamentável que o Estado tenha de intervir em questões de educação dos filhos. Essa é uma tarefa milenar que pertence aos pais e que efetivamente precisa ser realizada. As principais referências para os filhos são, sem dúvida, os próprios pais e não o Estado. Isso abre caminho para uma perigosa interferência do poder político sobre as famílias.

1 comentários:

  1. Danilo disse...:

    Concordo. Acho que isso vai contra a ordem natural das coisas. É preciso sempre pensar no princípio da subsidiariedade, segundo o qual o Estado deve apoiar a família para que esta cumpra as suas funções (e não assumir tais funções, mesmo quando ela não as desempenha bem).

    Onde faltam os pais, dificilmente a educação em questões básicas de comportamento poderão ter bom êxito.

    Tomara que eu esteja errado e que as crianças envolvidas possam ganhar com isso.

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